A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA NAS TURMAS DO 3º, 4º E 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPAL ULISSES GUIMARÃES, EM APUÍ/AM, NO ANO DE 2020

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10836376


Mestra: Irene Santos Azevedo1
Dr. Jose Amauri Siqueira da Silva2


RESUMO

As dificuldades de aprendizagem são preocupação constante para professores, equipe, gestora e toda comunidade escolar e uma das grandes dificuldades dos alunos é a disciplina matemática, que para muitos é considerada como um tormento. O objetivo deste artigo é: Explorar a dificuldade de aprendizagem da matemática nas turmas do 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Ulisses Guimarães, na cidade de Apuí, Amazonas, no ano de 2020. Realizou-se uma pesquisa de campo onde se aplicou um questionário a 10 alunos e 3 professores de Matemática e após as dificuldades levantadas, teve-se a iniciativa de sugerir atividades e/ou fatores que pudessem colaborar para a redução das dificuldades de aprendizagem em Matemática, nas turmas investigadas. Verificou-se que o ensino de Matemática nestas turmas, de forma lúdica, contextualizada e com uso de tecnologias permitiria aos alunos à compreensão dos conceitos matemáticos a partir de situações presentes no seu cotidiano. As dificuldades de Matemática citadas foram: resolução de problemas e desenvolvimento das 4 operações, onde a grande causa passa por problemas na falta de formação continuada dos professores, falta de recursos didáticos e ausência de metodologias práticas e estratégicas. Assim, constatou-se a importância de professores junto à comunidade escolar, govеrnаntеs е os rеsponsávеis dirеtos pеlа еducаção, no município е no еstаdo, priorizarеm а rеаlizаção dе cursos sobrе:  fаtorеs quе intеrfеrеm а аprеndizаgеm dаs criаnçаs е quе por mеio dе concursos contrаtеm psicólogos ou psicopеdаgogos pаrа ajudar os аlunos com dificuldades de aprendizagens еscolаr.

Palavras – chaves: Matemática. Dificuldades. Ensino-aprendizagem. Discalculia.

ABSTRACT

Learning difficulties are a constant concern for teachers, staff, management and the entire school community and one of the students’ greatest difficulties is the subject of mathematics, which for many is considered a torment. The objective of this article is: To explore the difficulty of learning mathematics in the 3rd, 4th and 5th year classes of elementary school at the Ulisses Guimarães Municipal School, in the city of Apuí, Amazonas, in the year 2020. Field research was carried out where a questionnaire was administered to 10 students and 3 Mathematics teachers and after the difficulties raised, the initiative was taken to suggest activities and/or factors that could contribute to reducing learning difficulties in Mathematics in the investigated classes. It was found that teaching Mathematics in these classes, in a playful, contextualized way and using technology, would allow students to understand mathematical concepts based on situations present in their daily lives. The difficulties in Mathematics cited were: problem solving and development of the 4 operations, where the main cause is problems in the lack of continued training of teachers, lack of teaching resources and absence of practical and strategic methodologies. Thus, the importance of teachers in the school community, governors and those directly responsible for education, in the municipality and in the state, prioritizing the implementation of courses on: factors that influence I’m teaching children and through competitions they hire psychologists or psychopedagogues to help students with learning difficulties at school.

Keywords: Mathematics. Difficulties. Teaching-learning. Dyscalculia.

1. INTRODUÇÃO

Todo ser humano apresenta algum tipo de limitação em sua vida e possuem habilidades diferentes que são aperfeiçoadas de acordo com desenvolvimento e a prática dela. Porém, algumas pessoas não conseguem desenvolver algumas habilidades cognitivas, na qual surgem as dificuldades de aprendizagem.

 As dificuldades de aprendizagem são preocupação constante para professores, equipe, gestora e toda comunidade escolar e muitos questionamentos são elencados sobre como lidar com cada dificuldade apresentadas pelos alunos em sala de aula. Observa-se que uma das grandes dificuldades de aprendizagem dos alunos trata-se da disciplina matemática, que para muitos é considerada como um tormento que pode contribuir para o fracasso escolar.

A Matemática é a disciplina esta que apresenta o mais baixo desempenho, sendo a que mais reprova, em que se encontram alunos sem as habilidades mínimas compatíveis com a série que acabaram de concluir (MASOLA e ALLEVATO, 2019). Destaca-se que técnicas e teorias pedagógicas são extremamente importantes na qualidade do aprendizado, no entanto, há vários fatores que afetam o rendimento do aluno (NACARATO, 2009).

Para descobrir tal complexidade e conferir no que se ancora o fracasso, optou-se por desenvolver a pesquisa no 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Ulisses Guimarães, da cidade de Apuí, no Amazonas, por se tratar de séries em que os alunos apresentam grande grau de dificuldade.

A escolha do tema surgiu após vários questionamentos que despertou a curiosidade da investigadora, pois se observou que alunos de escolas públicas e particulares consideram a Matemática como uma disciplina difícil de ser compreendida, apresentando assim, muitas dificuldades na aprendizagem deste componente curricular. E foi através de várias dificuldades observadas na Escola Municipal Ulisses Guimarães, que houve a necessidade de um estudo; pois é através de pesquisas que se pode obter possíveis soluções, para essa dificuldade existente.

Assim, é de suma importância estudar o papel da escola a partir do ensino da Matemática, na formação intelectual desses alunos, garantindo assim, a escola como um ambiente transformador para seu processo cognitivo, social e cultural. Desta forma, é importante refletir a respeito do tipo de trabalho que tem se desenvolvido nas escolas e qual as consequências que esses resultados têm alcançado.

Desta forma, a pesquisa foi desenvolvida com o foco no problema: Quais as dificuldades de aprendizagem da matemática nas turmas do 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Ulisses Guimarães, em Apuí/AM, no ano de 2020?

Para responder este questionamento, o artigo tem o seguinte objetivo geral: Explorar a dificuldade de aprendizagem da matemática nas turmas do 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Ulisses Guimarães, na cidade de Apuí, Amazonas, no ano de 2020.

Os objetivos específicos são:

a) Entender por que os alunos apresentam defasagem de aprendizagem na disciplina de Matemática;

b) Identificar as dificuldades e desafios enfrentados no ensino da matemática;

c) Estabelecer quais atividades e/ou fatores que colaboram para a redução das dificuldades de aprendizagem em Matemática.

Desta forma, espera-se com este estudo trazer o entendimento das dificuldades no processo ensino-aprendizagem de matemática que existem e, conforme discutidas na literatura, devem ser sempre questionadas e avaliadas objetivando sempre a otimização no processo. Pois, perceber as dificuldades de aprendizagem e agir de forma adequada a respeito delas, é uma maneira de fazer acontecer a aprendizagem expressiva.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1  ENSINO DA MATEMÁTICA

A Matemática abrange uma arena fértil de conhecimento fundamental e preciso para compreender o mundo, bem como agir nele. Pensar sobre a Matemática presente no espaço escolar, se tornou indispensável, já que esta importante ciência é empregada em quase todas as áreas de conhecimento e se exibe em várias circunstâncias habituais, de forma a despertar o interesse do aluno incentivando-o na busca de solução dos problemas do cotidiano (ARFELI et al., 2020).

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais:

As necessidades cotidianas fazem com que os alunos desenvolvam capacidades de natureza prática para lidar com a atividade matemática, o que lhes permite reconhecer problemas, buscar e selecionar informações, tomar decisões. Quando essa capacidade é potencializada pela escola, a aprendizagem apresenta melhor resultado (BRASIL, 1998, p.37).

Debater o ensino da Matemática no espaço escolar, permite entender qual sua função no processo de ensino e aprendizagem, possibilitando analisar como a disciplina está sendo desenvolvida na escola, como o aluno emprega esse conhecimento de forma que incite a expansão do raciocínio lógico, a memória e a capacidade de análise crítica.

Tem-se uma certa distância entre o conhecimento estudado na escola e o que verdadeiramente deve ocorrer no processo de ensino e aprendizagem do conhecimento matemático. Ao invés de ter significado para o aluno, muitas vezes os conteúdos são abordados de maneira isolada, amparando-se num mesmo recurso servindo somente para aprendizagem de suas noções, desconsiderando novas extensões, representações ou conexões com outros conceitos (BRASIL, 1998).

Destaca-se ainda a falta de importância dada ao conhecimento prévio do aluno. A matemática ensinada na escola, muitas vezes, desconsidera a riqueza de conteúdos derivados da experiência pessoal do aluno, subestimando-o e privando-o de um conhecimento expressivo para sua vida (CURI, 2021).

Desta forma, o ensino da Matemática deve ser aplicado com a finalidade de desenvolver o educando em todos seus aspectos, colaborando para desenvolver cidadãos que consigam designar estratégias de ações, fazendo sentir-se um ser essencial para o meio social.

Conforme Ponte et al. (2005), o educador precisa assumir uma postura de mediador, conseguir investigações em sala de aula, solicitando a interação entre os alunos, incitando um espírito investigativo focando em novas descobertas e soluções de problemas matemáticos, bem como da própria realidade.

De tal modo, a Matemática ensinada na escola deve possibilitar a interpretação e busca de solução de diversas situações. É preciso que a realidade do aluno e o conhecimento matemático estejam absolutamente ligados, incitando a confiança e autonomia no aluno, bem como sua capacidade para encarar muitos desafios sejam eles escolar ou extra escolar.

Ensinar é desafiar-se rotineiramente em sala de aula, já que, é neste espaço que mora o grande desafio de ser educador, sendo na sala de aula que o ensino e a aprendizagem de conteúdos matemáticos acontecem com a mediação de professores que vão contra os estigmas instituídos ao longo da história sobre estudar conteúdos matemáticos.

Esses estigmas são edificados pela lenda de que a Matemática é complicada, pelos próprios pais e irmãos mais velhos que não obtiveram aprendizado e, definidos por técnicas tradicionais em que o ensino acontece de maneira mecânica e pouco expressiva para aqueles que conseguem aprender (quando aprendem).

De acordo com Brum (2013), o ensino da Matemática deveria ser feito considerando a história pessoal e cultural dos estudantes, contudo isso não ocorre. Pois, o que acontece é que o mundo evolucionou e a escola paralisou na maneira de ensinar, na forma de avaliar e na maneira de olhar os educandos.

Percebe-se que não se trata de quebrar a sua história de formação, mas de ter ação de inovar, criar e, principalmente, de ter paciência para ouvir o aluno.

2.2 DESAFIOS NO PROCESSO DE ENSINO DA MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

As dificuldades com a Matemática se tornam mais claras à medida que se progride na educação escolar institucional. Os alunos do Ensino Fundamental não têm dúvidas a respeito da utilidade imediata do que estão estudando. Nesta etapa, a Matemática é mais do que mera habilidade, ela é uma medida de cidadania. Ninguém pode se considerar realmente inserido na sociedade se não tiver alguma familiaridade com as quatro operações aritméticas, as frações, as unidades de medida e os conhecimentos básicos de Geometria (WAJNSZTEJN e WAJNSZTEJN, 2009).

De modo óbvio, espera-se que os alunos alcancem patamares mais elevados na educação, e isso não é possível sem um alicerce sólido em Matemática. É muito importante apresentar-lhes que a Matemática pode dar chances de um futuro interessante e produtivo.

Conforme Pontes (2019), em muitas unidades escolares, o ensino da Matemática repassado por muitos educadores, ainda está voltado para agir como um instrumento disciplinador e excludente. Um grande quantitativo de professores tem como única finalidade ensinar Matemática sem se preocuparem em repassar para o educando um conhecimento expressivo, até porque sentem muita dificuldade em pautar o conteúdo abordado teoricamente com a prática educacional, já que os programas de formação, na maioria das vezes, não inserem ocasiões práticas durante todo o processo de formação. Isso faz com que fique uma ampla lacuna na formação do professor.

Trata-se de uma disciplina vista como chata e de difícil compreensão, contudo, é necessário que seja ensinada de forma leve, para que faça sentindo para os educandos. Andrade (2018) destaca que na Matemática é comum alguns alunos exibirem dificuldades como “eu não aprendo” ou “não entra na minha cabeça” ou “não consigo”. A autora afirma que isto depende de uma postura crítica do professor, que precisa originar condições e meios para que esta aprendizagem ocorra de maneira prazerosa.

Segundo Andrade (2018, p. 244): 

a Matemática tem sido considerada uma disciplina estanque, uma ciência pronta e acabada e, numa definição mais ousada, uma ciência repleta de certeza e poder e, ainda, destinada a gênios. Analisando o seu ensino, percebe-se que o que prevalece nas salas de aula são ainda os métodos tradicionais de ensino com o incentivo à memorização de fórmulas, regras, intermináveis listas de exercícios, os famosos “arme e efetue”, exercícios descontextualizados, com o objetivo de a todo custo vencer conteúdos, programas, concordando com Paulo Freire quando expõe sobre sua concepção bancária.

Neste sentido, Oliveira e Cordeiro (2013) concordam, afirmando que a não aprendizagem da Matemática, por alguns educandos são resultado de algumas concepções que entendem que a aprendizagem se restringe a respostas padronizadas dadas pelos alunos, em alguns episódios sem a carecida compreensão. Assim, avigorando a memorização e repetição sem um conhecimento expressivo.

Desta forma, Santos et al. (2007) citam que algumas pessoas interrogam a aplicabilidade da Matemática por acharem que não vai existir uso na vida delas.

Nota-se que em qualquer área, precisamos desse tipo de conhecimento, pois a sociedade ordena um mínimo de conhecimento matemático. O ensino-aprendizagem da Matemática vem seguido de alguns preconceitos, medos e mitos que gravitam em torno da Matemática, tornando-se um dos fatores responsáveis pelo fracasso escolar.

Logo, para elevar a chance de atingir os objetivos de aprendizagem e alcançar o maior quantitativo de alunos é necessário empregar diferentes metodologias, como foram citadas na seção anterior: Resolução de problemas; História da Matemática; Jogos matemáticos e o Uso das tecnologias. “Essas diferentes abordagens procuram aproximar o educando da disciplina, incentivando-o a desenvolver a investigação e a exploração de novos conceitos, aproximando a Matemática formal da vida real” (PIZZIRANI et al., 2017, p. 31).

Segundo Piaget (1976), a aprendizagem Matemática é erguida por meio da curiosidade e do ânimo das crianças, em que a vivência de experiências Matemáticas apropriadas desafia as crianças a cultivarem ideias ligadas a padrões, formas, números e espaço, pois ensinar Matemática para o Ensino Fundamental é mais do que ensinar a contar.

Conforme D’ Ambrósio (2004), se a Matemática seguir sendo abordada da mesma forma que se ensina, de maneira obsoleta, inútil e desinteressante, corre-se o risco de desaparecimento. No entanto, se for renovada, estará com muito vigor nos sistemas de ensino, pois a Matemática é a espinha dorsal da sociedade.

Neste panorama, Lima (2020) destaca que a cultura de sala de aula permanece com conteúdo de regras e técnicas de memorização de cálculo e solução de exercícios repetitivos e monótonos, que não colaboram para o aprendizado do educando, sendo preciso que o professor escolha novas práticas com seus alunos, refletindo sobre mudanças de pensamentos voltados ao processo de aprendizagem.

Assim, o fracasso em Matemática não depende somente das propriedades da disciplina nem das concepções predominantes acerca da sua aprendizagem. É necessário renovar intensamente a escola, de maneira que esta se torne um ambiente motivador de trabalho e de crescimento pessoal e social. Isso implica, eventualmente, uma intervenção aos mais variados níveis, abrangendo as práticas pedagógicas, o currículo, o sistema educativo e a própria sociedade em geral. É necessário que os professores matemáticos proporcionem uma visão da Matemática como uma ciência em constante evolução, que busca responder aos grandes problemas, mas que ainda origina os seus próprios problemas (MASOLA e ALLEVATO, 2019).

Neste sentido, pensar em uma Matemática prazerosa, interessante, que estimule os educandos, dando-lhes recursos e instrumentos que sejam úteis para o seu cotidiano, busca mostrar a importância destes conhecimentos matemáticos por meio de uma motivação.

Neste sentido, os professores como mediadores do conhecimento devem aproximar os alunos das vivências Matemáticas, do mesmo modo, materiais que compõem o cotidiano podem colaborar na promoção do aprendizado, fazendo com que entendam que se usam da Matemática sempre.

Assim, a BNCC enfatiza um compromisso com a educação integral e destaca que a sociedade contemporânea ordena inovação nos processos educativos, já que:

No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades (BRASIL, 2018, p. 14).

E desde que foi divulgada, a BNCC foi alvo de muitas críticas, onde alguns autores citaram que esse novo padrão que tem que ser seguido, corre o risco de excluir os alunos que vivem distantes do padrão escolar. Contudo, a BNCC de acordo com Ramos e Carvalho (2019), trata de uma nova maneira de ensinar, conferindo ao professor refletir sobre o cumprimento da proposta. Os educadores são incentivados a um olhar diferente para seus alunos e assim desconsiderar os métodos tradicionais que ainda são aplicados em sala de aula.

Nota-se assim que os principais desafios encontrados são as dúvidas quanto a botar em prática as propostas e buscar estratégias que assegurem uma educação de qualidade.

Neste panorama, é preciso destacar que desde a educação infantil, a Matemática necessita ser adicionada com jogos, brincadeiras, empregando materiais recicláveis e explorando a tecnologia, assim como ações pedagógicas através de atividades individuais e em grupo para troca de informações, beneficiando a sociabilidade e permitindo a aprendizagens significativas (ANDRADE, 2018).

Assim, Pontes (2019) afirma que a prática docente deve seguir a evolução e transformação da sociedade, porque enquanto os educadores repassam os conteúdos no quadro negro ou usam livros didáticos com atividades, muitas vezes não pertinentes com o dia-a-dia, os alunos acessam celulares e computadores para responder suas inquietações.

Neste panorama, destaca-se uma realidade: a crescente falta de interesse das pessoas em cursos de licenciaturas, eles atraem menos pessoas, em alguns casos, a busca por esses cursos se dá por não terem passado em cursos de maior concorrência, e assim, o aumento quantitativo nem sempre está comprometido com a qualidade educacional (MASOLA e ALLEVATO, 2019). Isso faz com que os universitários não progridam nos estudos por não gostar do que estão cursando, formando professores frustrados que decorrem por exemplo a falta de interesse por aprender e ensinar Matemática.

Assim, Alves (2016) cita que a formação inicial dos educadores é deficitária em Matemática e intensifica a necessidade de formação continuada por conta do déficit de conhecimentos matemáticos. O autor ainda destaca que o ensino da Matemática não é muito valorizado pelos educadores dos anos iniciais, em que a ênfase decai nos processos de alfabetização e letramento e a Matemática é esquecida.

Ressalta-se assim a importância do debate sobre o letramento matemático entre a equipe pedagógica, um aprofundamento, pois não se trata somente da decodificação, mas da interpretação e domínio, focando nas melhorias significativas no aprendizado da Matemática, oportunizando ao aluno a compreensão do mundo que o rodeia e assim identificar a aplicabilidade no cotidiano, e colaborando para a formação de um ser crítico e reflexivo.

De acordo com Lima (2020), mudanças são indispensáveis na área da Matemática. Para a autora, uma melhor qualificação dos docentes mediante formação continuada e reflexão sobre sua práxis pedagógica é necessário, para rever o seu planejamento e suas metodologias, focando na aprendizagem dos alunos, e assim, impedindo que a evasão e reprovação predomine.

Portanto, notou-se que são relevantes a formação continuada e a pesquisa para estar atualizado sobre as novidades na área da educação, e que ensino de Matemática é algo de extrema importância, pois intensifica o aprendizado das crianças completando a sua formação como sujeito que pertence a uma sociedade. E um ensino mediado de forma prazerosa, e associando com conhecimentos do cotidiano, elas aprendem brincando e desenvolvem habilidades, fazendo com que criem gosto pela aprendizagem e levem o conhecimento para a vida toda.

3. METODOLOGIA

O local de estudo se deu na Escola Municipal Ulisses Guimarães, situada no interior do município de Apuí no estado do Amazonas, pela praticidade da pesquisadora em desenvolver o processo investigativo dentro da escola da qual também exerce o cargo de docente.

Neste sentido, o estudo partiu do seguinte enfoque metodológico para a sua realização: primeiramente, Pesquisa Bibliográfica do tipo qualitativa e, em um segundo momento, pesquisa de campo de abordagem quantitativa. Obtendo, desta forma, enfoque de investigação misto, por ser conduzida por uma abordagem múltipla em que envolve uma etapa qualitativa e quantitativa.

Para a compreensão teórica deste estudo, realizou-se, inicialmente, um estado da arte onde analisou-se criteriosamente material bibliográfico que nos forneceu informações e subsídios teóricos para a elaboração da fundamentação dos resultados coletados no campo de pesquisa. Foram utilizados teóricos clássicos e publicações recentes para dar sustentação as ideias do trabalho, da área da Educação: Alves (2016),  Brum (2013), Curi (2021), D’Ambrósio (2004), Lima (2020), Lorenzato (2008) e Masola e Allevato (2019)

No transcorrer deste processo de investigação, realizou-se um estudo de campo no segundo semestre de 2020, com o intuito de conseguir informações e conhecimentos a respeito das dificuldades enfrentadas por professores e alunos no ensino e aprendizagem da matemática.

A amostra deste estudo foi composta por apenas 3 séries do Ensino Fundamental, totalizando 10 alunos distribuídos no 3º, 4º e 5 º ano, e ainda por 3 profissionais do ensino de Matemática, também do Ensino Fundamental.

Para tal, aplicou-se um questionário escrito aos alunos da referida escola (sem a identificação dos alunos). Assim, foi possível ter uma perspectiva dos conhecimentos reais dos alunos sobre este assunto, para análise ao final da pesquisa de campo, diagnosticar-se que os objetivos foram alcançados.

Aplicou-se ainda um questionário aos professores de Matemática do ensino fundamental desta escola, para que pudessem expressar suas opiniões e revelar seus pontos de vista, produzindo um material com riqueza de dados acerca do tema em pesquisa, para que se tenha a compreensão da visão dos educadores enquanto observadores do pensamento crítico de seus alunos.

Esta etapa teve como objetivo rеvеlаr а concеpção dаs pеssoаs аcеrcа dе vários problеmаs еducаcionаis, porém, dе formа еspontânеа.

Após a problemática levantada no estudo de campo, com os dados já coletados, sabendo da importância da Matemática para a formação do aluno como cidadão, teve-se a iniciativa de sugerir atividades e/ou fatores que pudessem colaborar para a redução das dificuldades de aprendizagem em Matemática, nas turmas investigadas.

Ressalta-se que os professores que fizeram parte da amostragem deste estudo receberam informações sobre este estudo por escrito, assim como forneceram consentimento informando seu aceite em participar da pesquisa, exposto no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Destaca-se que como se tratava de alunos com idade inferior a 18 anos, o TCLE dos alunos foi enviado aos pais destes alunos, para que fosse possível ter a permissão de seus responsáveis para que as crianças participassem da investigação. Contudo, este consentimento ainda foi fornecido pela gestora da Escola Municipal Ulisses Guimarães em Apuí-AM, para se ter a autorização da mesma para o desenvolvimento da pesquisa nas dependências da unidade escolar.

Destaca-se que os questionários foram corrigidos e revisados pelo setor administrativo da instituição de ensino.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em busca de investigar as dificuldades na aprendizagem da matemática na Escola Municipal Ulisses Guimarães, questionou-se aos alunos participantes da pesquisa se eles possuíam dificuldades na disciplina de Matemática e 70% das crianças disseram que “sim”.

Sabe-se que a matemática ao se configurar para os alunos como algo difícil de compreensão, sendo de pouca utilidade prática, produz representações e sentimentos que vão influenciar no desenvolvimento da aprendizagem. Logo, quando o educando não consegue relacionar os conteúdos matemáticos que estão sendo estudados com o dia-a-dia, eles começam a evitar a matemática. Outro aspecto pelo qual os alunos não gostam de matemática é que na matemática escolar o aluno não vivencia circunstâncias de investigação, exploração e descobrimento.

Os alunos foram indagados sobre a que eles atribuem esta dificuldade e obteve-se os seguintes resultados, expostos no Gráfico 1, a seguir.

Gráfico 1 – Pergunta “Na sua opinião, por que existem nas escolas, alunos com dificuldades de aprendizagem na Matemática?” aos alunos da Escola Municipal Ulisses Guimarães, do município de Apuí-AM, em 2020.

Fonte: Autoria própria (2022).

Observa-se que a opinião dos sujeitos sobre a existência de alunos com dificuldades de aprendizagem na matemática nas escolas ficou bem diversificada, pois dos 10 participantes, 20% dos alunos falaram que o motivo era de professor que não domina a disciplina. Pois muitas das vezes os professores que trabalham com ensino fundamental do primeiro ao quinto ano, não possuem formação específica da disciplina em questão.

Com isso, os alunos percebem certas dificuldades que os professores enfrentam em sala de aula. Contudo, para reverter esse conceito é preciso buscar novas estratégias para sanar tal afirmação e o professor precisa conhecer os conceitos matemáticos e saber como apresentá-los, interferido de maneira correta e produtiva. Carvalho (1995, p. 62) evidencia que: “Nem todos os professores estão preparados para ser educadores conscientes de suas funções. Além do conhecimento específico de sua área, o professor deve ter habilidade para ensinar e educar e, para tal vem um auxílio direto da Educação”.

Pois todos os professores devem aprimorar seus conhecimentos e sempre estar em constante aperfeiçoamento para sempre ter domínio de sua sala e transmitir seus conhecimentos com segurança e dedicação. Uma vez que o processo de formação, assim como de educação também é contínuo e os educadores têm que estar sempre atentos a isso, precisam buscar fazer uso de novas ferramentas pedagógicas também.

Outros 30% afirmaram que o motivo é devido a matéria ser muito complicada. Na verdade, aprender matemática não é tarefa fácil, mas é necessário inovar o ensino, mostrando cada vez mais a importância dessa área do conhecimento no cotidiano. Desta forma, o educando tende a se tornar um sujeito crítico e participativo para que o processo de ensino e aprendizagem possa acontecer de forma.

Enquanto a maioria deles, no total de 50% dos alunos falaram que o motivo é por ter alunos desmotivados com os estudos. Contudo, esta desmotivação vem associada com família desestruturada, com circunstâncias socioeconômicas desiguais, e isso acaba desencadeando vários problemas pessoais e familiares,  levando até mesmo para o convívio familiar trabalho infantil, e por diversos fatores que a desmotivação chega até a criança. Isso acaba criando uma barreira onde os alunos muitas das vezes permanecem em seu casulo, e assim o desinteresse pelas aulas aumenta, juntamente com a dificuldade de aprendizagem.

Para Vitti (1999, p. 32 /33):

É muito comum observarmos nos estudantes o desinteresse pela matemática, o medo da avaliação, pode ser contribuído, em alguns casos, por professores e pais para que esse preconceito se acentue. Os professores na maioria dos casos se preocupam muito mais em cumprir um determinado programa de ensino do que em levantar as ideias prévias dos alunos sobre um determinado assunto. Os pais revelam aos filhos a dificuldade que também tinham em aprender matemática, ou até mesmo escolheram uma área para sua formação profissional que não utilizasse matemática.

E isso faz com que o ensino da Matemática, quando é pensado de maneira negativa, acabe deixando marcas de um sentimento de fracasso pessoal, sendo repassado de geração para geração.

Lima (2020) acredita que a criação de um novo Projeto Pedagógico seja necessário para despertar o interesse e curiosidade dos alunos pelas disciplinas, pois isso pode cooperar para com a mudança dessa questão de desmotivação.

Neste sentido, questionou-se aos alunos participantes da pesquisa sobre que tipo de dificuldades estavam enfrentando durante o ensino da disciplina de Matemática em sala de aula e as respostas são vistas no Gráfico 2, a seguir.

Gráfico 2 – Pergunta “Na sua opinião, qual dificuldade você tem?” aos alunos da Escola Municipal Ulisses Guimarães, do município de Apuí-AM, em 2020.

Fonte: Autoria própria (2022).

De acordo com os dados coletados, 40% dos alunos afirmaram que as dificuldades enfrentadas por eles estão relacionadas as resoluções de problemas, e trata-se de um fator de extrema importância para a compreensão da disciplina. É essencial que os alunos entendam e raciocinem sobre o que está sendo proposto e não apenas decorem e apliquem fórmulas.

Na prática pedagógica, os educadores de Matemática conseguem identificar as dificuldades expostas pelos alunos ao tentar resolver os problemas propostos. Muitas vezes, as dificuldades aparecem já no começo, ou seja, na própria interpretação de texto, pois é um fator importante no que entendem, configurar-se como um empecilho para o bom desempenho dos alunos.

Verificou-se que 40% dos alunos disseram que as suas dificuldades eram em resolver as quatro operações. Andrade et al. (2009, p.4) ressaltam que:

[…] Percebe-se que os alunos, mesmo os plenamente alfabetizados na linguagem corrente, não possuem as habilidades básicas para o entendimento da Matemática. Não conseguem, muitas vezes, concluir com exatidão as quatro operações fundamentais: adição, subtração, multiplicação e divisão. Tampouco conseguem interpretá-la nas situações-problema, em que o seu ensino está hoje embasado. Quando não consegue atribuir um sentido prático à Matemática, o aluno passa a ter aversão por ela, o que contribui para o consumado quadro de “analfabetismo” instaurado na contemporaneidade.

Logo, é essencial dar a oportunidade a criança que demonstra certos tipos de dificuldades com matérias apropriadas, para assim reduzir possíveis transtornos, dando ao aluno a chance de se envolver com as aplicações da Matemática. Não basta saber mecanicamente as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão, é necessário saber como e quando empregar esses conceitos.

Uma questão fundamental para ajudar as crianças com dificuldades nas quatro operações fundamentais e na resolução de problemas é  o recurso de mídias tecnológicas, como o computador e a calculadora.

Na sequência, questionou-se aos educadores se os alunos falavam de suas dificuldades quando estavam estudando algum conteúdo matemático, ou se eles que observavam quando eles estavam com dificuldades, e as respostas estão expostas no Gráfico 3 a seguir.

Gráfico 3 – Pergunta “Os alunos falam de suas dificuldades quando estão estudando algum conteúdo matemático, ou você observa quando eles estão com dificuldades?” aos educadores da Escola Municipal Ulisses Guimarães, do município de Apuí-AM, em 2020.

Fonte: Autoria própria (2022).

Percebe-se que os alunos sempre falam sobre suas dúvidas, o que facilita a abordagem do educador para um melhor entendimento do conteúdo. E isso está muito relacionado a relação professor-aluno, em que o aluno se sente confiante e a vontade para tirar suas dúvidas e contar suas dificuldades, sem se sentir inferior ou envergonhado.

Assim, a ação do educador é muito importante pelo seu papel de mediador da aprendizagem do aluno, focando em avanços e conquistas do aluno quanto à aprendizagem na escola. Logo, a relação entre professor e aluno é essencial para o ensino da matemática e o tratamento dado pelo educador aos seus alunos influencia na aquisição de conhecimento por parte dos mesmos.

Na sequencia, questionou-se aos educadores se eles possuíam conhecimento sobre discalculia e se saberiam trabalhar com um aluno discalcúlicos em sala de aula, e as respostas podem ser vistas na Tabela 1, a seguir.

Tabela 1 – Pergunta “Você tem conhecimento sobre a Discalculia? Saberia trabalhar com um aluno discalcúlicos em sala de aula?” aos educadores da Escola Municipal Ulisses Guimarães, do município de Apuí-AM, em 2020.

Sabe-se que a discalculia é um transtorno na habilidade da matemática que se demonstra na forma estrutural da maturação, exibida por infinitos erros nas habilidades de contar, habilidades computacionais, entendimento de números, soluções de problemas verbais e não verbais. E o não ou pouco, conhecimento sobre discalculia por parte da equipe docente, pode ser um indicativo de que os alunos discalcúlicos não estão tendo trabalho pedagógico apropriado em sala de aula. É importante a identificação destes alunos para trazer para o professor indicações de como fazer o direcionamento na sala de aula. Assim, é extremamente importante o professor de Matemática ter conhecimentos sobre o assunto e estudos em cursos de formação inicial e/ou continuada poderiam reduzir esse problema.

Sendo que é necessária a percepção dos sinais da discalculia, pois como as habilidades matemáticas se desenvolvem ao longo dos anos, a insegurança e as dificuldades nessa disciplina também tendem a progredir com o tempo. Logo, é necessário identificar a discalculia cedo para que família e professores operem antes que ela se torne mais grave.

Por isso, a escola tem como obrigação abrir caminhos que permitam a essas crianças trilhar com segurança, para que todos consigam entender de uma única forma a dinâmica para uma aprendizagem sem limitações. Assim, indagou-se os alunos sobre as providências que a escola deve tomar para amenizar essas dificuldades na aprendizagem de matemática e o resultado está exposto no Gráfico 4.

Gráfico 4 – Pergunta “Na sua opinião, quais as providências que a escola deveria tomar para amenizar as dificuldades na aprendizagem de Matemática? ” aos alunos da Escola Municipal Ulisses Guimarães, do município de Apuí-AM, em 2020.

Fonte: Autoria própria (2022).

Ficou claro que 60% dos alunos acham que a escola deve investir em formação para os professores, para assim todos ficarem preparados para sanar as dificuldades em Matemática dos alunos. Pois, além de sua formação acadêmica, o docente deve estar disposto a inovar, buscar um diferencial para suas aulas, por meio de prática pedagógica com a utilização do lúdico e do concreto, estimulando o aluno em sua aprendizagem, fazendo com que o estudante relacione o conteúdo à prática, por isso a formação continuada se torna tão importante.

Porém tem 20% dos alunos que falaram que é preciso investir em materiais didáticos. Muitos dos ambientes escolares não trazem materiais apropriados para a realização de aulas manipulativas e diferentes do dia a dia, sendo assim o professor não consegue atingir todas as tarefas planejadas com êxito, tendo que ficar nas aulas teórica e tradicional todo ano letivo.

Embora saibamos que os materiais didáticos por si só não irão ensinar matemática, pois é necessário, na maioria das vezes, que o professor intervenha, e para isto é necessário que esse professor, que se dispõe a fazer uso dessas tendências de ensino, faça um estudo dos materiais didáticos que esteja pretendendo empregar.

Também, outros 20% falaram que precisa investir em jogos recreativos. Trabalhar com jogos nas aulas de Matemática é uma das situações didáticas que colaboram para a criação de contextos expressivos de aprendizagem para os alunos. Sabe-se que jogar é importante para a criança e seu desenvolvimento, cooperando expressivamente, para que ela construa ou potencialize conhecimentos. Os jogos são grandes aliados no ensino da Matemática, pois possibilitam que os alunos pratiquem os conteúdos de forma interativa, além de promover o desenvolvimento do raciocínio.

Assim, perguntou-se aos professores a respeito da concepção, qual método mais eficaz para fazer com que os alunos se interessarem nas aulas de matemática: método tradicional ou método dinâmico, a resposta foi unânime, pois 100% dos professores falaram que a forma dinâmica de abordar os conteúdos entre professor e alunos fazem com que rompe quaisquer obstáculos na aprendizagem.

São nítidas as diferentes formas em que os indivíduos aprendem em sala de aula, é preciso levar em conta que cada indivíduo tem um ritmo de aprendizado, os professores sabem que a classe não responde de maneira homogênea ao que lhes é ensinado, e da mesma forma nem todos entendem usando as mesmas estratégias cognitivas. Logo, é importante que o professor baseie seu ensino nas necessidades de cada aluno, contemplando essa pluralidade das formas de aprender, para assim proporcionar um ambiente de motivação nas aulas que estimule o aprendizado de forma progressiva.

O ensino só tem significado quando influencia na aprendizagem, por isso é preciso conhecer como o educador ensina e entender como o aluno aprende, só desta maneira o processo educativo poderá resultar e o aluno conseguirá aprender a pensar, a sentir e a agir.

Sabendo que o método em que os alunos mais participam é o dinâmico, questionou-se, primeiramente, se dentro da sala de aula, o professor aplicava jogos ou brincadeiras para ensinar a Matemática e se os alunos achavam que com o acesso à internet e/ou celular fazia com que eles tivessem um melhor desempenho na aula de Matemática. As respostas foram unânimes, os alunos acreditam que o uso de internet e/ou celular contribuiria para o ensino da matemática, e que o educador atual não fazia uso de jogos e brincadeiras para este ensino, portanto, restringindo-se o seu ensino ao método tradicional.

É essencial a busca pelo bem-estar dos alunos, pois a dificuldade gera a desmotivação, e alunos desmotivados, cansam rápido, não aprendem, e não torna a aprendizagem significativa, partindo daí a necessidade de mudança nas práticas pedagógicas destas séries analisadas.

Fernandes (2017) destaca que o primeiro passo para reduzir as dificuldades dos alunos nas aulas de Matemática são as mudanças que a escola deve fazer, como a infraestrutura, acesso a recursos didáticos e estratégias pedagógicas, para que se tenha mais recursos para que o ensino seja de qualidade para todos.

Assim sendo é função da escola buscar subsídios ao lado de familiares e governantes, para assim dar suporte a essas crianças que têm dificuldades de aprendizagem em todas as partes de ensino, para desta forma, juntos em um só objetivo encarar esta problemática.

Neste contexto, é necessário assinalar tais sugestões, como ponto de partida para essa busca constante de uma nova abordagem do conhecimento. Para reduzir as dificuldades em Matemática nas turmas do 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Ulisses Guimarães tais iniciativas podem ser adotadas:

I – Os líderes regionais da Rede de Educação precisam estabelecer parcerias com especialistas da área de Educação para a realização de projetos e suporte regular aos professores de Matemática, oferecendo soluções que devem ser achadas dentro da comunidade escolar;

II – Oportunizar os educadores a discutirem os problemas encarados no cotidiano da sala de aula;

III – Oferecer recursos focando no aprimoramento das práticas pedagógicas como, por exemplo, cursos de capacitação profissional, para melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem Matemática;

IV – Tempo para melhor planejamento de suas atividades acadêmicas como realizar projetos que abranjam problemas do dia-a-dia, que possam ser adicionados os cálculos, indicando de tal modo uma aproximação mais apropriada com a Matemática;

V – Valorização financeira do educador, para que não seja necessário trabalhar três turnos para sobreviver, e assim ter tempo de pensar em educação Matemática e operar racionalmente sobre sua própria ação.

VI – Explorar o senso investigativo dos alunos como uma poderosa ferramenta para incentivar o interesse nos conteúdos matemáticos que estão sendo ensinados;

VII – Trabalhar a Matemática de forma lúdica, direcionada para a realidade dos alunos e ainda buscando o entendimento do aluno de forma sistemática, desenvolvendo o aprendizado de forma que ele possa analisar o conteúdo;

VIII – Mesclar o ensino da Matemática entre a educação tradicional e a não tradicional, para deixar a disciplina mais prática;

IX – Utilizar novos meios de tecnologia que permitam uma educação matemática prática como a internet, uso de softwares, vários jogos pedagógicos, entre outros, que facilitam o entendimento de certos temas matemáticos;

X – Desenvolver o ensino da Matemática seguindo o método de contextualização, em que se agrupa vivências concretas e diversificadas, aliando o aprendizado em novas vivências.

Assim, percebe-se que a responsabilidade em reduzir as dificuldades em Matemática da nas turmas do 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Ulisses Guimarães é dos professores, diretores, coordenadores, orientadores e demais profissionais que atuam na educação, em parceria com os alunos, os pais de alunos, a comunidade como um todo, os governantes do país, as universidades e todos aqueles que possam e tenham real interesse em uma educação melhor.

5. CONCLUSÃO

O objetivo central deste estudo foi explorar a dificuldade de aprendizagem da matemática nas turmas do 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Ulisses Guimarães, na cidade de Apuí, Amazonas, no ano de 2020 e diante do exposto, afirma-se que sua finalidade foi alcançada pois, foi possível realizar o estudo de campo com os alunos e professores da referida escola e alcançar resultados positivos, de forma foi possível identificar as dificuldades que os alunos enfrentavam, entender como a disciplina é abordada, e indicar medidas para sanar estas dificuldades, baseadas na vida escolar dos alunos envolvidos.

Notou-se que 70% dos alunos investigados admitiram ter dificuldades na Matemática, onde 100% deles falam de suas dificuldades quando estão estudando algum conteúdo matemático, não esperam o professor perceber. Dentre as dificuldades levantadas, 50% deles citaram alunos desmotivados, 30% citaram matéria complicada e 20% citaram que a dificuldade era em razão do professor não ter domínio, fazendo com que grande causa destas dificuldades passe por problemas na falta de formação continuada dos professores, falta de recursos didáticos e ausência de metodologias práticas e estratégicas, visto que o método de ensino nas séries analisadas é inteiramente tradicional, e 100% dos educadores afirmaram que o método mais eficaz para fazer com que os alunos se interessem nas aulas de matemática seria o dinâmico. Quanto aos conteúdos matemáticos, identificou-se que a maior dificuldade dos alunos é a resolução de problemas e desenvolvimento das 4 operações.

Verificou-se a necessidade dе criаr formаs dе mеlhorаr а аprеndizаgеm desses аlunos, pois еm conjunto com os dеmаis funcionários da escola, podеrão rеаlizаr аtividаdеs riquíssimаs е аproximаr tаmbém а comunidаdе dа еscolа, sendo necessário para tal, a totаl hаrmoniа еntrе а gеstorа, os profеssorеs, os dеmаis funcionários е а comunidаdе. Assim, constatou-se a importância de professores junto à comunidade escolar, govеrnаntеs е os rеsponsávеis dirеtos pеlа еducаção, no município е no еstаdo, priorizarеm а rеаlizаção dе cursos sobrе:  fаtorеs quе intеrfеrеm а аprеndizаgеm dаs criаnçаs е quе por mеio dе concursos contrаtеm psicólogos ou psicopеdаgogos pаrа ajudar os аlunos com dificuldades de aprendizagens еscolаr.

Desta forma, espera-se ter provocado um olhar e um refletir sobre uma nova forma de ensinar Matemática, a partir de uma maneira lúdica, ou contextualizada, ou com o uso de tecnologias, para que seja possível enfrentar desafios de uma aprendizagem não satisfatória na Matemática. Pois, ainda se ensina pouco a matemática para a solução de problemas reais, para a compreensão de mundo que o aluno detém.

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1https//orcid.org/0000-0001-8445-6395
1https://lattes.cnpq.br/806470062867188
2https://lattes.cnpq.br/1572652997792032