REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10863986
Thiago de Sousa Farias1; Jane Mayra Prates Costa2; Janaína Monteles Aguiar3; Romário Alencar Silva4; Maria de Nazaré Lima Margalho5; Luciana Freitas de Vasconcelos6; Mayerle da Costa Pinho Melo7; Thalita de Lima Sousa8; Patrícia Silva Barros9; Irnis Maria Pereira Matos10; Thaís Natália Araújo Botentuit11; Nadja Ferreira da Silva12
INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças respiratórias crônicas são uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo e que afetam milhares de pessoas todos os anos (BRASIL, 2013). Entre essas doenças encontra-se a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), a qual tem alto índice de mortalidade em todo mundo, e de acordo com Global Burden of Disease (GBD) ocupa a 4ª posição em causa de morte em toda a faixa etária no mundo, e no Brasil é considerada a 3ª causa de morte. Também, a DPOC está associada a um risco elevado de morte precoce e a perda significativa na qualidade de vida dos portadores dessa doença (GOLD, 2020).
Para compreender a patologia é preciso entender melhor como funciona a anatomofisiologia do sistema respiratório, este responsável pelas trocas gasosas, captação de O2 e eliminação de CO2, além de participar na regulação do pH do sangue. O sistema respiratório é composto pelas vias respiratórias superiores e inferiores que respectivamente são formadas pela cavidade nasal, os seios paranasais, a nasofaringe e a laringe que possuem a função de filtrar, umedecer e ajustar a temperatura do ar. Além, da traqueia que conduz o ar para os pulmões, também é composto pelo parênquima pulmonar na qual ficam os pulmões, os brônquios, bronquíolos, ductos alveolares e alvéolos, sendo a região em que acontecem as trocas gasosas. Assim, quando há uma inflamação das vias aéreas e destruição do parênquima pulmonar, isso limita a passagem do oxigênio, portanto, são características da DPOC (HALL E GUYTON, 2011).
A DPOC é uma doença com repercussões sistêmicas, evitável e tratável, determinada pela limitação do fluxo aéreo pulmonar, esta limitação está associada a uma resposta inflamatória das pequenas vias aéreas e destruição parenquimatosa através da inalação de partículas ou exposição a agentes nocivos, e um dos desencadeadores principais é o tabagismo, os dados apontam que entre 80% da DPOC desenvolve-se por causa do hábito excessivo de fumar. Além disso, outras causas de risco são os fatores individuais, como as infecções respiratórias recorrentes e desnutrição na infância, deficiências genéticas, suscetibilidade individual, vulnerabilidade social (CRUZ, 2020).
É importante salientar que os principais sintomas da DPOC são: dispneia aos esforços, fadiga, tosse produtiva ou intermitente, produção de escarro, sibilância e chiado no peito. Os sintomas, normalmente, começam a se manifestar após esforços moderados, além de alterações nutricionais podem ocasionar a perda de peso. Com o grau de gravidade da doença, recorrente a hipoxemia, pode-se verificar o hiprocratismo e o baqueteamento digital (OLIVEIRA, 2013). Também, observam-se distúrbios emocionais como depressão, ansiedade e isolamento social (ARAUJO, 2013).
É evidente que para se ter o diagnóstico de DPOC é preciso levar em consideração alguns aspectos: a idade acima de 40 anos, sintomas progressivos (tosse, expectoração, dispneia), exposição a fatores de risco (tabaco como principal, fogão a lenha poeiras e fumaças industriais). O diagnóstico preciso dá-se através do teste de função pulmonar, com a espirometria, pelo raio-X, exames clínicos e laboratoriais, além de acompanhamento da evolução da DPOC (ZONZIN, 2017).
Vale ressaltar, que diante dos resultados dos exames, iniciará o tratamento, que poderá ser por terapia farmacológica e ou tratamento não farmacológico. Sendo que os objetivos da abordagem terapêutica, especialmente, para aliviar os sintomas, melhora a qualidade de vida, previne e trata as crises sintomáticas e reduz a mortalidade (FERNANDES, 2017).
Estima-se que 5,5 milhões de pessoas sejam acometidas por DPOC no Brasil e 52 milhões em todo o mundo, tendo sido essa doença responsável por 2,74 milhões de óbitos em 2000. No Brasil, vem ocupando entre a 4ª e 7ª posição entre as principais causas de morte. Nos EUA, é a 4ª causa mais frequente. Nos dois países a taxa de mortalidade é crescente. No Brasil, no ano de 2003, a DPOC foi a 5ª maior causa de hospitalização de pacientes maiores de 40 anos no sistema público de saúde (cobertura de 80% da população), com 196.698 internações e gasto aproximado de 72 milhões de reais (JEZLER, et al, 2007)
Os cuidados de enfermagem são essenciais e devem ser individualizados para promoção dos cuidados domiciliares, fornecerem instruções ao pacientes e familiares, estimular o autocuidado, sinais e sintomas iniciais da infecção e de outras complicações, de modo que possam procurar imediatamente cuidados de saúde apropriada (BRUNNNER & SUDDARTH, 2015).
Os planos de cuidados de enfermagem auxiliam no cuidado do paciente com dispneia, como: Proporcionar um ambiente silencioso, calmo, abrir as cortinas e as portas, limitar visitas, quando o paciente estiver com crise aguda de falta de ar, pois com redução de ruídos externos promove o relaxamento e reduzir sentimentos de sufocação; não deixar o paciente sozinho durante a crise, ele necessita de uma segurança caso precise de ajuda; reconhecer o medo e reforço positivo pelos esforços, pois o medo desencadeia para a dispneia e o medo (CARPENITO-MOYET, 2011).
Assim, o estudo tem como objetivo geral avaliar a assistência de enfermagem em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica, como base no conhecimento da fisiopatologia da doença, diante das suas manifestações clínicas.
Doença pulmonar obstrutiva crônica: definição e fisiopatologia
Gold (2020), define Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica ou DPOC como é popularmente conhecida, como a presença de obstrução à passagem de ar, principalmente durante a expiração, e destruição dos alvéolos persistente ou parcialmente reversível, que promove o desencadeamento de vários sintomas respiratório crônico, progressivo e irreversível, que são provocados por um processo inflamatório crônico, que causa falta de ar, tosse e produção de catarro, que surgem de acordo com o ritmo da sua progressão. Vale ressaltar que os indivíduos podem desenvolver limitação do fluxo aéreo significativo ou ausência de tais sintomas.
Entende-se como doença obstrutiva aquela doença que compromete o sistema de condução do sistema respiratório, ou seja, a dificuldade de transporte do ar até a região respiratória. Essa obstrução, indica que o mecanismo dinâmico está associado a taxas anormais de mudanças de fluxo ou volume nos pulmões durante o movimento respiratório, com o impedimento de fluxos inspiratórios ou expiratórios (ABBAS e KUMAR, 2010).
É notório que a respiração tem como principais objetivos, a promoção de oxigênio aos tecidos e remoção de dióxido de carbono, sendo responsável pela hematose. O ar atinge os alvéolos por meio da árvore brônquica, sistema de tubos ramificados por dicotomia, dessa forma, os alvéolos deverão receber ar com as concentrações adequadas de oxigênio e gás carbônico limpo, sem partículas nocivas e substâncias químicas tóxicas. Portanto, a gravidade da obstrução é determinada por danos e disfunções dessas vias que precedem a obstrução e o desenvolvimento de áreas enfisematosas. (ABBAS e KUMAR, 2010).
De acordo com Rufino (2013), na DPOC, acontece um processo de inflamação crônica das vias aéreas centrais e periféricas, parênquima e vasos pulmonares, que está relacionada principalmente pela inalação de partículas ou gases nocivos, como a fumaça do cigarro, que resultam em um agrupamento de vários tipos de células e mediadores inflamatórios para o espaço parenquimatoso da matriz metalproteinase (MMPs) resultante na liberação em excesso de citocinas próinflamatórias, quimiocina e mediadores lipídios, ou seja, leva à DPOC pelo desequilíbrio dos sistemas enzimáticos e dos sistemas de proteases e antiproteases e pela redução do fluxo aéreo. As células que fazem parte desse processo são os neutrófilos, os macrófagos, linfócitos CD8 e células epiteliais, que migram em grande quantidade para o pulmão, onde são ativadas e ocasionam a reação inflamatória. (PASCHOAL, 2017).
Nota-se que os componentes da fumaça penetram através das células epiteliais do pulmão e são filtrados pelas células apresentadoras de antígenos. Diante disso, os Macrófagos alveolares executam uma função importante que afeta uma variedade de tipos celulares, liberando uma variedade de quimiocinas (CXCL8 e CXCL10). Os linfócitos T CD8+ potencialmente desempenham um papel na destruição do pulmão.
Os neutrófilos são responsáveis pela a liberação de citocinas inflamatórias, mediadores lipídicos e enzimas que podem promover dano tecidual, além de proporcionar para a produção de hipersecreção de muco, através do efeito secretagogo e pela proliferação de glândulas mucosas. Diante disso, os danos aos pulmões estariam associados às alterações entre proteases e antiproteases. Assim, os neutrófilos são causados pelo o desencadeamento da doença, por causa da liberação de enzimas neutrofílicas, o que resultaria no aumento de proteases no pulmão. (QUEIROZ, 2016).
Epidemiologia
A doença pulmonar obstrutiva crônica é responsável por um enorme número de internações hospitalares e atendimentos de saúde não programados ou de urgência, causando alterações funcionais importantes nos indivíduos, sendo capaz, dessa forma, de interferir diretamente na qualidade de vida e na percepção de saúde das pessoas acometidas. Essa doença evolui de forma lenta e normalmente só se torna visível a partir dos 40 ou 50 anos, independente do gênero, tendo como situações causadoras: exposição a fumo, poluição, poeira e produtos químicos, também as condições socioeconômicas desfavoráveis e anormalidades genéticas. (MINISTÉRIO DA SAÚDE; 2013).
Compreende-se que é difícil estimar a prevalência da DPOC, pois há vários métodos para o diagnóstico, que apresentam grandes variações entre os países, porém, em todos aqueles que os dados estão disponíveis, a DPOC está associada ao alto grau de morbidade e mortalidade. A morbidade devido a DPOC aumenta com a idade, sendo maior nos homens do que nas mulheres. Dessa forma, a morbidade inclui mais consultas médicas, visitas à emergência e hospitalizações. As 21 taxas de admissão são altas para doentes com DPOC e baixo nível socioeconômico. (JOSE, 2017).
É evidente que a DPOC é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, afetando milhões de pessoas e é responsável por 3 milhões de mortes a cada ano, alcançando 5% das mortes por todas as causas. A doença pulmonar obstrutiva crônica alcançou até o ano 2017, cerca 210 milhões de indivíduos em todo o mundo, além disso, mais ou menos 80 milhões de pacientes diagnosticados com essa doença apresentam quadros de moderados a graves. (JOSE, 2017).
De acordo com o departamento de Informações do SUS, ocorrem três óbitos de brasileiros a cada hora; e por ano morrem 40 mil, entre pacientes com mais de 50 anos, representando cerca de 200.000 hospitalizações e gasto anual aproximado de 72 milhões de reais, e que pacientes com sintomas mais graves geram duas vezes mais custos. Previsões da OMS estimam que até 2030 a DPOC seja a terceira causa de morte no mundo. Além do mais, supõe-se que as quantidades de óbitos são projetadas para aumentar em mais de 30% nos próximos 10 anos, caso medidas urgentes não sejam tomadas para diminuir os fatores de risco, em particular o uso do cigarro. (FILEPE, 2022).
Com base nos dados do DATASUS (2019), os custos gerados com as internações, no sistema público de saúde, dos pacientes com DPOC já ultrapassam os 92 milhões de reais. Sobretudo, os gastos estão relacionados ao diagnóstico e tratamento da doença. Esses custos são decorrentes devido às limitações geradas pela doença, com ausência ao trabalho, mortalidade prematura, até pelos gastos com o cuidador. Além disso, 75% dos gastos são empregados nas exacerbações da doença e nas internações hospitalares. Os dados apontam que entre 80% a 90% da DPOC desenvolve-se por causa do hábito excessivo de fumar, cerca de 14.320 milhões de brasileiros têm DPOC relacionada ao tabagismo, e esses podem ter de 10 a 14 vezes mais chances de morte, mais também a doença pode acometer pessoas sem esse histórico. (CRUZ, 2022.).
Estudos mostram que no Brasil a região com maior prevalência de DPOC é Centro-Oeste, correspondendo a 25%, seguida pela região Sudeste (23%), depois a região Sul que tem o menor índice (12%). Um estudo populacional da região metropolitana de São Paulo, com base na avaliação espirométrica de pessoas com mais de 40 anos, revela que 15,8% da população tem distúrbio ventilatório 22 obstrutivo, sendo 18% entre os homens e 14% entre as mulheres. (MORREIRA, 2015). Ainda, a prevalência da doença vem crescendo ao longo dos anos, sendo evidente em idosos, recorrente em sexo masculino, mas costuma se manifestar de formas mais grave em mulheres do que em homens. As mulheres têm maior probabilidade de se sentirem cansadas ou deprimidas e com falta de ar, assim podendo dificultar o diagnóstico, pois é menos provável que elas procurem ajuda quando apresentam estes sintomas. (BRASIL, 2021).
Dessa maneira, vários estudos também revelam que o impacto da DPOC na qualidade de vida é muito superior nas mulheres, principalmente, em países em desenvolvimento, onde estão mais suscetíveis a inalar a fumaça dos cozidos em espaços interiores, e o uso de fogão de lenha que pode contribuir para a DPOC. Estudos sugerem que fumar tem um impacto superior nas mulheres do que nos homens. Mesmo nos casos em que as mulheres fumam menos, estas apresentam DPOC em idade mais precoce e a doença avança mais rapidamente. (BARCELOS, 2022).
Cuidados de enfermagem ao doente de DPOC
A enfermagem tem um papel importante no cuidado das pessoas tendo em vista uma terapia holística em todos os seus aspectos biopsicossociais. Quando se trata de cuidados de enfermagem parte da premissa de uma atividade universal e intrinsecamente preciosa. Os cuidados de enfermagem têm como objetivo promover o bem-estar físico e psicossocial, assim, visando diversas possibilidades de evidenciar o funcionamento factível dos indivíduos. Além disso, o cuidar entra na prática de ações em conjunto da equipe multidisciplinar, aplicando interações terapêuticas e promovendo a satisfação das necessidades humanas. (DOS SANTOS, 2019).
O conceito de cuidado é amplo, pode incorporar diversos significados e compreender que a assistência de enfermagem requer uma concepção ética que valorize a vida do próximo. Diante disso, a assistência de enfermagem centraliza e amplifica as técnicas e os procedimentos, que se entende pela sensibilidade e empatia com o intuito de cuidar. Compreende-se que dentre as atribuições do enfermeiro tem-se: o comprometimento, o conhecimento e a empatia para um cuidado diferencial. (EXPEDITO, 2018).
Ainda, o cuidado necessita de um embasamento técnico científico, para tanto, é essencial que o enfermeiro desenvolva suas práticas com base científica e humanizada, por lidar com a fragilidade dos pacientes a frente da doença, o acolhimento, a dedicação, a ética e a responsabilidade são fundamentais, desse modo, o profissional deve ter ciência e competência para lidar com as possíveis complicações. Assim, a assistência de enfermagem inicia-se no momento do diagnóstico, e durante todo o curso da doença crônica. (DOS SANTOS, 2019).
É notório que o acompanhamento nesse momento delicado ao paciente irá resultar em um tratamento mais amplo, reduzindo medos, receios e possíveis complicações, ao mesmo tempo, a assistência nesse processo dispõe com foco principal para as intervenções da doença. A enfermagem é essencial aos olhos dos portadores de DPOC, seus familiares ou seus cuidadores, além de orientar sobre os níveis de atenção, o fluxo dos atendimentos em serviços de emergência, internações ou até mesmo quando for necessário dar os devidos cuidados durante uma exacerbação. (FERREIRA, 2019).
A consulta de enfermagem cria uma construção de vínculo entre o profissional e o paciente, sendo um momento importante em que o profissional auxilia no diagnóstico clínico, realizando a coleta de dados da anamnese e exame físico de forma qualificada, realizando encaminhamentos para atendimento especializado, solicitar exames laboratoriais e de imagens para confirmação diagnóstica, oferecer apoio psicológico, medicamentos, medidas de prevenção de complicações e o processo de reabilitação. (PEREIRA, 2020).
Através da SAE é possível elaborar um plano de cuidado adequado, atendendo às necessidades individuais do paciente. Em outras palavras, a SAE é uma ferramenta que visa planejar, executar, controlar e avaliar as ações de enfermagem. Na primeira fase da SAE ocorre a entrevista e, posteriormente, o exame físico do paciente, que consiste na inspeção, palpação, percussão e ausculta. Dessa forma, no exame físico podem ser encontrados alguns achados relacionados ao comprometimento respiratório, inspeção estática, tórax em forma de barril ou tonel, inspeção dinâmica dispneica, respiração profunda em uso da musculatura acessória, murmúrio vesicular universalmente diminuído, sibilância e roncos, além de olhar o peso, a altura e avaliar sinais de desnutrição ou perda muscular, que geralmente acompanham os casos mais graves de DPOC (DA ROSA, 2016).
Dessa forma, a abordagem do paciente com suspeita de DPOC deve ser feita inicialmente pelo enfermeiro através da realização da anamnese. A anamnese é a entrevista inicial que o enfermeiro faz com o paciente visando levantar qualquer tipo de informação que possa contribuir para o diagnóstico e tratamento. O profissional de enfermagem deve investigar as características dos sintomas atuais: piora da falta de ar ou chiado no peito; piora da tosse, aumento da expectoração ou dor torácica; tosse com expectoração sanguinolenta, com cheiro forte, de cor amarelada ou verde; inchaço nos pés, tornozelos ou nas mãos; piora da sensação de fadiga; câimbras ou fraqueza muscular; despertar a noite com falta de ar; qualquer sintoma diferente aflitivo. (EXPEDITO, 2018).
A anamnese irá realizar a investigação dos fatores predisponente, é possível levar em conta a duração, intensidade e continuidade da exposição. É evidente que em relação ao uso do tabaco pode ser utilizado o cálculo da carga tabagista que é resultante da multiplicação do número de maços fumados por dia pelo número de anos de tabagismo, ou seja, número de maços por ano= n° e de cigarros fumados 42 por dia x n° de ano fumando/20. (CAVALLI, et al., 2015).
Diante disso, pode-se aplicar a escala de tabagismo fagerstrom e outras tabelas elencadas no capítulo Métodos de Diagnóstico e Classificação da DPOC. Na segunda fase, que é o diagnóstico de enfermagem, será analisado os dados coletados e o estado de saúde do indivíduo, através da identificação de problemas presentes ou potenciais. A terceira fase diz respeito ao planejamento de enfermagem, isto é, determinar os resultados esperados e identificar as intervenções necessárias para alcançá-los. Já na quarta fase, os cuidados de enfermagem devem ser implementados, fazendo a concretização do plano assistencial. A quinta e última fase é a avaliação de enfermagem, ou seja, avaliar se o cuidado implementado foi eficaz ou não. (DA ROSA, 2016)
CONCLUSÃO
É de conhecimento que a DPOC está relacionada ao tabagismo. Há mais de duas décadas, existe no Brasil, uma forte campanha contra o mesmo. Porém, o governo brasileiro, através do Ministério da Saúde, nunca realizou uma campanha informativa à sociedade no intuito de apresentar o que é a DPOC, sua gravidade, o seu alto índice de mortalidade, e principalmente, como se prevenir da mesma. Tratando-se assim, de uma doença praticamente totalmente desconhecida pelos brasileiros, independentemente da classe social.
A atuação do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação (EEER) diante DPOC e sua fisiopatologia é de extrema importância, visto que, a enfermagem atua na promoção, proteção e recuperação, prevenindo o desenvolvimento, havendo grande ênfase para os desenvolvimentos de planos de ações mais favoráveis para a redução do aparecimento de diversos problemas e o acesso ao programa de reabilitação pulmonar e Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). A atuação eficaz e detalhada do profissional de enfermagem com a associação de diversos profissionais proporciona bem-estar social e físico tornando o cotidiano revigorante por meio de medidas educativas e informativas. Também, com a importância de realizar a sistematização da assistência da enfermagem ao paciente com DPOC.
Assim, identifica-se que todos os objetivos apresentados pelo estudo foram alcançados, tendo em vista que foi possível compreender o papel da assistência de enfermagem frente da DPOC para minimizar as complicações da doença. Portanto, ações de enfermagem devem ser pautadas em instrumentos de educação para a mudança que potencialize os riscos para futuras complicações, assim como o diagnóstico precoce e eventuais fatores ou até mesmo morbidade.
Em vista disso, para garantir um cuidado humanizado e um tratamento com êxito, o enfermeiro deve partir do princípio de que cuidar do corpo humano, não exige apenas o conhecimento técnico, mais também um olhar sensível para a dimensão total do ser, isto é, não o ver apenas como o doente/coitado, mas todas as suas limitações e necessidades.
REFERÊNCIAS
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CARPENITO-MOYET, L. J. Planos de cuidados de enfermagem e documentação: diagnóstico de enfermagem e problemas colaborativos/ Lynda JuallCarpenito-Moyet; tradução: Ana Maria Vasconcellos Thorell, Regina Machado Garcez. – 5. ed.- Porto Alegre; Artmed, 2011.
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ZONZIN, Gilmar Alves et al. O que é importante para o Diagnóstico da DPOC? Pulmão RJ, v. 26, n. 1, p. 5-14, 2017
1Acadêmico de Enfermagem pela Universidade Ceuma. E-mail: thiagodesousafarias57@gmail.com. Imperatriz- MA
2Enfermeira. mayraprates36@gmail.com. Imperatriz-MA
3Enfermeira pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA. São Luís – MA. janamonteles@gmail.com
4Acadêmico de Enfermagem pela Facimp Wyden. Imperatriz/ Maranhã. r.alencar.s@outlook.com
5Enfermeira pela Universidade do Estado do Pará – UEPA. nmargalho37@hotmail.com. Belém-PA
6Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA. luh.yeshua24@gmail.com. Imperatriz- MA
7Enfermeira pela Universidade Luterana do Brasil – ULBRA. mayerleii12@hotmail.com. Palmas – TO
8Enfermeira pela Facimp-Wyden. thalitadelimasousa@hotmail.com. Imperatriz-MA
9Enfermeira pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA. patty.barross@hotmail.com. . Imperatriz-MA
10Enfermeira pela Faculdade Santa Terezinha – CEST. São Luís-MA. irnis_8@hotmail.com
11Enfermeira pela UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO-UFMA. São Luís-MA .thaisbotentuit88@gmail.com
12Enfermeira pela Faculdade integrada CETE-FIC. Garanhuns-PE. Ferreiranadja00@gmail.com