ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS E ACHADOS LABORATORIAIS EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE DENGUE GRAVE – ESTUDOS DE REVISÃO SISTEMÁTICA

HEMATOLOGICAL CHANGES AND LABORATORY FINDINGS IN PATIENTS DIAGNOSED WITH SEVERE DENGUE – SYSTEMATIC REVIEW STUDIES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10906012


Jozélio Pereira de Sousa1
Aline Soares de Santana Dutra²
Francisco Danilo Rodrigues³
Juliana Alves Rampazzo4
Iracema Teixeira da Silva5
Bruna Vladima de Souza Pessoa6
Danilo Farias de Morais7
Bianca Ingrid Lopes da Cruz8
Estrela Cecília Moreira de Holanda Farias9
Ednei Pereira Parente10


RESUMO: A dengue infecciosa é responsável por quase 400 milhões de novos casos a cada ano, sendo considerada um problema de saúde pública em todo o globo. É uma patologia infecciosa que pode ser classificada como dengue com ou sem sinais de alarme, e dengue grave. As alterações no sangue estão relacionadas à gravidade da condição e direcionam as ações médicas. O estudo objetivou-se em consolidar, sintetizar e avaliar os achados de pesquisas primárias, com foco nas características hematológicas e achados laboratoriais na literatura. Durante o período de janeiro de 2016 a janeiro de 2021, foram realizadas buscas nas plataformas LILACS e PubMed para apreensão e análise de artigos publicados sobre alterações hematológicas e achados laboratoriais na dengue grave. Após uma análise minuciosa, foram incluídos no estudo 11 artigos. Os principais achados foram: diminuição da contagem de plaquetas (63,7%), aumento do hematócrito (18,6%), aumento do tempo de tromboplastina parcial ativada (27,8%) e leucopenia (45,6%). 

Palavras-chave: Dengue. Hematologia. Leucopenia. Trombocitopenia. 

ABSTRACT: Infectious dengue is responsible for almost 400 million new cases each year, and is considered a public health problem across the globe. It is an infectious pathology that can be classified as dengue with or without warning signs, and severe dengue. Changes in the blood are related to the severity of the condition and direct medical actions. The study aimed to consolidate, synthesize and evaluate primary research findings, focusing on hematological characteristics and laboratory findings in the literature. During the period from January 2016 to January 2021, searches were carried out on the LILACS and PubMed platforms to capture and analyze published articles on hematological changes and laboratory findings in severe dengue. After a thorough analysis, 11 articles were included in the study. The main findings were: decreased platelet count (63.7%), increased hematocrit (18.6%), increased activated partial thromboplastin time (27.8%) and leukopenia (45.6%).

Keywords: Dengue. Hematology. Leukopenia. Thrombocytopenia.

1 INTRODUÇÃO

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a dengue é um problema de saúde pública em todo o mundo, principalmente nos países tropicais, causando impacto em até 128 países e quase 400 milhões de casos novos a cada ano.  No Brasil, o aumento da população mundial, a urbanização e as condições socioambientais levaram à disseminação do vírus e à sua subsequente disseminação desordenada (CASTRO et al., 2012).

Doença transmitida por mosquitos, comumente conhecida como arbovirose. É uma infecção sistêmica, transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti. Atualmente possui quatro cepas de vírus: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Também pode-se dividir em três formas, com base nos sinais e sintomas apresentados pelo paciente: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave. Em termos clínicos, é possível mencionar como principais dores: retro-ocular, dor muscular e dor nas articulações, febre aguda e cefaleia frontal (MASERA et al., 2011).

Alterações hemorrágicas como hemoconcentração, leucopenia e plaquetopenia influenciam nas intervenções terapêuticas e são vinculadas à gravidade da doença, contribuindo significativamente para o diagnóstico, a evolução e o tratamento da dengue (OLIVEIRA et al., 2009). 

A intensidade da enfermidade, sua propensão a reemergir e a falta de um tratamento específico indicam a necessidade de estudos diretos à compreensão do comportamento clínico. Com a fisiopatologia da enfermidade ainda não compreensão totalmente esclarecida, e a evolução dos estudos é fundamental para estabelecer uma base consistente para o fim de criações eficientes na promoção da cura (PEDROSO et al., 2009).

2 OBJETIVO

Este estudo tem como objetivo reunir, sintetizar e avaliar os achados das investigações primárias, enfatizando as características hematológicas nos casos graves de dengue por através da revisão de literatura.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Agente etiológico

O arbovírus, também conhecido como vírus transmitido por artrópodes, é o vírus mais conhecido. É composto de ácido ribonucleico (RNA) e é conservado na natureza através da transmissão biológica entre hospedeiros vertebrados susceptíveis e artrópodes hematófagos, ou por transmissão de artrópode para artrópode através da via transovariana (GOMES et al., 2013).

O vírus é um arbovírus pertencente à família de vírus Flaviviridae, o vírus se divide em: quatro sorotipos, DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Os quatro tipos já foram registrados no Brasil. O tipo mais patogênico é DEN-3, seguido por DEN-2, DEN-4 e DEN-1 (MASERA et al., 2011).

O primeiro tipo é o mais violento dos quatro; isto é, atinge rapidamente milhões de pessoas e causa grandes epidemias. Sendo transmitida pelas fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e, em menor extensão, pelos mosquitos Aedes albopictus. A dengue geralmente é irradiada em áreas temperadas e tropicais de alcance do vetor, sendo que há variações locais influenciadas pela chuva, temperatura e pela rápida e perigosa urbanização das cidades (MARTINS et al., 2015).

A fonte de infecção e o hospedeiro vertebrado é a espécie humana.  O vírus da dengue começa a se espalhar quando um mosquito pica uma pessoa. No intestino médio do inseto, o vírus do Aedes se multiplica e, ao longo do tempo, afeta diversos órgãos até as glândulas salivares, de onde sairá para a corrente sanguínea da pessoa picada. A incubação é o período que dura quatro a sete dias, e após isso o vírus volta a circular na corrente sanguínea, e depois, aparecem os sintomas iniciais (GOMES et al., 2013).

As células sanguíneas, como o macrófago, também se reproduzem pelo vírus, o que atira a medula óssea e imparia a produção de plaquetas. As substâncias que agridem as paredes dos vasos sanguíneos se formam durante a multiplicação viral, resultando em uma perda de líquido (plasma). Se isso começa muito rápido, juntamente com a diminuição das placas, é possível ocorrer diversos problemas no sistema circulatório, tais como lesões e queda da pressão arterial (ORTEGA et al., 2015).

3.2 Epidemiologia

A dengue é vista como uma doença mais significativa por arbovírus, visto que a maior parte da população global habita em países onde a dengue é endêmica. Uma estimativa de todo o mundo indica que entre 50 e 200 milhões de casos de dengue ocorrem a cada ano, com cerca de 20 milhões de mortes como resultado (AYUKEKBONG et al., 2017).

Nos últimos trinta anos, a quantidade de casos e o número de países que relataram surtos de dengue subiram dez vezes, atualmente, a doença está presente em pelo menos quinze países tropicais e subtropicais, incluindo os de África, do Sudeste Asiático, da Orla do Pacífico, das Américas, das Caraíbas e do Mediterrâneo Oriental (PARKASH et al., 2015).

Os fatores que contribuíram para a atual propagação observada da dengue são numerosos e incluem a evolução do vírus; fatores socioeconómicos como o crescimento populacional, recursos económicos limitados e urbanização; aquecimento global; e viagens e comércio internacionais (MURRAY et al., 2015).

A dengue tem um elevado fardo económico, com cuidados de saúde globais, vigilância, controlo veterinário e custos de produção estimados em aproximadamente 39 mil milhões de dólares por ano. Os primeiros surtos de dengue ocorreram na Ásia, África e América do Norte entre 1779 e 1780. Uma pandemia semelhante ocorreu de 1823 a 1916, com a Segunda Guerra Mundial causando mudanças ecológicas, demográficas e epidemiológicas. A primeira epidemia clínica e laboratorial ocorreu na década de 1980 no Brasil (RAMOS et al., 2017). 

O Rio de Janeiro sofreu uma grave epidemia em 1986 devido ao ressurgimento do vírus da dengue. Mais de 60 milhões de casos foram notificados em 1987. Desde 1994, o vírus se espalhou por seis municípios de 18 estados brasileiros, com quatro grandes epidemias nas últimas duas décadas (PESSOA et al., 2016).

Em 2010, a epidemia de dengue no Brasil afetou 21 estados devido à circulação simultânea de todos os sorotipos e ao ressurgimento do DENV-4 na região Norte após 28 anos de ausência (ARAÚJO et al., 2017).

Em 2015, a região Sul registrou o maior número de casos de dengue, seguida pelas regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Norte. De 31/12/2017 a 20/01/2018, a região Sul apresentou o maior número de casos confirmados, seguida pelas regiões Centro-Oeste, Norte e Sul (MANIERO et al., 2016). 

3.3 Fisiopatologia

A introdução de um sorotipo do vírus da dengue confere imunidade contra outro sorotipo, permitindo que a doença se comporte de forma agressiva. Isto se deve à entrada de anticorpos nos monócitos através do fragmento de cristalinidade e do receptor celular. Epidemias hemorrágicas de dengue são relatadas devido à ausência de anticorpos contra outros sorotipos. A manifestação clínica varia entre infecções assinóticas, oligossintomáticas e sintomáticas (ORTEGA et al., 2015).

A dengue é uma doença benigna com sintomas variáveis dependendo do paciente e do sorotipo. Os sintomas comuns incluem febre, cefalosporina intensa, dor retro-orbital, enxaquecas generalizadas e dor abdominal. O exantema da dengue geralmente ocorre no terceiro ou quarto dia, com intensa prudência durante a fase recessiva. A dengue hemorrágica é caracterizada pelo aumento da permeabilidade vascular, levando ao aumento da hemoconcentração e potencialmente causando asfixia hipovolêmica não hemorrágica. A plaquetopenia é outra característica clínica (MASERA et al., 2011). 

3.4 Diagnóstico

O processo de diagnóstico inclui exames clínico-laboratoriais e investigações de dispersão da doença na área onde se advêm pacientes com risco de dengue. Exames específicos e inespecíficos serão os dois aspectos sob o que as alterações laboratoriais são apresentadas. Testes de proteínas não estruturais, isolamento de agente ou sorologia, determinações de anticorpos ou antígenos específicos são exemplos de exames específicos. Hemograma, velocidade de hemossedimentação (VHS) coagulograma e exame das enzimas hepáticas são exemplos de exames inespecíficos, sendo que os dois últimos são realizados na suspeita de dengue hemorrágica (XAVIER et al., 2014).

3.5 Exames específicos 

3.5.1 Antígeno NS1 (Proteína Não-Estrutural do Vírus da Dengue 1)

A pesquisa do Antígeno NS1 é uma alternativa para o diagnóstico precoce. Nesta amostra de pacientes infectados, NS1 é uma glicoproteína não estrutural de 46 kDa que está presente em grandes concentrações (CASENGHI et al., 2018).

 Pode ser identificada desde o primeiro dia após o início dos sintomas. O teste é realizado por imunocromatografia em amostras de sangue total, plasma ou soro (XAVIER et al., 2014).

3.5.2 Testes sorológicos

Cinco testes sorológicos têm sido empregados para o diagnóstico da infecção por dengue:

  • Inibição da hemaglutinação (HI);
  • Fixação de complemento (FC);
  • Teste de neutralização (NT);
  • Imunoglobulina M (IgM);
  • Ensaio imunoenzimático de captura da imunoglobulina M e imunoglobulina G ELISA indireta.

A principal desvantagem dessas técnicas é a alta reatividade cruzada observada não apenas entre os quatro sorotipos da dengue, mas também em relação a outros Flavivírus, como o vírus Nilo Occidental, o vírus da febre amarela, o vírus da encefalite japonesa, o vírus da encefalite japonesa e o vírus da encefalite de St. Louis (AYUKEKBONG et al., 2017).

3.6 Exames inespecíficos

  • Hemograma: Na dengue hemorrágica o número de neutrófilos aumenta no quinto dia de doença, com possibilidade de neutrofilia e grânulos tóxicos. A contagem de linfócitos também aumenta, com presença de linfócitos, imunócitos e plasmócitos característicos em quantidade significativa (5 % a 10%). Na dengue clássica, leucopenia e neutropenia já foram observadas no segundo dia. Os leucócitos poderiam atingir 2 milhões e 4 milhões com apenas 20–40% de neutrófilos no quarto ou quinto dia. São raros os plasmócitos, já os linfócitos atípicos são encontrados (XAVIER et al., 2014).
  • Coagulograma: É observado a diminuição de fibrinogênio, protrombina, fator VIII, XII, antitrombina III e aumento de produtos relacionados à degradação do fibrinogênio. Documentados também são funções plaquetárias prejudicadas e baixos níveis de complemento (C3 em particular). Aumento dos tempos de protrombina e tromboplastina parcial (ROOPASHRI et al., 2015).
  • Velocidade de hemossedimentação: A velocidade de hemossedimentação é aumentada na dengue, mas também pode ser maior em processos infecciosos, inflamatórios e neoplásicos (XAVIER et al., 2014).
  • Outros: Em alguns casos, há disfunção hepática acompanhada de níveis elevados de alanina e aspartato aminotransferase. Hipoalbuminemia, acidose metabólica e anormalidades eletrolíticas são frequentemente notadas. Um jejum prolongado causa acidose metabólica acidose (AYUKEKBONG et al., 2017).

3.7 Tratamento, prevenção e controle  

A dengue pode se apresentar tanto na forma clínica quanto na forma grave, necessitando de mais cuidados em observação ou em ambiente hospitalar. A dengue grave começa com os mesmos sintomas da dengue clínica, com sinais de alarme surgindo durante o terceiro ao quinto dia. Não existe tratamento específico para dengue, apenas hidratação e medicação sintomática. Os pacientes devem evitar ácido acetilsalicílico, clopidogrel e outros medicamentos anticoagulantes, pois podem aumentar o risco de coágulos sanguíneos. Paracetamol e dipirona são recomendados para aliviar os sintomas de dor e febre (FERNANDO et al., 2016).

Prevenir a dengue envolve manter a casa limpa e eliminar possíveis portadores. As roupas minimizam a exposição da pele durante o dia e proporcionam proteção à pele. Os inseticidas, como citronela, andiroba e óleo de cravo, não são aprovados pela Anvisa e não têm eficácia comprovada. A prevenção da dengue está intimamente ligada às práticas de higiene e vacinação (VALLE et al., 2015).

O controle desta doença tipicamente urbana é bastante complexo, envolvendo, além do setor saúde, fatores como infraestrutura das cidades, transporte de pessoas e cargas, o meio ambiente, entre outros (PINTO et al., 2013).

4 METODOLOGIA 

Usando os guias PRISMA, foram utilizadas as bases de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e PubMed para identificar artigos relacionados a essa revisão publicados no período de janeiro de 2016 a de janeiro de 2022. 

A abordagem e metodologia empregada consistiu na revisão sistemática em estudos primários, avaliando pesquisas consideradas relevantes e identificando em práticas previamente previstas.

Como critério de inclusão, foram analisados estudos publicados nos meses de janeiro de 2016 a janeiro de 2022, através da opção de busca avançada das plataformas usadas. Para ser incluído, os trabalhos deveriam abordar a dengue em sua forma mais grave e conter informações sobre alterações hematológicas. Os termos empregados foram “Severe dengue” e “hematological”, sendo o primeiro encontrado no título dos estudos e o segundo na opção Outros. A busca foi feita de maneira similar em todas as plataformas. A pesquisa foi conduzida em inglês e o período de busca foi entre 01 de janeiro de 2024 e 01 de março de 2024.

Foram excluídos trabalhos de revisão literária, manuscritos com um texto completo inacabado e artigos que não mencionavam alterações hematológicas. 

4.1 Obtenção dos dados

Os artigos elegíveis tiveram suas informações detalhadas no questionário PRISMA. Foram encontrados 41 artigos, dos quais 30 foram excluídos devido à inadequação dos requisitos de elegibilidade. Foram usados 11 artigos para a elaboração deste estudo de revisão (Figura1).

4.1 Obtenção dos dados

Depois de examinar os artigos, os dados foram organizados em uma tabela em ordem cronológica, com informações sobre a população do estudo, autor, ano de publicação e descrição das alterações hematológicas. Posteriormente, os dados encontrados foram debatidos de forma sucinta.

5 RESULTADOS 

Foram realizadas pesquisas na literatura de artigos sobre o tema nas plataformas LILACS e PubMed, publicados entre 01 de janeiro de 2016 e 01 de janeiro de 2021. Foram identificados 41 estudos, mas 11 artigos com uma ampla variedade de propósitos foram selecionados para análise, sendo considerados estudos observacionais.

Depois de examinar os estudos, os dados mais relevantes foram adicionados ao Quadro 1 e, em seguida, foi criada uma segunda tabela com as alterações hematológicas e achados laboratoriais encontrados e suas respectivas frequências (Quadro 2). A discussão é o local do artigo que abriga os comentários sobre o significado dos resultados, a comparação com outros achados de pesquisas e a posição dos autores sobre o assunto. 

As principais alterações hematológicas e achados laboratoriais observados em casos de dengue grave foram: diminuição da quantidade de plaquetas, variação dos níveis de hematócrito, aumento do tempo de protrombina, aumento do tempo de tromboplastina parcial ativada e leucopenia. 

Figura 1 – Diagrama do fluxo dos artigos elegíveis para o estudo segundo o modelo PRISMA.

Fonte: Autoria própria (2023).

Quadro 1 – Sumário dos estudos que preencheram todos os critérios de elegibilidade pré-definidos e principais alterações hematológicas e achados laboratoriais descritos em casos de dengue grave.

População de estudoAutoresBase de dadosAnoAlterações hematológicas e achados laboratoriais encontrados
Homem, cursou com anemia hemolítica após resolução da dengue graveMra Aye et al.PubMed2016Hematócrito baixo, leucopenia, monocitose, Coombs indireto positivo e tempo de tromboplastina parcial aumentado.
Pacientes com dengue grave na UTIChin-Ming Chen et al.Pubmed2016Tempo de tromboplastina parcial aumentado, hematócrito baixo e tempo de protrombina aumentado.
Paciente adultos com dengue grave e prolongadaAnil Kumar Hema S.PubMed2016Trombocitopenia, leucopenia
Gestante com dengue graveHori Hariyanto et alPubMed2016Trombocitopenia, tempo de tromboplastia parcial aumentado, dímero D ligeira- mente elevado
Homem com dengue grave, infectado por dois Sorotipos de dengue concomitantementeSoroy Lardo et alLILALC2016Trombocitopenia, leucopenia
Crianças com sintomas de dengueMinh Tuan Nguyen et al.PubMed2018Trombocitopenia
Pacientes adultos com suspeita clínica de denguePonsuge Chanthurani Sigera et alLILACS2019Leucopenia
Pacientes pediátricos com dengue de 5 a 12 anosAbhay PSRathore et al.PubMed2020Trombocitopenia e aumento do hematócrito
Pacientes hemofílico com dengue graveDilushi Wijayaratne et al.LILACS2020Manifestações hemorrágicas em hemofílicos com níveis de plaquetas elevados, comparados a pacientes não hemofílicos
Pacientes adoslecentes e adultos com diagnóstico Sorológico confirmado de dengueTongluk Teerasarntipan et al.PubMed2020Trombocitopenia, alto grau de hemoconcentração, leucopenia e linfocitose atípica.
Pacientes internados com suspeita de dengueGoutam Patra et al.LILACS2021Trombocitopenia e aumento de hematócrito

Quadro 2 – Frequência das alterações hematológicas e achados laboratoriais encontrados nos estudos avaliados.

Alterações Hematológicas e Achados Laboratoriais Frequência%
Trombocitopenia63,7
Leucopenia45,6
Tempo de tromboplastina parcial aumentado27,8
Hematócrito aumentado18,9
Hematócrito baixo18,9
Tempo de protrombina aumentado9,9
Alto grau de hemoconcentração9,9
Linfocitose atípica9,9
Monocitose9,9
Coombs indireto positivo9,9
Dímero D ligeiramente elevado9,9
Contagem normal de plaquetas com manifestações hemorrágicas9,9

6 DISCUSSÃO

Neste estudo, foram analisados artigos publicados com dados sobre as alterações hematológicas encontradas no perfil grave da infecção causada pelo vírus da dengue, com o objetivo de catalogá-las em um trabalho secundário. A dengue grave é geralmente causada por uma reação imune atípica que envolve imunocomplexos, citocinas e leucócitos, que se alastram, com aumento da permeabilidade e manifestações hemorrágicas associadas à trombocitopenia 

A trombocitopenia, associada ao aumento do hematócrito, foi a alteração hematológica mais relatada nos trabalhos que foram examinados nesta revisão. Esses achados podem estar relacionados ao processo fisiopatogênico da dengue grave, caracterizado pelo aumento da permeabilidade capilar e pelo extravasamento de líquidos para o ambiente extra vascular (ESTUTI, 2017).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a diminuição das plaquetas é uma característica frequente em todas as formas de dengue. A diminuição dos trombócitos, associada à elevação dos valores de hematócritos, é uma característica da forma grave da doença. A contagem total dos glóbulos brancos foi medida por meio da variação da contagem, com a leucopenia e a leucocitose apresentando-se de maneira moderada no início da infecção, juntamente com linfocitose com células atípicas. Esses achados também foram observados em um estudo sobre alterações do hemograma no diagnóstico da dengue, conduzido por Oliveira et al. A leucopenia, assim como a queda das plaquetas, são observadas nos casos brandos como também nos mais críticos. No entanto, na plaquetopenia, valores abaixo de 50.000 acompanhados da prova do laço positiva já indicam uma infecção na sua forma grave. O aumento do hematócrito é mais comum na fase aguda da doença, devido ao extravasamento de plasma (OLIVEIRA et al., 2012).

A diminuição das plaquetas na infecção pela dengue pode estar ligada à deficiência genética, à ação de agentes infecciosos ou à indução farmacológica; podendo causar a inibição da proliferação dos megacariócitos, com consequente diminuição da produção ou destruição plaquetária. Dos textos examinados, 66,7% mencionaram a diminuição da série plaquetária. Estudos relacionam essa descoberta à supressão da medula óssea causada pelo vírus da dengue, e a plaquetopenia está relacionada a reações cruzadas entre anticorpos, especialmente anti-NS1, e proteínas de superfície, que levam à formação de complexos imunocomplexos e à ativação do sistema complemento, resultando em uma destruição plaquetária (HOTZZ, 2010).

Além das alterações no sangue mencionadas anteriormente, também foram relatadas alterações no tempo de protrombina e no tempo de tromboplastina parcial ativada no coagulograma. Os dados citados anteriormente apareceram em 40% dos artigos usados. Os resultados encontrados podem ser considerados previsíveis em relação ao comportamento fisiológico da infeção. No estudo conduzido por Fantinatti, foram notadas as alterações hematológicas e fisiológicas causadas pela infecção pelo vírus da dengue (FANTINATTI, 2010).

A dengue é caracterizada pela heterogeneidade em sua apresentação clínica. O sorotipo do vírus, o estado imunitário do doente, a conjunção com outras doenças e uma infecção adquirida anteriormente são fatores de risco para casos graves.

Os estudos forneceram dados valiosos em diversas circunstâncias da dengue em sua forma mais grave. Observar essas mudanças pode fornecer uma base para as primeiras suposições de que se trate de uma dengue e se progride para uma forma mais grave, em conjunto com os achados clínicos indicadores.

No entanto, foram notadas algumas restrições, como a carência de estudos que abordem a distensão das lâminas sanguíneas. Foi notado um número limitado de trabalhos sobre a dengue grave, uma vez que a maioria dos trabalhos encontrados nas bases literárias trata da dengue de maneira mais ampla. A possível explicação para o baixo número de pesquisas em sua forma mais frequente, apesar dos expressivos casos de dengue no mundo e no Brasil, é atribuída à negligencia da gestão e ao baixo investimento governamental, o que torna o manejo mais acurado e precoce (ZICKER et al., 2019).

Os relatos apresentados têm um papel significativo no estudo das alterações hematológicas na dengue grave, fornecendo dados sobre indivíduos com particularidades distintas e expondo as diversas formas de apresentação do vírus em circunstâncias peculiares, como gestantes, hemofílicos, crianças, pacientes em unidades de terapia intensiva e indivíduos infectados por dois sorotipos simultaneamente, o que é mais frequente em áreas de risco. Levando em conta que, em 2020, o Brasil representou 65% dos casos de dengue no continente (TAUIL, 2021). Esse trabalho reúne dados que podem colaborar para melhor entendimento sobre o ritmo e manejo da doença em populações específicas.

Através da revisão de 11 publicações, foi viável reunir informações sobre as principais alterações hematológicas e achados laboratoriais notadas em indivíduos que sofrem com a dengue grave. Sendo assim, é importante ter mais investimentos que permitam a implementação e/ou a continuação de pesquisas existentes na área, de forma a facilitar o diagnóstico e o tratamento clínico do paciente com dengue grave.

REFERÊNCIAS

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¹Biomédico. Especialista em Patologia Clínica. Mestrando em Biotecnologia – UNINTA.Orcid: https://orcid.org/0009-0001-5597-2398. Email: jozeliobiomedico@gmail.com
²Bióloga – UFRPE. Orcid: https://orcid.org/0009-0007-4996-7000. Email: alinesantanabiologa@gmail.com
³Enfermeiro. Mestrando em Biotecnologia – UNINTA. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-3256-1139. Email: enfer.danilorodrigues@gmail.com
4Enfermeira – PUC MINAS. Orcid: https://orcid.org/0009-0006-3941-9687. Email: julianarampazzo28@gmail.com
5Graduada em Radiologia– Faculdade NovaUnesc. Email: Email: iracema.rad@hotmail.com
6Graduanda em Medicina – UFPB. Orcid: https://orcid.org/0009-0003-2189-669X. Email: bruna.pessoa@academico.ufpb.br
7Mestre em Biotecnologia e Inovação em Saúde – UNIAN-SP. Orcid: https://orcid.org/0009-0000-8185-4857. Email: danilofariasdemorais@gmail.com
8Graduanda em Enfermagem – UNIP. Orcid: https://orcid.org/0009-0001-5858-9140. Email: biangellopes@gmail.com
9Graduanda em Medicina – Universidade Nilton Lins. Orcid: https://orcid.org/0009-0001-5304-7000. Email: estreladeholandafarias@gmail.com
10Mestre em Educação Profissional e Tecnológica – UEA. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9554-5115. Email: edmestradoept@gmail.com