EVIDÊNCIAS ACERCA DAS COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS EM PREMATUROS: ESTRATÉGIAS PARA O CUIDADO EM SAÚDE À LUZ DA LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10855115


Erlânia Souza Costa1
Aline Pereira da Silva2
Alcina Patricia De Oliveira3
Alessa Franciane Santos Guimarães4
Julyana dos Reis Borges Sales5
Annelissa Andrade Virginio de Oliveira6
Ellise Grazielle Mendonça Dantas7
Fernanda Duarte dos Santos Martins8
Klícia Andrade Alves9
Ana Carolina de Lima Calado10
Maristela Rodrigues de Jesus11
Erica Cristina de Aguiar Lopes12
Maria Alexandra Fontinelle Pereira13
Daniel Campelo Rodrigues14


RESUMO   

Tem-se por objetivo: Analisar produções científicas sobre as complicações respiratórias em prematuros e suas estratégias para o cuidado em saúde. Estudo de revisão integrativa da literatura, descritivo, exploratório e qualitativo. Dessa forma, a busca pelos artigos foi realizada nestas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS, Medical Literature Analysis and Retrievel System Online – MEDLINE, Google acadêmico e Scientific Electronic Library Online – SciELO. Mediante os critérios de inclusão e exclusão descritos na metodologia deste estudo, foram reunidos 10 artigos sobre a temática. A coleta de dados ocorreu em Maio, ano de 2023. Os artigos foram organizados em dois quadros e apontaram os seguintes aspectos: prevenção da prematuridade com o pré-natal, uso de novas tecnologias, suporte ventilatório, maior atenção a linha de cuidado materno-infantil e assistência multiprofissional, em especial da fisioterapia respiratória. Evidenciou-se de forma predominante, que a prematuridade é um dos fatores para o maior acometimento das infecções respiratórias, e consequentemente, de suas complicações também.

Descritores: Prematuridade; Doenças Respiratórias; Prática Clínica Baseada em Evidências; Cuidado.

INTRODUÇÃO

           O Recém-Nascido (RN), pode ser classificado como RN Prematuro, quanto inferior a 37 semanas de idade gestacional. Essa prematuridade, ainda pode ser subdividida em:  Extremamente prematuros (<28 semanas); Muitos prematuros (28 a <32 semanas); Moderados (32 a < 34 semanas) e Tardios prematuros (34 a <37 semanas), conforme cita este autor. Com base neste conceito, os prematuros possuem características peculiares, e uma delas é estarem mais susceptíveis a infecções respiratórias1.

           Dados estatísticos mostram, que o Brasil está entre os dez países que apresentam as maiores taxas de recém-nascidos prematuros, sedo 74%, em média, apontando que este valor é absurdamente elevado, gerando impacto na saúde materno-infantil. Estes autores referenciam, que um percentual como este, definido no Brasil, é altamente superior quando comparado a outros países, como os europeus 2.

           Continuamente, diante deste dado alarmante, as internações na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), se tornam rotina nos serviços de saúde para os prematuros. A imaturidade pulmonar, facilita o desenvolvimento de complicações respiratórias desde a gestação. A incidência de dificuldade respiratória aumenta com a diminuição da idade gestacional. Estima-se, que os bebês prematuros, quando comparados aos bebês que nasceram a termo, irão precisar de suporte ventilatório em média 30% a mais em situações em que os mesmos apresentem complicações3.

           O grupo de prematuros é prevalente na maioria das complicações respiratórias, associadas a idade materna, fatores de riscos individuas de cada RN, classificação da prematuridade, o Apgar do primeiro e no quinto minuto e as intercorrências intraparto e outros fatores que levam os RN’s a necessitarem da UTIN por condições respiratórias. Corroborando com estes fatos, um em cada dez RN’s, irá necessitar de ajuda para respirar fora do útero, ou ainda, de reanimação na própria sala de parto4.

           O peso ao nascer também é citado como um fator que pode gerar complicações respiratórias nos RN’s prematuros, pelo fato de o bebê se encontrar com suas necessidades corporais e nutricionais minimizadas, sabendo que estas, são essenciais para o seu desenvolvimento e manutenção da vida humana. Evidencia-se, que no primeiro ano de vida, os bebês prematuros serão os que mais irão utilizar os serviços hospitalares, devido a susceptibilidade de adquirirem doenças, dentre elas as infecções respiratórias5.

           Sequencialmente, conhecendo um pouco dos fatores e situações que levam a complicações respiratórias nos prematuros, pode-se interligar a temática com maior ênfase para as complicações em si. Uma das complicações é a Síndrome do Desconforto Respiratório, que quando prolongada, gera distúrbios neurológicos e psicológicos nos bebês. Em tempos atuais, o vírus sincicial tem sido um dos grandes responsáveis por internações infantis, sendo predominante em crianças menores de seis meses, dentre elas, os prematuros6.

           Assim, na especialidade neonatológica, a assistência ao RN tem sofrido mudanças, com o auxílio das tecnologias em saúde. Todavia, este estudo reafirma, que os bebês prematuros que precisam ser submetidos a internação, ficam mais susceptíveis a condições adversas e outras complicações. Dessa forma, as complicações respiratórias neonatais, são a causa principal das mortes em menores de cinco anos7.

           É importante destacar, dentre as complicações respiratórias, temos: enterocolite necrotizante, asfixia, doença da membrana hialina, anóxia perinatal, entre outras que acometem em maior prevalência os prematuros. A criança prematura possui risco aumentado para apresentar dificuldades motoras, sensoriais, comportamentais e de aprendizagem. Por isso, a relevância deste estudo está justamente em compreender o que leva as internações por complicações respiratórias nos RN’s prematuros, sabendo dos agravos que elas podem causas a vida dos pequenos5-6.

            Problemas respiratórios nas crianças, em sua grande maioria, são virais, e comprometem a saúde funcional dos menores. Os profissionais tem se preocupado com o surgimento de diferentes vírus que tem acometido as crianças, especialmente aquelas com imaturidade pulmonar, que ainda tem a sua função respiratória muito comprometidas, sendo um risco ainda maior para elas5-6.

           Continuamente, entende-se que o processo de nascer de forma prematura, é um grande desafio para os serviços de saúde, desde o suporte que se dá na UTIN, como também aos profissionais de saúde, que são especialistas nas necessidades daqueles bebês. Todo o cuidado precisa ser direcionado, visto que o prematuro é mais propício as infecções de todas as modalidades, dentre elas as respiratórias. Como causa de mais de 70% das internações hospitalares e de mortes neonatais no mundo, as infecções e complicações respiratórias em neonatos são consideradas um problema de saúde pública. Assim, é preciso garantir um bom funcionamento da função respiratória do bebê, viabilizando a vida extrauterina6-7.

        Supõe-se, que a prematuridade é um dos fatores que impulsionam a ocorrência de complicações e instabilidades respiratórias em pacientes pediátricos. Dessa forma, cabe-se uma análise recente sobre o tema, bem como a possibilidade de elencar estratégias disponíveis na literatura atual para subsidiar a prática profissional e ampliar os conhecimentos no cuidado aos prematuros. Quais as evidências disponíveis na literatura sobre as complicações respiratórias em prematuros? Existem estratégias que podem melhorar o cuidado em saúde acerca deste tema? Tem-se por objetivo: Analisar produções científicas sobre as complicações respiratórias em prematuros e suas estratégias para o cuidado em saúde.

METODOLOGIA

         Estudo de revisão integrativa da literatura, descritivo, exploratório e qualitativo. Dessa forma, a busca pelos artigos foi realizada nestas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS, Medical Literature Analysis and Retrievel System Online – MEDLINE, Google acadêmico e Scientific Electronic Library Online – SciELO.

       Os critérios de inclusão da pesquisa foram: artigos completos, gratuitos, publicados entre 2019 e 2023, em português, inglês e espanhol, que respondam ao objetivo da pesquisa, bem como a sua questão de pesquisa. Foram excluídas: dissertações, teses e trabalhos publicados em anais de congresso. Ficaram definidos como descritores da pesquisa: Prematuridade; Doenças Respiratórias; Prática Clínica Baseada em Evidências; Cuidado; Saúde, seguindo os Descritores em Ciência da Saúde – DeCs combinados com o operador booleano “AND”. A coleta de dados ocorreu em Maio, ano de 2023.

     As publicações foram organizadas em quadro único, utilizando o programa da Microsoft Word, no qual foram expostas as informações que caracterizam os materiais encontrados: autores, títulos, objetivos, periódico/bases de publicações, método utilizado e os evidências quanto as complicações respiratórias em prematuros, expostas nas publicações. Houve a construção de um segundo quadro, no qual foram elencadas as estratégias descritas nas publicações, que possibilitaram a minimização das complicações respiratórias em prematuros.

      Optou-se pelaanálise estatística descritiva, para que fosse permitido uma visão geral do tema, de forma organizacional e indutiva. No primeiro momento, ocorreu a definição dos descritores, conforme citado anteriormente. Em seguida, a definição das bases/bibliotecas que foram utilizadas, já previamente definidas. Logo depois, houve a definição dos operadores booleanos, sendo o AND a opção escolhida, conforme citado.

       A busca ocorreu mediante os critérios de inclusão elencados, e no primeiro momento foi a aplicado o filtro de linha temporal (2019-2023), encontrando 58 estudos, depois o filtro do idioma, permanecendo os 58 estudos, e em seguida a leitura dos títulos, no qual foram excluídos 48 artigos, no qual não condiziam com o objetivo do estudo. Continuamente, houve a leitura dos resumos dos 10 artigos selecionados a partir da análise dos títulos e somente aqueles dentro dos critérios de inclusão tiveram os resumos investigados. Após isso, permaneceram a quantidade de 10 artigos, a qual foram lidas integralmente.

        Nessa última leitura, os artigos foram fichados, para que as variáveis possam ser retiradas de forma organizada. O corpo da pesquisa foi formado neste momento com 10 artigos, que foram lidos integralmente e confirmados segundo os critérios de inclusão.

DESENVOLVIMENTO E DICUSSÃO

Conforme citado, os artigos foram descritos utilizando os seguintes aspectos e características abaixo.

QUADRO 1 – Apresentação dos artigos selecionados:

AutoresTítulosPeriódico  Ano de publicaçãoMétodoComplicações respiratórias em prematuros
Teixeira DGDS, Mensch M8Prematuridade correlacionada com as condições maternas  e neonatais  em unidade de terapia intensivaForúm Radoniense de Pesquisa2022A pesquisa realizada foi do tipo prospectiva e quantitativa, com mães de Rn’ prematuros internados na UTIN.34% das complicações dos RN’s internados eram respiratórias.   As complicações estavam relacionadas as infecções respiratórias e a prematuridade dos bebês.
Pontes S. et al9Repercussões da ventilação não invasiva em recém-nascidos prematuros com síndrome do desconforto respiratório agudo  Revista Ciência Plural2021O estudo reuniu artigos das bases de dados: SciELO, LILACS, PEDro, MEDLINE e Bireme. Os critérios de inclusão foram estudos relacionados a temática em português, inglês e espanhol; completos e com publicação entre 2015 a 2020.Os bebês prematuros precisam se suporte ventilatório de forma predominante, devido as complicações, como a Síndrome do Desconforto Respiratório Aguda.
Almeida B, Couto RHM, Junior AT. 10Prevalência e fatores associados aos óbitos em prematuros internados  Arquivos Catarinenses de Medicina2019Estudo de campo, com análise dos fatores relacionados aos óbitos de prematuros, usando as variáveis associadas ao óbito em curto prazo foram determinadas por odds ratio (OR) e análise multivariada com regressão logística.A complicação neonatal mais frequente foi a síndrome do desconforto respiratório, seguida pela sepse, enterocolite necrosante e hemorragia intraventricular.
Pechepiura EP. et al. 11Caracterização ao nascimento e nutricional dos prematuros em unidade intensiva de um hospital público  Revista de Saúde Pública do Paraná2021Estudo prospectivo quantitativo, realizado de janeiro a abril de 2020. Verificaram-se 16 internações de prematuros em uma UTI.100% dos bebês estavam internados por condições respiratórias, sendo 81,3% resultando em óbito posteriormente.
Jantsch, LB et al. 12Fatores associados a necessidade de terapia intensiva neonatal em prematuros tardios  Revista Norte Mineira de Enfermagem2021Estudo transversal analítico que acompanhou 123 prematuros tardios no seu primeiro ano de vida, no sul do Brasil.Os principais motivos para as internações em UTIN de prematuros tardios foi o desconforto respiratório (57%).
Bonati PCR. et al. 13Avaliação das intercorrências respiratórias em coorte de prematuros não contemplados com o anticorpo monoclonal palivizumabeRevista Brasileira de Enfermagem2022Estudo de coorte retrospectivo, analítico, com prematuros nascidos entre 2012 e 2016, em Uberlândia, MG.Prematuros sem palivizumabe apresentaram elevado percentual de doenças respiratórias. O aleitamento materno foi um fator protetor para este bebês.
Rosa NP et al. 14Agravos agudos de saúde de bebês prematuros moderados e tardios no período neonatal  Research, Society and Development2020Estudo transversal /epidemiológico com  abordagem  quantitativa  com  123  recém-nascidos  (RN)  prematuros  moderados  e  tardios em um hospital na região sul do Brasil.  As complicações respiratórias encontradas nos RN’s prematuros estavam relacionadas ao: apgar no primeiro e no quinto minuto, tipo de dieta nutricional, necessidade de reanimação e tempo de internação.
Ferreira DP15Prevalência de internações em prematurosUniversidade Federal da Fronteira Sul2019Estudo transversal com 265 pacientes internados em um hospital terciário, no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2017.A afecção respiratória mais observada foi de Pneumonia Bacteriana (24,9%).
Silva NZ, Santos JC. 16Atelectasia pulmonar no recém-nascido prematuro: contribuições da fisioterapia respiratóriaUNIFAEMA2021Estudo da modalidade revisão de literatura, contemplando trabalhos já publicados nas plataformas indexadas no período de 2000 a 2021. A partir do que foi consultado nas literaturas.A anatomia do RN prematuro é um dos fatores para as complicações respiratórias.
Silva K. 17A atuação do fisioterapeuta no manejo das disfunções respiratórias do recém-nascido prematuroEducação e meio ambiente2021O levantamento bibliográfico foi realizado nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google Acadêmico, Scielo e em livros do acervo literário.O nascimento prematuro representa um grande desafio para os serviços de saúde em todo o mundo, por tratar-se de um determinante de morbimortalidade.

Fonte: dados da pesquisa, 2023.

Foram encontrados (5) publicados no ano de 2021; (2) nos anos de 2020 e 2022 e (1) em 2019. Todos os artigos citam as complicações respiratórias como um fator preocupante, e predominante em prematuros. Não houve duplicidade nos periódicos, e o método de pesquisa predominante foi o levantamento bibliográfico.

QUADRO 2 – Análise das estratégias descritas nos artigos:

AutoresEstratégias que possibilitaram a minimização das complicações respiratórias em prematuros
Teixeira DGDS, Mensch M8Necessidade de ações para minimizar a incidência de partos prematuros e das injúrias resultantes desta condição.
Pontes S. et al. 9Sistemas de suporte ventilatório: pressão positiva em vias aéreas a dois níveis: cânulas nasais aquecidas, umidificadas e de alto fluxo; ventilação de pressão positiva nas vias aéreas nasal, e a ventilação por pressão positiva intermitente nasal.
Almeida B, Couto RHM, Junior AT. 10Prevenção da prematuridade, através do acompanhamento do pré-natal.
Pechepiura EP. et al. 11Compreendeu-se, que o aprimoramento do conhecimento científico e a inclusão de  tecnologias nas atividades hospitalares, podem auxiliar nas estratégias para a redução de internações em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal.  
Jantsch, LB et al. 12Considerou importante, a organização dos serviços de saúde materno-infantil sob a perspectiva de descrição do perfil epidemiológico e organização dos serviços e demandas em saúde.
Bonati PCR. et al. 13Incentivo ao aleitamento materno como fator protetor e auxiliar na prevenção de doenças respiratórias.
Rosa NP et al. 14Demandar maior atenção para elaboração de estratégias para esse público-alvo.
Ferreira DP. 15O artigo sugere:  identificar os sinais de risco na gestação afim de evitar nascimentos prematuros e de baixo peso, para minimizar as complicações respiratórias nessa população.
Silva NZ, Santos JC. 16Pode-se constatar que a fisioterapia respiratória dentro da UTIN é uma das mais importantes indicações para trabalhar com a reversão da atelectasia pulmonar, pois ela contribui com técnicas e manejos para prevenção e tratamento da atelectasia, assim otimizando as suas funções respiratórias
Silva K. 17A assistência fisioterapêutica tem grande relevância no tratamento do RNPT, uma vez que contribui para a prevenção e o tratamento de complicações decorrentes da prematuridade.

Fonte: dados da pesquisa, 2023.

De modo geral, os artigos apontaram os seguintes aspectos: prevenção da prematuridade com o pré-natal, uso de novas tecnologias, suporte ventilatório, maior atenção a linha de cuidado materno-infantil e assistência multiprofissional, em especial da fisioterapia respiratória8,17.

Os bebês prematuros possuem condições específicas durante o seu primeiro ano de vida, e como evidenciado nos estudos, apresentam maior susceptibilidade para o acometimento de doenças, entre elas, as respiratórias8,9,10. A internação hospitalar em RN’s prematuros foi predominante em todos os estudos analisados, mostrando que juntamente com as doenças respiratórias, as crianças podem ser sequeladas com condições neurológicas graves, como a paralisia cerebral e atraso no desenvolvimento10,11.

Continuamente, percebeu-se que as complicações respiratórias não se remetem somente a questões pulmonares, mas sim, tornam-se o caminho para outros problemas graves, que percorrem o corpo do RN e geram problemas irreversíveis. Sequencialmente, a própria internação hospitalar é um meio de infecção respiratória, pelo ambiente ser propício a bactérias e fungos que oferecem risco aos bebês. Todavia, o ambiente domiciliar também é um local no qual o RN está vulnerável, a depender de visitas em seu lar, parentes com sintomas gripais que circulam pelo seu ambiente e outras formas de contrair infecções12,13.

Compreende-se, que a mortalidade infantil é um indicador de saúde, que reflete condutas sociais e a qualidade de vida ofertada aos bebês. As políticas públicas direcionadas para este público tem se esforçado para que ocorra um declínio na mortalidade das crianças antes do primeiro ano de vida, e isso tem ocorrido. Os avanços tecnológicos e medicinais tem auxiliado neste processo, bem como o fortalecimento da Estratégia de Saúde da Família, atuando com condutas preventivas14,15.

Neste contexto de indicadores de saúde infantil, ainda persiste uma grande proporção de óbito gerados pelas complicações respiratórias neonatais, onde cerca das 80% das mortes infantis são geradas por infecções respiratórias e suas complicações. Vale ressaltar, que as infecções respiratórias também são responsáveis pela primeira causa de morte entre crianças menores de cinco anos e a prematuridade é um fator impulsionador para isto16,17.   

Predominantemente, as infecções virais possuem destaque, sendo as de via área superior as mais atendidas no ambiente hospitalar. O atendimento pediátrico recebe essas crianças, as quais adoecem, em média, oito a doze vezes com problemas respiratórios por ano. O que pode ficar evidenciado, é que existe uma relação forte com o cuidado gestacional no que se refere a prematuridade. A prevenção da prematuridade durante a gestação, a partir da identificação de fatores, é um dos pilares para a redução da mortalidade precoce. Assim, os bebês prematuros, necessitam de suporte respiratório quando nascem, em sua grande maioria, sendo importante obter-se o reconhecimento do risco e uma avaliação de qualidade na assistência 15,16,17.

Dessa forma, entende-se que um nascimento prematuro é uma emergência hospitalar, por necessitar de uma equipe multiprofissional para apoiá-lo.  Existe a necessidade de expansão científica sobre o tema, e ainda, de que sejam desenvolvidas diferentes pesquisas acerca do assunto, buscando conhecer diferentes estratégias para auxiliar e subsidiar a prática do cuidado ao recém-nascido prematuro8,17.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            O estudo alcançou o objetivo proposto inicialmente pela pesquisa, no qual foi possível analisar as complicações respiratório e o contexto que está em torno delas, diante da literatura científica atual. Evidenciou-se de forma predominante, que a prematuridade é um dos fatores para o maior acometimento das infecções respiratórias, e consequentemente, de suas complicações também.

            Os bebês prematuros são mais susceptíveis, diante da sua maturidade pulmonar e diversos fatores que cercam a prematuridade. Por isso, a pesquisa fortaleceu a necessidade de uma Rede de Atenção à Saúde efetiva para atender aos RN’s com qualidade e atuando diretamente na prevenção da mortalidade no primeiro ano de vida, sendo este um indicador de saúde.

            Recomenda-se a construção de novas pesquisas, que busquem aprofundar a temática em estudo, trazendo novas vertentes e ampliando os cuidados em saúde do recém-nascido. A UTIN, é um ambiente crítico, no qual o prematuro está ali para receber os devidos cuidados, por este fato, a equipe multiprofissional precisa estar preparada para atuar, tendo como suporte capacitações e treinamentos.

REFERÊNCIAS

  1. Pena JCV, et al. Efeitos da fisioterapia na função cardiopulmonar de recém-nascido em unidade de terapia intensiva neonatal: Revisão sistemática de literatura. Revista CPAQV-Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida-CPAQV Journal, 12.2, 2020.
  2. Silva NJB, Morais CRR, Neto JFC. Desenvolvimento do recém-nascido prematuro: revisão de suas possíveis complicações e atuação da fisioterapia. Bionorte 12.1, 2023: 316-325.
  3. Bernardino FBS, et al. “Fatores perinatais associados ao desconforto respiratório do recém-nascido. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro 10, 2020.
  4. Macêdo BLN de, et al. Perfil epidemiológico de recém-nascidos com síndrome do desconforto respiratório e sua comparação com taxa de mortalidade. Cardiorespiratory Physiotherapy, Critical Care and Rehabilitation 9.2, 2019: 33-43.
  5. Santos DS dos. Fatores associados ao desenvolvimento de agravos respiratórios em prematuros limítrofes no primeiro ano de vida, 2019.
  6. Sirtoli IS. Desenvolvimento e validação de um modelo de risco para complicações respiratórias perioperatórias em crianças submetidas a cirurgias não cardíacas, 2022.
  7. Martins ORS, Bresciani TB. Fatores de risco para complicações respiratórias perioperatórias em crianças menores de dezesseis anos submetidas a procedimentos não cardíacos, 2023.
  8. Teixeira, DGS, Mensch M. Prematuridade correlacionada com as condições maternas e neonatais em unidade de terapia intensiva. Fórum Rondoniense de Pesquisa 3.8º, 2022.
  9. Pontes, S et al. Repercussões da ventilação não invasiva em recém-nascidos prematuros com síndrome do desconforto respiratório agudo: revisão integrativa, Revista Ciência Plural. 7.2, 2021: 211-226.
  10. Almeida BRHM, Couto ATJ. Prevalência e fatores associados aos óbitos em prematuros internados. Arquivos Catarinenses de Medicina, 48.4, 2019: 35-50.
  11. Pechepiura, EP et al. Caracterização ao nascimento e nutricional dos prematuros em unidade intensiva de um hospital público. Revista de Saúde Pública do Paraná. 4.1, 2021,: 48-64.
  12. Jantsch LB et al. Fatores associados a necessidade de terapia intensiva neonatal em prematuros tardios. Revista Renome 10.1, 2021: 76-84.
  13. Bonati, Poliana Castro de Resende, et al. Avaliação das intercorrências respiratórias em coorte de prematuros não contemplados com o anticorpo monoclonal palivizumabe. Revista Brasileira de Enfermagem, 75, 2022.
  14. Rosa, NP et al. Agravos agudos de saúde de recém-nascidos moderados e tardios no período neonatal. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento 9.7, 2020: e251974156-e251974156.
  15. Ferreira, Danieli Paola. Prevalência de internações em prematuros, 2019.
  16. Silva NZ, Santos JCC. Atelectasia pulmonar no recém-nascido prematuro: contribuições da fisioterapia respiratória, 2021.
  17. Silva K, Santos, JC. A atuação do fisioterapeuta no manejo das disfunções respiratórias do recém-nascido prematuro, 2021.

1 Graduação em Enfermagem. Especialização em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e Enfermagem Obstétrica.

2 Graduada em Enfermagem. Graduada pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Especialista em Enfermagem do Trabalho pela Faculdade Integrada de Patos FIP, Especialista em Enfermagem Obstétrica e Neonatologia pela Faculdade de Enfermagem Nova Esperança FACENE. João Pessoa, Paraíba, Brasil.

3 Enfermeira assistencial do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes- HU/PAA – EBSERH.

4 Fonoaudióloga. Residente em saúde da criança pela SES PB. João Pessoa, Paraíba, Brasil.

5 Graduação em Enfermagem. MBA em gestão e auditoria em organização em saúde e Especialista em Cardiologia e Hemodinâmica. 

6 Graduação em Enfermagem. Doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília (UnB). Enfermeira no Hospital Universitário Lauro Wanderley – HULW (UFPB)/ Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH.

7 Enfermeira assistencial do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Júnior (HU- FURG-Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). Especialista em UTI Pediátrica e Neonatal, Especialista em Enfermagem do Trabalho e Especialista em Auditoria em Serviços de Saúde.

8 Graduação em Enfermagem. Especialização em Enfermagem neonatal e pediátrica com ênfase em UTI; Auditoria em saúde; Administração hospitalar; Saúde do trabalhador; Estética e Saúde do adolescente. 

9 Especialização em Enfermagem Ginecológica e Obstétrica; Gestão em Saúde Comunitária e da Família e em Enfermagem do Trabalho. Enfermeira assistencial do Hospital Universitário Mosenhor João Batista de Carvalho Daltro – HUL/UFS – EBSERH.

10 Graduada em Fisioterapia. Universidade Federal da Paraíba.

11 Graduada em Enfermagem. Especialização em Preceptoria em Saúde/ES/UFRN/2021, Centro Cirúrgico e CME/CBPEX/FAPEX/2019, Urgência e Emergência/Uninter/2013, Saúde da Família na Atenção Primária Uninter/2012. Enfermeira Assistencial na Unidade de Clínica Cirúrgica do HULW/ Empresa Brasileira de Serviços hospitalares (EBSERH).

12 Fonoaudióloga. Especialização em Audiologia. Especialização em Motricidade Orofacial com ênfase em Fonoaudiologia Hospitalar e disfagia. Fonoaudióloga da Maternidade Frei Damião localizada no município de João Pessoa. 

13 Mestrado em Ciências da Educação. Especialista em Enfermagem Obstétrica. Enfermeira Obstetra no Hospital das Clínicas de Uberlândia, EBSERH/HC-UFU.

14 Especialista em pós-graduação lato sensu. Enfermeiro no Hospital das Clínicas de Uberlândia, EBSERH/HC-UFU.