USO DE BIOESTIMULADORES INJETÁVEIS DE COLÁGENO E SEUS EFEITOS NA HARMONIA FACIAL 

USE OF INJECTABLE COLLAGEN BIOSTIMULATORS AND THEIR EFFECTS ON FACIAL HARMONY 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10967346


Hanna Paula G. Brasileiro1


RESUMO 

A sociedade atual está cada vez mais preocupada com a estética e com a amenização dos efeitos do  envelhecimento, buscando assim procedimentos que impeçam os impactos do tempo. Com o decorrer do tempo e  o envelhecimento celular, há um desequilíbrio entre a produção de colágeno e a ação enzimática responsável por  sua degradação. Uma alternativa na administração do envelhecimento são os bioestimuladores. . Os  bioestimuladores de colágeno são excelentes materiais com a capacidade de prevenir ou reverter os efeitos do  processo de envelhecimento facial. Nesta revisão de literatura temos como objetivo geral a abordagem dos  princípios da harmonização facial e como ocorre a atuação dos bioestimuladores injetáveis de colágeno. A  abordagem metodológica para realização deste estudo consiste em um levantamento de dados obtidos através de  bancos de dados eletrônicos. O presente estudo nos mostrou que os bioestimuladores de colágeno, além de serem  seguros e efetivos, oferecem uma alternativa menos invasiva para tratamento estético, sendo os produtos de maior  eficácia do mercado. Entretanto, não estão isentos de intercorrências como a falta de técnica profissional e uso  incorreto do produto. A utilização dos bioestimuladores atuam com o objetivo de alcançar a estética perfeita ao  paciente, ofertando um efeito rejuvenescedor, sendo eficiente contra rugas e flacidez, de forma natural e  progressiva.  

Palavras-chave: harmonização facial; envelhecimento celular; bioestimuladores de colágeno. 

ABSTRACT 

Today’s society is increasingly concerned with aesthetics and mitigating the effects of aging, thus seeking  procedures that prevent the impacts of time. Over time and cellular aging, there is an imbalance between collagen  production and the enzymatic action responsible for its degradation. An alternative in managing aging are  biostimulators. . Collagen biostimulators are excellent materials with the ability to prevent or reverse the effects  of the facial aging process. In this literature review, our general objective is to address the principles of facial  harmonization and how injectable collagen biostimulators work. The methodological approach to carrying out this  study consists of a survey of data obtained through electronic databases. The present study showed us that collagen  biostimulators, in addition to being safe and effective, offer a less invasive alternative for aesthetic treatment, being  the most effective products on the market. However, they are not free from complications such as the lack of  professional technique and incorrect use of the product. The use of bio-stimulators aims to achieve perfect  aesthetics for the patient, offering a rejuvenating effect, being effective against wrinkles and sagging, in a natural  and progressive way. 

Key words: Facial harmonization; cellular aging; collagen biostimulators.

INTRODUÇÃO 

A sociedade atual está cada vez mais preocupada com a estética e com a amenização  dos efeitos do envelhecimento, buscando assim procedimentos que impeçam os impactos do  tempo, com o objetivo de uma pele mais saudável. As alterações no funcionamento da pele são  causadas pelo envelhecimento cronológico, processo a qual todos os seres humanos estão  submetidos. Uma alternativa na administração do envelhecimento são os bioestimuladores,  responsáveis pela neocolagênese quando injetados nas camadas da pele (BESSA, 2022). 

O colágeno caracteriza-se como uma proteína de origem animal localizada no tecido  conjuntivo e, dentre suas funções, está o auxílio na integridade de tecidos como ossos, tendões  e pele. Com o decorrer do tempo e o envelhecimento celular, há um desequilíbrio entre a  produção de colágeno e a ação enzimática responsável por sua degradação na matriz  extracelular, os resultados dessa falha são visíveis na pele, tornando necessária a suplementação  de colágeno na fase adulta (FRANZEN et al, 2013). 

Apesar de o envelhecimento ser um processo natural, com a percepção de beleza sendo  influenciada ao longo dos anos, a busca por métodos para preservar uma aparência jovem tem  sido almejada por homens e mulheres (TEIXEIRA et al, 2007). A satisfação estética está ligada  diretamente a auto-estima e ao bem-estar do ser humano, sendo esta a principal justificativa  para a importância do comportamento social em busca de padrões de beleza, os quais são  definidos de acordo com a localização geográfica, condições socioeconômicas e estilos de vida  do indivíduo (MATA et al, 2021). 

Nesta revisão de literatura temos como objetivo geral descrever os efeitos na harmonia  facial pelo uso de bioestimuladores injetáveis de colágeno. Como objetivos específicos têm a  caracterização da anatomia da pele, a composição do colágeno e como este atua no  envelhecimento celular e os efeitos adversos após sua suplementação. O projeto se estende com  a conceituação dos bioestimuladores de colágeno, quais os principais utilizados e, por fim, uma  comparação entre estes.  

Em suma, este levantamento bibliográfico traz dados atualizados acerca dos temas  relevantes a harmonização facial e busca ajudar profissionais para um maior entendimento e  aprofundamento no assunto, a fim de prevenir erros e colocar em risco a vida de seus pacientes.

MATERIAIS E MÉTODOS 

A abordagem metodológica para realização deste estudo consiste em um levantamento  de dados obtidos através de bancos de dados eletrônicos como BVS, PubMed, Scielo, além de  textos em livros disponíveis em acervos biográficos e dissertações. O critério para escolha dos  artigos foi o enquadramento ao tema, a busca teve os seguintes descritores: harmonização facial,  envelhecimento celular e bioestimuladores de colágeno.  

Portanto, o estudo aqui exposto está composto por todos os artigos relevantes e  selecionados de acordo com seu tema, totalizando 21 referências citadas ao longo da pesquisa,  de onde foram extraídas as informações necessárias para a construção do artigo.  

RESULTADOS E DISCUSSÕES 

Resultados e discussões serão apresentados em tópicos como os apresentados abaixo.

1. PRINCÍPIOS DA HARMONIZAÇÃO FACIAL 

A harmonização facial vai além de um procedimento em busca da juventude, são  técnicas que visam a beleza natural, em busca da autoconfiança individual. De acordo com  Santos (2021) a harmonização facial trata-se de uma categoria estética e terapêutica que envolve  uma combinação de tratamentos estéticos com o objetivo de um corpo simétrico, definido, com  aspecto natural, saudável e harmônico.  

Trata-se de um procedimento que nos últimos anos obteve uma busca crescente, de  acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica os procedimentos envolvendo  preenchimentos são os mais procurados e executados. A alta procura por procedimentos  estéticos está ligada diretamente à autoestima das pessoas, o que também explica a busca por  hábitos mais saudáveis, maior cuidado com a pele, prática de exercícios, tudo para retardar os  sinais do envelhecimento cutâneo e obter um corpo mais saudável. O combate ao  envelhecimento é a mais crescente preocupação da população, visto que a pele, o órgão mais  visível aos olhos, deixa explícita as marcas do tempo (FERETIS, 2001). 

A harmonização facial é um procedimento estético que visa um equilíbrio funcional e  estético ao indivíduo, buscando o rejuvenescimento facial. Tendo em mente que a concepção  de beleza é algo subjetivo, sofrendo influência por fatores culturais, sociais, raciais, o profissional deve levar todos esses fatos em consideração para obter sucesso em seu  procedimento e a satisfação do paciente (SCHMIDT et al, 2021). 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a busca por procedimentos  estéticos de harmonização facial entre os anos de 2014 a 2019 subiu de 72 mil para 256 mil ao  ano. Dentre os motivos para um crescimento tão grande neste âmbito da área médica se deu por  questão dos padrões de beleza impostos pela mídia e por influenciadores digitais, que  influenciaram seu público com o resultado de seus procedimentos (FERETIS, 2001). 

1.1 ANATOMIA DA PELE 

A pele é o maior órgão do corpo humano e sua principal função é a de isolamento das  estruturas internas ao ambiente externo. Constitui-se por três camadas: epiderme, derme e  hipoderme, como visto na figura a seguir: 

Figura 1: Esquematização da estrutura da pele. 

Fonte: Soares et al, 2023. 

A epiderme trata-se da camada mais superficial, sua composição é prioritariamente de  queratinócitos (produção de queratina) e, dentre duas funções, cita-se: proteção, resistência e  permeabilidade ao tecido. É uma camada rígida devido sua exposição ao meio externo, não  possui vasos sanguíneos ou nervos, é impermeável à água para impedir o crescimento de  microorganismos e se renova constantemente (LYON, 2014). 

A derme é uma camada cutânea, situada entre a epiderme e a hipoderme, sendo  constituída por tecido conjuntivo, fibras de colágeno e elastina, sendo a rede de sustentação da  pele. A camada intermediária, assim como a superficial apresentam espessuras variáveis de  acordo com sua localização, enquanto a hipoderme (camada mais funda) é formada basicamente  de células gordurosas, os adipócitos (YAAR, 2006).

O colágeno é presente em abundância na matriz extracelular, trata-se de uma proteína  fibrosa com um papel fundamental na estrutura de vários tecidos (pele e ossos), com papel de  proporcionar estrutura, rigidez e integridade (SANTOS, 2021). 

2. COLÁGENO E O ENVELHECIMENTO 

O colágeno do tipo I é a proteína mais abundante no organismo, sendo este o principal  responsável pela manutenção da resistência mecânica nos ossos. Existem ainda o colágeno tipo  II, III e IV, que são presentes em menor quantidade e juntos representam apenas 20% de todo  o colágeno presente no corpo, enquanto o tipo I representa 80% (GRECO et al, 2012). 

O envelhecimento é uma consequência completamente natural a qual todo indivíduo  está sujeito, nesta fase há diminuição de colágeno na derme e os efeitos são os sinais expressos  pela pele, que irá apresentar flacidez, baixa espessura, rugas, cicatrizes e alteração na textura.  O envelhecimento dérmico é diretamente influenciado pela atividade muscular, perda de volume  de gordura, flacidez e aparecimento de rugas. Há fatores que contribuem diretamente e  indiretamente para o envelhecimento, como exposição excessiva ao sol, baixo consumo de  água, fatores genéticos, entre outros. (SOARES et al, 2023). 

Na fase adulta há uma diminuição na condensação dos colágenos pelos fibroblastos,  esse efeito é decorrente da baixa divisão mitótica e como consequência há uma deformação  das fibras elásticas, tornando-as menos flexíveis e sendo este o principal motivo do processo de  envelhecimento. O processo de envelhecimento ocorre de duas maneiras: envelhecimento  intrínseco e extrínseco. O primeiro possui causalidade genética e o segundo é causado por  exposições aos raios ultravioletas (CAMATTA; BARROSO, 2022). 

O envelhecimento intrínseco ocorre de forma natural, as funções vitais do corpo  decaem, há redução da renovação celular, as respostas imunológicas tornam-se ineficientes e  há comprometimento do funcionamento normal do corpo. Tudo isso auxilia para que o  organismo fique vulnerável, mas é um processo inevitável causado pela idade, ocorrendo  gradualmente. Suas alterações ocorrem de acordo com o tempo vivido e seus dados não são  agressivos quanto os causados pelo envelhecimento extrínseco (CANCELA, 2007),  

O envelhecimento extrínseco caracteriza-se principalmente pelas agressões e  exposições externas que o organismo sofre, também é causado por fatores como exposição à poluição, fumo, álcool e drogas. Desta forma é um envelhecimento mais agressivo, alterando a  pele mais rápido, causando enrugamento, envelhecimento precoce e outros efeitos prejudiciais  ao indivíduo (CAMATTA; BARROSO, 2022).

Durante o processo de envelhecimento as camadas que mais sofrem alteração são a  derme e a epiderme, que sofrem ações intrínsecas e extrínsecas. Com a idade do indivíduo a  derme perde colágeno, tornando-se mais fina e, consequentemente, a rede de colágeno  fragmenta-se, suas fibras ficam mais curtas e desorganizadas. A síntese dos fibroblastos  apresenta considerável lentidão, deixando de ocasionar uma reposição completa de tudo que foi  degradado. Toda essa cadeia de eventos caracteriza a perda de elasticidade, aumento da  flacidez e enrugamento da pele (SCHULZE et al, 2010). 

O conceito de que rejuvenescimento facial limita-se a redução de rugas e sulcos é antigo,  nos dias atuais a estrutura bidimensional foi substituída pela tridimensional, mostrando um  maior conhecimento anatômico. A perda da textura, aparecimento de rugas, perdas  volumétricas e maior distribuição de gordura facial são sinais visíveis de envelhecimento. O  procedimento de maior destaque para reprimir esses sinais do tempo são os bioestimuladores  de colágeno injetáveis (CANCELA, 2007). 

2.1 EFEITOS ADVERSOS 

Com o aumento significativo da utilização de bioestimuladores de colágeno foi possível  perceber as complicações serem mais frequentes, com sintomas comuns como inchaço,  hematomas, eritema e dor. Entretanto também foram observadas outras complicações mais  graves relacionadas à utilização dos bioestimuladores, trazendo resultados indesejáveis  (LAZZERI et al, 2012). 

Em profissionais com baixa experiência foi notável que a técnica deficiente  desencadeou uma formação de nódulos, causada pelo acúmulo de produto por erro de técnica.  Ainda relacionado à falta de técnica, houveram complicações afetando a vascularidade do  paciente, pois o produto foi injetado em um vaso sanguíneo, consequentemente ocasionando  isquemia com necrose (KADOUCH, 2017). 

No que diz respeito à administração do Ácido poli-l-lático, as maiores complicações se  referem ao uso incorreto, distribuição incorreta de aplicação. A PLLA, quando não hidratada  corretamente leva à hidratação in vivo, causando um aglomerado do produto e a subsequente  formação de nódulos (GRECO et al, 2012). 

Referente à Hidroxiapatita de cálcio, além das complicações comuns aos  bioestimuladores injetáveis, este possui o agravante da glicerina em sua composição, causando  inchaço e edema. A Policaprolactona apresenta segurança em seu uso, mas não está livre de  possíveis complicações provenientes de erros técnicos (LAZZERI et al, 2012).

Após aparecimento dos efeitos adversos relacionados à utilização de bioestimuladores  injetáveis há tratamentos disponibilizados baseados no uso de esteróides ou antimetabólitos,  mas estes podem não ser completamente eficazes. De acordo com Kadouch (2017), a melhor  forma de prevenir os possíveis erros é a baixa dosagem nas injeções, com baixa pressão e pouca  quantidade do produto em suas aplicações.  

No caso dos preenchedores de ácido hialurônico seus efeitos adversos podem ser  resolvidos ao injetar uma enzima degradadora, infelizmente este método não funciona com os  bioestimuladores injetáveis. Por esse motivo é importante que o profissional tenha uma técnica  de aplicação correta e saiba as características do produto a ser utilizado (KADOUCH, 2017).  Os bioestimuladores consistem na abordagem mais atual contra as marcas do envelhecimento  por atuarem induzindo a neocolagênese, embora não possuam uma enzima degradadora para  resolver efeitos adversos, possuem uma baixa taxa de complicações relacionadas ao seu uso  (CAMATTA; BARROSO, 2022). 

3. BIOESTIMULADORES DE COLÁGENO 

Bioestimuladores conceituam-se como substâncias injetáveis que atuam na estimulação  dos fibroblastos e, por meio de uma resposta inflamatória tecidual, induzem a neocolagênese.  São indicados para prevenir ou reverter os processos acerca do envelhecimento facial,  mostrando resultados como: combate à flacidez, maior firmeza da pele e aumento da espessura  dérmica (HADDAD, 2019).  

Um tratamento que consiste na aplicação de bioestimuladores é considerado  minimamente invasivo, sendo que essa substância pode ser injetada na derme profunda, na  camada subdérmica e na camada supraperiosteal. Uma vez injetado o efeito consiste no  estímulo da produção de colágeno pelo organismo e isso ocorre de forma gradual (GRECO et  al, 2012). 

Os bioestimuladores de colágeno quebraram paradigmas da estética trazendo uma  harmonização mais natural e progressiva. Trata-se de uma técnica com poucas peculiaridades,  bem diferente dos preenchedores faciais, visto que os bioestimuladores atuam com a indução  de colágeno do próprio organismo. Há a aplicação do biomaterial que desencadeia um processo  inflamatório subclínico, sendo este seguido pela hidrólise e, por fim, o depósito de colágeno  produzido pelos fibroblastos (SANTOS, 2021). 

Devido a essa cadeia de processos seus resultados não são instantâneos, os efeitos ficam  de fato visíveis após 30 dias e seus resultados perduram por 24 a 40 meses, de acordo com estudos. Os bioestimuladores de colágeno são necessários pois com o passar do tempo ocorre  um desequilíbrio entre a produção de colágeno e a ação enzimática do processo de sua  degradação, sendo necessária a suplementação desta proteína na fase adulta. A diminuição da  produção do colágeno ocorre devido a atividade da metaloproteinase, que afeta diretamente os  fibroblastos, impedindo-os de inserir a proteína em sua matriz (HADDAD et al, 2015). 

Os bioestimuladores são diferenciados de acordo com sua absorção e durabilidade no  organismo, sendo biodegradável ou não biodegradável. Os biodegradáveis possuem sua  absorção feita pelo próprio organismo através da fagocitose e sua durabilidade é de 1 a 5 anos.  PLLA, CaHA e PCL são exemplos de bioestimuladores biodegradáveis. Um exemplo de não  biodegradável é o polimetilmetacrilato (PMMA), que não sofre o processo de fagocitose e  permanece no organismo indefinidamente (LYON, 2014). 

Nos estudos de Lyon (2014) o autor traz que a principal finalidade do uso de  bioestimuladores é o melhoramento da aparência da pele, eles agem recuperando até as camadas  mais internas para restaurar a qualidade que a pele perde com o decorrer do tempo, apenas  influenciando o organismo a produzir mais colágeno.  

3.1 Hidroxiapatita de cálcio (CaHA)  

A Hidroxiapatita de cálcio (CaHA), também conhecida comercialmente por Radiesse® é uma opção de bioestimulador de colágeno biocompatível e biodegradável, tendo sua  composição comparada a dos ossos quando dentro do organismo (HADDAD, 2019). 

A CaHa e o PLLA possuem um mecanismo de ação parecido, ambas induzem a  neocolagênese através de uma resposta inflamatória e com isso aumenta a produção de colágeno  e elastina A composição básica deste bioestimulador é água e glicerina, o que está relacionado  ao inchaço e o edema após uso. Apesar disso possui baixas taxas de efeitos colaterais, alta biocompatibilidade e alta duração em sua ação como preenchedor de tecidos moles  (DAMASCENO et al, 2021). 

O CaHA é um bioestimulador tido como semipermanente pois seus resultados são  visíveis entre 12 a 18 meses, sua duração está diretamente ligada a fatores como a idade do  paciente, metabolismo e a área de aplicação. Quando injetada a correção do local é imediata,  possui um perfil de alta segurança bem estabelecido e, devido a isso, é uma opção eficaz no  tratamento de áreas de tecido moles faciais (SOARES et al, 2023). 

Após aplicação o local é imediatamente corrigido e gradualmente pode-se notar a ação  da neocolagênese, proliferando células dérmicas e elastina, resultando em uma pele firme e  elástica, com maior espessura. Uma característica da CaHA é a alta viscoelasticidade, ou seja, após aplicação o material permanece no local. O principal objetivo para seu uso é o de volume  e estímulo da neocolagênese. Sua utilização deve ser individual, visto que é combinações com  preenchedores permanentes (silicone) são contra indicadas (LYON, 2014). 

3.2 Ácido poli-l-lático (PLLA)  

O ácido poli-L-láctico, conhecido como PLLA, possui o nome comercial como  Sculptra® e é um bioestimulador degradável biocompatível injetável sintético. Sua produção  tem origem na fermentação do açúcar produzido a partir do milho (SANTOS, 2021). 

O PLLA atua no organismo conforme o mesmo responde e por isso seus efeitos não são  imediatos e ocorrem de forma gradual. Apesar de sua efetividade ser demorada, os resultados  são duradouros. Após aplicação seus resultados podem perdurar por 2 anos, prazo este superior  ao tempo que leva sua degradação, que tem duração em torno de 9 meses (BESSA, 2022). 

Para utilização deste bioestimulador deve ser traçado um plano de aplicação, que pode  ocorrer de três formas: supraperiosteal, subdérmico e subcutâneo. A escolha de qual método  será utilizado depende da condição do paciente. Para aplicação supraperiosteal a área deve ter  suporte ósseo; no subcutâneo não pode haver alicerce ósseo e o subdérmico deve ser utilizado  em casos de presença de moleza na pele. Sua utilização deve ser evitada em áreas faciais, região  frontal e preenchimento de lábios, visto que são regiões de hipermobilidade. Também não deve  ser aplicado diretamente em rugas e linhas (HADDAD, 2019).  

É uma boa opção para indivíduos que desejam uma bioestimulação tridimensional, pois  cumpre o resultado mais tênue e mais natural. Atua no preenchimento de volume facial,  cicatrizes de acne, flacidez cutânea proveniente do envelhecimento. Na prática seu uso é  indicado basicamente para melhoria da qualidade e rigidez da pele, dando um aspecto de  rejuvenescimento (CAMATTA; BARROSO, 2022). 

3.3 Policaprolactona (PCL)  

A policaprolactona (PCL), possui seu nome comercial como Ellansé® e é um  bioestimulador de colágeno biodegradável pelo organismo. Sua principal finalidade é a  reconstrução das regiões que precisam de volume e preenchimento (BESSA, 2022). 

Assim como o PLLA e o CaHA, esse produto está disponível no mercado desde 2009.  Entretanto, o PCL pertence a uma nova geração devido ao seu funcionamento no organismo,  dispondo de dois benefícios: o volume imediato da área e o estímulo de colágeno. Possui a maior durabilidade do mercado e sua aplicação é prática, já tem pronto para o uso, diferente do  PLLA que precisa realizar sua diluição (SANTOS, 2021).  

De acordo com Sinclair Pharma (2020) a segurança do Ellansé é cientificamente  comprovada, em uma análise de 1780 casos, entre os anos de 2009 a 2020, ocorreu apenas um  evento adverso relacionado ao seu uso.  

Apresenta alta durabilidade, todas suas versões comerciais a expectativa é de 1 a 4 anos.  Embora seja uma alternativa com disponibilidade de aplicação em várias áreas da face, algumas  regiões devem ser evitadas como pálpebras, olheiras, glabela, lábios, devido a eventos  isquêmicos que podem afetar o paciente (HADDAD, 2019).  

Após injetada há uma correção imediata, assim como ocorre com a CaHA, entretanto o  volume se dissipa em algumas semanas, visto que a principal função deste bioestimulador é a  estimulação de novo colágeno. A policaprolactona possui a capacidade de reparar áreas que  necessitam de volume e preenchimento. Alguns estudos verificaram a eficácia e segurança do  preenchedor de PCL na correção de pregas nasolabiais, no aumento da testa, e no  rejuvenescimento das mãos, tendo todos apresentado resultados eficazes e seguros, sem relato  de alguma complicação grave (SOARES et al, 2023). 

3.4 Polimetilmetacrilato (PMMA) 

O PMMA possui efeito imediato quando injetado, trata-se de um bioestimulador não  biodegradável e diferente dos outros bioestimuladores, para o uso do PMMA é necessário um  teste cutâneo prévio ao tratamento, a fim de evitar reações de hipersensibilidade (BESSA,  2022). Da mesma forma que o PLLA, CaHA e PCL, o PMMA possui a capacidade de formação  de um colágeno novo por meio de um processo inflamatório, sua diferença com outros tipos é  que este tipo não é degradado a partir da fagocitose do organismo e permanece no indivíduo por  tempo indeterminado (SANTOS, 2021). 

No Brasil, o PMMA para preenchimento subcutâneo precisa ser registrado na Anvisa,  pois é um produto de uso em saúde da classe IV (máximo risco), e de acordo com o órgão, há  registros de produtos para essa finalidade há mais de 10 anos no país (KADOUCH, 2017). 

Sua utilização é recomendada para preenchimento de linhas e expressões, depressões na  região da pálpebra, lábios, mãos e também para contorno corporal. De acordo com Damasceno  et al. (2021) o uso do PMMA, apesar de apresentar resultados longos e eficazes a curto prazo,  está relacionado a diversas complicações. Há dois tipos de complicações comumente vistas:  relacionadas a falta de técnica e ao produto. Quando aplicado de forma superficial gera  granulomas no paciente. 

4. COMPARAÇÃO ENTRE BIOESTIMULADORES DE COLÁGENO 

Uma das diferenças a serem citadas entre os bioestimuladores de colágeno é quanto ao  efeito volumizador imediato, onde temos o PLLA como um dos injetáveis com efeito tardio,  enquanto a CaHA, PCL e PMMA possuem correção imediata do local aplicado. Ainda assim  todos alcançam seu efeito desejado de forma gradual (SANTOS, 2021). 

Todos os produtos apresentados neste estudo possuem comprovação clínica comprovada  e sua utilização de fato auxilia na formação de colágeno tipo I e tipo II, sendo este segundo em  menor quantidade. A seguir temos uma tabela demonstrativa das principais características  acerca dos bioestimuladores de colágeno.  

Tabela 1: Comparativo entre bioestimuladores de colágeno injetáveis.  

Fonte: Autoria própria.  

Bessa (2022) traz que a utilização de mais de um tipo de bioestimulador é contraindicado  pois está relacionado ao aparecimento de granulomas. Dentre os produtos expostos, o PLLA  deve ser hidratado horas antes do procedimento; a CaHA pode ser aplicada diretamente ou há  a possibilidade de uma diluição com soro fisiológico e lidocaína; a PCL já vem pronta para o  uso.  

Há uma classificação que diferencia os bioestimuladores de colágeno como temporários,  semipermanentes ou permanentes. A diferença entre as três categorias é o tempo de  durabilidade do produto no organismo. Além dessa classificação, também se subdividem em biodegradáveis, que tem sua absorção pelo próprio organismo através da fagocitose; e os não  biodegradáveis, como o PMMA, que permanece no organismo e não é fagocitado (HADDAD,  2019).  

De acordo com Damasceno et al (2021) a CaHA apresenta o menor tempo de  longetividade quando comparada ao PLLA e PCL, visto que esta pode durar uma média de 12  a 18 meses, enquanto o PLLA dura até 4 anos sem necessidade de retoques.  

O mecanismo de ação dos bioestimuladores citados na tabela são semelhantes, uma vez  que consistem na estimulação da produção de colágeno pelo organismo. O que os diferenciam  é quanto ao efeito imediato, que nem todas as substâncias apresentam; quanto à sua degradação  no organismo, sendo passível de fagocitose ou não; e quanto à sua duração pós aplicação, que  variam de acordo com o produto utilizado.  

5. APLICAÇÃO DOS BIOESTIMULADORES DE COLÁGENO 

Soares et al (2023) relata em seus estudos uma diferenciação quanto aos métodos de  aplicação da substância, podendo ocorrer de forma subdérmica ou intradérmica, onde a  intradérmica se mostra mais eficaz ao gerar maior produção de colágeno.  

A aplicação do PLLA pode ocorrer em três locais, sendo: supraperiosteal, subdérmico  e subcutâneo. A definição de qual plano realizar a aplicação é realizado pelo profissional após  analisar as condições do paciente. O CaHA deve ser aplicado na derme média ou profunda para  que seja eficaz, não apresentando o efeito desejado quando aplicado nos planos superficiais e  intradérmicos, causando nódulos na pele (SOARES et al, 2023) 

O plano de aplicação do PCL, de acordo com a Sinclair Pharma (2020), deve ser  realizado de duas maneiras: no plano subcutâneo ou supraperiosteal. De acordo com a empresa, devem ser administradas pequenas quantidades, devagar e moldar o local de forma delicada. O  PMMA só deve ser aplicado em planos mais fundos, na junção dérmica-subcutânea  considerando que este é um produto que não sairá do organismo do paciente. 

6. CONCLUSÃO 

O presente estudo nos mostrou que os bioestimuladores de colágeno, além de serem  seguros e efetivos, oferecem uma alternativa menos invasiva para tratamento estético, com  resultados duradouros para corrigir detalhes como flacidez, rigidez da pele, ofertando um rosto  mais juvenil, uma aparência mais harmoniosa e atuando na prevenção do processo de  envelhecimento.  

Com os constantes avanços das últimas décadas foram definidos os estimuladores de  colágeno como os produtos de maior eficácia, segurança e durabilidade. Entretanto não estão  isentos de intercorrências como falta de técnica do profissional e má utilização do produto. A  utilização dessa substância, além de ser imprescindível um manejo correto pelo profissional,  ainda depende de aspectos a respeito do organismo e dos hábitos do paciente. 

Nos tempos atuais a busca pela harmonia estética é crescente e incessante, além dos  procedimentos estéticos é notável a procura por hábitos saudáveis e academias. Neste âmbito  os bioestimuladores de colágeno atuam com objetivo de alcançar os resultados desejados para  o corpo perfeito do paciente, podendo ofertar efeito rejuvenescedor, um tratamento eficiente  contra rugas e flacidez, mantendo a naturalidade do corpo e atuando de forma progressiva. 

Cada produto possui seu manejo e o profissional deve conhecer o manuseio da  substância escolhida, levando em consideração a individualidade de cada paciente para a  obtenção correta de resultados esperados. O conhecimento técnico e anatômico do profissional habilitado para lidar com o paciente deve ser impecável, realizar uma anamnese correta no  paciente e, após aplicação, acompanhar o paciente, uma vez que injetado os bioestimuladores  os resultados não são visíveis por algumas semanas, é fundamental aguardar a resposta  biológica do organismo. 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

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1Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário UniNorte, hannapaulacepro@hotmail.com