Physiotherapy using McKenzie methods for treatment of backache
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10971140
Marcela Dos Santos Pereira1
Renata De Oliveira Rosa1
Thamires Cazé Dos Santos1
Ms. Madson Da Silva Matos2
Ms. Walter Cascardo Carneiro3
Ms. Fábio d Alegria Tuza4
RESUMO
Introdução: A lombalgia é uma das principais causas da dor lombar e representa uma grande preocupação em geral. O tratamento para a lombalgia envolve abordagem multidisciplinar, com a fisioterapia sendo uma das principais opções para o tratamento não invasivo e eficaz para a melhora dos sintomas. O método McKenzie é um sistema de tratamento cujo abordagem consiste em etapas de avaliação, tratamento e profilaxia, que tem como enfoque a coluna e suas articulações periféricas. Objetivo: Analisar os efeitos do método McKenzie no tratamento de pacientes com lombalgia, buscando o controle do quadro álgico, melhora da capacidade física e qualidade de vida. Metodos: Trata –se de um estudo de revisão bibliográfica, no qual utilizou-se as bases de dados do Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), e Pubmed. Resultados: A busca por estudos utilizou os descritores como dor lombar, fisioterapia, métodos, terapia por exercícios, reabilitação, sendo incluídos na pesquisa um total de 9 artigos, dentre os anos de 2014 a 2023. Conclusão: Foi possivel observar resposta positiva nos aspectos biomecânicos, ganho de amplitude de movimento, melhora nas atividades de vida diária, contribuindo assim para o tratamento de pacientes com lombalgia. Recomendam-se novos estudos que demonstrem todos os benefícios que o método McKenzie pode proporcionar.
Palavras-chave: Dor Lombar. Fisioterapia. Métodos. Terapia por exercício. Reabilitação.
ABSTRACT
Introduction: Low back pain is one of the main causes of low back pain and represents a major concern in general. Treatment for low back pain involves a multidisciplinary approach, with physiotherapy being one of the main options for noninvasive and effective treatment to improve symptoms. The McKenzie method is a treatment system whose approach consists of stages of assessment, treatment and prophylaxis, which focuses on the spine and its specific joints. Objective: To analyze the effects of the McKenzie method in the treatment of patients with low back pain, seeking to control the pain, improve physical capacity and quality of life. Methods: This is a bibliographic review study, which was not used as databases from the Scientific Electronic Library Online (SciELO), Virtual Health Library (VHL), and Pubmed. Results: The search for studies used in descriptors such as low back pain, physiotherapy, methods, exercise therapy, rehanilitation, with a total of 9 articles inclueded in the search, from 2014 to 2023. Conclusion: It was possible to observe a positive response in biomechanical aspects, gain in range of motion, improvement in activities of daily living, thus contributing to the treatment of patients with low back pain. New studies are recommended that demonstrate all the benefits that the McKenzie method can provide.
Keywords: Backache. Physiotherapy. Methods. Exercise therapy. Rehabilitation.
1. INTRODUÇÃO
A lombalgia é uma disfunção musculoesquelética caracterizada por dor, desconforto ou rigidez articular na região entre o arco final até a prega glútea. Aproximadamente 70% a 80% da população terá dores na coluna vertebral em algum momento de suas vidas e a parte mais afetada é a região lombar. (1)
A dor é uma experiência sensorial e emocional subjetiva desagradável, que pode ou não estar associada à lesão tecidual real ou potencial. A dor lombar pode ser tanto aguda (até 6 semanas), subaguda (de 6 a 12 semanas) e crônica (além de 12 semanas. (2)
O principal sinal e sintoma de uma pessoa com lombalgia é a dor com mais de 12 semanas, perda ponderável da amplitude de movimento, dores noturnas, irradiação em alguns casos da dor lombar para membros inferiores, seguindo a topografia da raiz acometida, típico de dor neuropatia periférica (radiculopatia) dores contínuas e associadas a mudança postural. A oscilação da dor em membros está relacionada à dor nociceptiva musculoesquelética, rigidez matinal podendo sugerir espondiloartropatia. (3)
Os problemas crônicos de coluna atingem quase 27 milhões da população brasileira maior de 18 anos, sendo mais incidente em mulheres (21%) do que em homens (15,5%), elevando esses números à medida que a idade aumentava em 2013, segundo a pesquisa nacional de saúde. A dor lombar inespecífica é um problema mundial que afeta questões pessoais, sociais e econômicas com maior impacto entre os 30 e 60 anos, tornando-se a principal causa crônica de afastamento do trabalho por incapacidade e interferindo na qualidade de vida. (4)
As causas de dor lombar incluem muitos fatores, sejam por processos inflamatórios, problemas viscerais, alterações em articulações do quadril e sacro ilíaca e alterações mecânico-posturais em esportes ou em meio laboral. Grande parte das lesões lombares; cerca de 90%, ocorre em nível de L4-L5, devido a sua mobilidade e sobrecarga. (5)
O tratamento para a lombalgia envolve uma abordagem multidisciplinar, com a fisioterapia sendo uma das principais opções de tratamento não invasivo e eficaz para a melhora dos sintomas. (6)
O exercício é uma das formas de tratamento que têm sido propostas, sendo uma intervenção comumente prescrita. Dentre as diversas modalidades de exercícios no tratamento terapêutico, tem crescido um reconhecimento do papel do método Mckenzie no tratamento da dor lombar, com base em exercícios com preferência direcional. (7)
A musculatura tem a função de proteger as estruturas da coluna vertebral, a musculatura abdominal e torácica tem uma grande importância no suporte da coluna, pois as pressões exercidas sobre os discos lombares e torácicos podem ser diminuídas caso essas musculaturas sejam enrijecidas. A principal função da região lombar dar-se a acomodar as cargas dadas pelo peso corporal assim como pela força exercida através de ações musculares externas. Ao receber uma demanda maior de carga, tal região utiliza uma maior força e rigidez para que a mesma não seja afetada negativamente, protegendo assim toda região, os elementos neurais e a anatomia intervertebral visando sempre uma boa flexibilidade permitindo a execução adequada do movimento. A fusão dessas funções faz com que haja a manutenção do alinhamento vertebral, que se encontrado em desequilíbrio causa instabilidade lombar, que consequentemente resulta em dor. (8)
O método McKenzie – Mechanical Diagnosis and Therapy (MTD) é um sistema de tratamento desenvolvido pelo fisioterapeuta neozelandês Robin McKenzie, cuja abordagem consiste em etapas de avaliação, tratamento e profilaxia com as seguintes bases: 1) classificação de distúrbios relacionados à coluna e extremidades; 2) o fenômeno de centralização e seu inverso (distalização); 3) enquadramento do paciente em uma das três síndromes mecânicas ou não mecânicas de desarranjo, disfunção postural; 4) a ênfase na educação e no envolvimento ativo do paciente. (9)
O presente estudo tem como objetivo avaliar a efetividade do método McKenzie no tratamento de pacientes com lombalgia, através dos seus resultados sendo possível instituir estratégias de avaliação e tratamento para esses pacientes.
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar os efeitos do método McKenzie no tratamento de pacientes com lombalgia, buscando o controle do quadro álgico, melhora da capacidade física e melhora da qualidade de vida;
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Analisar a eficácia do método McKenzie;
- Ampliar o conhecimento sobre o Método McKenzie;
- Identificar os fatores que causam lombalgia;
- Investigar os benefícios que o método pode proporcionar aos pacientes com lombalgia.
3. MARCO TEÓRICO
3.1 ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL
A Coluna vertebral é a base de sustentação do corpo, atuando diretamente nos movimentos dos membros superiores e inferiores, sendo a mais importante unidade funcional do corpo. Estende-se desde a base do crânio até a extremidade caudal do tronco. Formada de 33 vértebras superpostas e intercaladas por discos intervertebrais, 24 delas se unem para formar uma coluna flexível, classificadas como: cervical, torácica e lombar. (10)
Da porção superior para a inferior, existem 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacrais fundidas e 4 pequenas vértebras coccígeas fundidas. (11)
Os corpos vertebrais funcionam como os principais componentes de sustentação de carga da coluna vertebral. Os arcos neurais e as porções posteriores dos corpos e os discos intervertebrais formam um canal protetor para a medula espinal e os vasos sanguíneos associados, conhecido como canal vertebral. A partir da superfície externa de cada arco neural se projetam diferentes processos ósseos. Os processos espinhoso e transverso servem como estabilizadores para aumentar a vantagem mecânica dos músculos ali fixados. (11)
As articulações entre os corpos vertebrais adjacentes são articulações em sínfise com discos fibrocartilaginosos intermediários que atuam como amortecedores. O disco intervertebral incorpora duas estruturas funcionais: um anel externo espesso composto por cartilagem fibrosa chamado de anel fibroso ou ânulo, que circunda um material gelatinoso central conhecido como núcleo pulposo, ou núcleo. Quando o tronco está ereto, as diferenças nas espessuras anterior e posterior dos discos produzem as curvaturas lombar, torácica e cervical da coluna vertebral. (11)
As curvaturas da coluna vertebral são, sete vertebras cervicais formando uma curvatura convexa para o lado anterior do corpo. Essas curvaturas se formam quando o bebe começa a levantar a cabeça, assumindo seu arqueamento em resposta a posição da cabeça. As 12 vertebras torácicas formam uma curvatura que é convexa para o lado posterior do corpo, que está presente desde o nascimento. 5 vértebras lombares formam uma curvatura convexa para o lado anterior, que se forma em resposta à sustentação do peso e é influenciada pelo posicionamento da pelve e dos membros inferiores (figura 1). A última curvatura é sacrococcígea formada por 5 vértebras sacrais fundidas e pelas 4 ou 5 vértebras do cóccix. Essas curvaturas também proporcionam equilíbrio e fortalecem a coluna vertebral.
Figura 1- Demonstração da localização vertebrais da coluna lombar.
Fonte: Arantes 2023.
3.2 CONCEITO DA LOMBALGIA
Denomina-se lombalgia todas as categorias de dor, com ou sem rigidez, localizadas na região inferior do dorso entre o último arco costal e a prega glútea. Havendo irradiação da dor para os membros inferiores passa a ser designada lombociatalgia, quando se admite que o nervo ciático esteja comprometido. A dor crônica leva a um desconforto a ponto de interferir na qualidade de vida de diversas pessoas, podendo prejudicar a realização de atividades de vida diária. (13)
Grande parte da população com lombalgia não tem um diagnóstico específico. Além disso, há grande evidência de que a lombalgia na população adulta tem seu início em idade jovem. (14)
Os pacientes com dor lombar crônica podem ser classificados em três grupos, sendo eles: 1) Dor associada a uma patologia subjacente específica; 2) com fluência neuropática, dor lombar associada a um trauma ou doença do sistema nervoso somatossensitivo; 3) indeferida, que em grande parte tem origem mecânica. Sendo que no atendimento primário não especializado 75% das lombalgias diagnosticadas são sem causa específica e apenas 15% tem origem. As causas mais comuns são: as hérnias discais, traumas, tumores, infecções, vasculopatias, inflamações, artrite reumatoide e entre outras. (15)
A lombalgia ocupacional (LO) surge no momento em que as atividades desenvolvidas pelo paciente em seu trabalho se tornem gatilhos para o início da dor é considerada um distúrbio osteomolecular relacionado ao trabalho (DORT) – que pode ser caracterizado por síndromes dolorosas decorrentes de atividade excessiva do sistema musculoesquelético relacionadas ao trabalho. A repetição das atividades sem devido acompanhamento médico por vezes leva à cronificação da condição, caracterizada pela incidência de dor constante em 30 dias ou mais. (16)
3.2.1 Tratamento da lombalgia
A dor lombar, portanto, deve ser tratada como um problema de saúde pública por atingir níveis epidêmicos da população em geral, sendo importante fator de morbidade, incapacidade funcional, absenteísmo e diminuição da produtividade. No Brasil, o principal motivo de pagamento de auxílio-doença são as doenças da coluna, que também correspondem à terceira causa de aposentadoria por invalidez. (17)
Exercícios específicos como os fundamentos na série de Willians, Isostretching e Reeducação Postural Global, também podem ser utilizados no tratamento da dor lombar, bem como, em alguns casos de tratamentos medicamentosos com analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, que devem ser prescritos por um médico. (18)
3.3 MÉTODO MCKENZIE
O método McKenzie foi um tratamento desenvolvido pelo fisioterapeuta Robin A. McKenzie, graduado pela Faculdade de fisioterapia da Nova Zelândia que desenvolveu seu método por volta de 1956, que trata sobre dores da coluna quando relacionadas aos distúrbios do sistema articular da coluna vertebral. Esta técnica é realizada através da utilização dos movimentos do paciente para a melhora da dor e diminuição da incapacidade física.
Algumas evidências científicas mostram que através dos exercícios executados durante o tratamento, induz que haja uma ativação do sistema imune e assim o aumento da concentração de citocininas que contribui para o alivio da dor. O método McKenzie integra movimento de extensão e flexão da coluna lombar, que produz uma movimentação do núcleo pulposo, resultando em uma deformação quando sofre uma pressão, distribuindo as forças e contribuindo para o equilíbrio da tensão, promovendo uma resposta imediata com o objetivo de eliminar ou diminuir a dor e restaurar a mobilidade da coluna lombar.
O método McKenzie é indicado pela American fiscal therapy association clinical Guidilines para distúrbios da coluna vertebral, sendo baseado na possibilidade de redução ou abolição da dor a partir do uso de movimentos como preferência de direcionamento, reeducação e autocorreção de padrões posturais, mobilizações e manipulações articulares e ajustes de mobilidade quando necessário. (19)
O MDT tem como enfoque a coluna e suas articulações periféricas e se baseia em princípios sólidos que têm como objetivo a realização de uma avaliação precisa a fim de se obter um diagnóstico mecânico determinante para elaboração de um tratamento específico e adequado para cada paciente. (20)
A avaliação inicial destina-se a coletar dados referente às posturas e tempo que o indivíduo permanece nas mesmas, durante as atividades de vida diária (AVDs), tanto para estudar quanto em sua atuação profissional. Esta avaliação permite analisar se o início da dor, é oriunda de carga estática sustentada, dinâmica, se possui relação com a ergonomia de trabalho, se a queixa álgica diminui ou desaparece ao deixar a postura causadora, se o surgimento da dor ocorre ao tentar-se alcançar uma amplitude de movimento (ADM) máxima específica ou aparece durante qualquer parte do arco de movimento e gera comprometimento funcional. (21)
3.3.1 Avaliação do método McKenzie
Para que seja feita a utilização do método McKenzie é coletado uma avaliação objetiva, que define as medidas a serem desenvolvidas no tratamento. Nessa avaliação observa-se as posturas sedestada e sobre os pés, que são classificadas em boa, regular e ruim; logo após são feitos testes dos movimentos. (22) A partir dos dados obtidos na avaliação, os pacientes podem ser classificados como: síndrome postural, síndrome da disfunção ou síndrome do desarranjo, chamadas de as três síndromes de McKenzie. (23)
A síndrome postural é identificada quando as queixas ocorrem pela manutenção em uma determinada posição tal como: lavar louça, ficar sentado ou até mesmo deitado. Os tecidos são sadios e os sintomas cessam brevemente ao liberar tensão no local, ou seja, mudança ou adaptação da postura. O tratamento neste caso, consiste na educação quanto ao alinhamento errôneo (decúbito dorsal, sedestação, ortostatismo, marcha e AVDs), ergonomia (em casa ou no trabalho) e mecânica corporal adequada. Quando não abordada, esta condição, a longo prazo, poderá evoluir para a síndrome da disfunção. (24)
A síndrome da disfunção ocorre quando os tecidos moles (músculos, tendões, fáscia e capsula articular) estão encurtados e inelásticos, levando a diminuição da mobilidade articular, fraqueza muscular, alinhamento defeituoso, ou seja, desequilíbrio do sistema musculoesquelético e o início de limitações funcionais. No entanto, a movimentação não desencadeia dor e nem irradiação, é apenas referida ao final de determinados movimentos. Nestes casos, a fisioterapia já tem um papel importante, porém na maioria dos casos os profissionais somente são recrutados quando há uma piora do quadro clínico, ou seja, quando chega a síndrome do desarranjo. (25)
Na síndrome do desarranjo a dor é constante, intensa incapacitante e por vezes irradiada, comprometendo os movimentos e agravando os sintomas. Algumas alterações como hipercifose torácica, escoliose e torcicolo poderão estar presentes, assim como queixas de rigidez progressiva, má postura ou a sensação de que a cervical ou lombar estão “fora” do local ideal. O fisioterapeuta precisará atuar na estabilização de possíveis locais hipermóveis, fazer uso de terapia manual sobre segmento rígidos, hipomóveis e usar o raciocínio de terapia mecânica proposto pelo método McKenzie. (26)
A síndrome do desarranjo é o maior grupo e é caracterizado por pacientes que demonstram centralização (transição da dor distal para proximal) ou desaparecimento da dor com teste de movimento repetido em uma direção. Esses pacientes são tratados com movimentos repetidos ou posições sustentadas que podem reduzir a dor. Os pacientes classificados como portadores de síndrome de disfunção são caracterizados por dor que ocorre apenas no final da amplitude de movimento de apenas um movimento. Dor não muda ou se centraliza com o teste de movimento repetido. O princípio do tratamento para pacientes com disfunção é movimentos repetidos na direção que gerou a dor. Finalmente, os pacientes classificados como tendo apresentando síndrome postural experimentam dor intermitente apenas durante o posicionamento sustentado no final da amplitude de movimento (por exemplo, sentado caído sustentado). O princípio do tratamento dessa síndrome consiste na correção da postura. (27)
O método McKenzie também inclui um forte componente educacional baseado nos livros intitulados The Lumbar Spine: Mechanical Diagnosis & Therapy. Este método, diferentemente de outros métodos terapêuticos, visa tornar o paciente o mais independente possível do terapeuta e, assim, capaz de controlar sua dor por meio de cuidados posturais a mover a coluna na direção que não é prejudicial ao seu problema, evitando assim a restrição de movimentos por cinesiofobia ou dor. (28)
3.3.2 A aplicação do método McKenzie
Toda abordagem MTD foca em auto tratamento, utilizando exercícios e educação: a partir do momento que há definição da classificação sindrômica, o paciente é ensinado a se auto tratar realizando os exercícios propostos várias vezes por dia. Busca-se capacitar o paciente para resolver problemas e para observar e confirmar a resposta sintomática esperada ao realizar o exercício, modificação de postura e a terapia manual podem ser usados temporariamente. (29)
O tratamento foi instituído com base no protocolo McKenzie iniciando pelos exercícios 1 (deitado de bruços) e exercício 2 (deitado de bruços, com extensão) durante três atendimentos realizando 5 repetições com intervalo de 2 minutos cada para adaptação do paciente ao método. Em seguida após a adaptação a esses exercícios foi acrescido o exercício 5 (flexão deitado) realizando 5 repetições com intervalo de 2 minutos. Progressão dos exercícios definidos após as primeiras sessões de acordo com as respostas de cada paciente. (30)
Ao identificar o movimento que minimiza a dor, o mesmo será inicialmente selecionado para principiar o tratamento, objetivando diminuir a intensidade, frequência ou local da dor (centralização). Caso seja o movimento de extensão, o mesmo poderá ser realizado com o paciente em decúbito ventral apoiado sobre cotovelos, antebraços e mãos, evoluindo para extensão de cotovelos e apoio apenas nas mãos. Além disso ensina-se o paciente como fazer a postura em ortostatismo. (31)
A flexão poderá ser feita com o paciente em decúbito dorsal, tendo seus joelhos abraçados contra o tórax, progredindo para flexão de tronco e quadril unilateral com apoio a frente em posição bípede ou levar as mãos ao solo em ortostatismo. O desvio lateral é mais utilizado nos casos de escoliose, com a correção inicial realizada pelo fisioterapeuta e posteriormente em ortostatismo frente a espelho, para enaltecer a posição ideal ao paciente. (32)
Indicam-se duas séries de 10 – 15 repetições, sustentadas por 1 – 2 segundos, com o paciente sempre tentando alcançar a amplitude de movimento máxima possível. Apesar da opção primaria por um determinado movimento, posteriormente à medida em que o paciente evolui, todos os movimentos deverão ser adicionados ao tratamento, a fim de proporcionar maior elasticidade tecidual. (32)
Frente à dor e rigidez, o método de diagnóstico e terapia mecânica de McKenzie propõe mobilizações e manipulações articulares como meios auxiliares eficientes
(figura 2).
Além disso, o paciente deverá ser ensinado quanto a “autocorreção” de posturas, movimentos e estimulado a praticá-las em âmbito domiciliar. (33)
Mediante à dor e rigidez, o método de diagnóstico e terapia mecânica de McKenzie propõe mobilizações e manipulações articulares como meios auxiliares e eficazes.
Figura 2- Princípios de tratamento do Método McKenzie
Fonte: fotos de arquivo pessoal. “*” indicam o desvio postural; “**” apontam as forças corretivas.
4. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica realizado como parte de formação do Curso de graduação em Fisioterapia da Universidade Iguaçu. Sua construção ocorreu para identificar na literatura científica nacional e internacional o melhor método a ser utilizado na realidade em questão.
A busca bibliográfica foi realizada entre o período de fevereiro de 2023 a dezembro de 2023, nas bases de dados do Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Pubmed. Os idiomas utilizados para seleção os periódicos foram inglês e português, abrangendo artigos com datas de publicação entre janeiro de 2014 a janeiro de 2024, exceto artigos históricos. Para busca de periódicos foram utilizados os descritores na língua inglesa com os termos: Low back pain. Physiotherapy. Methods. Exercise therapy. Rehabilitation, e para a língua portuguesa: Dor lombar. Fisioterapia. Métodos. Terapia por exercício. Reabilitação.
Foram utilizados os operadores booleanos AND, OR, e NOT cruzando-se os descritores anteriormente relacionados nas bases de dados citadas.
No estudo foram incluídos artigos originais de revisão bibliográfica, ensaio clinico, caso controle, estudo de caso e série de casos que incluíssem o tema método McKenzie como tratamento fisioterápico na lombalgia. Foram excluídos os artigos duplicados na base de dados, publicações abaixo do ano de 2014, exceto artigos históricos.
Para a análise dos dados, o conteúdo dos artigos foi registrado em um instrumento contendo: nome dos autores, ano de publicação, local de publicação, método da pesquisa, modelo de análise.
5. RESULTADOS
O diagrama 1 demonstra quantativamente o resultado da busca por estudos utilizando os seguintes descritores: dor lombar, fisioterapia, métodos, terapia por exercício, reabilitação.
Diagrama 1- Banco de Dados e artigos selecionados
Fonte: Os Autores
Após avaliação dos artigos e levantamento bibliográfico, realizando uma leitura analítica apresentam-se como resultados 9 artigos que abordam a fisioterapia, método McKenzie no tratamento da lombalgia. O resultado apresentado refere-se a estudos de diferentes abordagens científicas (Quadro 1).
Quadro 1. Artigos selecionados para análise
Autor/Ano | Título | Revista / Qualis / Fator de Impacto | Desenho do Estudo | Metodologia | Resultados | |
1 | Abdullah et al (2023) | Efeitos da adição de procedimentos práticos aos exercícios McKenzie na dor, incapacidade funcional e mobilidade das costas em pacientes com dor lombar: um ensaio clínico randomizado | The Malaysian Journal OF Medical Sciences/ C/ 0.433 | Ensaio Clínico | Quarenta e oito pacientes do sexo feminino foram aleatoriamente designadas para o grupo experimental ou grupo controle. Todos os pacientes de ambos os grupos foram submetidos a exercícios de McKenzie, estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) e educação por 35 min/sessão – 45 min/sessão, com três sessões/semana durante 2 semanas. Procedimentos práticos foram adicionados aos exercícios de extensão McKenzie apenas para os pacientes do grupo experimental. Uma escala visual analógica (VAS), o índice de incapacidade de Oswestry (ODI), a amplitude de movimento das costas (BROM) e diagramas corporais foram utilizados para medir a dor, a incapacidade funcional, a BROM e a centralização dos sintomas, respectivamente. | Os valores médios de VAS, ODI e BROM melhoraram significativamente após as intervenções em ambos os grupos ( P < 0,05), enquanto os resultados dos testes ANOVA de medidas repetidas e Mann-Whitney U mostraram diferenças estatisticamente não significativas entre os dois grupos ( P > 0,05 ). |
2 | Werneke et al (2022) | A associação entre autoeficácia na função e resultados de dor entre pacientes com dor lombar crônica tratados pela abordagem McKenzie: um estudo de coorte prospectivo | Journal OF Manual & Manipulative Therapy/ A1 /0.896 | Estudo de corte | Duzentos e oitenta e dois indivíduos com dor lombar crônica atendidos por médicos credenciados pela McKenzie forneceram dados sobre autoeficácia, função e dor na admissão e na alta. | A autoeficácia foi correlacionada com função e dor na ingestão; no entanto, a autoeficácia na ingestão não foi associada a resultados funcionais ou de dor. A autoeficácia aumentou durante o tratamento. Este aumento foi associado a melhorias na função e dor na alta. |
3 | Fatoye et al (2022) | Custo benefício do jogo de realidade virtual comparado à terapia de extensão McKenzie baseada em clínica para dor lombar crônica inespecífica. | British Journal of Pain/ A1/ 1445 | Ensaio clínico randomizado | Pacientes com lombalgia crônica inespecífica foram randomizados em grupo BEVRG ou CBMT. O nível de incapacidade dos pacientes foi avaliado usando o Índice de Incapacidade de Oswestry (ODI) na semana 4 e na semana 8 . O ODI foi mapeado para SF-6D para gerar anos de vida ajustados pela qualidade (QALYs) usados para análise de custoefetividade, A utilização de recursos e os custos foram avaliados com base nos serviços de reabilitação numa perspectiva de saúde. Foi realizada uma análise de custoefetividade que incluiu custos diretos de saúde. O custo incremental por QALY tambem foi calculado. | Quarentena e seis pacientes (BE-VRG, n= 22; CBMT, n = 24) com idade média (±DP) de 32,6 ± (11,5) anos para BEVRG e 48,8 ± (10,2) anos para intervenção de CBMT concluída em este estudo. Os custos médios diretos de saúde por paciente foram de US$ 100,67 e US$ 106,3 para BE-VRG e CBMT, respectivamente. As médias de anos de vida ajustados pela qualidade na semana 4 e na semana 8 foram (BEVRG, 0,0574 ± (0,002); CBMT, 0,0548 ± (0,002)); e (BE-VRG; 0,116 ± (0,002); CBMT; 0,114 ± (0,004)), respectivamente. A relação custo-efetividade incremental mostrou que o braço BE-VRG era menos dispendioso e mais eficaz que o CBMT. |
4 | Jablońska et al. (2021) | Avaliação eletromiográfica da fadiga muscular após teste de BieringSorensen em indivíduos com lombalgia submetidos ao tratamento McKenzie | Acta Bioeng Biomech/ B1/1.083 | Estudo de caso | Os testes foram realizados em 19 homens (idade média de 41,4 anos) com síndrome de dor lombossacral crônica inespecífica, trabalhando na posição sentada em frente a um computador. A avaliação das alterações na fadiga dos eretores da coluna, glúteo máximo e bíceps femoral usando eletromiografia de superfície durante o teste de Biering-Sorensen e avaliação subjetiva da dor usando a Escala Visual Analógica foram realizadas em três datas de teste. A representação tempofrequência do sinal eletromiográfico (transformada de Fourier) foi utilizada para o exame da fadiga muscular. O método McKenzie de diagnóstico e terapia foi aplicado antes e entre os testes. | A terapia McKenzie resultou em aumento da resistência (duração do teste) dos músculos espinhais examinados entre a 1ª e a 3ª data do teste (p = 0,043) e uma diminuição sistemática na avaliação da dor nas três datas do teste (p = 0,000- 0,004) . Foram obtidas correlações entre os coeficientes de inclinação da regressão simples da frequência mediana dos sinais eletromiográficos, por um lado, e a duração do BST (p = 0,000-0,012) e parâmetros antropométricos (massa corporal, altura e índice de massa corporal, p = 0,001-0,020). ) no outro. |
5 | Mark et al (2018) | Um ensaio clínico randomizado comparando o método McKenzie e exercícios de controle motor em pessoas com dor lombar crônica e preferência direcional. | Physiotherapy/ A1/0.138 | Ensaio clínico randomizado. | Trata-se de uma unidade secundária de saúde pública em Sydney, Austrália. Os participantes foram randomizados para receber 12 tratamentos do método McKenzie ou exercícios de controle motor durante 8 semanas. | Cinquenta e oito participantes completaram a coleta de dados para o desfecho primário em 1 ano. Não houve diferenças significativas entre os grupos para alterações na espessura muscular do tronco para qualquer um dos três músculos investigados: transverso abdominal [3%, intervalo de confiança (IC) de 95%: -5%, 11%], oblíquo interno [-4%, IC 95%: -9%, 2%] e oblíquo externo [3%, IC 95%: -4%, 11%]. Da mesma forma, não houve diferenças significativas entre os grupos para os resultados secundários de função, recuperação percebida e dor. |
6 | Mendonça et al (2016) | Método McKenzie como protocolo de tratamento da hérnia de disco lombar. | Revt. Interd/ B4 | Pesquisa descritiva intervencionista | Trata-se de uma pesquisa descritiva intervencionista realizada no Hospital Regional Chagas Rodrigues no município de Piripiri-PI. Os participantes do estudo foram paciventes que deram entrada no setor de fisioterapia com diagnóstico de Hérnia de Disco Lombar apresentando queixa de dor e restrição de mobilidade na coluna lombar. | A analise dos resultados obtidos por meio da escala numerica de dor revela que os pacientes relatam uma melhora na dor comparada ao primeiro atendimento com (média: 7), o quinto atendimento (média: 4,3), e uma melhora bastante significativa comparada com o primeiro atendimento (média: 7) com o decimo (média: 1,6), conseguindo relatar dor mínima após o protocolo McKenzie |
7 | Mark et al (2016) | Um ensaio clínico randomizado comparando o método McKenzie com exercícios de controle motor em pessoas com dor lombar | Jornal de Fisioterapia Ortopédica e Esportiva/ A1 /2,55 | ensaio clínico ramotizado | Setenta pessoas com dor lombar crônica que demonstraram preferência direcional usando a avaliação McKenzie foram randomizadas para receber 12 tratamentos durante 8 semanas com o método McKenzie ou com abordagens de controle motor. Todos os resultados foram coletados no início do estudo e no acompanhamento de 8 semanas por avaliadores cegos. | Nenhuma diferença significativa entre os grupos foi encontrada para a espessura do músculo do tronco do transverso abdominal (-5,8%; intervalo de confiança [IC] de 95%: – 15,2%, 3,7%), oblíquo interno (-0,7%; IC 95%: – 6,6). %, 5,2%) e oblíquo externo (1,2%; IC 95%: −4,3%, 6,8%). A recuperação percebida foi ligeiramente superior no grupo McKenzie (-0,8; IC 95%: -1,5, -0,1) numa escala de -5 a +5. Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos para dor ou função ( P = 0,99 e P = 0,26, respectivamente). |
8 | Garcia et al (2015) | Eficácia do método McKenzie em pacientes com dor lombar crônica inespecífica: um protocolo de ensaio randomizado controlado por placebo. | Physical Therapy & Rehabilitation Journal / A1 / 3.679 | Ensaio randomizado | Este estudo será realizado em clínicas de fisioterapia em São Paulo, Brasil.Serão incluídos no estudo pacientes que procuram atendimento por dor lombar crônica inespecífica (definida como dor ou desconforto entre as margens costais e as pregas glúteas inferiores, com ou sem sintomas referidos em membros inferiores, há pelo menos 3 meses 18 ), com quadro de dor intensidade de pelo menos 3 pontos medida pela Escala Numérica de Avaliação da Dor de 0 a 10 pontos, com idade entre 18 e 80 anos e capaz de ler português. | Este será o primeiro estudo a comparar o método McKenzie com a terapia placebo em pacientes com dor lombar crônica inespecífica. Os resultados deste estudo contribuirão para um melhor manejo desta população. |
9 | Chidozie et al (2014) | Influência do protocolo Mckenzie e de duas modalidades de exercícios de resistência na qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes com dor lombar mecânica de longa duração | The Pan African Medical Journal /A2/ 0.283 | Ensaio clínico | Foi realizado um ensaio clínico cego envolvendo 84 pacientes que receberam tratamento três vezes por semana durante oito semanas. Os participantes foram designados para o Grupo MP (MPG), Grupo MP mais Exercício Estático de Resistência nas Costas (MPSBEEG) ou Grupo MP mais Exercício Dinâmico de Resistência (MPDBEEG) usando randomização permutada. A QVRS e a dor foram avaliadas por meio do questionário Short-Form (SF36) e da Escala Visual Analógica Quádrupla, respectivamente | Sessenta e sete participantes com idade entre 51,8 ± 7,35 anos completaram o estudo. Uma taxa de abandono total de 20,2% foi observada no estudo. A comparação dentro do grupo nas semanas 0-4, 48 e 0-8 do estudo revelou diferenças significativas nos escores de QVRS (p < 0,05).Os escores de efeito do tratamento (TES) entre os grupos foram significativamente diferentes (p = 0,001). MPSBEEG e MPDBEEG foram comparáveis no TES na Percepção Geral de Saúde (GHP) na semana 4; e GHP e Funcionalidade Física na semana 8, respectivamente (p > 0,05). Entretanto, o MPDEEG apresentou TES significativamente maior nos demais domínios do SF-36 (p = 0,001) |
6. DISCUSSÃO
De acordo com Fatoye e Gebrye et al ³⁴ uma série de estratégias de manejo são recomendadas para lombalgia, incluindo cirurgia, terapias farmacológicas e não farmacológicas. As terapias não cirúrgicas e não farmacológicas, como as intervenções fisioterapêuticas, são o tipo de estratégia de tratamento mais utilizado para a lombalgia. Na verdade, a terapia com exercícios é indiscutivelmente a intervenção fisioterapêutica mais barata e aquela na qual o paciente tem algum grau de controle direto. No entanto, permanece inconclusivo qual tipo de exercício é melhor que o outro, levando a uma proliferação de programas de exercício com evidências limitadas sobre a sua eficácia e relação custo-eficácia. Em alguns países ocidentais, um dos tipos de fisioterapia mais utilizados e eficazes para pacientes com lombalgia de longa duração é o exercício McKenzie. A eficácia do método McKenzie no tratamento de pacientes com dor lombar crônica, constatou um tratamento bemsucedido para reduzir a dor a curto prazo e melhorar a função a longo prazo.
Murtezani e Govori et al ²⁷ concordam que a terapia manual (TM) demonstrou ter efeitos benéficos em todos os estágios da lombalgia. No método McKenzie os pacientes participam ativamente realizando exercícios, corrigindo sua postura e monitorando seus sintomas. As técnicas práticas são uma combinação de exercícios de extensão selecionados e TM para determinadas áreas da coluna.
O método McKenzie é ligeiramente mais eficaz do que as intervenções escolares de postura para o tratamento de deficiências, mas não para reduzir a intensidade da dor. Além disso, o método McKenzie é superior ao placebo no tratamento da dor, mas não no tratamento da incapacidade. A adição de exercícios McKenzie aos cuidados de primeira linha não produz qualquer dor adicional apreciável, alívio da incapacidade ou melhoria da função. Não foram relatadas diferenças significativas nas medidas de resultados, como rigidez nas costas, ADM e dor, após a adição da mobilização póstero-anterior ao método McKenzie ou a outras intervenções terapêuticas. Embora os exercícios tenham contribuído positivamente para o tratamento de pacientes com lombalgia, são necessários mais estudos para validar sua eficácia.
Segundo Mendonça e Andrade²⁹ obtiveram resultados estatisticamente significante por meio de uma pesquisa no qual utilizava o método Mckenzie como forma de tratamento em seis participantes, no qual deram entrada no setor de fisioterapia apresentando quadro algico e restrição da mobilidade. O tratamento foi instituído com base no protocolo Mckenzie iniciando pelos exercícios 1 (deitado de bruços) e exercício 2 (deitado de bruços, com extensão) durante três atendimentos realizando 5 repetições com intervalo de 2 minutos cada para adaptação do paciente ao método. Em seguida após a adaptação a esses exercícios foi acrescido o exercício 5 (flexão deitado) realizando 5 repetições com intervalo de 2 minutos. Foi observado nos dados que os pacientes obtiveram a diminuição do quadro álgico, melhora da amplitude de movimento tanto para flexão quanto para extensão da coluna lombar e possibilitou um bom alinhamento postural. Este método possibilita também o autotratamento a fim de manter os ganhos adquiridos, além de reduzir a dor melhorando sua atuação na rotina diária.
Verificou-se um resultado satisfatório no ganho de amplitude de movimento para a flexão da coluna lombar onde em seis pacientes houve um aumento dessa angulação do movimento de flexão deitado. Outros autores contradizem por meio de novas pesquisas, comentando que a flexão juntamente com a tração pode produzir melhores efeitos fisiológicos e terapêuticos. Mas Mckenzie desenvolve seu tratamento em grande parte pela extensão, sendo que a flexão também pode ser utilizada quando necessário.
Jablonska e Mczynski et al³⁶ também obteve bons resultados aderindo o método Mckenzie com proposta de tratamento em 19 homens trabalhadores no qual tiveram o aumento da resistência dos músculos da coluna vertebral e uma diminuição sistemática na avaliação da dor.
Conforme o estudo de Garcia e Menezes et al²⁵ o método Mckenzie apresentou melhores resultados no alívio da dor em curto prazo, os pacientes com dor lombar aguda têm um melhor prognostico e melhora da incapacidade em comparação com intervenções ativas como o exercício físico. Para a dor lombar crônica tem o prognóstico menos favorável, o estudo não conseguiu tirar conclusões sobre a eficácia do método McKenzie.
Já Halliday e Paappas et AL30 constataram que o tratamento através de Mckenzie ou exercícios em pessoas com lombalgia crônica são semelhantes na melhora do controle motor espessura, função, percepção de recuperação e dor dos músculos do tronco.
Edmond e Werneke35 relatou que a abordagem McKenzie é uma intervenção eficaz para pacientes com dores nas costas que podem afetar a auto eficácia. Embora a auto eficácia na ingestão tenha sido associada à função e à dor ao iniciar a fisioterapia, ela não resultou em melhores resultados do tratamento. Intervenções mais específicas podem ser necessárias para a melhorar. Os aumentos no auto eficácia observados durante o tratamento foram associados a melhorias na função e nos resultados de dor na alta.
Abdullah et al37 estabeleceu que a terapia manual é melhor do que a fisioterapia tradicional no gerenciamento de dor e deficiência. Isso pode ser porque eles aplicaram apenas um exercício (esforamento estático dos músculos dos isquiotibiais), enquanto no estudo atual, um programa composto por três exercícios nas costas, Transcutaneious Electrical Nerve Stimulation (TENS), exercícios em casa e educação foi aplicado. No entanto, até o momento, há evidências limitadas da eficácia da adição de terapia manual aos exercícios de McKenzie para o tratamento da dor lombar crônica. Pode-se concluir que os exercícios de mobilização e McKenzie podem resultar nos mesmos resultados. Relataram também que a mobilização lombar posterior-anterior não resultou em nenhuma mudança mensurável significativa em pacientes com dor lombar em seu estudo.
7. CONCLUSÃO
A fisioterapia ao longo desses anos vem se tornando uma grande aliada ao tratamento das lombalgias, sobretudo o método McKenzie que é utilizado em diagnóstico e tratamento terapêutico. Tendo como princípio a independência do paciente e a identificação do movimento que minimiza o quadro álgico. Sendo possível observar uma resposta positiva dos aspectos biomecânicos, ganho da amplitude de movimento, melhora das suas atividades de vida diária, contribuindo então no tratamento de pacientes com lombalgia.
Constatou-se que as dores na coluna lombar são causadas por hérnias discais, traumas, tumores, infecções, vasculopatias, inflamações, artrite reumatoide ou indeferida, que em grande parte tem origem mecânica.
De acordo com os resultados obtidos pode-se concluir que foi alcançado o objetivo principal verificando a efetividade do método McKenzie, porém devido à escassez de artigos publicados sobre o método, recomenda-se novos estudos demonstrando todos os benefícios que o método McKenzie pode proporcionar.
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1Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Iguaçu, como requisito parcial, para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.
2 Mestre em Educação Profissional em Saúde – FIOCRUZ-RJ (2017), Pós Graduado em Terapia Intensiva em UNESA (2003), Coordenador do Curso de Fisioterapia em EAD da Universidade Iguaçú (UNIG), professor da graduação e pós graduação da UNIG.Mon, 01 Apr 2024, 09:39
3 Mestre em Saúde da Família pela Universisdade Estácio de Sá – Unesa (2011). Pós-Graduado em Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica pela Universidade Estácio de Sá – UNESA (1998), Especialista em RPG (Método Souchard) e Graduado em FISIOTERAPIA pela Universidade Gama Filho (1996). Coordenador de graduação em fisioterapia (2014 até o momento) e professor da Universidade Iguaçú – UNIG (1999 até o momento)
4Mestre em Ciências: Fisiopatologia Clínica e Experimental – FISCLINEX (UERJ) 2020. Título de Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto – ASSOBRAFIR. Coordenador da Pós Graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva (Universidade Iguaçu)Fri, 12 Apr 2024, 20