REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10888797
Geraldo Magella Teixeira¹; Matheus Felipe Gomes da Silva²; Maria Goretti Fernandes³; Marcus Aurélio Medeiros Costa4; Vivianne Lins de Arruda5; Vivianne de Lima Biana Assis6; Sheila Schneiberg7.
RESUMO
Objetivo: o presente estudo aborda a síndrome de burnout em fisioterapeutas intensivistas, um fenômeno de crescente relevância na visão da Indústria 4.0, caracterizada por transformações substanciais nas práticas laborais impulsionadas pela automação, digitalização e conectividade. A pesquisa buscou avaliar não apenas a frequência da síndrome, mas também identificar seus principais desencadeadores em fisioterapeutas que atuam em cuidados críticos, especialmente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Metodologia: Este estudo adota a abordagem da revisão integrativa, um método de pesquisa reconhecido por sua abrangência e inclusividade na análise de estudos existentes sobre um determinado tema. Conforme preconizado por Gil (2010), a revisão integrativa incorpora diversos desenhos de estudo, quantitativos e qualitativos, com o objetivo de compreender e integrar amplamente a literatura disponível sobre o assunto em questão. A coleta de dados foi realizada por meio de pesquisa primária em bibliotecas digitais e fontes secundárias, concentrando-se nos efeitos da síndrome de burnout e em suas principais características no contexto dos fisioterapeutas que atuam em UTIs. A busca por artigos ocorreu em quatro bases de dados relevantes: Scientific Electronic Library Online (SCIeLo), American National Library of Medicine (PubMed), Physiotherapy Evidence Database (PeDro) e Google Scholar, utilizando descritores como “Síndrome de Burnout”, “Fisioterapeuta” e “Intensivista”. Os critérios de inclusão contemplaram artigos em português, espanhol e inglês, publicados entre 2018 e 2023, com foco na síndrome de burnout em fisioterapeutas intensivistas e identificação das principais causas e consequências. Resultados: a análise dos 13 estudos selecionados revela uma diversidade significativa nas pesquisas conduzidas em diferentes países e anos. Observa-se um aumento notável nas publicações nos últimos anos, refletindo a crescente preocupação com a síndrome de burnout em fisioterapeutas. Estudos foram conduzidos predominantemente em inglês, mas também em italiano e espanhol, evidenciando uma abordagem diversificada na investigação dessa síndrome. Países como Itália, Polônia e Portugal representam uma parte significativa das pesquisas, juntamente com contribuições de Brasil, EUA e Índia. Diversos periódicos foram utilizados para divulgação dos resultados, evidenciando a amplitude do interesse e da pesquisa nesse tema. Discussão: a análise dos resultados revela uma preocupante prevalência de burnout entre fisioterapeutas intensivistas, com taxas variando de aproximadamente 11% a 67,2%. A variação destaca complexidade e multidimensionalidade do fenômeno. O ambiente de UTI, caracterizado por estressores como ruído, sofrimento e falta de recursos, emerge como um cenário propício para o desenvolvimento do burnout. Diferenças nas taxas de prevalência podem ser atribuídas a divergências metodológicas, características da amostra e particularidades regionais, indicando a necessidade de considerar nuances locais ao desenvolver estratégias de prevenção e intervenção. Conclusão: a análise relevou uma alta prevalência de burnout entre fisioterapeutas intensivistas, com variações nas taxas e fatores associados. A complexidade desse fenômeno exige uma abordagem holística, considerando tanto características específicas da profissão quanto elementos organizacionais e demográficos que contribuem para o desenvolvimento do burnout. A implementação de medidas preventivas e de suporte psicológico torna-se imperativa para preservar a saúde mental desses profissionais essenciais.
Palavras-chave: Fisioterapia Intensiva. Burnout. Fisioterapia.
ABSTRACT
Objective: the present study addresses burnout syndrome in intensive care physiotherapists, a phenomenon of increasing relevance in the vision of Industry 4.0, characterized by substantial transformations in work practices driven by automation, digitalization and connectivity. The research sought to assess not only the frequency of the syndrome, but also identify its main triggers in physiotherapists working in critical care, especially in the Intensive Care Unit (ICU). Methodology: This study adopts the integrative review approach, a research method recognized for its comprehensiveness and inclusiveness in the analysis of existing studies on a given topic. As recommended by Gil (2010), the integrative review incorporates several study designs, quantitative and qualitative, with the aim of broadly understanding and integrating the available literature on the subject in question. Data collection was carried out through primary research in digital libraries and secondary sources, focusing on the effects of burnout syndrome and its main characteristics in the context of physiotherapists working in ICUs. The search for articles took place in four relevant databases: Scientific Electronic Library Online (SCIeLo), American National Library of Medicine (PubMed), Physiotherapy Evidence Database (PeDro) and Google Scholar, using descriptors such as “Burnout Syndrome”, “Physiotherapist ” and “Intensivist”. The inclusion criteria included articles in Portuguese, Spanish and English, published between 2018 and 2023, focusing on burnout syndrome in intensive care physiotherapists and identifying the main causes and consequences. Results: the analysis of the 13 selected studies reveals a significant diversity in research conducted in different countries and years. There has been a notable increase in publications in recent years, reflecting the growing concern about burnout syndrome in physiotherapists. Studies were conducted predominantly in English, but also in Italian and Spanish, demonstrating a diverse approach to investigating this syndrome. Countries such as Italy, Poland and Portugal represent a significant part of the research, along with contributions from Brazil, the USA and India. Several journals were used to disseminate the results, highlighting the breadth of interest and research on this topic. Discussion: analysis of the results reveals a worrying prevalence of burnout among intensive care physiotherapists, with rates ranging from approximately 11% to 67.2%. The variation highlights the complexity and multidimensionality of the phenomenon. The ICU environment, characterized by stressors such as noise, suffering and lack of resources, emerges as a favorable scenario for the development of burnout. Differences in prevalence rates can be attributed to methodological divergences, sample characteristics and regional particularities, indicating the need to consider local nuances when developing prevention and intervention strategies. Conclusion: the analysis revealed a high prevalence of burnout among intensive care physiotherapists, with variations in rates and associated factors. The complexity of this phenomenon requires a holistic approach, considering both specific characteristics of the profession and organizational and demographic elements that contribute to the development of burnout. The implementation of preventive and psychological support measures is imperative to preserve the mental health of these essential professionals.
Keywords: Intensive Physiotherapy. Burnout. Physiotherapy.
INTRODUÇÃO
A síndrome de Burnout (SB) é conceituada como estado de mal-estar psicológico associado ao ambiente de trabalho, manifestando-se por meio diretivo de alterações físicas decorrentes do estresse (EMBRIACO et al., 2007). Este estado é caracterizado por uma sensação profunda de cansaço, tanto físico quanto emocional, resultante de uma demanda excessiva no ambiente laboral, e hoje é um dos principais eixos temáticos relacionados com a segurança do trabalho e saúde psicológica devido ao estresse e as mudanças da Indústria 4.0.
A SB engloba 3 elementos interconectados e multifacetados: exaustão emocional, despersonalização e diminuição da sensação de realização pessoal (BIANCH et al., 2015). O estresse no ambiente de trabalho que impacta o indivíduo ocorre, assim, quando ele percebe as demandas laborais como excessivas, ultrapassando sua capacidade de lidar com elas. Essa síndrome surge devido ao estresse crônico associado ao trabalho, especialmente em profissionais que mantêm contato direto e prolongado com outras pessoas (MASLACH et al., 1981). Tal condição manifesta-se na exaustão emocional, trazendo consigo características que incluem a despersonalização e a ineficácia profissional e/ou pessoal. A exaustão refere-se ao esgotamento físico e mental do indivíduo, sendo considerada o ponto de partida da síndrome e originando-se principalmente da sobrecarga e conflitos interpessoais (MASLACH et al., 1981), em respectivo.
A despersonalização não implica que o indivíduo tenha perdido sua personalidade, mas sim que esta sofreu alterações, resultando em instabilidade emocional que leva o profissional a adotar uma abordagem fria e impessoal com pacientes e colegas de trabalho. Isso culmina na ineficácia e, consequentemente, evidencia o sentimento de insatisfação com as atividades laborais realizadas (PEREIRA et al., 2021).
Assim sendo, a SB é uma autoavaliação negativa associada à insatisfação e infelicidade no trabalho, decorrente de níveis prolongados e excessivos de estresse laboral, profundamente entrelaçados com um sentimento de frustração e fracasso (WOLFE et al., 1981). Profissionais da área da saúde, particularmente aqueles que atuam em ambientes de cuidados intensivos, frequentemente enfrentam o desenvolvimento da síndrome de burnout. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI), reconhecida por sua natureza altamente estressante, destaca-se entre as áreas hospitalares nesse contexto (WOLFE et al., 1981).
A UTI é um espaço sanitário dedicado a oferecer cuidados intensivos e tratamento abrangente, exigindo monitoramento constante, supervisão 24 horas por dia, utilização de equipamentos especializados e a aplicação de tecnologias específicas. Os fisioterapeutas desempenham um papel fundamental nesse ambiente laboral, auxiliando, assim, na recuperação do paciente e prevenindo complicações adicionais (FRANÇA et al., 2012). O trabalho do fisioterapeuta na UTI não depende apenas da qualidade técnica, mas também da qualidade relacional, pois as interações ocorrem constantemente com pacientes em estado crítico e suas famílias, dada intensidade do ambiente de trabalho (BARROS et al., 2008). Lidar com demandas rigorosas, necessidade de decisões rápidas, situações de sofrimento e morte, incertezas e longas jornadas de trabalho podem resultar em desequilíbrios significativos na saúde física e mental desses profissionais (BARROS et al., 2009).
Dito isto, como apontado, a SB, enquanto fenômeno emocional intrinsecamente ligado ao ambiente de trabalho, emerge como um desafio significativo nas atuais dinâmicas laborais, especialmente considerando, assim, os impactos das mudanças rápidas e complexas associadas à Indústria 4.0 (robotização, produção em massa, uso de maquinários, atividades de caráter globalizado, entre muitos outros). A crescente prevalência da SB, tem levantado questões críticas relacionadas à segurança do trabalho e à saúde psicológica dos profissionais, destacando a necessidade de uma abordagem mais aprofundada e mais preventiva diante desse cenário desafiador.
No contexto contemporâneo, a Indústria 4.0 introduziu transformações substanciais nas práticas laborais, impulsionadas pela automação, pela digitalização e interconectividade (ANTUNES, Ricardo.,2020). No entanto, paradoxalmente, esse avanço tecnológico também gerou um aumento significativo nas demandas e pressões sobre os trabalhadores, contribuindo para o surgimento e agravamento do burnout. Diante desse quadro, surge a seguinte pergunta: “como se dá a prevalência/intensidade da síndrome de burnout nos profissionais, particularmente na área da saúde, para fisioterapeutas intensivos, considerando as mudanças globalizada atuais?”.
A pesquisa sobre a SB em profissionais de fisioterapia que atuam em ambientes críticos, revela não apenas oportuna, mas essencial. A crescente complexidade do ambiente de trabalho, aliada à natureza altamente estressante da UTI, coloca os fisioterapeutas em uma posição particularmente vulnerável ao desenvolvimento da SB. Portanto, compreender os fatores desencadeadores e a frequência dessa síndrome torna-se crucial para desenvolver estratégias de intervenção e prevenção eficazes.
A incerteza inerente ao ambiente da UTI, aliada a jornadas de trabalho extenuantes, contribui para um cenário propício ao desenvolvimento da Burnout. Assim, a pesquisa nessa área é essencial não só ao cuidado do profissional, mas de quem é cuidado por ele (KOWALSKA et al.,2021).
Diante desse contexto, a pesquisa proposta visa não apenas quantificar a frequência da síndrome de burnout entre fisioterapeutas em cuidados críticos, mas também identificar os principais desencadeadores desse fenômeno. Uma abordagem abrangente e multidimensional será adotada para analisar fatores individuais, organizacionais e contextuais que contribuem para o surgimento do burnout. Ao explorar esses elementos, a pesquisa busca fornecer dados e também análises valiosas para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e intervenção específicas e direcionadas.
As justificativas para este estudo são substanciadas, assim, pela necessidade premente de proteger a saúde mental dos profissionais da fisioterapia que atuam em ambientes críticos. A UTI, como destaque no cenário hospitalar, representa um microcosmo onde as pressões do trabalho são intensificadas, tornando essencial abordar a síndrome de burnout nesse contexto específico. Além disso, considerando as mudanças paradigmáticas trazidas pela Indústria 4.0, há uma lacuna crítica no entendimento de como essas transformações impactam a saúde psicológica dos profissionais de saúde, especificamente os fisioterapeutas. A relevância prática dessa pesquisa é evidenciada pela possibilidade de direcionar políticas organizacionais e intervenções de saúde ocupacional para mitigar os fatores de risco e promover ambientes de trabalho mais saudáveis. Ao compreender as dinâmicas específicas que contribuem para o burnout na UTI, é possível implementar estratégias preventivas personalizadas, capacitar os profissionais a lidar eficazmente com o estresse e, por conseguinte, melhorar significativamente a qualidade do cuidado prestado aos pacientes.
Dessa forma, o objetivo final desta pesquisa é avaliar a frequência da síndrome de burnout em profissionais de fisioterapia que atuam em cuidados críticos, particularmente na UTI, enquanto explora e identifica os principais desencadeadores desse fenômeno. A busca por respostas para essas questões não apenas contribuirá para o corpo de conhecimento científico, mas também fornecerá subsídios valiosos para a implementação de medidas práticas e eficazes no cuidado da saúde mental desses profissionais essenciais.
METODOLOGIA
Este estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura. Conforme aponta Gil (2010), é um método de pesquisa que se destaca por sua abordagem abrangente e inclusiva na análise de estudos existentes sobre um determinado tema. Diferentemente de revisões tradicionais, a revisão integrativa incorpora uma variedade de desenhos de estudo, incluindo pesquisas quantitativas e qualitativas, a fim de compreender e integrar amplamente a literatura disponível sobre o assunto em questão (Gil, 2010). Para Marconi; Lakatos (2017), em toda sua essência, a revisão integrativa visa proporcionar uma visão holística e/ou abrangente do estado atual do conhecimento em uma área específica, permitindo a síntese e interpretação de dados de diversas fontes. “Este método é particularmente valioso quando se busca compreender um fenômeno complexo ou abordar questões de pesquisa multifacetadas” (GIL, 2010, p. 8). Para tanto, os procedimentos a seguir foram realizados.
A pesquisa foi conduzida por meio de uma coleta primária de dados em bibliotecas digitais e fontes secundárias. A análise concentra-se nos efeitos da síndrome de Burnout e nas suas principais características no contexto dos fisioterapeutas que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A busca por artigos foi realizada em quatro bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SCIeLo), American National Library of Medicine (PubMed), Physiotherapy Evidence Database (PeDro) e Google Scholar (Google), usando os descritores “Síndrome de Burnout”, “Fisioterapeuta” e “Intensivista”, conforme as orientações da Biblioteca Virtual de Ciência da Saúde (BVS). A estratégia adotada envolveu o cruzamento dessas palavras-chave para garantir uma busca abrangente.
Os critérios de inclusão abrangeram artigos em português, espanhol e inglês, publicados entre 2018 e 2023, apenas com foco na síndrome de burnout e seus efeitos nos profissionais de fisioterapia intensiva, além da identificação das principais causas e consequências, não podendo ser pesquisas secundárias. O processo de revisão seguiu as seguintes etapas: identificação do tema e formulação de questão norteadora usando a estratégia PICO; busca nas bases de dados; análise crítica dos resumos dos estudos encontrados; coleta de dados dos artigos selecionados; interpretação dos resultados; e também produção da síntese do conhecimento (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). Após a extração dos dados através da análise dos resumos, procedeu-se à comparação entre eles com o objetivo de fomentar a discussão e conclusão do estudo. Durante esse processo, foram destacados aspectos relevantes relacionados ao tema e também ao objetivo proposto. Toda a condução da revisão ocorreu de uma maneira organizada e ética, respeitando as discussões e resultados dos autores incluídos na pesquisa da fisioterapia intensiva
RESULTADOS
Ao total, foram identificadas 13 pesquisas para esta análise. Apenas pesquisas com visão e caráter primário foram selecionadas. Nesse horizonte, o Quadro 1 apresenta as selecionadas à luz das seguintes informações: autoria/ano, objetivo, metodologia (tipo de pesquisa), amostra, resultados e conclusão. As pesquisas estão elencadas por ano de publicação.
Quadro 1: Pesquisas Selecionadas
Ano/ Autor | Objetivo | Metodologia | Amostra | Resultados | Conclusão |
Silva et al. (2018) | Avaliar o perfil e prevalência da Síndrome de Burnout em fisioterapeutas em UTIs | Questionários, Inventário de Burnout de Maslach | 56 fisioterapeutas UTI | Prevalência de Burnout: >47% em ambas as unidades; Estressores: ruído, sofrimento, falta de recursos | Necessidade de intervenções e políticas públicas para preservar a saúde desses profissionais |
Timenetsky et al. (2018) | Verificar a prevalência da síndrome de burnout entre fisioterapeutas em UTIs | Questionário específico, Inventário de Burnout de Maslach | 60 fisioterapeutas intensivos | Prevalência de 11% de síndrome de burnout; Fatores de risco: carga de trabalho elevada, dor crônica | Baixa prevalência, alto risco de desenvolvimento; Importância de medidas preventivas |
Bruschini; Carli; Burla (2018) | Comparar níveis de burnout entre fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais | MBI, Ferramenta de Indicadores HSE | 391 profissionais de fisioterapia que trabalham em UTI | 14% em alto risco de burnout; Associação com fatores organizacionais | Suscetibilidade semelhante ao burnout entre as três categorias |
Camelier et al. (2018) | Estimar a frequência da Síndrome de Burnout em fisioterapeutas brasileiros | MBI-Human Services Survey | 2.051 fisioterapeutas | Prevalência de 21,6% de burnout; Fatores associados: jovens, mulheres, trabalho público | Alta prevalência, necessidade de intervenções específicas |
Rogan et al. (2019) | Identificar fatores de risco e sintomas de burnout em fisioterapeutas suíços | Entrevistas | 31 fisioterapeutas intensivos | Fatores de risco: expectativas pessoais e pressão no tratamento; Sintomas: exaustão emocional e depressão | Associação entre burnout e atuação em hospitais; Necessidade de sensibilização |
Corrado et al. (2019) | Avaliar a prevalência da síndrome de burnout entre fisioterapeutas italianos | Maslach Burnout Inventory-Human Service Survey | Fisioterapeutas italianos | Prevalência de 45,8% afetados pela síndrome ou alto risco; Associações com sexo, idade, especialização | Risco elevado de burnout; Importância de considerar fatores demográficos e áreas de atuação |
Bejer et al. (2019) | Investigar a prevalência da síndrome de burnout entre fisioterapeutas e seus determinantes | Maslach Burnout Inventory (MBI | 86 fisioterapêuticas intensivos | Níveis baixos de exaustão emocional, baixa despersonalização, realização pessoal moderada-alta | Associações com sexo, educação, experiência, local de trabalho, atividade profissional, situação financeira |
Jacomé et al. (2021) | Descrever o burnout em fisioterapeutas durante a pandemia de COVID-19 e analisar fatores associados | Questionário online (Copenhagen Burnout Inventory, Resilience Scale, escalas de Depressão, Ansiedade e Estresse, Escala de Satisfação com a Vida) | 511 fisioterapeutas portugueses intensivistas | Burnout pessoal (42%), relacionado ao trabalho (42%), relacionado ao paciente (25%); Associações com resiliência, depressão, estresse, gênero, trabalhar diretamente com pacientes e problemas de saúde | Níveis preocupantes de burnout durante a pandemia; Resiliência e apoio psicológico podem ser essenciais |
Yamashita; Reis; Galindo (2022) | Analisar a relação entre qualidade de vida e sintomas de burnout em fisioterapeutas | WHOQOL-BREF, MBI | 150 fisioterapeutas intensivistas | Associação negativa entre qualidade de vida e burnout | Importância de abordagens integradas para melhorar ambas as dimensões |
Durães et al. (2023) | Explorar ramificações psicológicas em fisioterapeutas na linha de frente contra COVID-19 | Análise estatística (SPSS), questionários | 67 fisioterapeutas intensivistas | 67,2% sentiram exaustão emocional; 94% despersonalização; Associação entre despersonalização e consumo de álcool | Apenas 7% manifestaram sintomas associados à síndrome; Necessidade de cautela na interpretação |
Wójtowicz; Kowalska (2023) | Analisar estresse e burnout em fisioterapeutas durante a pandemia de COVID-19 | Instrumentos específicos, questionários | 170 fisioterapeutas intensivistas | Níveis elevados de estresse e burnout; Necessidade de programas de prevenção | Risco elevado de burnout ocupacional; Necessidade de programas preventivos |
Esteban et al. (2024) | Descrever satisfação no trabalho, burnout e qualidade de vida em fisioterapeutas | Questionários diversos | 72 fisioterapeutas intensivos | Níveis médio-alto de burnout em esgotamento emocional e despersonalização; Baixa satisfação no trabalho | Melhorar satisfação no trabalho e qualidade de vida, reduzir níveis de burnout |
Santos; Neri; Wanderley (2014) | Investigar a frequência da Síndrome de Burnout em fisioterapeutas de um hospital | Maslach Burnout Inventory | 48 fisioterapeutas intensivos | 54,2% com Síndrome de Burnout; Correlações com número de atendimentos e idade | Correlações com aumento de atendimentos e menor idade |
Considerando o Quadro 1, uma breve análise das publicações da SB em fisioterapeutas revela uma diversidade de estudos conduzidos em diferentes países e anos. No período compreendido pelas referências fornecidas, observa-se distribuição significativa dessas pesquisas. Em termos de quantidade de publicações por ano, houve um aumento notável nos últimos anos. Em 2018, foram identificados estudos conduzidos por Camelier et al. e Santos et al., representando uma parcela significativa. Já em 2019, trabalhos como os de Bejer et al. e Corrado et al. contribuíram para um aumento substancial. Em 2020, o estudo de Carbajal et al. também se destacou, enquanto, em 2021, o trabalho de Jácome et al. focou na relação entre a Síndrome de Burnout e a pandemia de COVID-19. O ano de 2023 apresentou mais estudos adicionais, como os de Rogan et al., Durães et al., e Wójtowicz e Kowalska.
Quanto à distribuição por língua, os estudos são predominantemente conduzidos em inglês, refletindo a prevalência dessa língua na literatura científica. No entanto, também há contribuições em italiano e espanhol, demonstrando uma diversidade linguística nas pesquisas sobre Burnout em fisioterapeutas. Ao considerar a distribuição por países, observa-se uma representatividade significativa de estudos conduzidos na Itália, Polônia e Portugal. Mas houve pesquisas no Brasil (n = 4), EUA e Índia. Esses países contribuem de maneira expressiva para a compreensão da Síndrome de Burnout em fisioterapeutas, fornecendo perspectivas e dados relevantes à comunidade internacional. Já no que diz respeito aos periódicos, as publicações estão dispersas em diversificadas fontes, como o Work, Physiotherapy Research International, Revista Pesquisa em Fisioterapia, Archives of physiotherapy, Tecnología Médica, International Journal of Arts and Social Science, Scientific Reports, Fisioter Pesqui, e Fisioterapia. Essa diversidade de periódicos reflete a amplitude do interesse e da pesquisa sobre burnout para toda a fisioterapeutas. Com isto, discutem-se os resultados em frente.
DISCUSSÃO
Como previamente apresentado, foram identificados 13 artigos para esta análise, que são discutidas a seguir. Inicia-se, em direto, pela pesquisa de Rogan et al. (2019), que emerge em resposta à lacuna evidenciada em relação aos fatores de risco e sintomas da SB entre os fisioterapeutas no contexto suíço, em específico na região cantão de Berna.
O estudo realizado por Rogan et al. (2019) buscou identificar os elementos críticos associados ao burnout entre fisioterapeutas. Para isso, foram conduzidas três entrevistas semiestruturadas com foco qualitativo, abordando fatores de risco e sintomas da síndrome. Participaram 31 fisioterapeutas, dos quais 6 vivenciaram o burnout, e 3 contribuíram integralmente. Os resultados destacaram altas expectativas pessoais e pressão no tratamento de pacientes crônicos como principais fatores de risco, além da correlação entre exaustão emocional, depressão e queda no desempenho. Concluiu-se que o burnout está associado à atuação em hospitais de cuidados agudos e enfatizou a necessidade de sensibilização dos profissionais para os sintomas e fatores de risco, tanto no trabalho quanto na formação acadêmica.
Numa perspectiva quantitativa, Durães et al. (2023) exploraram as implicações psicológicas entre fisioterapeutas que trabalharam na linha de frente contra a COVID-19 no Brasil. A amostra incluiu 67 fisioterapeutas que atuaram em unidades de terapia intensiva (UTI). Foram utilizados questionários sociodemográficos, o Inventário de Burnout de Maslach (MBI) e a Escala de Estresse Percebido do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). Os resultados mostraram uma proporção significativa de fisioterapeutas com exaustão emocional (67,2%) e despersonalização (94%). Esses achados sugerem a possível presença da síndrome de burnout, mas a interpretação requer cautela devido à complexidade e subjetividade associadas ao fenômeno.
O estudo de Wójtowicz e Kowalska (2023) investigou o nível de estresse e burnout entre fisioterapeutas durante a pandemia de COVID-19. A amostra incluiu 170 profissionais, divididos entre aqueles que trabalhavam durante e antes da pandemia. Utilizando diversos instrumentos de avaliação, os resultados mostraram que os fisioterapeutas examinados antes da pandemia apresentaram níveis mais altos de estresse e burnout. A falta de recompensas no trabalho, interação social inadequada e falta de suporte foram identificados como fatores-chave para o aumento do estresse ocupacional. Conclui-se que os fisioterapeutas enfrentam um ambiente de trabalho estressante e alto risco de burnout, destacando a necessidade de programas de prevenção do estresse ocupacional baseados na identificação e eliminação dos riscos ocupacionais.
A pesquisa conduzida por Silva et al. (2018) realizou estudo descritivo transversal para avaliar o perfil e prevalência da Síndrome de Burnout em fisioterapeutas que atuaram/atuam em unidades de terapia intensiva (UTIs) de cinco hospitais públicos na cidade de Recife. O período de coleta de dados foi de março a junho de 2014, e a amostra incluiu fisioterapeutas que trabalham em UTIs de adultos e pediátricas/neonatais.
A metodologia adotada envolveu a aplicação de um questionário sociodemográfico, uma lista de 12 itens de possíveis estressores ocupacionais e o Inventário de Burnout de Maslach (MIB), que avalia exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal
Os resultados indicaram que, dos 56 fisioterapeutas que responderam aos questionários, 39 trabalhavam em UTIs de adultos e 17 em unidades pediátricas/neonatais. A prevalência da Síndrome de Burnout foi alta, com mais de 47% dos fisioterapeutas em ambas as unidades apresentando sinais da síndrome (SILVA et al., 2018).
Nesse horizonte, a dimensão mais afetada foi a exaustão emocional, com as pontuações moderadas a altas. Os estressores mais relatados foram ruídos excessivos, lidar com sofrimento e morte, falta de recursos materiais e o salário insuficiente. Não por menos, os autores ainda destacam a necessidade central de intervenções e políticas públicas para preservar a saúde desses profissionais e, assim, garantir a qualidade do atendimento aos pacientes nas UTIs, tais como afastamento compulsório, análise periódica de saúde e investigação in loco pelo MT (SILVA et al., 2018).
Timenetsky et al. (2018) utilizaram o Maslach Burnout Inventory (MBI) para avaliar a prevalência de síndrome de burnout entre fisioterapeutas. Dos 60 participantes, 11% apresentaram a síndrome. Os principais fatores de risco identificados foram carga de trabalho elevada e presença de dor crônica, especialmente na coluna, pernas e cabeça. Apesar da baixa prevalência da síndrome, 58% da equipe demonstrou alto nível de exaustão emocional, despersonalização ou baixa satisfação no trabalho. Conclui-se a importância de medidas preventivas para preservar o bem-estar desses profissionais e evitar o desenvolvimento do burnout.
Carbajal et al. (2021) investigaram a Síndrome de Burnout entre fisioterapeutas de Lima Metropolitana durante o estado de emergência em dezembro de 2020. Dos 57 participantes, apenas 1,7% apresentaram a síndrome. Entretanto, altos níveis de exaustão emocional foram observados em 28,07% dos participantes, 19,3% apresentaram despersonalização e 84,21% tiveram baixa realização pessoal. O único caso de Síndrome de Burnout ocorreu em uma fisioterapeuta do sexo feminino, divorciada, com mais de cinco anos de serviço e carga de trabalho semanal acima de 36 horas. Apesar da baixa prevalência da síndrome durante o estado de emergência causado pela COVID-19, há uma alta potencialidade de desenvolvimento nos próximos anos devido à demanda e estresse funcional.
Esteban et al. (2024) realizaram um estudo detalhado sobre a satisfação no trabalho, burnout e qualidade de vida profissional entre fisioterapeutas do Atendimento Hospitalar do Sistema de Saúde Pública de Castilla e León (SACYL). Com uma amostragem de 72 fisioterapeutas, predominantemente mulheres, observou-se um nível médio-alto de burnout nas dimensões de esgotamento emocional e despersonalização, enquanto a realização pessoal foi baixa. A satisfação no trabalho foi classificada como baixa, enquanto a qualidade de vida profissional teve uma pontuação notável. Os resultados sugerem que melhorar a satisfação no trabalho e a qualidade de vida profissional pode reduzir os níveis de burnout, especialmente nas áreas de esgotamento emocional e despersonalização.
Bruschini et al. (2018) compararam os níveis de burnout e estresse relacionado ao trabalho entre fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Com uma amostra de 391 profissionais de saúde, não foram encontradas diferenças significativas nos níveis de burnout entre as três categorias. Cerca de 14% dos participantes estavam em alto risco de burnout, com proporções significativas apresentando escores elevados em exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal. O estudo também identificou associações entre subescalas de gestão e ocorrência de burnout, destacando a importância das variáveis organizacionais na saúde ocupacional dos profissionais de reabilitação. Conclui-se que, assim como outros profissionais de saúde, os profissionais de reabilitação enfrentam um alto risco de burnout, indicando a necessidade de abordagens preventivas universais para melhorar a qualidade de vida no trabalho.
Santos et al. (2024) realizaram um estudo para investigar a prevalência da Síndrome de Burnout (SB) em fisioterapeutas de um hospital público, além de verificar associações com variáveis demográficas e laborais. A SB foi identificada em 54,2% dos 48 participantes, com correlações positivas entre o número de atendimentos diários e a exaustão emocional, assim como a realização pessoal, e correlações negativas entre idade e despersonalização, e entre o número de atendimentos diários e realização pessoal. Conclui-se que a alta prevalência de SB destaca a necessidade de intervenções preventivas e estratégias de promoção da saúde ocupacional para fisioterapeutas.
Camelier et al. (2018) realizaram um estudo para estimar a frequência da Síndrome de Burnout (SB) entre fisioterapeutas intensivistas em Salvador, Bahia, Brasil. Dos 45 participantes, 31,1% apresentaram a síndrome, com 20% com alto nível de exaustão emocional, 2,2% com alto nível de despersonalização e 13,3% com alta redução na realização profissional. O estudo destacou que o número de pacientes e o volume de atendimentos por plantão contribuem para a sobrecarga física e mental dos profissionais, caracterizando o trabalho da fisioterapia como um fator de risco para a incidência da SB. Os resultados ressaltam a necessidade de políticas públicas na área e a importância de estratégias organizacionais e individuais para lidar com a carga de trabalho e promover o bem-estar dos fisioterapeutas. Medidas preventivas e de apoio emocional são essenciais para evitar o desenvolvimento da SB e melhorar a qualidade de vida profissional desses profissionais de saúde.
Jacomé et al. (2021) descreveram o burnout entre fisioterapeutas durante a pandemia de COVID-19 em Portugal. A pesquisa online contou com 511 participantes, predominantemente mulheres, com idade mediana de 33 anos, a maioria trabalhando em consultórios privados e unidades hospitalares. Cerca de 42% dos participantes relataram burnout pessoal e relacionado ao trabalho, enquanto 25% relataram burnout relacionado ao paciente. Baixa resiliência, alta depressão e estresse estiveram significativamente associados ao burnout em todas as dimensões. O sexo feminino e o trabalho direto com pacientes também foram fatores associados ao burnout. Problemas de saúde e o trabalho com pacientes com COVID-19 também foram associados ao burnout pessoal. Esses resultados destacam a alta prevalência de burnout entre os fisioterapeutas, com resiliência, depressão e estresse desempenhando um papel relevante em todas as dimensões do fenômeno.
Corrado et al. (2019) investigaram a prevalência da síndrome de burnout entre fisioterapeutas italianos, utilizando o Maslach Burnout Inventory-Human Service Survey. Os resultados mostraram que 45,8% dos fisioterapeutas estavam afetados pela síndrome ou apresentavam alto risco de desenvolvê-la. Fisioterapeutas do sexo masculino e mais jovens mostraram maior propensão a níveis elevados de despersonalização. Além disso, os especialistas no tratamento de pacientes neurológicos relataram menor realização profissional em comparação com aqueles que tratavam pacientes ortopédicos. Esses resultados destacam a influência de fatores demográficos na manifestação da síndrome e a importância de considerar as particularidades das áreas de atuação na fisioterapia. O estudo ressalta a urgência de medidas preventivas e intervenções direcionadas para mitigar os riscos associados à síndrome de burnout entre fisioterapeutas italianos.
Bejer et al. (2019) investigaram a prevalência da síndrome de burnout entre fisioterapeutas e os determinantes associados a essa condição, como sexo, idade, educação, local de trabalho, atividade profissional, experiência profissional e situação financeira. Os resultados mostraram um nível baixo de exaustão emocional, uma baixa taxa de despersonalização e um nível moderado de realização pessoal entre os fisioterapeutas estudados. Relações significativas foram encontradas entre sexo, educação, experiência profissional, local de trabalho, atividades profissionais e situação financeira com as dimensões individuais da síndrome de burnout. A sensação significativamente reduzida de realização pessoal foi comum entre os fisioterapeutas analisados. O estudo também indicou que o burnout é mais provável de ocorrer em homens, em indivíduos com maior nível educacional, naqueles que trabalham em departamentos hospitalares, têm mais experiência profissional e enfrentam uma situação financeira desfavorável.
CONCLUSÃO
Considerando as investigações realizadas nessa pesquisa, a análise dos treze (13) artigos revelou preocupante prevalência de burnout entre fisioterapeutas intensivistas, indicando uma problemática relevante que demanda atenção e intervenções específicas. Taxas de prevalência variam consideravelmente, situando-se entre aproximadamente 11% e 67,2%, evidenciando a complexidade e a multidimensionalidade desse fenômeno.
Dentre os estudos analisados, destaca-se uma pesquisa que apontou uma prevalência de mais de 47% de burnout em unidades de terapia intensiva (UTIs). Essa alta incidência ressalta a necessidade urgente de intervenções e políticas públicas voltadas para a preservação da saúde mental desses profissionais. O ambiente de UTI, caracterizado por estressores como ruído, sofrimento e falta de recursos, emerge como um cenário propício para o desenvolvimento do burnout. No entanto, é essencial observar que algumas pesquisas identificaram taxas de prevalência significativamente menores, em torno de 11%. Tal divergência nas taxas de burnout pode ser atribuída a diferenças metodológicas, características da amostra e particularidades regionais, indicando a necessidade de considerar nuances locais ao desenvolver estratégias de prevenção e intervenção.
A comparação entre diferentes categorias profissionais que atuam em UTIs também oferece insights valiosos. As análises mostram uma suscetibilidade semelhante ao burnout entre fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, enfatizando a importância de abordagens amplas e inclusivas ao desenvolver políticas e intervenções para mitigar o burnout. Os fatores de risco associados ao burnout, como carga de trabalho elevada, expectativas pessoais e pressão no tratamento, destacam-se como elementos comuns em diversas pesquisas. Esses fatores reforçam a necessidade de implementar medidas preventivas que abordem não apenas as demandas específicas da profissão, mas também as condições organizacionais que contribuem para o desenvolvimento do burnout. A análise das pesquisas também destaca a influência de fatores demográficos, como sexo, idade e experiência, na prevalência do burnout. Esses dados ressaltam importância e relevância de considerar a diversidade da força de trabalho ao desenvolver estratégias de prevenção e apoio psicológico.
Em relação ao impacto da pandemia de COVID-19, algumas pesquisas evidenciam níveis preocupantes de burnout durante o período, com manifestações específicas relacionadas à crise sanitária. A identificação de associações com resiliência, depressão, estresse e outros fatores destaca a necessidade de abordagens integradas que considerem o contexto global da saúde mental dos profissionais de fisioterapia intensiva. Em tempo, a comparação geral das pesquisas revela alta prevalência de burnout entre fisioterapeutas intensivistas, com variações nas taxas e fatores associados. A complexidade desse fenômeno exige uma abordagem holística, considerando tanto características específicas da profissão quanto os elementos organizacionais e demográficos que contribuem para o desenvolvimento do burnout. A implementação de medidas preventivas e de suporte psicológico torna-se imperativa para preservar a saúde mental desses profissionais essenciais. Mais pesquisas são necessárias.
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¹Titulação: Doutorado em Saúde Coletiva.
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL
Maceió, Alagoas, Brasil
e-mail: geraldo.magella@uncisal.edu.br
²Titulação: Acadêmico Fisioterapia
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL)
Maceió, Alagoas, Brasil
e-mail: matsuehtales@gmail.com
³Titulação: Doutora em Ciências da Saúde.
Universidade Federal do Paraná – UFPR
Curitiba, Paraná, Brasil
e-mail: gorettifernandes@ufpr.br
4Titulação: Mestrado profissional em Ensino na Saúde.
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL)
Maceió, Alagoas, Brasil
e-mail: marcus.costa@uncisal.edu.br
5Titulação: Mestrado em Formação de Professores e Prática Pedagógica
Universidade Federal do Maranhão. UFMA
Pinheiro. MARANHAO. BRASIL
email. vivianne.arruda@ufma.br
6Titulação: Doutorado em Ciências da Saúde – PPGCS – UFS
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCI.SAL.
Centro Universitário Cesmac – CESMAC.
Maceió, Alagoas, Brasil
E-mail: viviane.assis@uncisal.edu.br
7Titulação: Doutorado em Ciências da Reabilitação
Universidade Federal de Sergipe – Campus Lagarto
Lagarto, Sergipe, Brasil
e-mail: sheilaschneiberg@academico.ufs.br
Telefone: (79) 99834-0785¹Titulação: Doutorado em Saúde Coletiva.
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL
Maceió, Alagoas, Brasil
e-mail: geraldo.magella@uncisal.edu.br
²Titulação: Acadêmico Fisioterapia
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL)
Maceió, Alagoas, Brasil
e-mail: matsuehtales@gmail.com
³Titulação: Doutora em Ciências da Saúde.
Universidade Federal do Paraná – UFPR
Curitiba, Paraná, Brasil
e-mail: gorettifernandes@ufpr.br
4Titulação: Mestrado profissional em Ensino na Saúde.
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL)
Maceió, Alagoas, Brasil
e-mail: marcus.costa@uncisal.edu.br
5Titulação: Mestrado em Formação de Professores e Prática Pedagógica
Universidade Federal do Maranhão. UFMA
Pinheiro. MARANHAO. BRASIL
email. vivianne.arruda@ufma.br
6Titulação: Doutorado em Ciências da Saúde – PPGCS – UFS
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCI.SAL.
Centro Universitário Cesmac – CESMAC.
Maceió, Alagoas, Brasil
E-mail: viviane.assis@uncisal.edu.br
7Titulação: Doutorado em Ciências da Reabilitação
Universidade Federal de Sergipe – Campus Lagarto
Lagarto, Sergipe, Brasil
e-mail: sheilaschneiberg@academico.ufs.br