REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10905989
Italo Hugo Almeida Antero;1 Gabriel Pereira da Silva2; Eduardo Araujo Santana;3 Evelly Sind Sampaio dos Santos;4 Marcela de Maria Pereira Teixeira;5 Daniel Ferreira dos Santos;6 Danyelle Carneiro de Souza Cavalcante;7 Cynthia Cardozo Dias Lima;8 Marcus Vinícius Pereira de Sousa;9 Paloma Almeida de Sousa.10
RESUMO
INTRODUÇÃO: A Tireoidite de Hashimoto (TH), também conhecida como Doença de Hashimoto, é uma condição autoimune crônica que afeta a glândula tireoide. Nessa enfermidade, autoanticorpos atacam e danificam as células tireoidianas, prejudicando sua função hormonal. OBJETIVO: Discutir acerca dos aspectos fisiopatológico, diagnósticos, terapêuticos, bem como o impacto na qualidade de vida diante da tireoidite de Hashimoto. MATERIAIS E MÉTODOS: Revisão integrativa da literatura. Os dados foram coletados em março de 2024 por meio de pesquisas realizadas nas bases de dados MEDLINE, LILACS, BDENF e SCIELO. Para essa coleta, foram empregados os seguintes Descritores em Ciências da Saúde: “Doença de Hashimoto”, ” Diagnóstico Precoce” e ” Assistência Integral à Saúde”. Esses descritores foram combinados utilizando o operador booleano AND. O período de busca abrangeu os anos de 2019 a 2024. RESULTADOS: A Tireoidite de Hashimoto apresenta uma complexidade multifacetada em seus aspectos fisiopatológicos, ressaltando a importância da anamnese detalhada e dos exames laboratoriais específicos para o diagnóstico preciso. Enquanto a reposição hormonal é a principal estratégia terapêutica, novas abordagens, como a suplementação de selênio e mudanças na dieta, estão sendo investigadas. Além disso, o impacto psicossocial da doença não deve ser subestimado, pois pode resultar em significativos desafios emocionais e sociais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, uma abordagem abrangente que considere aspectos médicos, psicológicos e sociais é essencial para otimizar o manejo da Tireoidite de Hashimoto e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Doença de Hashimoto; Diagnóstico Precoce; Assistência Integral à Saúde.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Hashimoto’s Thyroiditis (HT), also known as Hashimoto’s Disease, is a chronic autoimmune condition that affects the thyroid gland. In this illness, autoantibodies attack and damage thyroid cells, impairing their hormonal function. OBJECTIVE: To discuss the pathophysiological, diagnostic, therapeutic aspects, as well as the impact on quality of life in the context of Hashimoto’s thyroiditis. MATERIALS AND METHODS: Integrative literature review. Data were collected in March 2024 through searches conducted in the MEDLINE, LILACS, BDENF, and SCIELO databases. For this collection, the following Health Sciences Descriptors were used: “Hashimoto’s Disease,” “Early Diagnosis,” and “Comprehensive Health Care.” These descriptors were combined using the Boolean operator AND. The search period covered the years 2019 to 2024. RESULTS: Hashimoto’s Thyroiditis presents a multifaceted complexity in its pathophysiological aspects, highlighting the importance of detailed anamnesis and specific laboratory tests for accurate diagnosis. While hormonal replacement is the main therapeutic strategy, new approaches, such as selenium supplementation and dietary changes, are being investigated. Additionally, the psychosocial impact of the disease should not be underestimated, as it can result in significant emotional and social challenges. FINAL CONSIDERATIONS: Therefore, a comprehensive approach that considers medical, psychological, and social aspects is essential to optimize the management of Hashimoto’s Thyroiditis and improve patients’ quality of life.
Keywords: Hashimoto’s Disease; Early Diagnosis; Comprehensive Health Care.
1 INTRODUÇÃO
A Tireoidite de Hashimoto (TH), também conhecida como Doença de Hashimoto, é uma condição autoimune crônica que afeta a glândula tireoide. Nessa enfermidade, autoanticorpos atacam e danificam as células tireoidianas, prejudicando sua função hormonal. Ela representa uma das principais causas de disfunção da tireoide globalmente, e sua incidência tem crescido consideravelmente ao longo dos últimos anos (Benseñor et. al., 2021).
A TH se apresenta em diversas formas primárias, incluindo a manifestação clássica associada aos anticorpos antitireoidianos, variantes fibróticas e relacionadas à IgG4, hashitoxicose, forma juvenil e tireoidite silenciosa. Essas variações compartilham características como aumento do tamanho da tireoide e presença de infiltrado linfocitário no tecido tireoidiano. Já as formas secundárias são iatrogênicas, muitas vezes associadas ao uso de drogas imunomodulatórias, como interferon gama para hepatite C e medicamentos modernos para neoplasias (TAYLOR et al., 2018; Fernandes et al., 2021).
Epidemiologicamente, a Tireoidite de Hashimoto é mais prevalente entre mulheres na faixa etária de 30 a 50 anos, embora possa afetar qualquer indivíduo com predisposição genética e/ou fatores ambientais favoráveis. As manifestações clínicas comuns geralmente resultam do desenvolvimento de hipotireoidismo e incluem ganho de peso, fadiga, letargia, intolerância ao frio, constipação, rouquidão, pele seca e alterações emocionais, como depressão. No entanto, os sintomas podem ser variados e inespecíficos, dependendo de fatores como sexo, idade e gravidade da doença (Carvalho et al., 2022).
Estima-se que a incidência da Tireoidite de Hashimoto seja de aproximadamente 0,3 a 1,5 casos por 1000 habitantes por ano. Essa condição é significativamente mais comum em mulheres, com uma prevalência de 15 a 20 vezes maior, e é mais observada na faixa etária entre 30 e 50 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade, inclusive em crianças. Além disso, fatores genéticos também desempenham um papel importante no aumento da incidência, como evidenciado pela presença de autoanticorpos, como anti-TPO e/ou anti-TG positivos em exames laboratoriais, mesmo na ausência de anormalidades físicas detectáveis durante o exame clínico (WEETMAN, 2020; Carvalho et al., 2022).
A importância epidemiológica e a complexidade das manifestações sistêmicas desta condição justificam a elaboração deste artigo, com o objetivo de revisar as implicações fisiopatológicas e clínicas da doença de Hashimoto. Este estudo visa esclarecer os dados disponíveis na literatura sobre a apresentação da doença e os avanços no entendimento da mesma, visando aprimorar o prognóstico dos pacientes através do reconhecimento de suas necessidades de saúde (Fernandes et al., 2021).
Diante disso, este estudo objetivou discutir acerca dos aspectos fisiopatológico, diagnóstico, terapêutico, bem como o impacto na qualidade de vida diante da tireoidite de hashimoto.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa consiste em uma revisão integrativa da literatura, baseada na metodologia proposta por Souza et al. (2010), que compreende seis etapas distintas: 1) formulação da pergunta norteadora; 2) busca e seleção dos estudos na literatura; 3) coleta de dados relevantes; 4) análise crítica dos estudos incluídos; 5) discussão dos resultados obtidos; 6) apresentação da revisão integrativa.
Como ferramenta auxiliar para a elaboração da pergunta de pesquisa, optou-se pela ferramenta PICo, conforme descrito por Santos et al., (2007), onde “P” compreende paciente ou problema (Doença de Hashimoto) “I” para intervenção ou fenômeno de interesse (Diagnóstico Precoce); e “Co” para contexto da Intervenção (Assistência Integral à Saúde). Deste modo, chegou-se a seguinte indagação norteadora: Quais são os principais aspectos fisiopatológicos, métodos diagnósticos e opções terapêuticas da tireoidite de Hashimoto, e como essa condição impacta a qualidade de vida dos pacientes afetados?
Os dados foram coletados em março de 2024 por meio de pesquisas realizadas nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados em Enfermagem (BDENF) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Para essa coleta, foram empregados os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Doença de Hashimoto”, ” Diagnóstico Precoce” e ” Assistência Integral à Saúde”. Esses descritores foram combinados utilizando o operador booleano AND. O período de busca abrangeu os anos de 2019 a 2024, visando incluir os estudos mais recentes disponíveis na literatura.
Os critérios de inclusão estabelecidos compreenderam a seleção de artigos disponíveis em formato eletrônico, completos, de acesso gratuito, publicados em qualquer idioma, dentro do intervalo de tempo especificado e que abordavam diretamente a questão de pesquisa. Foram excluídos estudos de natureza documental, cartas ao editor, dissertações, teses e artigos que não estavam alinhados com o foco da pesquisa.
Por ser uma revisão integrativa da literatura, não foi necessário submeter o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). No entanto, é fundamental destacar que todas as informações dos artigos utilizados foram descritas de acordo com as normas éticas profissionais, sendo devidamente referenciadas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Aspectos Fisiopatológicos da Tireoidite de Hashimoto
A tireoidite de Hashimoto é classificada como uma doença autoimune, caracterizada por uma típica infiltração linfocitária e fibrose na glândula tireoide. O diagnóstico atual baseia-se na associação dos sintomas clínicos com resultados laboratoriais, que frequentemente revelam elevação do hormônio estimulante da tireoide (TSH) junto com níveis normais a baixos de tiroxina (T4). Embora os anticorpos antiperoxidase tireoidiana (anti-TPO) sejam encontrados na doença, há poucas evidências que confirmem sua contribuição para a patogênese das doenças tireoidianas autoimunes (DTAI). Estes anticorpos podem se ligar aos tireócitos e, em experimentos in vitro, foram capazes de ativar o complemento e induzir a morte dessas células. No entanto, até o momento, não foi estabelecida uma correlação consistente nos estudos em humanos entre a gravidade da doença e os níveis de anticorpos anti-TPO no soro. No entanto, é reconhecido que a presença de anticorpos anti-TPO no soro está associada à fase ativa da doença (MINCER & JIALAL, 2023).
Fisiologicamente, o eixo hipotálamo-hipófise-tireoide opera por meio de mecanismos de feedback. O hipotálamo desempenha o papel de liberar o hormônio TRH, que estimula a hipófise a secretar o hormônio TSH. Por sua vez, o TSH atua na tireoide, promovendo a liberação dos hormônios tireoidianos T3 e T4. No entanto, na tireoidite, a glândula afetada perde sua capacidade de armazenar iodo e produzir e secretar as iodo-proteínas, que permanecem no plasma, resultando em uma produção hormonal ineficaz. Como resultado, a deficiência de hormônio tireoidiano no organismo desencadeia um feedback positivo na hipófise, levando-a a aumentar a secreção de TSH e, consequentemente, seus níveis séricos. No entanto, devido ao comprometimento primário da glândula tireoide, esta não consegue responder adequadamente aos estímulos hipofisários, resultando em uma produção e liberação deficientes e constantes de T3 e T4 (Carvalho et al., 2022; AKAMIZU; AMINO, 2017).
A progressão natural da doença começa com testes normais da função tireoidiana e o início da ativação imunológica, com a detecção subsequente de anticorpos antitireoidianos no plasma, cujos níveis aumentam gradualmente. Inicialmente, observa-se uma alteração nos valores de TSH, que aumentam, mesmo que os níveis de T4 livre permaneçam dentro da normalidade. À medida que o processo inflamatório autoimune avança, os níveis de T4 livre diminuem devido à ação dos autoanticorpos acTGB e acTPO, juntamente com as citocinas (Sanar, 2021).
As manifestações clínicas da tireoidite de Hashimoto variam conforme a resposta imunológica do paciente. Podem incluir bócio, resultante da inflamação e apoptose das células foliculares, ou atrofia glandular devido à presença de anticorpos autoimunes. Os sintomas refletem a deficiência de hormônios tireoidianos, com fadiga, ganho de peso, intolerância ao frio, problemas de pele e cabelo, alterações menstruais e até déficits cognitivos. Achados físicos podem incluir bradicardia, pele áspera, e tireoide palpável irregular. Exames de sangue podem revelar anemia, distúrbios metabólicos e elevações nos níveis de prolactina e lipídios. Em casos graves, a tireoidite de Hashimoto pode levar ao coma mixedematoso, uma emergência endocrinológica caracterizada por alterações graves no estado mental e falência de múltiplos órgãos, exigindo tratamento urgente com reposição hormonal de tiroxina (Sanar, 2021).
3.2 Aspectos Diagnósticos da Tireoidite de Hashimoto
O diagnóstico da Tireoidite de Hashimoto é estabelecido por meio de uma minuciosa anamnese, avaliação do quadro clínico, alterações nos hormônios tireoidianos e presença de autoanticorpos. O paciente é suspeito de ter Tireoidite de Hashimoto quando apresenta hipotireoidismo primário sem causa aparente, juntamente com a presença de autoanticorpos anti-TPO e anti-TGB, e quando há a identificação de nódulo tireoidiano hipoecoico e/ou com padrão não uniforme (Ferreira et al., 2023; Sanar, 2021; Carvalho et al., 2022).
Além disso, é importante considerar o diagnóstico diferencial de outras lesões tireoidianas e avaliar o metabolismo do paciente. A presença de um bócio firme, simétrico e difuso, com aumento do lobo piramidal e ausência de sinais de tireotoxicose, pode sugerir o diagnóstico de Tireoidite de Hashimoto. A associação do bócio com resultados laboratoriais que indicam hipotireoidismo é uma característica da condição. Embora a dor e a sensibilidade sejam incomuns, podem estar presentes em alguns casos (Ferreira et al., 2023; Sanar, 2021; Carvalho et al., 2022).
Os níveis de T4 total e T4 livre geralmente estão dentro da faixa normal a baixa, enquanto o nível de TSH encontra-se elevado. Os anticorpos anti-TPO e anti-TGB estão frequentemente elevados em aproximadamente 97% dos pacientes, o que contribui para confirmar o diagnóstico. A ultrassonografia da tireoide pode revelar um aumento da glândula com textura normal, sugerindo a presença de múltiplos nódulos pouco definidos ou até mesmo uma glândula atrófica (Ferreira et al., 2023; Sanar, 2021; Carvalho et al., 2022).
3.3 Aspectos Terapêuticos da Tireoidite de Hashimoto
O tratamento da Tireoidite de Hashimoto é principalmente baseado na reposição do hormônio tireoidiano. A terapia principal consiste na administração oral de levotiroxina sódica titulada, considerada a escolha ideal devido à sua meia-vida de 7 dias, permitindo a administração diária. É recomendado tomar a levotiroxina em jejum, de manhã cedo, para otimizar a absorção. No entanto, é importante evitar a administração concomitante com suplementos de ferro ou cálcio, hidróxido de alumínio e inibidores da bomba de prótons, pois podem prejudicar a absorção adequada do medicamento (MINCER & JIALAL, 2023; LAURBERG et. al., 2005).
A dosagem padrão de levotiroxina é de 1,6 a 1,8 mcg/kg por dia, mas pode variar de acordo com as características de cada paciente. Pacientes com menos de 50 anos devem iniciar com a dose completa padrão, enquanto doses menores são indicadas para idosos e pacientes com doenças cardiovasculares. Em pacientes com mais de 50 anos, a dose inicial recomendada é de 25 mcg/dia, com reavaliação após seis a oito semanas. Já durante a gravidez, a dose de levotiroxina precisa ser aumentada em 30%, e em pacientes com síndrome do intestino curto, doses maiores de levotiroxina são necessárias para manter um estado de eutireoidismo (MINCER & JIALAL, 2022).
O tratamento da Doença de Hashimoto envolve abordagens nutricionais e suplementação que têm sido objeto de pesquisa nos últimos anos. Estudos indicam que a suplementação de selênio parece ter um efeito positivo no tratamento da doença, demonstrando alterações nas taxas hormonais. No entanto, os resultados relacionados à suplementação de vitamina D são incertos, com estudos não apresentando diferença significativa entre grupos suplementados e placebo. Quanto à dieta isenta de glúten, apenas um estudo mostrou benefícios para pacientes com a Doença de Hashimoto, sugerindo a necessidade de mais pesquisas. O crescente interesse na investigação de nutrientes e dietas para controlar a doença é evidente pelo aumento do número de estudos relacionados à dieta e nutrição nos últimos cinco anos. Profissionais de saúde têm buscado essas abordagens como complemento ao tratamento tradicional para melhorar o manejo da Doença de Hashimoto (RAYMAN, 2019; OLIVEIRA & BARROS, 2022; LAURBERG et. al., 2005).
3.4 Qualidade de vida dos indivíduos com Tireoidite de Hashimoto
A Doença de Hashimoto tem um impacto considerável no bem-estar emocional e social dos pacientes afetados. O diagnóstico dessa condição crônica traz consigo uma série de desafios psicológicos e interpessoais. Pacientes frequentemente lidam com incertezas sobre o curso da doença, a necessidade de tratamento contínuo e possíveis complicações. Além disso, sintomas como fadiga, variações de peso, mudanças de humor e dificuldades de concentração podem prejudicar a qualidade de vida e o equilíbrio emocional. As alterações na função tireoidiana também podem afetar relacionamentos pessoais e desempenho profissional. Estudos exploram a relação entre a tireoidite de Hashimoto e a depressão, sugerindo que as mudanças hormonais e os sintomas associados à doença podem contribuir para o desenvolvimento ou agravamento da depressão (ALMEIDA et. al., 2013).
A inflamação também é considerada um possível fator na patogênese da depressão relacionada à doença. Portanto, é crucial que profissionais de saúde estejam atentos aos sintomas depressivos em pacientes com tireoidite de Hashimoto, oferecendo um tratamento abrangente que aborde tanto os aspectos físicos quanto os psicológicos, visando melhorar a qualidade de vida e o bem-estar emocional. Uma abordagem multidisciplinar, incluindo suporte emocional e social, é essencial para ajudar os pacientes a enfrentar os desafios psicossociais da doença e se adaptarem a ela (ALMEIDA et. al., 2013).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da complexidade da Tireoidite de Hashimoto, é evidente que essa condição vai além de uma simples disfunção tireoidiana, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Desde sua etiologia autoimune até suas manifestações clínicas e terapêuticas, a abordagem dessa doença exige uma compreensão holística e multidisciplinar. A análise dos aspectos fisiopatológicos revela a natureza multifacetada da doença, enquanto os desafios diagnósticos destacam a importância da anamnese detalhada e dos exames laboratoriais específicos. No âmbito terapêutico, a reposição hormonal é a principal estratégia, porém, novas abordagens, como a suplementação de selênio e mudanças na dieta, estão sendo exploradas.
Além disso, é crucial considerar o impacto psicossocial da Tireoidite de Hashimoto, que pode gerar não apenas sintomas físicos, mas também emocionais e sociais significativos nos pacientes. Portanto, uma abordagem abrangente que integre aspectos médicos, psicológicos e sociais é essencial para garantir o melhor manejo possível dessa condição e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados pela Tireoidite de Hashimoto.
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