IMPACTO DA ATIVIDADE FÍSICA NA GESTAÇÃO: INFLUÊNCIA NA SAÚDE MATERNA E NO DESENVOLVIMENTO FETAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10966506


Rosinei Pereira Cardoso
Carolina Dos Santos Maia
Diego Martins Batista
Orientador Prof. Msc. Elvis Geanderson Lima do Vale


RESUMO

Este artigo tem por objetivo apresentar as recomendações de atividade física para gestantes e mulheres no pós-parto desenvolvidas para o Guia de Atividade Física para a População Brasileira. Para isso, utilizou-se uma abordagem de métodos mistos que incluiu quatro etapas: 1) levantamento das diretrizes internacionais mais recentes; 2) revisão narrativa de literatura sobre efeitos da prática de atividade física durante a gestação para a saúde da mulher e do bebê; 3) escuta com gestantes, mulheres no pós-parto, profissionais e pesquisadores; 4) consulta pública. As evidências sumarizadas suportam que a prática de atividade física durante a gestação e no período pós-parto é segura, traz benefícios à saúde da mãe e do bebê, e reduz os riscos de algumas complicações relacionadas à gestação. Gestantes devem ser incentivadas a realizar pelo menos 150 minutos por semana de atividade física de intensidade moderada. Gestantes com contraindicações devem procurar auxílio de profissionais qualificados. Em alguns casos, a prática de atividade física durante a gestação não é recomendada. Este documento servirá como ferramenta para nortear profissionais de saúde que atuam com gestantes e mulheres no pós-parto e irá orientar a população-alvo quanto à prática de atividade física.

Palavraschave: Atividade física; Gestação; População; Exercício físico.

ABSTRACT

This manuscript aims to present the recommendations of physical activity for pregnant and postpartum women developed for the Physical Activity Guidelines for the Brazilian Population. A mixed-method approach that included four steps was used: 1) review of the most recent international guidelines for physical activity during pregnancy; 2) narrative literature review on the effects of physical activity during pregnancy on the health of the woman and the baby; 3) consultation with pregnant women, postpartum women, professionals and researchers; 4) public consultation. The summarized evidence supports that physical activity during pregnancy and in the postpartum is safe, has benefits to the health of the mother and baby, and reduces the risks of some complications related to pregnancy. Pregnancy should be encouraged to do at least 150 minutes a week of moderate intensity physical activity. Pregnancy women with contraindications should seek help from qualified professionals. In some cases, physical activity during pregnancy is not recommended. This document will be used as a tool to guide health professionals who work with pregnant women and women in the postpartum period. Also, it will inform and guide women during pregnancy and postpartum about the benefits of physical activity.

Keywords: Physical activity; Pregnancy; Exercise; Population.

1.INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde – OMS recomenda entre outras indicações a realização de pelo menos 150 minutos de atividade física para mulheres no período de gravidez com o objetivo de evitar problemas no desenvolvimento fetal, saúde da mulher e nascimento saudável da criança (OMS 2022).

Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-SP,2022) analisaram dados de 500 voluntárias para entender como a rotina de atividade física da mãe durante a gestação influencia no peso do bebê ao nascer. Todas as participantes viviam na cidade Cruzeiro do Sul AC, com cerca de 88 mil habitantes.

Durante a pesquisa, as mulheres informaram a quantidade de atividades físicas realizadas no segundo e no terceiro trimestre da gravidez e, em seguida, tiveram o peso aferido, o peso dos bebês foi medido logo depois do nascimento e os resultados mostraram que apenas 7,3% das gestantes no segundo trimestre e 9,5% no terceiro alcançaram os 150 minutos semanais de atividade física, como recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS 2022).

Segundo o Ministério da Saúde, através do Guia de Atividade Física para a População Brasileira publicado no site www.gov.br https://www.gov.br acessado em 17/11 de 2023 o período gestacional, parto e pós parto podem trazer complicações à saúde materna e do bebê em consequência do sedentarismo e falta de exercícios físicos adequados. Dentre outras complicações a ausência de exercícios físicos podem causar a pré-eclâmpsia, que é a pressão arterial elevada; diabetes gestacional; obesidade; complicação durante o parto e pós parto; cujo índice elevado no país, pode ser controlado através da prática saudável, com orientação profissional, da atividade física, como medida preventiva e terapêutica.(Brasil 2021).

Se você já era ativa antes da gestação e preferir as atividades físicas vigorosas, você deve praticar, no mínimo, 75 minutos de atividade física por semana.

Segundo Ramos (1999) considera-se atividade física qualquer movimento corporal decorrente de contração muscular, com dispêndio energético acima do repouso que, em última análise, permite o aumento da força física, flexibilidade do corpo e maior resistência, com mudanças, seja no campo da composição corporal ou de performance desportiva, com significativos impactos no desenvolvimento fetal e saúde da mulher durante a gestação.

2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral

Demonstrar o impacto da atividade física na gestação e análise dos seus efeitos na saúde materna e no desenvolvimento do bebê.

2.2 Objetivos Específicos
  1. Identificar os principais durante a gestação para a saúde materna;
  2. Avaliar a relação entre a prática da atividade física e os resultados neonatais;
  3. Identificar as contra indicações e riscos da atividade física nos estágios da gestação.
3. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Qual é o efeito da prática regular de atividade física durante a gestação na saúde da mãe e no desenvolvimento do bebê? os efeitos negativos da ausência de atividades físicas busca-se verificar os benefícios da sua prática regular durante a gestação.

4. JUSTIFICATIVA
4.1 Pessoal

O trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica na Internet com acesso a artigos e publicações técnicas sobre o tema, sem a realização de trabalho de campo.

4.2 Científica

Embora já se reconheça a contribuição da prática da atividade física regular e orientada durante a gestação, ainda não existe consenso no estabelecimento da conduta ideal para essa prática. Não se encontrou na literatura revista, qualquer tipo de padronização de atividade recomendada por órgãos especializados.

4.3 Social

A literatura consultada abordou três aspectos principais na relação entre atividade física e trabalho de parto: risco de parto prematuro, facilidade do trabalho de parto com melhor recuperação pós-parto e redução do número de cesáreas.

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1 Atenção Pré-Natal na Rede Básica no Brasil

A cobertura do pré-natal no Brasil foi reforçada por programas governamentais como o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN), estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2000, o qual teve como objetivo melhorar o acesso, a cobertura e a qualidade do acompanhamento pré-natal, o parto assistido, o cuidado ao pós-parto e ao recém-nascido De acordo com esse programa, um pré-natal adequado deve ser iniciado até o quarto mês de gestação, ser composto por, no mínimo, seis consultas de acompanhamento e incluir exames de sangue e de urina.

Complementarmente a esse plano, o governo brasileiro lançou em 2011 o programa Rede Cegonha com a proposta de melhorar ainda mais o acesso e a qualidade dos cuidados para as gestantes, reduzindo a mortalidade materna, em especial nas regiões norte e nordeste Em 2013, o Ministério da Saúde brasileiro lançou o Cadernos de Atenção Básica Primária número 32, relacionado à atenção ao pré-natal de baixo risco, voltado para apoiar as equipes de saúde envolvidas na Rede Cegonha (BRASIL, 2013).

Avaliações sistemáticas têm avaliado a adequação do pré-natal segundo critérios utilizados pelo PHPN e Rede Cegonha, como o número de consultas e exames laboratoriais, e estas têm demonstrado que quando os parâmetros utilizados por esses programas são analisados em conjunto, há inadequações. Alguns fatores possuem estreita relação com a adequação do pré natal, como região do país, local de moradia (zona rural ou urbana) e renda familiar.

As informações da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) são utilizadas para subsidiar a formulação das políticas públicas nas áreas de promoção, vigilância e atenção à saúde do Sistema Único de Saúde – SUS, alinhadas às estratégias do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil, Em relação aos dados coletados sobre pré-natal na PNS, é possível demonstrar uma visão geral da qualidade do pré natal no Brasil e, assim, poder contribuir para melhorar a assistência às gestantes, melhorando os resultados e diminuindo os índices de morbidade e mortalidade materna e perinatal( PNS 2013).

Com os programas governamentais supracitados, o acesso ao pré-natal no Brasil foi ampliado quase que universalmente, entretanto a qualidade desses atendimentos ainda apresenta inadequações e iniquidades. O objetivo deste estudo foi avaliar a adequação do pré-natal no Brasil assim como suas associações com determinantes sociodemográficos e de saúde, a partir de dados coletados pela Pesquisa Nacional de Saúde em 2013(BRASIL, 2013).

Para ampliar a captação precoce das gestantes, o Ministério da Saúde, por intermédio da Rede Cegonha, incluiu o Teste Rápido de Gravidez nos exames de rotina do pré-natal, que pode ser realizado na própria UBS, o que acelera o processo necessário para a confirmação da gravidez e o início do pré-natal (PNS, 2023).

Toda mulher da área de abrangência da unidade de saúde e com história de atraso menstrual de mais de 15 dias deverá ser orientada pela equipe de saúde a realizar o Teste Imunológico de Gravidez (TIG), que será solicitado pelo médico ou enfermeiro. Este teste é considerado o método mais sensível e confiável, embora seja também um teste caro [grau de recomendação Alguns testes urinários têm baixa taxa de resultados falsos positivos, mas elevada taxa de resultados falsos negativos, o que pode atrasar o início do pré-natal (TIG 2021).

A dosagem de gonadotrofina coriônica humana (ßHCG) para o diagnóstico precoce da gravidez, com a utilização de medidas quantitativas precisas e rápidas, tornou este teste mundialmente reconhecido para confirmar a ocorrência de gravidez. O ßHCG pode ser detectado no sangue periférico da mulher grávida entre 8 a 11 dias após a concepção. Os níveis plasmáticos aumentam rapidamente até atingir um pico entre 60 e 90 dias de gravidez. A maioria dos testes tem sensibilidade para detecção de gravidez entre 25 a 30 mUI/ml. Resultados falsos positivos ocorrem na faixa entre 2 a 25mUI/ml. Do ponto de vista prático, níveis menores que 5 mUI/ml     são considerados negativos e acima de 25mUI/ml são considerados positivos (BHCG 2021).

Considerando-se que 11% a 42% das idades gestacionais estimadas pela data da última menstruação são incorretas, pode-se oferecer à gestante, quando possível, o exame ultrassonográfico, que , além de melhor determinar a idade gestacional, auxilia na detecção precoce de gestações múltiplas (inclusive, evidencia o tipo de placentação nestes casos) e de malformações fetais clinicamente não suspeitas. Idealmente, o exame deve ser realizado entre 10 e 13 semanas, utilizando-se o comprimento cabeça–nádega para determinar a idade gestacional. A partir da 15ª semana, a estimativa de idade gestacional será feita pela medida do diâmetro biparietal (TIG, 2021).

Todavia, os possíveis benefícios da ultrassonografia de rotina durante a gestação sobre outros resultados permanecem ainda incertos, de modo que a não realização deste exame não constitui omissão, nem diminui a qualidade do pré-natal (CROWTHER et al., 1999).

Se o atraso menstrual for superior a 12 semanas, o diagnóstico de gravidez poderá ser feito pelo exame. As análises aqui realizadas sugerem uma frequência elevada de cobertura de pré-natal no Brasil. Entretanto, quando se inclui nos critérios de qualidade a aferição da pressão arterial e do peso em todas as consultas, realização de exame de sangue e de urina além de realização de ao menos um ultrassom durante a gravidez, essa frequência diminui. Além disso, apesar da elevada cobertura, os achados apontam para a existência de iniquidades no atendimento pré-natal relacionadas principalmente à cor da pele e também com a região do país (CROWTHER et al., 1999). Estudo recente, realizado por Tomasi et al.16 com a totalidade das unidades básicas de saúde (UBS) registradas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, localizadas nas zonas urbana e rural dos 5.565 municípios do Brasil, além do Distrito Federal, destacou que 89% de mulheres adscritas às equipes das UBS realizaram 6 ou mais consultas durante seu pré-natal. No entanto, ao serem incluídas informações sobre situação vacinal, prescrição de sulfato ferroso, procedimentos de exame físico, orientações fornecidas e exames complementares realizados, a frequência de pré-natal adequada caiu para 15% (UBS 2016).

Apesar do número de consultas durante o pré-natal ser adequado, sua qualidade estaria muito abaixo do ideal, considerando-se os procedimentos preconizados pelo Ministério da Saúde. Os autores ainda encontraram piores índices de qualidade do pré-natal entre as mais jovens (principalmente entre mães adolescentes) e entre aquelas com menor renda. Em nosso estudo foram utilizados como marcadores de condição socioeconômica e demográfica a idade, a escolaridade e a cor da pele. Embora nas análises brutas tanto a escolaridade quanto a cor da pele apresentaram-se associadas aos dois desfechos de qualidade do pré-natal.( BRASIL 2013).

Ao serem ajustadas mutuamente o efeito da escolaridade desapareceu. Entende-se, desta forma,        que a variável cor da pele tenha sido um melhor marcador de posição socioeconômica e demográfica na avaliação da qualidade do pré-natal, sendo destacadas maiores frequências de pré-natal inadequado entre mulheres com cor da pele parda e preta comparadas àquelas com a cor da pele branca. Entretanto, vale salientar que estudos realizados em coortes no Brasil apontam a associação entre o baixo nível de escolaridade e inadequação da assistência pré-natal (CROWTHER et al., 1999).

A relação entre cor/raça e qualidade do pré-natal não está completamente esclarecida na literatura, alguns estudos não descrevem a associação, enquanto outros destacam a cor da pele (preta ou parda) como fator de risco para o cuidado pré-natal inadequado. Estes dados vão ao encontro de pesquisas sobre discriminação racial por parte de profissionais de saúde com mulheres não brancas que encontraram: menor acesso ao uso de anestésico no parto vaginal, independente do grau de escolaridade entre mulheres de cor preta menor realização de testes.

Papanicolau em mulheres pardas e pretas comparadas às brancas, tanto no setor público quanto no privado, apesar de terem a mesma frequência de consultas ginecológicas e maior risco de cirurgia de esterilização entre mulheres pardas comparadas às brancas, independente de outras características sociodemográficas. Ainda, pode-se verificar que as mulheres não brancas geralmente pertencem a classe socioeconômica menos favorecida, inclusive, concentram-se em regiões menos desenvolvidas do país (TIG, 2021).

No entanto, o efeito de confundimento residual da posição socioeconômica também poderia explicar as piores condições de pré-natal entre não brancas encontrado no presente estudo, tendo em vista que marcadores de posição socioeconômica que poderiam auxiliar na explicação da desigualdade de cor da pele na qualidade do pré-natal, como por exemplo renda e ocupação, não foram incluídos nas análises. Além das menores proporções de pré-natal adequado entre mulheres com cor da pele parda ou preta, os nossos resultados demonstram que a proporção de pré-natal adequado apresentou importantes diferenças segundo as macrorregiões brasileiras com as menores prevalências sendo encontradas nas regiões norte e nordeste (BRASIL, 2018).

Reforçando outros estudos nacionais, nos dois desfechos avaliados aqui, as mulheres das regões norte e nordeste apresentaram as menores frequências de pré-natal adequado, enquanto a região sudeste seguida da região sul apresentaram as maiores frequências. Desta forma, fica evidente a existência de iniquidades regionais no acesso ao atendimento pré-natal de qualidade e que não se pode avaliar os resultados dos programas do Ministério da Saúde, como o PHPN, no Brasil como um todo, mas em cada macrorregião isoladamente (TIG, 2021)

Em municípios pobres do norte e nordeste do Brasil, entre 2002 e 2005, a realização de seis ou       mais consultas de pré-natal aumentou de 42% para 52%, e os exames de ultrassonografia pélvica aumentou de 44% para 64%2. Um estudo realizado em áreas pobres dessas regiões, atendidas pela Pastoral da Criança, mostrou que aproximadamente 85% das mães dessas crianças fizeram pelo menos uma consulta pré-natal, dois terços dos quais (BRASIL, 2005).

5.2 Atividade Física Durante Gestante da Mulher

A prática de atividade física durante a gestação e no período pós-parto é segura, traz diversos benefícios para a sua saúde e a saúde do seu bebê, além de reduzir os riscos de algumas complicações relacionadas à gravidez. A atividade física para gestantes e mulheres no pós-parto traz os seguintes benefícios:

  • Promove o seu desenvolvimento humano e bem-estar, ajudando a desfrutar de uma vida plena com melhor qualidade;
  • Promove relaxamento, divertimento e disposição;
  • Auxilia no controle do seu peso corporal;
  • Diminui o risco do desenvolvimento de pressão alta e diabetes gestacional (alto nível de açúcar no sangue durante a gravidez);
  • Reduz o risco do desenvolvimento de pré-eclâmpsia (pressão alta durante a gestação);
  • Melhora a sua capacidade de fazer as atividades do dia a dia;
  • Ajuda a diminuir a intensidade das dores nas suas costas;
  • Reduz o risco de depressão;
  • Ajuda na inclusão social, e na criação e fortalecimento de laços sociais, vínculos e solidariedade;
  • Reduz o risco do seu bebê nascer prematuro;
  • Ajuda o seu bebê a nascer com peso adequado (BRASIL, 2021).

Em um momento de tantas transformações no corpo, é comum que muitas grávidas fiquem em dúvida sobre o que pode e o que não pode fazer em relação a atividades físicas na gestação, especialmente quando a futura mãe não tem passado de atleta. A boa notícia é que existem exercícios físicos para gestantes que podem favorecer a saúde e até ajudar a preparar o corpo para o parto (BRASIL, 2021).

Neste artigo, selecionamos algumas sugestões de atividades físicas para cada trimestre da gravidez. Mas, antes, vale a pena entender melhor quando elas são recomendadas. Na prática, o corpo da gestante nunca descansa por completo. Durante todo o tempo, existe um ser humano se desenvolvendo no útero e todos os nutrientes de que ele necessita são providos pela mãe. É um trabalho intenso que durará 40 semanas; então, é natural que as mulheres grávidas frequentemente se sintam cansadas, ainda mais no último trimestre (TIG, 2021).

Conciliar esse esforço fora do comum com uma rotina de atividade física na gestação pode parecer impossível e, na verdade, em alguns casos realmente será. Nem sempre é recomendável que a grávida faça atividades físicas. Cada mulher e cada gestação são diferentes, buscando melhor qualidade de vida, diminuição do estresse e prevenção de comorbidades, as práticas saudáveis na gestação estão em evidência com objetivos que incluem exercícios físicos de uma forma geral, avaliação e orientação nutricional e programas de preparo para o parto (CROWTHER et al., 1999).

A gravidez é o período ideal para a intervenção dos profissionais da saúde porque as mulheres estão muito próximas desses profissionais, realizando consultas frequentes, exames de rotina e recebendo uma série de novas orientações, e também porque durante a gestação estão mais sensibilizadas para os benefícios de um estilo de vida mais saudável visando obter os melhores resultados para si e para seus filhos (BRASIL 2021).

A prática de exercício físico de forma regular é reconhecida tanto na comunidade científica quanto na mídia como parte de um estilo de vida saudável. Quando tratamos de mulheres grávidas não é diferente, nas três últimas décadas houve uma mudança de paradigma em relação às recomendações anteriores de repouso e interrupção das atividades laborais, passando ao estímulo à prática de exercícios nesse período (SILVA et al., 2011).

Nesse sentido, os profissionais de saúde, principalmente os médicos que estão próximos das gestantes, são os responsáveis por disseminar essas concepções e orientar as mulheres sobre os benefícios da prática da atividade física durante a gestação. Essa orientação deve ser feita tanto para as mulheres fisicamente ativas quanto para aquelas sedentárias. No caso das sedentárias, a orientação é de atividades de intensidade leve a moderada, que podem ser ou não supervisionadas, na dependência das condições de saúde (SOUZA, 2020).

A orientação a melhora da qualidade de vida da mulher deve ser o foco das intervenções, que devem abordar, além do controle do peso, as algias posturais, o estresse, a diminuição do risco de depressão puerperal, a maior autonomia no trabalho de parto, além de um futuro a curto e longo prazos com melhor qualidade de vida apesar dos benefícios das atividades físicas, existem situações em que sua contra indicação ainda é absoluta, por se relacionar a riscos ou porque ainda não temos evidência de segurança: cardiopatias, incompetência istmo-cervical, gestação múltipla (após a 30a semana), sangramento vaginal persistente, placenta prévia, trabalho departo prematuro, ruptura de membranas, hipertensão arterial não controlada e pré-eclâmpsia para a realização (EKKEKAKIS; PARFITT, PETRUZZELLO, 2011).

A atividade física durante a gestação é estimulada e indicada pelo American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) desde a década de 1990. Porém, somente em 2002 essa prática foi reconhecida como segura e indicada para todas as gestantes saudáveis. Estudos em diferentes países mostram prevalências e características diversas dos exercícios entre as mulheres grávidas. Nos Estados Unidos, apenas 15,8% das mulheres estão envolvidas com exercício durante a gravidez no nível recomendado pela ACOG. Em uma coorte de mulheres saudáveis na Irlanda constatou-se que apenas 21,5% das mulheres atendiam às recomendações atuais para o exercício durante a gravidez (ACOG, 1990).

Entre as gestantes britânicas, a prevalência de atividade física ≥3 horas/semana foi de 48,8% entre a 18a e 32a semanas. No Brasil, as informações sobre o sedentarismo durante a gravidez são alarmantes: apenas 4,7% das mulheres grávidas são ativas durante toda a gravidez e 12,9% das mulheres relataram alguma atividade física durante a gestação. Um estudo recente mostrou que na população de gestantes de Campinas, São Paulo, apenas 13% desenvolviam algum tipo de atividade física, e apenas metade delas realizavam exercícios com frequência orientada pela (ACOG, 2021).

As grávidas saudáveis devem ser encorajadas a realizar exercícios de intensidade leve a     moderada, 3 a 5 vezes por semana, durante 30 minutos ou mais. Quanto ao tipo de atividade, todas podem ser consideradas: aeróbicas, de força, alongamento, relaxamento ou dança. Das atividades aeróbicas, a caminhada é mundialmente a mais realizada, seguida das atividades aquáticas, que também se associam à melhora do edema. Entre as atividades de força, o Pilates e a musculação são os mais realizados, e para atividades de relaxamento, o alongamento e a Yoga estão entre os mais procurados pelas gestantes (MYERS, 2014).

Não são recomendadas atividades com risco de queda, como ciclismo, cavalgada, escalada, áreas que muito raramente são procuradas pelas gestantes. Praticar exercício físico regularmente ao menos 30 minutos ao dia pode promover inúmeros benefícios, como por exemplo a prevenção de diabetes gestacional. Atividades físicas em intensidade leve a moderada não se associam ao trabalho de parto prematuro ou menor peso do recém-nascido, uma revisão recente sobre exercícios na gestação avaliou, além dos resultados maternos e fetais, os tipos de exercício e intensidade em que são realizados gravídico-puerperal (MOHAMMADI et al., 2018).

Revelou que há um avanço dos estudos nessa área, pois, além dos aspectos amplamente pesquisados, como ganho de peso gestacional, diabetes gestacional, idade gestacional ao nascimento, peso e vitalidade do recém-nascido, incluíam também estudos (CORDEIRO 2023).

Abordam o bem-estar físico e emocional das gestantes, como qualidade de vida, dor lombar, incontinência urinária e depressão pós-parto. Nessa revisão, a maioria dos estudos faz uma associação benéfica entre o exercício e os desfechos e nenhum demonstrou risco para a mãe ou para o feto, ratificando as recomendações da prática de exercícios para as gestantes saudáveis. Não há diferenças nos resultados quanto ao tipo de exercício realizado pela gestante e o recomendado é que a intensidade seja leve ou moderada para mulheres

anteriormente sedentárias e moderada a alta para mulheres já fisicamente ativas. Todas essas recomendações se aplicam para gestações de baixo risco. No caso de doenças crônicas, como a hipertensão, ainda são poucas as informações e, portanto, mais estudos devem ser realizados para avaliar a segurança da intervenção (GONÇALVES, 2018).

Além da associação com a melhora da função cardiovascular e ganho de peso, os exercícios podem ajudar no controle de algias posturais na gravidez e também no trabalho de parto. A dor lombo-pélvica é um problema para uma grande parcela das gestantes e a Yoga é um dos métodos alternativos mais utilizados para aliviar essa dor. Um ensaio clínico brasileiro com 60 mulheres com dor lombo-pélvica utilizou a Hatha Yoga em metade delas para redução do problema durante a gravidez e houve melhora significativa avaliada por testes de provocação de dor lombar nas gestantes que a praticaram (PHYSICAL ACTIVITY AND EXERCISE 2020).

Também é uma realidade a epidemia mundial de obesidade, incluindo o Brasil e principalmente as regiões mais desenvolvidas do nosso país. Como parte integrante dessa epidemia mundial, o número de mulheres em idade reprodutiva com sobrepeso ou obesidade também aumentou. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicam que o excesso de peso e a obesidade entre as mulheres cresceram 50% nos últimos 30 anos (OMS, 2021).

Também na tentativa de ampliar a população de gestantes que se beneficia da atividade física, 116 gestantes com hipertensão arterial crônica e/ou pré-eclâmpsia prévia foram randomizadas e metade realizou exercício físico supervisionado com bicicleta ergométrica, uma vez por semana, durante 30 minutos, com intensidade controlada (frequência cardíaca de 20% acima dos valores de repouso), sob supervisão de um profissional. Não houve diferenças entre os grupos quanto aos resultados maternos e neonatais (OLIVEIRA; ARAÚJO, 2016).

5.3 O Exercício Resistido na Gestação

Por muito tempo o treinamento de força/resistido foi associado somente a benefícios direcionados para a estética. Porém, essa ideia vem sendo mudada devido a vários estudos que mostram que o treinamento de força/resistido colabora para a diminuição e estabilização da glicemia, reduz a massa gorda, melhora e diminui o tecido adiposo, aumenta a massa magra, além de contribuir para manter a densidade óssea. Deste modo, diversos objetivos podem ser alcançados com a prática do treinamento de força/resistência, tais como aumento da força, resistência, potência e a hipertrofia muscular (MONTENEGRO, 2014).

Nos últimos anos o treinamento de força/resistido tem proporcionado cada vez mais resultados positivos e favoráveis para a saúde, sendo este mais aceito pela população. a recomendação do treinamento de força/resistido tem sido feita por profissionais da área da saúde para seus pacientes, incluindo as gestantes. O treinamento de força/resistido possui diversas variáveis, que podem ser manipuladas de acordo com a necessidade e especificidade da mulher/indivíduo. Passa esse mesmo autor, dentro dessas variáveis podem-se citar: números de séries e repetições, tempo de intervalo, velocidade de execução e frequência semanal (KINSER et al., 2017).

A   prescrição   dos    exercícios deve ser adaptada de acordo com as alterações fisiológicas, biomecânicas e hormonais ocorridas durante a gravidez e por isso uma equipe multiprofissional especializada em saúde da mulher é de extrema importância para a segurança da gestante durante a prática de atividades físicas. Em relação às alterações musculoesqueléticas, os músculos abdominais são alongados, principalmente a separação dos retos abdominais e aumento da diástase para dar espaço para o bebê crescer (KINSER et al.,2017).

Por causa da frouxidão ligamentar ocasionada pelo hormônio relaxina ocorre uma hipermobilidade articular e ligamentar com mudança no centro de gravidade podendo ocasionar déficit de equilíbrio e coordenação, especialmente no último trimestre (BARAKAT et al., 2019; DIAS et al., 2018).

Por essa  razão,  exercícios  envolvendo movimentos com aumento da pressão intra-abdominal, movimentos de explosão, que envolvem mudanças súbitas de direção devem ser evitados devido ao maior risco de lesões e quedas (CORDEIRO; BRASIL; GONÇALVES, 2018; DIPIETRO et al., 2019).

O aspecto a ser considerado nos exercícios físicos elaborados para as gestantes é a temperatura. As atividades precisam ser efetivadas em locais e horas em que a temperatura está amena, sendo a sessão interrompida caso a gestante. Apresenta um grau de estresse ocasionado pelo calor que pode gerar também desidratação (SAVVAKI et al., 2018).

A intensidade é uma variável que precisa de um cuidado maior, isso se deve devido ao fato do exercício físico com alta intensidade possa vir a acarretar potenciais riscos, onde se pode gerar um estado de hipóxia para o feto. Além disso, é preciso atentar-se às situações que possam causar risco de trauma abdominal e hipertermia na gestante (REBESCO et al., 2016).

Uma revisão sistemática sobre o efeito do treinamento resistido na gestação analisou seis ensaios clínicos e seus desfechos materno-fetais e verificou que o treinamento com exercício resistido não afetou de forma significativa a frequência cardíaca fetal e materna bem como a pressão arterial materna, sendo considerado livre de efeitos adversos. Além disso, alguns estudos mostraram que o treinamento resistido atenuou o sentimento de fadiga e aumentaram a energia e disposição maternas (OLIVEIRA, 2019).

Uma revisão sistemática recente demonstra que há divergências sobre a recomendação do exercício resistido na gestação. Somente cinco países recomendam o exercício resistido para gestantes. Entretanto, há um consenso entre as diretrizes internacionais na segurança e benefícios do exercício aeróbico para gestantes. Recomendo que todas gestantes saudáveis pratiquem 30 minutos ou mais de atividade física moderada por dia na maioria ou preferencialmente todos os dias da semana (OLIVEIRA, 2019).

Algumas diretrizes e recomendações defendem a necessidade de incorporar treinamento de força e condicionamento muscular, com intensidade moderada e aumentar de forma progressiva a intensidade e a quantidade de exercícios vigorosos e no programa de atividade física das gestantes (SOUZA, OLIVEIRA, 2020).

Se você ainda não alcança as recomendações de quantidade de tempo para a prática de atividade física, não desista e aumente aos poucos a quantidade e a intensidade. Tenha em mente que fazer qualquer atividade física, no tempo e no lugar em que for possível, é melhor que não fazer nada. É importante lembrar que, no começo da prática rotineira de atividade física, é normal você sentir um pouco de dor muscular após a prática. Nunca é tarde para começar! Experimente diferentes tipos de atividade física para encontrar aquelas de que você mais gosta! Incorpore a atividade física no seu dia a dia! Você lembra que falamos disso no Você pode inclusive fazer vários tipos de atividades físicas na sua própria casa (BRASIL 2013).

Diferentes tipos de atividade física podem ser feitos tranquilamente, caso você não tenha contraindicações. Escolha as atividades que lhe proporcionem satisfação e segurança. Esta fase da sua vida é cheia de tarefas que dependem de você. Tentar planejar a prática de atividade física é um bom começo (SANTOS, 2018).

Identifique horários em sua rotina com maior chance para fazer atividade física. Se faltar tempo, solicite o apoio de familiares ou amigos para te ajudarem com o bebê durante o tempo que você faz atividade física! Convide outras gestantes e mulheres no pós-parto para fazerem atividade física com você. Na comunidade ou no município em que você mora ou frequenta, existem espaços ou equipamentos que possibilitam a prática de atividade física, como praças, quadras e parques, polos do Programa Academia da Saúde e escolas de esportes (OLIVEIRA, 2019).

A atividade física está incluída em muitos movimentos populares, sociais e culturais. Você conhece os da sua comunidade? Eles podem ajudar você a ter uma vida ativa. Você tem grande influência na sua família! Crianças que possuem pais ou responsáveis que praticam atividade física têm maiores chances de fazer da atividade física um hábito (LIMA et al. 2018).

O Guia de Atividade Física para a População Brasileira Para a prática de atividade física, se possível, use roupas leves e calçados confortáveis. Nas atividades físicas ao ar livre, utilize alguma forma de proteção, como boné, camisa de manga longa e protetor solar, se possível. Você deve beber água antes, durante e após a prática de atividade física. Também deve ter uma alimentação adequada e saudável sempre que possível. Para saber mais, consulte o Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL 2018).

Os movimentos primordiais ou primitivos podem ser observados a partir dos bebês, os quais iniciam por movimentos reflexos como agarrar, dão continuidade ao rolar, então começam a sentar, permanecer na posição de quatro apoios, depois transferem o peso do corpo para a frente nas mãos e para trás nos joelhos e pés treinando o movimento de engatinhar. Após esta aquisição motora, com o passar dos meses, a partir do engatinhar os bebês ficam na posição semi ajoelhado levantam o tronco contra a gravidade buscando agarrar-se aos móveis da casa a fim de alcançar a posição em pé.

Da posição em pé podem se acocorar para sentar-se ou a partir da posição de cócoras se levantarem. À medida em que o bebê ganha eficiência em cada um desses movimentos, ele fica mais forte e evolui até a marcha. Esses movimentos são importantes para o processo de desenvolvimento e Fortalecimento do tronco e músculos da pelve humana a fim de alcançar a marcha e a mobilidade corporal (PAPALIA; OLDS, 2005).

O protocolo de movimentos primordiais proposto para este estudo com gestantes foi baseado em uma sequência de 10 movimentos. O treinamento com essas sequencias de forma repetidas em uma sessão de exercícios propõe as seguintes atividades: movimentar a pelve em báscula e a coluna lombar de forma rítmica em decúbito dorsal; rolar a partir do decúbito dorsal, sentar a partir do decúbito lateral (com joelhos fletidos e quadris abduzido/aduzido), engatinhar em seis apoios (mãos, pés e joelhos) e quatro (mãos e pés) e acocorar a partir da posição sentada e levantar a partir da posição de cócoras (com e sem apoio das mãos) (ROCHA, 2020).

Considerando que, conforme o útero cresce, a mulher muda seu centro de gravidade acontece uma adaptação da postura e da musculatura responsável por esta, provocando aumento  das  curvas   torácica   e   lombar,   alterando   também   o eixo da bacia, e consequentemente alinhamento de pés, joelhos e quadris (MONTENEGRO, 2014).

Assim, essa sequência de movimentos visa favorecer o ajuste contínuo da estrutura corporal por meio de movimentos naturais que exigem que a gestante mantenha uma força de sustentação de seu peso corporal que está em constante alteração, em um movimento rítmico e fluido contra a gravidade. Os movimentos propostos devem, gradativamente, ser realizados de forma lenta, contínua, fluída, consciente e controlada. A evolução das séries se dará pelo número   de      repetições   de   cada   sequência   e  nível de dificuldade dos movimentos (SUMMARY, 2015).

O termo afeto é conceituado como um sentimento, como de amizade, e refere-se aos sentimentos básicos e primitivos que se assemelham a respostas reflexas, pois para elas não é necessária nenhuma elaboração cognitiva, como a resposta imediata à dor ou a reação de uma criança ao pegar seu brinquedo. O prazer é uma emoção, ou sensação agradável. As experiências positivas ou negativas, prazerosas ou desprazer de do exercício estão ligadas ao afeto, a mais básica das respostas associadas a um dado estímulo e que engloba as emoções e humores (FOLLADOR et al., 2016).

6. METODOLOGIA
6.1 Delineamento da pesquisa

O delineamento da pesquisa sobre o impacto das influências na saúde materna e no desenvolvimento fetal, consiste em uma revisão exploratória da literatura científica e acadêmica relacionada aos termos de pesquisa “Atividade física “, “Saúde Materna” e “Desenvolvimento Fetal”. Esse tipo de estudo busca analisar e sintetizar as informações disponíveis sobre o tema,explorando as diversas atividades físicas na gestão e as influências na saúde materna e no desenvolvimento fetal.

A pesquisa foi conduzida com base em pesquisas nos bancos de dados Scielo, Pubmed, Biblioteca Virtual e Google Acadêmico, considerando estudos publicados entre 2014 e 2023, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Além disso, foram incluídos não apenas artigos científicos, mas também trabalhos de conclusão de curso, a fim de obter uma visão abrangente e atualizada sobre o assunto.

6.2 Participantes

Os participantes da pesquisa sobre “Atividades físicas na gestação e as influências na saúde materna e no desenvolvimento fetal” podem incluir gestantes ou mulheres que deram à luz recentemente. A pesquisa pode envolver mulheres de diferentes idades gestacionais, desde o início da gravidez até o final, e pode também incluir mulheres que praticam diferentes tipos e níveis de atividade física durante a gestação.

Além das gestantes, os participantes podem incluir profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e educadores físicos, que trabalham com gestantes e têm conhecimento sobre o tema. Também podem ser incluídos pesquisadores e acadêmicos que estudam a relação entre atividade física na gestação e a saúde materna e fetal.

É importante que os participantes da pesquisa sejam selecionados de forma ética e que os seus direitos e privacidade sejam respeitados. Os dados coletados devem ser tratados com confidencialidade e utilizados apenas para os fins da pesquisa, conforme as normas éticas e legais aplicáveis.

6.3 Local de coleta de dados

A pesquisa foi conduzida com base em pesquisas nos bancos de dados Scielo, Pubmed, Biblioteca Virtual e Google Acadêmico, considerando estudos publicados entre 2014 e 2023, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Além disso, foram incluídos não apenas artigos científicos, mas também trabalhos de conclusão de curso, a fim de obter uma visão abrangente e atualizada sobre o assunto.

6.4 Equipamentos e Recursos

A revisão bibliográfica é uma etapa fundamental na elaboração de um artigo científico, pois permite ao autor situar sua pesquisa no contexto existente e embasar teoricamente suas hipóteses e argumentos. Para realizar uma revisão bibliográfica de qualidade, são necessários diversos     equipamentos     e     recursos.     Utilizando     os  seguintes  equipamentos e recursos:Computador e Internet, Bases de dados, Bibliotecas, Software de gerenciamento de referências e Habilidades de busca e análise.

6.5 Instrumentos para coleta de dados

Existem alguns instrumentos e etapas a serem seguidas para a melhor condução da fase de coleta de dados, são eles:

1º Etapa – Nesta etapa utilizou-se os descritores: “Atividade física “, “Saúde Materna” e “Desenvolvimento Fetal”.

2º Etapa – Quando delineados os artigos gerais, os mesmos passaram pela fase dos critérios de inclusão e exclusão da pesquisa para que se pudesse deixar apenas os artigos mais importantes para os resultados e discussão.

3 º Etapa – Os artigos que foram selecionados para os resultados irão passar pela fase de qualificação de evidências para que os mesmos apresentem seu nível de evidência científica.

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A prática de atividade física durante a gestação tem sido associada a uma série de benefícios para a saúde materna e fetal. Estudos mostram que as gestantes que se exercitam regularmente têm menor risco de desenvolver complicações como ganho excessivo de peso, diabetes gestacional e hipertensão gestacional. Além disso, a atividade física pode contribuir para a melhoria da saúde mental, reduzindo a ansiedade e a depressão durante a gravidez. (BRASIL, 2013),

Em relação ao desenvolvimento fetal, a atividade física tem sido associada a um menor risco de pré-eclâmpsia, parto prematuro e restrição de crescimento intrauterino. As gestantes que se exercitam regularmente também tendem a ter bebês com peso adequado ao nascer e menor incidência de obesidade infantil.( OLIVEIRA, 2019).

Embora os benefícios da atividade física na gestação sejam bem documentados, é importante ressaltar que nem todas as gestantes podem ou devem se exercitar durante a gravidez. Mulheres com gravidez de alto risco ou complicações médicas devem consultar um médico antes de iniciar qualquer programa de exercícios. Além disso, a intensidade e o tipo de atividade física devem ser adequados ao estágio da gestação e às condições físicas individuais. Outro ponto importante é a necessidade de mais pesquisas para elucidar questões específicas, como os efeitos da atividade física em gestantes com obesidade ou outras condições de saúde pré-existentes.(CORDEIRO; BRASIL; GONÇALVES, 2018; DIPIETRO et al., 2019).

Além disso, são necessários estudos que investiguem os mecanismos pelos quais a atividade física exerce seus efeitos benéficos na gestação, o que pode ajudar a desenvolver estratégias mais eficazes de promoção da saúde materna e fetal.

A prática de atividade física durante a gestação pode trazer diversos benefícios para a saúde materna e fetal. No entanto, é importante que as gestantes sejam orientadas por profissionais de saúde e que respeitem suas próprias limitações físicas. Mais pesquisas são necessárias para melhor compreender os efeitos da atividade física na gestação e para desenvolver recomendações mais precisas sobre o tema.

A pesquisa sobre o impacto da atividade física na gestação revela uma série de pontos positivos e negativos que merecem atenção. De forma positiva, a prática de atividade física durante a gestação está associada a benefícios como a melhoria da saúde materna, incluindo a redução do risco de ganho excessivo de peso e de complicações como diabetes gestacional e hipertensão. Além disso, a atividade física pode contribuir para a saúde mental da gestante, reduzindo a ansiedade e a depressão, e também pode influenciar positivamente o desenvolvimento fetal, com menor incidência de pré-eclâmpsia e parto prematuro, além de bebês com peso adequado ao nascer(BRASIL, 2021).

No entanto, há também pontos negativos a serem considerados. A prática inadequada de atividade física durante a gestação pode aumentar o risco de lesões musculares e articulares, especialmente se realizada de forma intensa ou sem orientação adequada. Além disso, algumas gestantes podem sentir desconforto e fadiga ao se exercitarem, o que pode limitar a adesão à prática regular de atividade física.O excesso de exercício também pode ser prejudicial, aumentando o risco de complicações como o parto prematuro, especialmente em gestantes com histórico de gravidez de alto risco(MONTENEGRO, 2014).

A falta de orientação profissional adequada também é um fator negativo, pois pode levar a práticas inadequadas de atividade física, colocando em risco a saúde materna e fetal. Portanto, embora a atividade física durante a gestação possa trazer benefícios significativos, é essencial que seja praticada de forma adequada, respeitando as condições individuais de cada gestante e com a orientação de profissionais de saúde qualificados. Durante a gravidez, a prática adequada de atividade física pode desempenhar um papel crucial no desenvolvimento fetal, trazendo benefícios significativos.

Em primeiro lugar, a atividade física pode ajudar a manter um peso saudável durante a gestação, o que é importante para o desenvolvimento fetal adequado. O exercício também melhora a circulação sanguínea, o que pode aumentar o fluxo de nutrientes para o feto, promovendo seu crescimento e desenvolvimento. Além disso, a atividade física regular pode reduzir o risco de complicações como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional, que podem afetar negativamente o desenvolvimento fetal. A prática de exercícios também pode melhorar a saúde cardiovascular da mãe, o que pode beneficiar indiretamente o desenvolvimento fetal. A atividade física também pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade, proporcionando um ambiente mais saudável para o bebê em desenvolvimento. (MOHAMMADI et al., 2018).

Além disso, a prática de exercícios pode melhorar a qualidade do sono da mãe, o que também pode ter um impacto positivo no desenvolvimento fetal. No entanto, é importante ressaltar que a atividade física durante a gravidez deve ser praticada com moderação e sob orientação médica. Exercícios intensos ou inadequados podem ser prejudiciais para o desenvolvimento fetal, por isso é importante escolher atividades seguras e adequadas para cada fase da gestação. Ministério da Saúde (www.saude.gov.br).

8. CONCLUSÃO

A prática de atividade física durante a gestação tem sido objeto de estudo devido aos seus potenciais impactos na saúde materna e no desenvolvimento fetal. Os resultados de pesquisas indicam que a atividade física pode trazer diversos benefícios para as gestantes, incluindo a melhoria da saúde cardiovascular, a redução do risco de ganho excessivo de peso e de complicações como diabetes gestacional e hipertensão. Além disso, a atividade física pode contribuir para a saúde mental da gestante, ajudando a reduzir a ansiedade e a depressão durante a gravidez.( BRASIL, 2021).

No que diz respeito ao desenvolvimento fetal, estudos sugerem que a atividade física pode ter efeitos positivos, como a redução do risco de pré-eclâmpsia, parto prematuro e restrição de crescimento intrauterino. Além disso, gestantes que se exercitam regularmente tendem a ter bebês com peso adequado ao nascer e menor incidência de obesidade infantil.

No entanto, é importante ressaltar que a prática de atividade física durante a gestação deve ser realizada de forma adequada e segura, respeitando as condições individuais de cada gestante e com a orientação de profissionais de saúde qualificados( ONU, 2015).

Exercícios intensos ou inadequados podem representar riscos para a gestante e para o desenvolvimento fetal. A prática de atividade física durante a gestação pode trazer diversos benefícios para a saúde materna e o desenvolvimento fetal. No entanto, é essencial que as gestantes sejam orientadas por profissionais de saúde e que respeitem suas próprias limitações físicas. Mais pesquisas são necessárias para melhor compreender os efeitos da atividade física na gestação e para desenvolver recomendações. (Gallahue, Ozmun & Goodway, 2013).

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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  2. Algumas organizações não governamentais (ONGs), como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), têm unidades espalhadas por todo o Brasil, que também desenvolvem programas de atividade física; o artigo 7° da Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017.
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