CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E ABORDAGENS TERAPÊUTICAS NOS TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 

DIAGNOSTIC CRITERIA AND THERAPEUTIC APPROACHES IN AUTISTIC SPECTRUM DISORDERS: AN INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10959879

Graduação em Bacharelado em Medicina – Universidade Brasil – Fernandópolis/SP


Andressa Alberti1; Ayran Lima Ferreira2; Bárbara Suelen Catani3; Christiane Rúbia Vieira dos Santos Ronceti4; Daiana Oliveira de Camargo5; João Paulo Bezerra dos Santos6; Roberto Antonio de Souza7; Silas Soares Souto8; Suzelaine da Silva Castro9; Vanessa Lima Cipollari10


RESUMO

Esta revisão aborda o Transtorno do Espectro Autista (TEA) sob uma perspectiva multidisciplinar, explorando atualizações nos critérios diagnósticos e diferentes abordagens terapêuticas. Os estudos analisados indicam que as mudanças nos critérios diagnósticos, conforme delineado pelo DSM-5, refletem uma abordagem mais abrangente e dimensional do TEA. Além disso, as terapias comportamentais e educacionais continuam a desempenhar um papel fundamental no manejo do TEA, enquanto as terapias farmacológicas e complementares apresentam potencial para complementar outras intervenções. Implicações práticas das atualizações nos critérios diagnósticos incluem identificação precoce e encaminhamento adequado, enquanto sugestões para futuras pesquisas incluem investigações sobre eficácia comparativa e identificação de biomarcadores.

Palavras-chave: transtorno do espectro autista, dsm-5, critérios diagnósticos, terapias comportamentais, intervenções educacionais.

ABSTRACT

This review addresses Autism Spectrum Disorder (ASD) from a multidisciplinary perspective, exploring updates in diagnostic criteria and different therapeutic approaches. The analyzed studies indicate that changes in diagnostic criteria, as outlined by the DSM-5, reflect a more comprehensive and dimensional approach to ASD. Furthermore, behavioral and educational therapies continue to play a fundamental role in ASD management, while pharmacological and complementary therapies show potential to complement other interventions. Practical implications of updates in diagnostic criteria include early identification and appropriate referral, while suggestions for future research include investigations into comparative efficacy and biomarker identification.

Keywords: autism spectrum disorder, dsm-5, diagnostic criteria, behavioral therapies, educational interventions.

1. INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é reconhecido como uma condição neurobiológica complexa que afeta o desenvolvimento da comunicação, interação social e comportamentos, apresentando uma ampla gama de manifestações e níveis de gravidade. Sua incidência tem aumentado significativamente nas últimas décadas, suscitando um interesse crescente na compreensão de suas causas, diagnóstico e intervenções terapêuticas.

O TEA é uma condição multifacetada, caracterizada por uma variedade de sintomas que podem se manifestar de maneira diferente em cada indivíduo afetado. Essa heterogeneidade apresenta desafios significativos no diagnóstico precoce e na implementação de intervenções terapêuticas eficazes. Os critérios diagnósticos, portanto, desempenham um papel crucial na identificação e classificação precisa do TEA, facilitando a prestação de cuidados adequados e personalizados.

A revisão periódica dos critérios diagnósticos do TEA é fundamental para acompanhar os avanços contínuos na compreensão científica do transtorno. À medida que novas evidências emergem e a compreensão sobre a natureza do TEA evolui, é essencial que os critérios diagnósticos sejam atualizados para refletir com precisão as características clínicas e o espectro completo de manifestações do transtorno.

Além disso, a revisão das abordagens terapêuticas disponíveis para o TEA é essencial para garantir que os indivíduos afetados recebam intervenções eficazes e baseadas em evidências. Compreender a eficácia relativa de diferentes modalidades terapêuticas, bem como suas limitações e potenciais efeitos adversos, é crucial para orientar a prática clínica e melhorar os resultados para os pacientes.

Nesta revisão, exploraremos as atualizações mais recentes nos critérios diagnósticos do TEA, bem como as abordagens terapêuticas emergentes e estabelecidas. Ao fazê-lo, buscamos fornecer insights valiosos sobre os avanços recentes no campo e destacar áreas de interesse e necessidades futuras de pesquisa. Através dessa análise, esperamos contribuir para a melhoria contínua do diagnóstico e tratamento do TEA, promovendo uma abordagem mais precisa, eficaz e compassiva para lidar com essa condição complexa.

2. DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO DOS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurobiológica complexa que se manifesta por dificuldades persistentes na comunicação social, interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Essas características apresentam uma ampla gama de manifestações e níveis de gravidade, contribuindo para a heterogeneidade observada nos indivíduos afetados pelo TEA.

Os critérios diagnósticos para o TEA têm evoluído ao longo do tempo para refletir a crescente compreensão da natureza do transtorno. No DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4ª edição), o TEA era classificado em três categorias distintas: Autismo, Síndrome de Asperger e Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (TGD-SOE). Essa abordagem, no entanto, foi criticada por sua rigidez e pela falta de consideração pela variabilidade de sintomas observados no TEA.

Com a publicação do DSM-5 em 2013, houve uma revisão significativa nos critérios diagnósticos do TEA, resultando na integração das categorias diagnósticas anteriores em uma única entidade: Transtorno do Espectro Autista. Os critérios diagnósticos do DSM-5 incluem duas áreas principais de sintomas: déficits na comunicação social e na interação social, e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Além disso, o DSM-5 reconhece a importância de considerar a gravidade dos sintomas e a necessidade de apoios específicos para o diagnóstico.

Essas mudanças nos critérios diagnósticos do TEA refletem uma abordagem mais holística e sensível às diferenças individuais observadas nos pacientes. No entanto, a evolução contínua na compreensão do TEA e o surgimento de novas evidências científicas destacam a necessidade de revisões periódicas nos critérios diagnósticos para garantir sua validade e relevância clínica.

Assim, a necessidade de atualizações nos critérios diagnósticos do TEA é fundamentada na busca por uma classificação precisa e abrangente do transtorno, capaz de capturar a diversidade de sintomas e necessidades dos indivíduos afetados. Essas atualizações são essenciais para orientar a prática clínica, facilitar o acesso a intervenções adequadas e promover melhores resultados para os pacientes com TEA.

3. ATUALIZAÇÕES NOS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO TEA

A compreensão atual do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é fundamentada nos critérios diagnósticos estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5 (American Psychiatric Association, 2014). Este sistema classificatório representa uma mudança significativa em relação às edições anteriores, buscando uma abordagem mais dimensional e abrangente do TEA.

Os critérios diagnósticos atuais do DSM-5 definem o TEA com base em dois domínios principais: déficits persistentes na comunicação social e interação social, e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Esses critérios são organizados em subcategorias que abordam especificamente os sintomas e características clínicas associadas ao TEA.

Em comparação com os critérios anteriores, particularmente os do DSM-IV, a principal mudança no DSM-5 é a integração das categorias diagnósticas anteriores (autismo, transtorno de Asperger, transtorno desintegrativo da infância e transtorno generalizado do desenvolvimento não especificado) em uma única entidade diagnóstica: o Transtorno do Espectro Autista (Graf et al., 2017).

Essa abordagem reflete uma compreensão mais holística e dimensional do TEA, reconhecendo a heterogeneidade dos sintomas e a variação individual na apresentação do transtorno. Essa mudança tem implicações significativas na identificação e diagnóstico do TEA, facilitando uma abordagem mais consistente e padronizada na avaliação clínica.

No entanto, embora os critérios diagnósticos do DSM-5 representem um avanço significativo na compreensão e diagnóstico do TEA, ainda existem desafios e áreas de debate. Por exemplo, a identificação de subgrupos específicos dentro do espectro autista, como indivíduos minimamente verbais, continua sendo um desafio clínico e de pesquisa. Estudos recentes têm explorado diferentes abordagens para definir e caracterizar esse subgrupo, buscando uma compreensão mais aprofundada de suas características clínicas e necessidades específicas (Skwerer et al., 2019; Williams et al., 2018; Pickett et al., 2009; Kasari et al., 2013; Bal et al., 2016; Lord et al., 2012; DiStefano et al., 2018; Ortiz-Mantilla et al., 2019).

3.1.    Definição do Conceito de “Minimamente Verbal”

A caracterização dos indivíduos minimamente verbais dentro do espectro autista começa com a definição precisa do conceito. Estudos, como o de Bal et al. (2016), explorou uma variedade de instrumentos de avaliação e critérios clínicos para definir a população de indivíduos minimamente verbais dentro do espectro autista. A pesquisa buscou identificar quais critérios eram mais eficazes e precisos na caracterização desse subgrupo específico de indivíduos com TEA.

As conclusões do estudo destacaram a complexidade da definição de “minimamente verbal” e a necessidade de critérios claros e consistentes para identificar esses indivíduos. Além disso, o estudo ressaltou a importância de considerar uma variedade de fatores, incluindo habilidades de comunicação receptiva e expressiva, uso de gestos e comunicação não verbal, e capacidade de usar palavras ou frases funcionais.

3.2.    Características Clínicas e Comportamentais

As pesquisas conduzidas por Williams et al. (2018) e Skwerer et al. (2019) proporcionaram uma compreensão mais profunda das características clínicas e comportamentais específicas associadas aos indivíduos minimamente verbais com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Ambos os estudos evidenciaram uma alta prevalência de sintomas psiquiátricos nessa população, destacando a presença comum de ansiedade, depressão e comportamentos disruptivos. Esses sintomas psiquiátricos podem estar relacionados a desafios de comunicação e interação social enfrentados pelos indivíduos minimamente verbais, contribuindo para níveis elevados de estresse e disfunção emocional.

Além disso, as pesquisas observaram correlações entre os sintomas psiquiátricos e variáveis como habilidades adaptativas e estratégias de enfrentamento. Por exemplo, indivíduos com habilidades adaptativas mais desenvolvidas podem apresentar uma melhor capacidade de enfrentar os desafios associados ao TEA, enquanto aqueles com estratégias de enfrentamento menos eficazes podem estar em maior risco de desenvolver sintomas psiquiátricos.

Esses estudos ressaltam a importância de uma abordagem holística na avaliação e intervenção em indivíduos minimamente verbais com TEA, que leve em consideração não apenas os sintomas core do transtorno, mas também os aspectos psiquiátricos associados, habilidades adaptativas e estratégias de enfrentamento. Essa compreensão mais completa das características clínicas e comportamentais desses indivíduos pode orientar o desenvolvimento de intervenções terapêuticas mais eficazes e personalizadas, visando melhorar sua qualidade de vida e bem-estar emocional.

3.3.     Avaliação e Intervenção em Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA)

Pesquisas, como as conduzidas por Pickett et al. (2009) e Kasari et al. (2013), têm explorado a avaliação e intervenção em comunicação alternativa e aumentativa (CAA) como uma abordagem eficaz na promoção da comunicação funcional em crianças minimamente verbais com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Essas intervenções baseadas em CAA visam fornecer às crianças ferramentas e estratégias para se comunicarem de forma eficaz, mesmo na ausência de linguagem verbal desenvolvida. Isso pode incluir o uso de dispositivos de comunicação assistiva, símbolos gráficos, sistemas de comunicação por troca de figuras, entre outros recursos, que permitem às crianças expressarem suas necessidades, desejos e pensamentos de maneira significativa.

As pesquisas demonstraram que intervenções baseadas em CAA podem ser altamente eficazes na promoção da comunicação funcional em crianças minimamente verbais com TEA. Essas intervenções frequentemente são adaptadas e individualizadas para atender às necessidades específicas de cada criança, levando em consideração suas preferências, habilidades e contexto de comunicação.

Além disso, estudos como o de Pickett et al. (2009) e Kasari et al. (2013) destacaram a importância de uma abordagem multidisciplinar e colaborativa na implementação de intervenções baseadas em CAA. Isso envolve a colaboração entre profissionais de diferentes áreas, como fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, educadores e pais, para garantir uma abordagem abrangente e integrada no desenvolvimento das habilidades de comunicação da criança.

Em suma, a avaliação e intervenção em comunicação alternativa e aumentativa representam uma importante ferramenta no tratamento de crianças minimamente verbais com TEA. Essas intervenções oferecem às crianças a oportunidade de se expressarem e se comunicarem de forma independente, promovendo sua participação ativa na sociedade e melhorando sua qualidade de vida global.

3.4.     Bases Neurobiológicas e Cognitivas

Estudos neurocientíficos, exemplificados pelo trabalho de Ortiz-Mantilla et al. (2019), têm sido fundamentais na investigação das bases neurobiológicas e cognitivas subjacentes às dificuldades de comunicação em indivíduos minimamente verbais com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essas pesquisas têm utilizado técnicas avançadas de neuroimagem, como eletroencefalografia (EEG) e ressonância magnética funcional (fMRI), para examinar a atividade cerebral em resposta a estímulos visuais e auditivos relacionados à linguagem e comunicação.

Os estudos têm identificado padrões distintos de atividade cerebral em indivíduos minimamente verbais com TEA durante o processamento de informações linguísticas e comunicativas. Essas alterações neurofisiológicas podem estar relacionadas a diferenças na conectividade neural, processamento sensorial e integração de informações em redes cerebrais envolvidas na linguagem e comunicação.

Em suma, as atualizações nos critérios diagnósticos do TEA refletem uma evolução na compreensão científica do transtorno. No entanto, ainda há espaço para avanços adicionais na caracterização e identificação de subgrupos específicos dentro do espectro autista, visando uma avaliação mais personalizada e eficaz das necessidades de cada indivíduo.

4. ABORDAGENS TERAPÊUTICAS NO TEA

4.1.     Terapias Comportamentais:

As terapias comportamentais têm sido amplamente estudadas como uma abordagem terapêutica eficaz para indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O estudo de Bryan et al. (2019) destaca a importância da avaliação diagnóstica precisa na implementação dessas terapias. Pesquisas têm demonstrado que abordagens comportamentais, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e a Terapia Comportamental Cognitiva (TCC), podem levar a melhorias significativas nas habilidades sociais, de comunicação e adaptativas em indivíduos com TEA. No entanto, algumas limitações, como a necessidade de intensidade e longa duração do tratamento, bem como a falta de acesso a serviços especializados, podem representar desafios para a implementação dessas terapias em larga escala.

4.2.    Intervenções Educacionais:

As intervenções educacionais desempenham um papel crucial no manejo do TEA, proporcionando oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento para crianças com essa condição. O estudo de Ebert et al. (2015) destaca a importância das percepções e trajetórias das mães no contexto educacional de crianças com TEA. Intervenções educacionais baseadas em princípios de ensino estruturado, individualização do currículo e suporte aos professores têm mostrado benefícios significativos na promoção do desenvolvimento acadêmico e social de crianças com TEA. No entanto, a implementação eficaz dessas intervenções pode ser prejudicada por recursos limitados, falta de treinamento adequado para profissionais da educação e falta de apoio adequado às necessidades individuais dos alunos com TEA.

4.3.    Abordagens Farmacológicas:

As abordagens farmacológicas têm sido exploradas como uma forma de complementar outras intervenções terapêuticas no manejo do TEA. O estudo de Hyman et al. (2020) destaca a importância da identificação, avaliação e manejo adequados de crianças com TEA que podem se beneficiar de intervenções farmacológicas. Embora alguns medicamentos, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) e antipsicóticos atípicos, tenham sido eficazes no tratamento de sintomas específicos associados ao TEA, como agressão e irritabilidade, há limitações significativas, como efeitos colaterais e variabilidade na resposta ao tratamento, que devem ser consideradas. Além disso, é essencial reconhecer que as intervenções farmacológicas devem ser parte de um plano de tratamento abrangente e individualizado, integrado com outras abordagens terapêuticas.

4.4.    Terapias Complementares:

As terapias complementares, como terapias sensoriais, musicoterapia e terapia com animais, têm sido exploradas como uma forma de complementar as intervenções tradicionais no tratamento do TEA. O estudo de Klin (2006) oferece uma visão geral dessas abordagens. Embora algumas pesquisas sugiram benefícios promissores dessas terapias em termos de redução de comportamentos desafiadores, aumento da interação social e melhoria do bem-estar emocional, evidências conclusivas sobre sua eficácia ainda são limitadas. Além disso, é importante considerar a variabilidade na resposta individual a essas terapias e garantir que sejam administradas por profissionais qualificados e em conjunto com outras intervenções terapêuticas.

5. CONCLUSÃO

Nesta revisão, exploramos diversos aspectos relacionados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), desde os critérios diagnósticos até as diferentes abordagens terapêuticas. Ao analisar os estudos selecionados, pudemos identificar algumas conclusões importantes.

Primeiramente, a atualização nos critérios diagnósticos, conforme delineado pelo DSM-5, representa um avanço significativo na compreensão e identificação do TEA. As mudanças nos critérios refletem uma abordagem mais abrangente e dimensional do transtorno, levando em consideração a diversidade de manifestações clínicas e características individuais dos pacientes.

Em relação às abordagens terapêuticas, observamos que as terapias comportamentais e educacionais continuam a desempenhar um papel fundamental no manejo do TEA, proporcionando intervenções personalizadas e adaptadas às necessidades de cada indivíduo. Além disso, as terapias farmacológicas e complementares apresentam potencial para complementar outras intervenções, embora ainda haja a necessidade de mais pesquisas para elucidar sua eficácia e segurança a longo prazo.

No contexto prático, as atualizações nos critérios diagnósticos têm implicações significativas para a identificação precoce e o encaminhamento adequado de indivíduos com TEA, possibilitando o acesso oportuno a intervenções terapêuticas e serviços de suporte. No entanto, é essencial garantir a disponibilidade de recursos e profissionais capacitados para oferecer um tratamento abrangente e integrado.

Quanto às sugestões para futuras pesquisas, destacamos a importância de investigações adicionais sobre a eficácia comparativa das diferentes abordagens terapêuticas, bem como a identificação de biomarcadores e subtipos clínicos do TEA que possam informar estratégias de tratamento mais direcionadas. 

Em suma, esta revisão ressalta a complexidade do TEA e a importância de uma abordagem multidisciplinar e integrada no seu manejo. A contínua investigação e colaboração entre pesquisadores, profissionais de saúde e comunidade acadêmica são essenciais para avançar no entendimento e no tratamento eficaz dessa condição.

REFERÊNCIAS 

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1Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil;
2Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil;
3Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil;
4Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil;
5Graduando em Medicina pela Universidade Brasil;
6Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil;
7Graduando em Medicina pela Universidade Brasil;
8Graduando em Medicina pela Universidade Brasil;
9Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil;
10Graduando em Medicina pela Universidade Brasil