USO DO TMO COMO TRATAMENTO ADJUVANTE EM PACIENTES HOSPITALIZADOS COM COVID-19 PARA DIMINUIÇÃO DE DIAS DE INTERNAÇÃO E EFEITOS DELETÉRIOS FUNCIONAIS SE COMPARADO A UTILIZAÇÃO  APENAS DE PROTOCOLO PADRÃO. UM ENSAIO CLÍNICO MULTICÊNTRICO, RANDOMIZADO E CONTROLADO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10929673


Thiago Bento Ribeiro


RESUMO 

Introdução: Em dezembro de 2019 uma nova patologia epidêmica aparece no  Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Wuhan, província de Hubei, com pacientes  apresentando pneumonia viral provocada por um agente microbiano desconhecido. Em 11 de março de 2020 a OMS a classifica oficialmente como uma pandemia. Até  o momento, mais de 45 milhões de pessoas já foram infectadas e mais de 1 milhão  de casos de mortes foram reportados à OMS. O TMO já foi utilizado durante a  pandemia do vírus da influenza em 1918-1920 e também foi recomendado por  médicos e cientistas contra a gripe aviária H5N1 em 2007. Estudos sugerem que o  TMO tem potencial para desempenhar um papel significativo em ajudar a reduzir a  morbidade, mortalidade, o tempo de internação e a necessidade de um paciente para  a ventilação mecânica.  

Objetivo: O presente estudo visa verificar se o uso do TMO quando associado ao  tratamento padrão em pacientes hospitalizados com COVID-19, diminui os dias de  internação e minimiza os efeitos deletérios funcionais comparando o emprego desse  tipo de terapêutica a aplicação apenas do protocolo padrão. 

Material e Métodos: Neste estudo multicêntrico (5 unidades de referência de  tratamento de COVID-19, um em cada região do Brasil), randomizado e controlado,  serão recrutados 406 indivíduos, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a  50 anos que tenham sido hospitalizados com diagnóstico médico de COVID-19,  confirmado por exame laboratorial e/ou de imagem. Os indivíduos serão  randomizados e alocados em 3 grupos: grupo intervenção (GI), estes submetidos ao  tratamento manipulativo osteopático em conjunto à terapêutica padrão, grupo  controle (GC), estes submetidos à manipulação simulada adjuvante ao tratamento  padrão e grupo protocolo padrão (GPP), estes submetidos ao tratamento padrão  utilizado na atualidade. A avaliação inicial se dará pelos médicos responsáveis pela  triagem de pacientes nas unidades hospitalares, que farão o diagnóstico clínico  baseado nos sinais e sintomas dos mesmos e confirmado através de exame  laboratorial e/ou de imagem. Farão uma anamnese e exame clínico preliminar,  administrando também dois questionários que servirão de follow up para a  recuperação sintomática e funcional dos pacientes. Os tratamentos manipulativos  serão realizados por 5 osteopatas (um em cada unidade hospitalar) e se iniciarão  dentro de 24 horas após admissão, sendo realizados 2 vezes ao dia com intervalo de  pelo menos 6 horas entre um atendimento e outro durante aproximadamente 15  minutos. O tratamento osteopático será contínuo até a cessação de tratamento  medicamentoso, insuficiência respiratória ou morte. Os dados serão coletados pelas  equipes de profissionais de cuidados médicos dos pacientes e repassados ao  responsável da pesquisa para análise através do pacote estatístico SPSS 2.0  (Statistical Package for Social Sciences). 

Palavras chave: TMO. Tratamento Manipulativo Osteopático. COVID-19.  Coronavírus. SARS-CoV-2. 

ABSTRACT 

Introduction: In December 2019 a new epidemic pathology appeared in the Wholesale  Seafood Market in Wuhan, Hubei province, with patients experiencing viral pneumonia  caused by an unknown microbial agent. On March 11, 2020, WHO officially classified  it as a pandemic. So far, more than 45 million people have been infected and more  than 1 million death cases have been reported to WHO. OMT was already used during  the influenza virus pandemic in 1918-1920 and was also recommended by doctors  and scientists against H5N1 avian influenza in 2007. Studies suggest that OMT has  the potential to play a significant role in helping to reduce morbidity, mortality, length  of hospitalization and the need for mechanical ventilation. 

Objective: The present study aims to verify whether the use of OMT when associated  with standard treatment in patients hospitalized with COVID-19, reduces the days of  hospitalization and minimizes the harmful functional effects by comparing the use of  this type of therapy to the single application of the standard protocol. 

Material e Methods: In this multicenter study (5 reference units of COVID-19  treatment, one in each region of Brazil), randomized and controlled, 406 individuals,  of both sexes, aged 50 years or over who have been hospitalized with medical  diagnosis of COVID-19, confirmed by laboratory and / or imaging exam, will be  recruited. The individuals will be randomized and allocated into 3 groups: intervention  group (IG), submitted to manipulative osteopathic treatment together with standard  therapy, control group (CG), submitted to simulated manipulation adjuvant to standard  treatment. and standard protocol group (SPG), submitted to the standard treatment  used today. The initial assessment will be made by doctors responsible for screening  patients in hospital units, who will make the clinical diagnosis based on their signs and  symptoms and confirmed through laboratory and/or imaging tests. They will carry out  an anamnesis and preliminary clinical examination, also administering two  questionnaires that will serve as a follow up for the symptomatic and functional  recovery of patients. The manipulative treatments will be performed by 5 osteopaths  (one in each hospital unit) and will start within 24 hours after admission, being  performed twice a day with an interval of at least 6 hours between one appointment  and another for approximately 15 minutes. Osteopathic treatment will be continuous  until drug treatment ceases, respiratory failure or death. The data will be collected by  the patients’ teams of medical care professionals and passed on to the professional  in charge of the research for analysis through the statistical package SPSS 2.0  (Statistical Package for Social Sciences). 

Palavras chave: OMT. Osteopathic Manipulative Treatment. COVID-19. Coronavírus. SARS-CoV-2. 

1. INTRODUÇÃO 

A COVID-19 é a doença provocada pelo agente etiológico SARS-CoV-2, ou,  síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (Roujian et al., 2020). Em 11 de  março de 2020 a OMS a classifica oficialmente como uma pandemia. Até o  momento, mais de 64 milhões de pessoas já foram infectadas e mais de 1 milhão e  quinhentas mil mortes foram reportados à OMS (WHO, 2020); e os impactos não só  sócio econômicos (Nicola et al., 2020) como também no bem estar mental da  população (Alradhawi, 2020) foram e ainda continuam sendo devastadores. Sua  patogênese ainda é muito duvidosa e controversa , porém uma base de estudos  anteriores com a SARS-CoV nos permite traçar um provável curso de eventos clínicos  e dividir a COVID-19 em três fases que correspondem a diferentes estágios clínicos  da doença (Mason RJ., 2020). A primeira é a fase assintomática nos dias 1-2 da  infecção; a segunda fase é a resposta das vias aéreas condutoras superiores que  acontece nos dias subsequentes e na terceira fase temos a hipóxia, infiltrações de  vidro fosco no parênquima pulmonar e a Síndrome do Desconforto Respiratório  Agudo (SDRA). 

Como não existem medicamentos eficazes para combater esse vírus até  agora, ganhar tempo para o paciente entre o início dos sintomas e a necessidade de  ventilação mecânica pode diminuir a taxa de mortalidade devido à SDRA. Segundo  Domingo et al. (2020), a implicação do vírus e os mecanismos dependentes do  hospedeiro na patogênese da COVID-19 sugere que qualquer estratégia terapêutica  deve combinar drogas antivirais e terapias coadjuvantes para modular as respostas  no hospedeiro. 

Em um estudo de importância histórica, onde o TMO foi utilizado durante a  pandemia do vírus da influenza (1918-1920), as taxas de morbidade e mortalidade  dos pacientes foram reduzidas utilizando-se técnicas de tratamento linfático (Smith, 1920 em um estudo observacional / republicada na JAOA em 2000).  

O TMO também já foi recomendado por médicos e cientistas contra a gripe  aviária H5N1 em 2007 (Patterson MM. 2005 e Hruby RJ. e Hoffman KN. 2007). Em 2010, em um ensaio clínico randomizado controlado, Noll et. al utilizaram  Tratamento Manipulativo Osteopático (TMO), através de um protocolo previamente  publicado (Noll et. al. 2008), como tratamento adjuvante em pacientes hospitalizados  com pneumonia, demonstrando um potencial efeito na duração do tempo de  internação que tendeu a ser menor, redução de antibióticos intravenosos ministrados, assim como a incidência de insuficiência respiratória e morte no grupo que recebeu  o tratamento proposto. Em 2016, Noll. et. al fizeram uma análise dos subgrupos do  ensaio de 2010, para elucidar melhor as características dos pacientes que eram mais  propensos a se beneficiarem do TMO. Assim, idade, índice de gravidade de  pneumonia e tipo de pneumonia foram avaliados nos grupos do estudo. A presente  análise sugeriu que o TMO coadjuvante ao trabalho medicamentoso reduziu o tempo  de internação em participantes com idade entre 50 e 74 anos de idade e reduziu as  taxas de mortalidade hospitalar nos pacientes acima de 75 anos, parecendo ser  benéfico também para os participantes com maior gravidade da doença, reduzindo o  tempo de permanência hospitalar em PSI classe IV e reduzindo as taxas de  mortalidade em PSI classe V se comparado ao grupo que fez apenas o trabalho  medicamentoso. 

Os estudos, apesar de sugerirem que o TMO tem potencial para desempenhar  um papel significativo em ajudar a reduzir a morbidade, mortalidade, o tempo de  internação e a necessidade de um paciente para a ventilação mecânica, ainda  apresentam falhas em seus métodos que podem ser corrigidas em pesquisas futuras  a fim de se comprovar tal potencial. Adaptações quanto ao tamanho da amostra,  melhores critérios para inclusão e exclusão de pacientes e a introdução de mais  técnicas de âmbito linfático ao protocolo utilizado em 2010 podem potencializar os  resultados já encontrados.  

O presente projeto de estudo se propõe a realizar tais adaptações, a fim de  engrandecer e fomentar os resultados já encontrados previamente.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

2.1 Conceito 

Em dezembro de 2019 uma nova patologia epidêmica aparece no Mercado  Atacadista de Frutos do Mar de Wuhan, província de Hubei na China, com pacientes  apresentando pneumonia viral provocada por um agente microbiano desconhecido.  O mercado foi fechado em 01 de janeiro de 2020 e em 11 e 12 de janeiro de 2020 a  OMS recebeu informações detalhadas sobre o surto, onde 41 casos foram  diagnosticados e reportados (WHO, 2020). 

Após sequenciamento genético através de amostras de lavagem  broncoalveolar obtida dos núcleos dos pacientes de Wuhan, verificou-se que o agente  microbiano ainda não identificado na época estava intimamente relacionado ao  coronavírus responsável pelo surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS)  em 2003 (Ren et al., 2020).  

Em 11 de fevereiro de 2020, o Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus  (ICTV) anuncia “síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2)”  como o nome do novo vírus e a Organização Mundial de Saúde (OMS) seguindo  diretrizes previamente desenvolvidas com a Organização Mundial de Saúde Animal  (OIE) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)  anuncia o nome da doença como “”COVID-19” (WHO, 2020). 

2.2 Aspectos Epidemiológicos 

2.2.1 Número de Casos e Óbitos 

Até o momento, segundo a Organização Mundial de Saúde, temos cerca de  64.603.428 casos confirmados e 1.500.614 de mortes por COVID-19 a nível mundial.  As Américas avançam como o continente com maior número de casos com mais de 26 milhões de pessoas infectadas. Se analisarmos as estatísticas por país, o Brasil é o  terceiro país com maior número de casos (6.436.650) e o segundo em número de  mortes (174.415), perdendo apenas para EUA em número de mortes e EUA e Índia  em número de casos (Painel da WHO).  

A nível Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, a região sudeste é a  região com maior número de casos e número de mortes, com 2.257.142 e 80.062, respectivamente. O maior índice de mortalidade é encontrado na região centro-oeste,  com 99,9/100 mil habitantes (Painel do Ministério da Saúde). 

2.2.2 Hospitalizações 

Em um estudo, Niquini RP. et al. descreveram as características demográficas  e comorbidades dos pacientes hospitalizados por Síndrome Respiratória Aguda  Grave (SRAG) em decorrência de COVID-19 no Brasil comparando-os com SRAG  causado pelo vírus da Influenza e com a população geral. Segundo o estudo, até a  21º semana epidemiológica (período em que o estudo se baseou), foram identificadas  as seguintes situações: 

– 94.807 casos de SRAG, onde 31,7% desse total (n= 31.918) eram  decorrentes de COVID-19. 

– A região sudeste representou 2/3 das hospitalizações. 

– Ao avaliar a distribuição por sexo, percebeu-se uma predominância de  pacientes do sexo masculino (60%). 

– No que diz respeito à faixa etária, foi encontrada uma média de idade de 57  anos (HQ: 44-70) dentre os hospitalizados. 

– Indivíduos que se autodeclararam brancos foram maioria entre os  hospitalizados, porém o preenchimento dessa variável não foi realizado em 34,5%  dos hospitalizados, não podendo, tal informação, ser levada em consideração.  

– Dentre as comorbidades, diabetes mellitus, doença renal crônica (DRC),  doenças cardiovasculares (DCV) e pneumopatias crônicas foram predominantes em  pacientes hospitalizados por SRAG decorrente da COVID-19. 

– A hospitalização de gestantes ou puérperas foi significativamente maior do  que a estimada para a população geral em todas as faixas etárias. Realizando uma comparação dos achados desse estudo com achados a nível  mundial, percebe-se que a média de idade observada em pacientes hospitalizados  no Brasil foi semelhante à calculada entre pacientes hospitalizados em Wuhan, na  China (56, HQ: 46-67) em estudo de coorte retrospectivo realizado (Zhou F. et al.,  2020), porém menor à obtida em pacientes hospitalizados nos EUA (63, HQ: 52-75)  e na Itália (63, HQ: 56-70) em estudos realizados nessas regiões (Richardson S. et  al., 2020 e Grasselli G. et al., 2020 respectivamente). Quando comparamos o sexo,  percebemos uma semelhança na predominância de homens hospitalizados,  mencionados em todos esses estudos. Em relação às comorbidades, quando falamos  de diabetes mellitus, DRC e pneumopatias crônicas a prevalência de hospitalizações a nível Brasil se mostraram superiores (25% para diabetes, 4% para DRC e 4% para  pneumopatias) às da China (19% para diabetes, 1% para DRC e 3% para  pneumopatias) e Itália (17% para diabetes, 3% para DRC e 4% para pneumopatias)  e inferior à dos EUA (34% para diabetes, 5% para DRC e 5% para pneumopatias). Já  quando falamos de DCV, Brasil tem nível de prevalência maior (41%) que China  (38%) e menor que Itália (49%) e EUA (57%). 

2.2.3 Custos 

Até o momento, no Brasil, já foram gastos pela União com combate à COVID 19 488,9 bilhões, com a expectativa de chegar a 587,7 bilhões (Painel de  Transparência do Tesouro Nacional).  

Os custos assistenciais hospitalares ainda são incertos, porém, uma empresa  privada de soluções em gestão de saúde realizou um estudo em 12 hospitais  brasileiros (entre públicos, privados e filantrópicos) que disponibilizaram suas  unidades para atendimento à pacientes de COVID-19, no período de abril a maio. A  metodologia de custeio foi padronizada, a qual se considerou que todos os custos de  produção fossem alocados ao custo da diária, incluindo custos diretos e indiretos, ou  seja, todos os custos necessários para operação de um leito hospitalar, como custos  com equipes médica e enfermagem, materiais, medicamentos, EPIs (Equipamentos  de Proteção Individual), serviços de apoio e administrativo, entre outros. Nesse  estudo o custo médio de diária em unidade de internação não crítica com paciente  COVID-19 foi R$ 1.400,00, com taxa de ocupação média de 50%; enquanto em  unidades de internação crítica adulto (UTI), o custo médio foi R$ 2.452,00 com taxa  de ocupação média de 67%. 

Rees EM. et al., em uma revisão sistemática, verificou que a média de dias de  internação hospitalar por COVID-19 dentro da China era de 14 dias (IQR: 11-19) e  fora dela 5 dias (IQR: 3-9). Para a UTI a média de dias de internação foram de 8 dias  (IQR:5-13) na China e 7 dias (IQR:4-11) fora dela. 

2.3 Sequelas da COVID-19 

Como parte do processo fisiopatológico da COVID-19, é gerada uma intensa  resposta inflamatória que atinge primeiro o trato respiratório, principalmente os  pulmões. No entanto, diversos estudos sugerem que as sequelas dessa infecção não  se limitam apenas ao sistema respiratório. Podemos ver tais sequelas no sistema cardiovascular, sistema nervoso central e periférico (Vindegaard N. e Benros ME.  2020) e até mesmo sequelas psiquiátricas e psicológicas. 

2.3.1 Sequelas no Sistema Respiratório 

Durante a fase aguda da infecção por SARS-CoV-2, o dano pulmonar causa  edema, liberação alveolar de células epiteliais e deposição de material hialino nas  membranas alveolares. Na fase seguinte da infecção, que geralmente ocorre entre a  segunda e a quinta semana, os pulmões apresentam sinais de fibrose, com deposição  de fibrina e infiltrado de células inflamatórias e fibroblastos próximos às células  epiteliais nos espaços alveolares. Durante o estágio final, entre a sexta e a oitava  semana, o tecido pulmonar torna-se fibrótico. Além disso, há vários relatos de lesões  bilaterais com predomínio do lobo inferior (Delpino MV. e Quarleri J. 2020; Gentile F.  et al. 2020 e Sohail S. 2020). 

2.3.2 Sequelas no Sistema Cardiovascular 

Foi documentado que os pacientes com formas graves de COVID-19  apresentaram lesões miocárdicas significativas, incluindo miocardite relacionada à  infecção, com redução da função sistólica e arritmias. Essas lesões podem ser  secundárias a danos pulmonares graves. Infelizmente, pouco se sabe sobre os  mecanismos responsáveis por essas sequelas. Preliminarmente, presume-se que a  enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) estaria envolvida, o que permite que o  vírus entre nas células e facilite a replicação viral. Níveis significativamente elevados  de ECA2 foram encontrados no tecido cardíaco (cardiomiócitos e pericitos),  principalmente em pacientes com doenças cardiovasculares preexistentes (Bose R.  e McCarthy JR., 2020). Foi relatada lesão miocárdica, que pode ser decorrente de  dano direto aos cardiomiócitos, inflamação sistêmica, fibrose intersticial miocárdica e  hipóxia (Babapoor-Farrokhran S. et al. 2020). Devido às lesões miocárdicas  significativas em pacientes com manifestações clínicas graves de COVID-19, a  morbidade e letalidade da doença podem ser altas, especialmente em pacientes com  doenças cardiovasculares preexistentes (Aggarwal G. et al. 2020; Clerkin KJ. et al.  2020 e Bansal M. 2020). 

2.3.3 Sequelas Neuropsiquiátricas

Em casos graves de COVID-19, a resposta hiperinflamatória sistêmica pode  causar declínio cognitivo a longo prazo, como deficiências de memória, atenção,  velocidade de processamento e funcionamento, juntamente com perda neuronal  difusa (Cothran TP. et al., 2020). Além disso, foi documentado que processos  inflamatórios sistêmicos em pessoas de meia-idade podem levar a um declínio  cognitivo décadas mais tarde. No entanto, são necessárias mais evidências para  avaliar os efeitos independentes e sinérgicos das sequelas da COVID-19 nas funções  cognitivas de curto e longo prazo. Portanto, será necessária uma avaliação em longo  prazo dessas características e sinais nos pacientes recuperados de COVID-19.  

Além disso, há relatos de que o SARS-CoV-2 pode atingir os sistemas  nervoso central e periférico, com disseminação hematogênica ou disseminação  neural direta através do trato respiratório por possíveis mecanismos de neurotropismo  viral. O receptor da ECA2 desempenharia um papel no mecanismo pelo qual o vírus  SARS-CoV-2 entraria nas células centrais. Também foram observados vários tipos  de manifestações clínicas neuropsiquiátricas, como encefalopatia aguda, alterações  de humor, psicose, disfunção neuromuscular ou processos desmielinizantes, que  podem acompanhar uma infecção viral aguda ou podem ocorrer após uma infecção  em pacientes recuperados após semanas, meses ou anos até. 

Portanto, o acompanhamento neuropsiquiátrico prospectivo de indivíduos  expostos ao SARS-CoV-2, bem como a avaliação de seu estado neuroimunológico,  é crucial para compreendermos completamente o impacto de longo prazo das  manifestações neuropsiquiátricas da COVID-19 (Rogers JP. et al. 2020; Polak SB. et  al. 2020 e Troyer EA. et al. 2020). 

Faz-se necessária uma avaliação mais aprofundada das consequências  neuropsiquiátricas diretas e dos efeitos indiretos da COVID-19 na saúde mental dos  pacientes recuperados, a fim de traçar um melhor planejamento dos cuidados de  saúde mental dos mesmos. 

2.3.4 Sequelas Psicológicas 

A disseminação da COVID-19 globalmente resultou em esforços para garantir  o distanciamento social, o que poderia levar a efeitos psicológicos negativos devido  ao isolamento social. 

Todas as faixas etárias — crianças, adolescentes, adultos jovens e idosos – correm o risco de sofrer consequências psicológicas devido às medidas de saúde pública implementadas durante a pandemia (Imran N. et al. 2020 e Beam CR. e Kim  AJ. 2020), bem como grupos específicos, tais como profissionais de saúde, que  podem vir a sofrer repercussões da doença em sua saúde mental (Kisely S. et al.  2020 e Salazar de Pablo G. et al. 2020). 

2.4 TMO na COVID-19 

Em uma revisão de literatura, Marin T. et al. 2020, realizaram uma pesquisa  bibliográfica para encontrar todo o material necessário que pudesse fomentar a  potencial influência que o TMO tem em todos os aspectos pertinentes à COVID-19,  tanto no âmbito curativo como também nos âmbitos preventivo e paliativo. Todos os  materiais encontrados sugerem que o TMO quando administrado pode contribuir para  modular a imunidade, os processos inflamatórios e a proliferação de fibroblastos que  resultam de uma infecção como a SARS. A literatura também permitiu identificar os  elementos-chave do TMO que poderiam influenciar os processos fisiopatológicos da  COVID-19, aliviando os sintomas e as afecções sistêmicas encontradas nos  seguintes sistemas: sistema respiratório, sistema digestivo, cardiovascular, renal e  nervoso.

3. PROBLEMA DE PESQUISA 

O uso do TMO como tratamento adjuvante ao tratamento padrão em pacientes  hospitalizados com COVID-19 diminui o tempo de internação e os efeitos deletérios  funcionais desses pacientes, se comparado a utilização apenas de protocolo padrão?

4. HIPÓTESES DA PESQUISA 

H° – O uso do TMO como tratamento adjuvante ao tratamento padrão em  pacientes hospitalizados com COVID-19 não diminui o tempo de internação e os  efeitos deletérios funcionais nestes pacientes se comparado a utilização apenas de  protocolo padrão. 

H¹ – O uso do TMO como tratamento adjuvante ao tratamento padrão em  pacientes hospitalizados com COVID-19 diminui o tempo de internação e os efeitos  deletérios funcionais nestes pacientes se comparado a utilização apenas de  protocolo padrão.

5. OBJETIVOS 

5.1 Objetivos Gerais 

Verificar se o uso do TMO quando associado ao tratamento padrão em  pacientes hospitalizados com COVID-19, diminui os dias de internação e minimiza os  efeitos deletérios funcionais comparando o emprego desse tipo de terapêutica com a aplicação apenas do protocolo padrão. 

5.2 Objetivos Específicos 

Comparar o tempo de internação hospitalar entre os indivíduos alocados nos  grupos intervenção (GI), estes submetidos ao tratamento manipulativo osteopático  em conjunto à terapêutica padrão, grupo controle (GC), estes submetidos à  manipulação simulada adjuvante ao tratamento padrão e grupo protocolo padrão  (GPP), estes submetidos ao tratamento padrão utilizado na atualidade. 

Comparar o tempo de utilização de medicação ministrada entre os grupos GI,  GC e GPP. 

Comparar a incidência de insuficiência respiratória entre os grupos GI, GC e  GPP. 

Comparar as taxas de morbidade e mortalidade nos grupos GI, GC e GPP. Comparar a recuperação e qualidade de vida funcional dos indivíduos dos  grupos após a alta hospitalar.

6. DESFECHOS DE INTERESSE 

6.1 Desfechos Primários 

Os desfechos primários serão: tempo de internação, tempo para estabilidade  clínica e uma pontuação de recuperação sintomática e funcional.

VARIÁVEL DEFINIÇÃO INSTRUMENTO
Tempo de Internação Definido pela data e  hora do pedido de  admissão até a alta.Registro em prontuário  médico e repassado ao  responsável pela  pesquisa.
Tempo Para  Estabilidade ClínicaDefinido como dia do  calendário do hospital  quando todos os sete  parâmetros clínicos  primeiro atenderam aos  critérios de estabilidade  (P.A. sistólica ≥ 90  mmHg; frequência  cardíaca ≤ 100 bpm;  frequência respiratória ≤  24 irpm; temperatura ≤  38º; saturação de  oxigênio ≥ 90%;  capacidade de  alimentação pela boca  ou tubo e estado mental  de volta à linha de base  pré-doença – Halm, EA.  et al., 1998)Dados registrados  diariamente em  prontuário e repassados  ao responsável pela  pesquisa.
Recuperação  Sintomática e Funcional “follow up”Definido como  recuperação dos  sintomas e da  funcionalidade de atividades de vida diária  nos aspectos físicos e  mentais. 2 questionários: um  abordando 5 sintomas  (tosse, dispneia,  produção de expectoração, dor  torácica de origem  pleural e fadiga – Metley  JP. et al., 1997) e outro  abordando 8  componentes  (capacidade funcional,  aspectos físicos, dor,  saúde geral, vitalidade,  aspectos sociais,  emocionais e de saúde  mental – Laguardia, et  al., 2013) administrados  na admissão e nos dias  14, 30, 60 e 90.

6.2 Desfechos Secundários 

Os desfechos secundários serão: a duração da administração de  medicamentos e o final do tratamento seja para alta, insuficiência respiratória ou  morte, todos mensurados através de dados registrados em prontuário e repassados  ao responsável pela pesquisa.

7. MATERIAIS E MÉTODOS  

7.1 Delineamento do Estudo 

Ensaio clínico multicêntrico, randomizado, controlado, duplo cego (pacientes e  avaliadores), com pacientes divididos em três grupos: Grupo Intervenção (GI), Grupo  Controle (GC) e Grupo Protocolo Padrão (GPP). 

7.2 Amostra 

A amostra do estudo será composta de indivíduos de ambos os sexos, com  faixa etária igual ou acima de 50 anos de idade recém hospitalizados que apresentam  diagnóstico médico de COVID-19, os quais serão alocados em três grupos: GI no qual  será realizado um protocolo de TMO associado ao tratamento convencional, GC no  qual será realizado um tratamento simulado em combinação com o tratamento  convencional e GPP onde será realizado o tratamento convencional padrão para  pacientes hospitalizados com COVID-19.  

O tamanho da amostra foi baseado no estudo de Noll et. al, que utilizou um  tempo médio de internação de 7,5 dias e para tal foram utilizados 406 indivíduos. O recrutamento será feito em 5 hospitais de referência para tratamento de  pacientes com COVID-19, um em cada região do Brasil (sul, sudeste, centro-oeste,  norte e nordeste). 

7.3 Critérios de Elegibilidade 

Os critérios de inclusão são: participantes de ambos os sexos, com idade igual  ou acima de 50 anos, hospitalizados, admitidos com diagnóstico clínico de COVID-19  confirmado através de exame clínico, diagnóstico laboratorial e/ou imagem que  concordarem em participar do estudo.  

Os critérios de exclusão são: participantes que tenham sinais e sintomas  clínicos de COVID-19, porém não tenham diagnóstico fechado através de exames  laboratoriais e/ou imagem, indivíduos com qualquer condição que contra indique os  tratamentos e/ou as técnicas propostas (neoplasias e/ou metástases, doenças  ósseas de origem metabólicas não controladas, fratura de costela ou vértebra e  hipertensão arterial), pacientes com insuficiência respiratória entubados e pacientes  que não concordarem em participar do estudo. 

7.4 Randomização

A randomização estratificada, através do software Random Allocation, será  utilizada em cada local de estudo para alocar todos os 406 indivíduos a um dos três  grupos: GI (n= 136), GC (n= 135) e GPP (n= 135) A alocação será ocultada em  envelopes opacos, selados, que serão abertos somente após a admissão do indivíduo  no estudo. 

7.5 Cegamento 

Nesse estudo todos os pacientes, médicos que ministrarão os protocolos de  tratamentos convencionais em todos os grupos e os responsáveis pelas coletas dos  dados da pesquisa que serão a equipe de cuidados de saúde daqueles respectivos  pacientes estão cegados quanto a alocação e o tratamento que cada indivíduo  receberá. Somente os 5 Osteopatas responsáveis pelo tratamento nos grupos GI e  GC terão conhecimento da alocação e do tratamento dos respectivos indivíduos. Um  responsável pela coleta de dados aplicará um questionário 24 horas após a alta do  estudo para avaliar a eficácia do cegamento dos pacientes. 

7.6 Intervenção 

Grupo Intervenção (GI): 

Nesse grupo os indivíduos serão avaliados e receberão um protocolo de  tratamento de TMO, em decúbito dorsal, dividido em 2 componentes: um componente  de TMO padronizado utilizando-se 9 técnicas durante aproximadamente 10 minutos  (esta padronização com o objetivo de se ter uma reprodutilidade científica) e um  componente de TMO não padronizado durante aproximadamente 5 minutos,  permitindo assim o tratamento de achados estruturais exclusivos de cada indivíduo e  suas disfunções somáticas (fazendo com que a abordagem reflita a aplicação clínica  atual do TMO) + tratamento convencional realizado como protocolo atual para  pacientes internados com COVID-19. 

Grupo Controle (GC): 

Nesse grupo os indivíduos receberão o mesmo protocolo de tratamento de  TMO em dois componentes em decúbito dorsal, porém de maneira simulada. Durante  os 10 minutos do componente padronizado algumas diretrizes serão seguidas, para  minimizar o potencial efeito e não intencional do toque no sistema  neuromusculoesquelético, tais como: evitar o toque prolongado em qualquer área do  corpo, movendo as mãos aproximadamente a cada 5 segundos para evitar que o tecido responda a forças mecânicas de tempo prolongado; sempre que possível,  entrar em contato com os locais adjacentes, mas não diretamente com os locais  envolvidos durante o protocolo, especialmente a coluna vertebral; usar os princípios  de fulcro, direcionando mais a força no colchão da cama, minimizando a força  aplicada ao tecido e achatar e amolecer a superfície das mãos de tratamento para  minimizar as áreas focais de força. Para o tempo do componente não padronizado (5  minutos aproximadamente) o osteopata fará a ausculta do pulso carotídeo  bilateralmente, ausculta cardíaca e pulmonar do paciente. Associado ao protocolo  simulado de TMO o paciente também receberá o tratamento convencional dado aos  pacientes com COVID-19. 

Grupo Protocolo Padrão (GPP): 

Nesse grupo os pacientes receberão apenas o protocolo padrão de tratamento  dado aos pacientes com diagnóstico médico de COVID-19. 

7.6.1 Considerações sobre as Intervenções 

Os tratamentos de TMO do GI e GC serão realizados por 5 osteopatas (um em  cada unidade hospitalar) com mais de 5 anos de experiência, que terão conhecimento  sobre a alocação e os respectivos tratamentos a serem realizados nos sujeitos da  pesquisa, porém não terão conhecimento dos dados que serão coletados. Os  atendimentos com TMO serão iniciados dentro de 24 horas após a admissão do  indivíduo e serão realizados por aproximadamente 15 minutos (não menos de 13 e  não mais que 17 minutos), 2 (duas) vezes ao dia com um intervalo de pelo menos 6  horas entre um atendimento e outro e somente serão interrompidos em casos de  cessação de tratamento medicamentoso, insuficiência respiratória ou morte. Os  atendimentos com TMO serão continuados mesmo após alta hospitalar naqueles que  ainda se utilizarem de medicamentos de tratamento convencional de forma domiciliar.  Esses atendimentos serão realizados em ambulatórios montados provisoriamente  dentro dos hospitais. 

Como ainda não se tem um consenso de um protocolo a ser seguido em âmbito  nacional, em termos de medicamentos principalmente, os protocolos padrões  utilizados nos respectivos grupos será o adotado em cada unidade hospitalar para  aquela região.  

O contato entre os participantes será evitado e os atendimentos serão  individualizados.

7.6.2 Protocolo de Técnicas do Tratamento Manipulativo Osteopático 

As técnicas de manipulação do TMO do primeiro componente de atendimento  (10 minutos) serão ministradas na seguinte sequência: 

1) Soft Tissue To The Thoracic And Upper Lumbar Paraspinal Muscles  (técnicas de tecidos moles da região torácica e região lombar alta): o  osteopata senta-se ou fica de pé ao lado da cama e aplica uma técnica de  liberação dos músculos paravertebrais torácicos do paciente. Mais atenção  pode ser dada às áreas de rigidez ou espasmo muscular. O osteopata pode  usar a inibição nessas áreas, mas toda a área paravertebral torácica é  tratada. A duração aproximada é de 1 minuto. 

2) Rib Raising (elevação das costelas): o osteopata se senta ou fica de pé ao  lado da cama e coloca as mãos sob o tórax do paciente, fazendo contato  com os ângulos das costelas com as pontas dos dedos. Com os dedos  flexionados, o prático aplica tração lateral ao ângulo da costela. Enquanto  a tração é mantida, os punhos do mesmo permanecem retos enquanto suas  mãos se movem em direção ao lado anterior do corpo do paciente,  aumentando o ângulo costal do paciente. O braço do prático é usado como  alavanca e a lateral da cama como ponto de apoio fixo para produzir  elevações e abaixamentos suaves e constantes da caixa torácica. Este  movimento é repetido várias vezes. As mãos do terapeuta são então  movidas para cima na caixa torácica e o procedimento é repetido até que todas as costelas sejam tratadas. As áreas restritas são tratadas com mais  intensidade para promover o movimento normal. A técnica é repetida do  outro lado. A duração aproximada é de 2 minutos. 

3) Indirect Myofascial Technique To Dome The Diaphragm or Improve  Diaphragmatic Motion (técnica miofascial indireta para as cúpulas  diafragmáticas ou para aumentar a mobilidade diafragmática): do lado da  cama, o osteopata coloca uma mão sob o paciente na parte onde os  músculos diafragmáticos se prendem às costelas e vértebras inferiores e  coloca a outra mão na área epigástrica abdominal. As mãos do terapeuta  são giradas em direções opostas para determinar a direção de maior  liberdade de movimento. Os tecidos são então movidos na direção de maior  liberdade para um ponto de equilíbrio e mantidos lá até que uma liberação  da tensão do tecido seja palpada. A duração aproximada é de 1 minuto.

4) Soft Tissue To The Cervical Spine (tecidos moles da coluna cervical): da  cabeceira da cama, o osteopata coloca suas mãos nos músculos  paravertebrais cervicais do paciente para promover uma liberação e  alongamento de todos os tecidos moles. A duração aproximada é de 1  minuto. 

5) Suboccipital Inhibition (inibição suboccipital): da cabeceira da cama, o  osteopata coloca as pontas dos dedos nos músculos suboccipitais na base  do crânio do paciente. Uma tração externa e cefálica constante e suave é  aplicada para conseguir um relaxamento da tensão desses tecidos. A  duração aproximada é de 1 minuto. 

6) Myofascial Release To The Thoracic Inlet (liberação miofascial do orifício  superior do tórax): da cabeceira da cama, o osteopata coloca as mãos com  os polegares apoiados sobre os processos transversos do primeiro  segmento torácico posteriormente e os dedos nas clavículas e duas  primeiras costelas anteriormente. O teste de movimento passivo é usado  para determinar a direção na qual os tecidos se movem mais livremente. Os  tecidos são mantidos em posição indireta (direção de fluidez) até que a  liberação seja palpada. Se uma restrição de tecido ainda for palpada, os  tecidos são levados para uma posição direta (direção de restrição) até que  uma liberação seja palpada. A duração aproximada é de 1 minuto. 

7) Thoracic Lymphatic Pump With Activation (bomba linfática torácica com  ativação): na cabeceira da cama, o osteopata coloca as mãos na parede  torácica anterior do paciente com as eminências tenares de cada mão  sobre os músculos peitorais, logo abaixo das clavículas. Os dedos ficarão  abertos e angulados em direção às laterais do corpo do paciente. O mesmo  é instruído a respirar fundo e expirar. Durante a expiração, o prático aplica  pressões rápidas e alternadas a uma taxa de aproximadamente 120  compressões e relaxamentos por minuto na parede torácica, o que induz  uma ação de bombeamento rítmico. No final da expiração, alguma pressão  será mantida na parede torácica. Este procedimento é repetido duas ou três  vezes. A pressão da parede torácica do paciente aumenta a cada expiração  sucessivamente e é sustentada com a inspiração subsequente. Na terceira  ou quarta inspiração, durante o primeiro terço dela, as mãos do terapeuta  são rapidamente removidas da parede torácica. Esse movimento causa  uma liberação repentina da pressão acumulada na caixa torácica e faz com  que a mesma se expanda rapidamente, criando um aumento repentino na pressão intratorácica negativa e fazendo com que o ar entre nos  pulmões. Este ciclo é então repetido. A duração aproximada é de 2  minutos. 

8) Abdominal Lymphatic Pump (bomba linfática abdominal – Grande Manobra  Abdominal): o osteopata estará de pé na altura da cabeça do paciente que  estará, se possível em posição de declive (caso não seja possível, colocar  almofadas embaixo da bacia do mesmo). O terapeuta posiciona suas mãos  em concha sobre a região mais baixa do abdômen do paciente (as pontas  dos dedos tocam a sínfise púbica do paciente). Prático pede respiração  ampla do paciente, realizando durante as expirações uma leve supinação  com as duas mãos enganchando o mais profundo os tecidos e vísceras  para puxá-las na sua direção. Nas fases inspiratórias o prático permite uma  leve pronação de suas mãos permitindo que as mesmas desçam em  direção ao púbis do paciente novamente. Realiza essa sequência por 4 ou  5 ciclos respiratórios, e no último ciclo aproveitando-se da última expiração  realiza uma vibração com suas mãos. Deixa o paciente respirar e realizar  essa técnica por 2 ou 3 séries. A duração é de aproximadamente 2 minutos. 

9) Pedal Lymphatic Pump (bomba linfática podal): o osteopata fica ao pé da  cama e realiza o movimento de dorsiflexão suave e ritmada dos pés do  paciente, fazendo com que o conteúdo abdominal bata intermitentemente  contra o diafragma abdominal. No caso de um paciente com amputação de  membro inferior, o prático colocará suas mãos na porção mais distal do  membro inferior. A duração aproximada é de 1 minuto. 

As técnicas teciduais promoverão um relaxamento muscular reduzindo a tensão nos  respectivos tecidos. A técnica de elevação das costelas (rib raising) tem o propósito  de melhorar a movimentação da caixa torácica, assim como estimular os gânglios da  cadeia simpática. As técnicas de liberação do diafragma e liberação do orifício  superior do tórax são usadas para melhorar a mobilidade do diafragma e o fluxo da  drenagem linfática. A inibição suboccipital considera a liberação das restrições ao  redor dos nervos vagos, melhorando assim, a função nervosa. Por fim, as técnicas  de bombas linfáticas torácica, abdominal e podal são realizadas para estimular e  melhorar a circulação linfática, visando um aumento do sistema imunológico.  

7.7 Locais de Pesquisa

Instituições que se disponibilizarem ao estudo. 

7.8 Considerações Éticas 

O presente estudo obedecerá a todas as regras básicas da resolução 466/12  do Conselho Nacional de Saúde (CNS) em relação à ética em pesquisa com seres  humanos. O mesmo não oferece risco à saúde dos participantes, porém a qualquer  sinal de intercorrência ou piora dos sintomas os médicos assistentes serão acionados  e o tratamento reavaliado e/ou interrompido. 

Serão entregues duas cópias do termo de consentimento livre e esclarecido  (TCLE) para cada participante do estudo assine, segundo a mesma resolução. Uma  ficará com o participante e a outra com a equipe de pesquisa (ANEXO A). 

A identidade dos indivíduos será mantida em sigilo, mas os resultados da  presente pesquisa serão divulgados em eventos e publicações científicas para  contribuição com o conhecimento da profissão e benefício da comunidade. 

8. PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS 

8.1 Avaliação Inicial 

A avaliação inicial será feita pelo médico responsável pela triagem dos  pacientes nas respectivas unidades hospitalares, que fará o diagnóstico clínico  baseado nos sinais e sintomas do paciente e confirmado através de exames  laboratoriais e/ou de imagem. A anamnese realizada pelo mesmo incluirá  identificação completa do paciente contendo sexo, idade, etnia, índice de massa  corporal, histórico médico completo pregresso e atual, principais comorbidades para  identificação de fatores de risco, hábitos de vida relacionados a histórico de  tabagismo, uso atual de álcool, prática de atividade física e hábitos alimentares. Ao  exame físico deverá constar a pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória,  verificação da temperatura e saturação de oxigênio presente no corpo. Na admissão  serão aplicados ainda dois questionários para posterior avaliação da recuperação dos  sintomas e recuperação funcional durante follow up. 

8.2 Tempo de Internação, Tempo para Estabilidade Clínica e Duração de  Administração de Medicamentos 

Os dados serão coletados pelas equipes de profissionais de cuidados médicos  responsáveis pelos pacientes nas respectivas unidades hospitalares, que estão  cegados quanto à alocação e ao tratamento a que cada indivíduo será submetido,  registrados em prontuário e repassados para o responsável do estudo. 

8.3 Recuperação Sintomática e Funcional (Follow Up) 

Dois questionários serão aplicados para avaliação desta variável. Um  questionário validado específico para pneumonia abordando 5 sintomas (tosse,  dispneia, produção de expectoração, dor torácica de origem pleural e fadiga).  Pontuações altas indicam mais sintomas nesse questionário. E outro questionário  genérico de qualidade de vida, abordando 8 componentes (capacidade funcional,  aspectos físicos, dor, saúde geral, vitalidade, aspectos sociais, emocionais e de  saúde mental). Nesse questionário, pontuações baixas indicam piores resultados para  qualidade de vida e saúde (ANEXO B). 

Os questionários serão administrados durante a avaliação inicial (admissão),  nos dias 14, 30, 60 e 90. 

Detalhes do desenho do estudo podem ser vistos a seguir na figura 1.

Figura 1: Desenho do Estudo 

9. PROCEDIMENTO ESTATÍSTICO 

Após a avaliação e admissão, os participantes receberão um código numérico  com três dígitos para sua localização durante o estudo (tal código iniciará a partir  de 100). Este código numérico será colocado em todos os prontuários. Uma  listagem contendo o nome dos participantes com o respectivo código ficará sob a  responsabilidade apenas do responsável pelo projeto. 

Os dados coletados serão armazenados em uma tabela do Programa Microsoft  Excel, após serão transferidos e analisados utilizando o pacote estatístico SPSS  2.0 (Statistical Package for Social Sciences).

Valores de média e desvio padrão serão calculados para cada variável do  estudo e o princípio da intenção de tratar também será utilizado (Hollis S, Campbell  F., 1999). 


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 

BPM – Batimentos Por Minuto  

CNS – Conselho Nacional de Saúde 

DRC – Doença Renal Crônica 

DCV – Doenças Cardiovasculares 

ECA2 – Enzima Conversora de Angiotensina 2 

EPIs – Equipamentos de Proteção Individual 

FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação GI – Grupo Intervenção 

GC – Grupo Controle 

GPP – Grupo Protocolo Padrão 

ICTV – Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus 

IRPM – Incursões Respiratórias Por Minuto 

OMS – Organização Mundial de Saúde  

TMO – Tratamento Manipulativo Osteopático 

OIE – Organização Mundial de Saúde Animal 

PA – Pressão Arterial 

PSI – Índice de Gravidade de Pneumonia 

SARS-CoV-2 – Síndrome Respiratória Aguda Grave Coronavírus 2 SDRA – Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 

UTI – Unidade de Terapia Intensiva

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

1. ROUJIAN L. et al. Genomic characterisation and epidemiology of 2019 novel  coronavirus: implications for vírus origins and receptor binding. The Lancet  2020; 395: 565-574. 

2. COVID-19 WEEKLY EPIDEMIOLOGICAL UPDATE IN 04 DECEMBER 2020  Disponível em: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus 2019/situation-reports/ . Acesso em: 04 de dezembro de 2020.  

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24.CUSTO HOSPITALAR DA COVID-19 PARA CADA 1,37 MI DE INFECTADOS  É CERCA DE 3,1 BI. WEBSITE. Disponível em:  https://portalhospitaisbrasil.com.br/custo-hospitalar-da-covid-19-para-cada 137-mi-de-infectados-e-de-cerca-de-r-31-bi/ . Acesso em: 01 de novembro de  2020. 

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42.SALAZAR DE PABLO G.et al. Impact of coronavirus syndromes on physical  and mental health of health care workers: Systematic review and meta analysis. Journal of Affective Disorders 2020; 275: 48–57. 

43.MARIN T. et al. Evidence-based assessment of potential therapeutic effects  of adjunct osteopathic medicine for multidisciplinary care of acute and  convalescent COVID-19 patients. Review article. Explore 2020; S1550- 8307(20)30306-2

44.HALM EA. et al. Time to clinical stability in patients hospitalized with  community acquired pneumonia: implications for practice guidelines. JAMA  1998; 279:1452-1457. 

45.METLAY JP. et al. Measuring symptomatic and functional recovery in patients  with community-acquired pneumonia. Journal of General Internal Medicine  1997; 12: 423-430. 

46.LAGUARDIA, J. et al. Brazilian normative data for the Short Form 36. Revista  Brasileira de Epidemiologia volume.16 nº.4 São Paulo Dec. 2013. 

47.HOLLIS SCF. What is meant by intention to treat analysis? Survey of published  randomised controlled trials. BMJ. 1999 Sep 2011; 319(7211): 670-4.


12. ANEXOS

ANEXO A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa intitulado “Uso do TMO como tratamento adjuvante em pacientes hospitalizados com COVID-19 para diminuição de dias de internação e efeitos deletérios funcionais se comparado a utilização apenas de protocolo padrão. Um ensaio multicêntrico, randomizado e controlado.”, sob responsabilidade de Thiago Bento Ribeiro.
Este projeto tem como objetivo, verificar se o uso do TMO (Tratamento Manipulativo Osteopático) quando associado ao tratamento padrão em pacientes hospitalizados com COVID-19, diminui os dias de internação e minimiza os efeitos deletérios funcionais comparando o emprego desse tipo de terapêutica a aplicação apenas do protocolo padrão. Os participantes serão divididos, por sorteio, em três grupos. O(A) participante poderá ser selecionado para o grupo que será feito a intervenção do TMO associado ao tratamento padrão, para o grupo que irá receber uma intervenção simulada associado ao tratamento padrão, ou seja, que não terá os mesmos gestos manipulativos ou para o grupo que irá receber apenas o tratamento padrão. Abaixo seguem informações relacionadas aos procedimentos que serão realizadas neste projeto assim como informações adicionais:

1. A avaliação inicial será feita pelo médico responsável pela triagem dos pacientes. Nela será feito algumas perguntas e alguns exames clínicos para que seja feito o seu diagnóstico. Durante essa avaliação também será feito algumas perguntas para o preenchimento de dois formulários.
2. Após a distribuição dos pacientes, os que caírem no grupo que receberá o Tratamento Manipulativo receberão uma sequência de técnicas de terapia manual e associada à esse tratamento o mesmo receberá o tratamento convencional dado aos pacientes hospitalizados com COVID-19.
3. Os que caírem no grupo denominado controle receberão a mesma sequência de técnicas, porém de uma maneira simulada. Esses participantes também receberão o tratamento convencional.
4. Os participantes que caírem no terceiro grupo somente receberão o tratamento convencional dado aos pacientes de COVID-19.
5. Essa pesquisa auxiliará o entendimento sobre o potencial de ajuda que o Tratamento Manipulativo Osteopático poderá ter às complicações e nos efeitos deletérios funcionais desta doença tão pouco conhecida ainda.
6. Quaisquer dúvidas ou questionamentos poderão ser esclarecidos com o autor da pesquisa a qualquer momento.
7. A participação é voluntária, sem nenhum tipo de remuneração pela participação e você tem a liberdade de deixar o estudo a qualquer momento sem qualquer ônus.
8. A identidade e dados dos participantes serão mantidos em sigilo em relação a publicações futuras e armazenado em banco de dados sob a guarda do pesquisador responsável.
9. Os pacientes poderão se beneficiar com a diminuição do tempo de internação e dos efeitos deletérios deixados pela doença.

Ao assinar abaixo, você confirma que leu as afirmações contidas neste termo de consentimento, que foram explicados os procedimentos do estudo, que teve a oportunidade de fazer perguntas, que está satisfeito(a) com as explicações fornecidas e que autoriza sua participação voluntária neste estudo. Mesmo assim, novos esclarecimentos podem ser solicitados a qualquer momento, e sempre será possível retirar o seu consentimento em qualquer etapa da pesquisa, sem qualquer ônus.
Para quaisquer esclarecimentos pode ser feito contato com Thiago Bento Ribeiro, pelo e-mail: thiago.ribeiro@kynesis.com.br, ou pelo telefone (21) 98630-8476.

Este documento consiste em duas vias, sendo uma que fica com o pesquisador e a outra com o(a) participante.
Eu, ______________________________, declaro ter sido informado e concordo com a minha participação, como voluntária, no projeto de pesquisa acima descrito.

Rio de Janeiro, ____ de _______________ de ______.

ANEXO B