REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10825110
Andressa Roque Machado
RESUMO
A incidência de doenças transmitidas por vetores representa um desafio significativo para os sistemas de saúde em todo o mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. Apesar dos avanços na medicina e na saúde pública, as doenças transmitidas por vetores continuam a representar uma carga significativa para os sistemas de saúde em todo o mundo. A urbanização desordenada, as mudanças climáticas, a resistência aos inseticidas e o aumento das viagens internacionais têm contribuído para o aumento da incidência dessas doenças e para a disseminação de vetores e patógenos para novas áreas geográficas. Além disso, a falta de acesso a serviços de saúde adequados e de recursos financeiros em muitas regiões dificulta ainda mais o controle dessas doenças. Diante desse cenário, torna-se crucial aprofundar o conhecimento sobre as estratégias de prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo investigar as estratégias de prevenção e controle atualmente utilizadas pelos sistemas de saúde e as melhores práticas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições de saúde, assim como analisar os principais fatores que contribuem para a propagação de doenças transmitidas por vetores, incluindo mudanças ambientais, sociais e comportamentais. Conclui-se que, é importante uma abordagem integrada e colaborativa para prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores. Ao implementar as melhores práticas recomendadas pela OMS e outras instituições de saúde e abordar os principais fatores de risco, pode-se reduzir significativamente o impacto dessas doenças na população e promover uma melhor qualidade de vida para todos.
Palavras-chave: Doenças Transmitidas por Vetores. Prevenção. Controle.
ABSTRACT
The incidence of vector-borne diseases represents a significant challenge to health systems around the world, especially in tropical and subtropical regions. Despite advances in medicine and public health, vector-borne diseases continue to pose a significant burden to healthcare systems around the world. Disorderly urbanization, climate change, insecticide resistance and increased international travel have contributed to the increased incidence of these diseases and the spread of vectors and pathogens to new geographic areas. Furthermore, the lack of access to adequate health services and financial resources in many regions makes controlling these diseases even more difficult. Given this scenario, it is crucial to deepen knowledge about prevention and control strategies for vectorborne diseases. Therefore, the present work aims to investigate the prevention and control strategies currently used by health systems and the best practices recommended by the World Health Organization (WHO) and other health institutions, as well as analyzing the main factors that contribute to the spread of vector-borne diseases, including environmental, social and behavioral changes. It is concluded that an integrated and collaborative approach to preventing and controlling vector-borne diseases is important. By implementing best practices recommended by the WHO and other health institutions and addressing key risk factors, we can significantly reduce the impact of these diseases on the population and promote a better quality of life for everyone.
Keywords: Vector-Borne Diseases. Prevention. Control.
1 INTRODUÇÃO
A incidência de doenças transmitidas por vetores representa um desafio significativo para os sistemas de saúde em todo o mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. Essas doenças, causadas por agentes patogênicos como mosquitos, carrapatos e pulgas, representam uma ameaça constante à saúde pública devido à sua capacidade de se proliferarem rapidamente e causarem surtos e epidemias. Nesse contexto, estratégias eficazes de prevenção e controle são essenciais para mitigar o impacto dessas doenças e proteger a população.
Apesar dos avanços na medicina e na saúde pública, as doenças transmitidas por vetores continuam a representar uma carga significativa para os sistemas de saúde em todo o mundo. A urbanização desordenada, as mudanças climáticas, a resistência aos inseticidas e o aumento das viagens internacionais têm contribuído para o aumento da incidência dessas doenças e para a disseminação de vetores e patógenos para novas áreas geográficas. Além disso, a falta de acesso a serviços de saúde adequados e de recursos financeiros em muitas regiões dificulta ainda mais o controle dessas doenças.
Diante desse cenário, torna-se crucial aprofundar o conhecimento sobre as estratégias de prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores.
Compreender os fatores que contribuem para a proliferação dessas doenças, bem como as melhores práticas para sua prevenção e controle, pode fornecer insights valiosos para o desenvolvimento e implementação de políticas e programas de saúde mais eficazes. Além disso, investir em pesquisa e educação nessa área pode ajudar a capacitar profissionais de saúde e a conscientizar a população sobre os riscos associados a essas doenças e as medidas preventivas que podem adotar.
Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo investigar as estratégias de prevenção e controle atualmente utilizadas pelos sistemas de saúde e as melhores práticas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições de saúde, assim como analisar os principais fatores que contribuem para a propagação de doenças transmitidas por vetores, incluindo mudanças ambientais, sociais e comportamentais.
Para tanto, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, onde foi buscado investigar o maior número de conhecimento técnico à disposição nessa área e em posicionamento sobre o tema. A pesquisa bibliográfica consiste no exame da bibliografia, para o levantamento e análise do que já foi produzido sobre o assunto que foi assumido como tema de pesquisa científica (RUIZ, 1992).
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 As Doenças Transmitidas por Vetores
Doenças transmitidas por vetores são aquelas causadas por microrganismos patogênicos, como vírus, bactérias, protozoários e helmintos, que são transmitidos aos seres humanos principalmente por meio da picada de artrópodes vetores, como mosquitos, carrapatos, moscas e percevejos. Esses vetores atuam como hospedeiros intermediários, veiculando os agentes infecciosos de um indivíduo infectado para outro, propagando assim a doença (CARVALHO et al. 2020).
Segundo Peres et al. (2023), uma breve visão geral das principais doenças transmitidas por vetores inclui uma variedade de enfermidades que afetam milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. Entre essas doenças, a malária se destaca como uma das mais prevalentes e letais, causada pelo parasita Plasmodium e transmitida principalmente pelo mosquito Anopheles. A malária pode levar a sintomas graves, como febre alta, calafrios, suor intenso, dores musculares e, em casos graves, danos aos órgãos e até mesmo morte, se não for tratada adequadamente.
Outra doença amplamente disseminada é a dengue, causada pelos vírus da dengue, que são transmitidos pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. A dengue pode se manifestar de forma leve, com sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, dor de cabeça e dor nas articulações, ou de forma grave, levando a complicações potencialmente fatais, como dengue hemorrágica e síndrome de choque por dengue (AFONSO et al. 2015).
Segundo Estepa-Becerra e Alexander (2021), a febre amarela, também transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Haemagogus e Sabethes infectados pelo vírus da febre amarela, é outra doença de grande preocupação, especialmente em áreas endêmicas da América do Sul e da África. Os sintomas da febre amarela variam de leves a graves e podem incluir febre, calafrios, dor de cabeça, náuseas, vômitos, icterícia e hemorragias.
Afonso et al. (2015) cita que, a zika, recentemente reconhecida como uma ameaça global devido à sua associação com complicações neurológicas graves, como a microcefalia em bebês nascidos de mães infectadas durante a gravidez, é transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti. Os sintomas da infecção por zika incluem febre baixa, erupção cutânea, conjuntivite, dores musculares e articulares, além de complicações neurológicas graves em casos raros.
Outra doença transmitida por vetores de importância médica significativa é a chikungunya, causada pelo vírus chikungunya e transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. A chikungunya é caracterizada por febre alta, dores articulares intensas, erupção cutânea e sintomas semelhantes aos da dengue (CARVALHO et al. 2020).
Além dessas, Peres et al. (2023) cita que, outras doenças transmitidas por vetores incluem a doença de Chagas, transmitida pelo inseto triatomíneo, responsável por causar insuficiência cardíaca e digestiva crônica; a leishmaniose, transmitida por picadas de mosquitos infectados com parasitas do gênero Leishmania; a doença do sono, transmitida pela mosca tsé-tsé é causada por parasitas do gênero Trypanosoma; e a filariose linfática, transmitida por mosquitos infectados com filárias, que pode levar ao linfedema e à elefantíase. Essas doenças representam uma carga significativa para os sistemas de saúde em muitas partes do mundo e requerem medidas eficazes de prevenção e controle para minimizar seu impacto na saúde pública.
2.2 Fatores que Contribuem para a Propagação de Doenças Transmitidas por Vetores
As mudanças ambientais exercem um papel significativo na propagação de doenças transmitidas por vetores, influenciando a ecologia e a distribuição dos vetores e dos microrganismos que eles transmitem. O desmatamento, por exemplo, leva à destruição de habitats naturais e à fragmentação de ecossistemas, criando condições favoráveis para a proliferação de vetores e para o contato humano com esses animais (CARVALHO et al. 2020).
De acordo com Rodrigues (2023), o processo de urbanização desordenada também contribui para o aumento da incidência de doenças transmitidas por vetores, uma vez que áreas urbanas densamente povoadas proporcionam ambientes propícios para a reprodução de mosquitos, como o Aedes aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya. Além disso, o acúmulo de lixo e a falta de saneamento básico em áreas urbanas favorecem a proliferação de vetores e a disseminação de doenças.
As alterações climáticas são outro fator importante a considerar, pois afetam as condições meteorológicas e os padrões sazonais de temperatura e umidade, que por sua vez influenciam a distribuição e atividade dos vetores. Mudanças climáticas podem criar novas áreas propícias para a sobrevivência de vetores e aumentar o período de atividade sazonal, prolongando assim o período de transmissão de doenças (CARVALHO et al. 2020).
Além disso, modificações no ecossistema, como a construção de represas e sistemas de irrigação, podem criar novos habitats aquáticos favoráveis à reprodução de mosquitos transmissores de doenças como a malária e a dengue. O uso indiscriminado de pesticidas e outras substâncias químicas também pode afetar a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas, alterando as populações de vetores e influenciando a transmissão de doenças (ALMEIDA, 2020).
Assim, ainda segundo Almeida (2020), as mudanças ambientais têm um impacto significativo na proliferação de vetores e no aumento da incidência de doenças transmitidas por eles. Portanto, é essencial adotar medidas de prevenção e controle que levem em consideração esses fatores ambientais, visando mitigar os efeitos dessas mudanças na saúde pública e na qualidade de vida das populações afetadas.
As mudanças sociais e comportamentais desempenham um papel significativo na propagação de doenças transmitidas por vetores, influenciando diretamente a exposição humana aos vetores e aos ambientes propícios à sua reprodução. De acordo com Handschumacher et al. (2022), o crescimento populacional e a migração, por exemplo, aumentam a densidade populacional em determinadas áreas, favorecendo a transmissão de doenças, especialmente em regiões urbanas onde as condições de vida podem ser precárias.
Ainda segundo Handschumacher et al. (2022), com o crescimento populacional, há uma maior concentração de pessoas em espaços limitados, o que facilita a transmissão de doenças infecciosas. Nas regiões urbanas, a falta de infraestrutura adequada, como água potável, saneamento básico e moradias adequadas, pode contribuir para a disseminação de doenças transmitidas por vetores, pois cria ambientes propícios para a reprodução de insetos e outros vetores.
Em colaboração, Almeida (2020) pontua que, o aumento da migração de áreas rurais para áreas urbanas pode introduzir novos vetores e patógenos em ambientes urbanos, aumentando o risco de surtos de doenças. As condições de vida precárias em áreas de assentamentos informais e favelas também podem promover a proliferação de vetores, como mosquitos transmissores de dengue, zika e chikungunya, aumentando o risco de transmissão dessas doenças. Portanto, o crescimento populacional e os movimentos migratórios têm um impacto significativo na saúde pública, especialmente em áreas urbanas onde as condições de vida são desfavoráveis. É essencial implementar medidas eficazes de controle e prevenção de doenças transmitidas por vetores nessas áreas, incluindo melhorias na infraestrutura, educação em saúde e vigilância epidemiológica.
A pobreza também está fortemente associada à incidência de doenças transmitidas por vetores, uma vez que indivíduos de comunidades carentes muitas vezes vivem em habitações precárias, com falta de acesso à água potável e saneamento básico. Essas condições precárias criam ambientes propícios para a reprodução de vetores, como mosquitos e insetos, aumentando o risco de transmissão de doenças como dengue, malária e febre amarela (ANTUNES et al. 2021).
Ainda segundo Antunes et al. (2021), nas áreas onde a pobreza é predominante, as condições de moradia costumam ser precárias, com habitações inadequadas, muitas vezes sem infraestrutura básica, como sistemas de saneamento e coleta de lixo. Esses ambientes precários proporcionam locais ideais para a proliferação de vetores, como mosquitos, moscas e baratas, que encontram água parada em recipientes abertos, acúmulo de lixo e esgoto a céu aberto, proporcionando condições ideais para reprodução e disseminação de doenças.
Além disso, Almeida (2020) pontua que, a falta de acesso a serviços de saúde de qualidade e a educação precária sobre medidas preventivas contribuem para o aumento do risco de infecção e propagação de doenças transmitidas por vetores nessas comunidades. A escassez de recursos financeiros também pode limitar o acesso a tratamentos adequados e ao uso de métodos de controle de vetores, como repelentes e mosquiteiros impregnados com inseticida.
Dessa forma, a pobreza não apenas aumenta a vulnerabilidade das pessoas às doenças transmitidas por vetores, mas também cria um ciclo de perpetuação da doença, onde as condições precárias de vida e saúde contribuem para a manutenção e propagação dessas enfermidades. Portanto, políticas e programas de saúde pública devem abordar as raízes sociais e econômicas da pobreza, bem como promover intervenções integradas que visem melhorar as condições de vida e saúde das populações mais desfavorecidas. Isso inclui o acesso universal à água potável, saneamento básico, educação em saúde e medidas de controle de vetores, com o objetivo de reduzir as desigualdades e melhorar o bem-estar das comunidades vulneráveis (ANTUNES et al. 2021).
Além disso, práticas agrícolas inadequadas, como o uso indiscriminado de pesticidas e a monocultura, podem alterar os ecossistemas e as populações de vetores, tornando-os mais resistentes aos métodos de controle. Isso pode levar ao aumento da transmissão de doenças, especialmente em áreas rurais onde a agricultura é uma atividade predominante (RODRIGUES, 2023).
Nas áreas rurais, onde a agricultura é uma atividade predominante, essas práticas inadequadas podem ter um impacto ainda maior devido à proximidade entre as plantações e as comunidades humanas. O aumento da transmissão de doenças como dengue, malária e febre amarela nessas regiões pode ser atribuído, em parte, à intensificação das atividades agrícolas sem considerar os princípios da agricultura sustentável e o manejo integrado de pragas. Portanto, é essencial promover práticas agrícolas mais sustentáveis e ecologicamente conscientes, que visem reduzir o uso excessivo de pesticidas e incentivar a diversificação de culturas. Isso não apenas contribuirá para a preservação do meio ambiente e da biodiversidade, mas também ajudará a controlar a propagação de doenças transmitidas por vetores, protegendo assim a saúde das comunidades rurais e urbanas (HANDSCHUMACHER et al. 2022).
Para Almeida (2020), a resistência aos inseticidas também é uma preocupação crescente, uma vez que muitos vetores desenvolvem resistência aos produtos químicos utilizados para controlá-los, tornando os métodos de controle menos eficazes. Isso pode levar a surtos de doenças transmitidas por vetores, especialmente em áreas onde a resistência aos inseticidas é generalizada.
Finalmente, as mudanças sociais e comportamentais têm um impacto significativo na propagação de doenças transmitidas por vetores, aumentando a exposição humana aos vetores e criando condições ambientais favoráveis à sua reprodução. Portanto, é essencial abordar esses fatores sociais e comportamentais ao desenvolver estratégias de prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores, visando reduzir o impacto dessas doenças na saúde pública (CARVALHO et al. 2020).
2.3 Estratégias de Prevenção e Controle
As doenças transmitidas por vetores representam um desafio significativo para a saúde pública em todo o mundo, exigindo estratégias eficazes de prevenção e controle para mitigar seu impacto. Segundo Grault et al. (2018), essas enfermidades são causadas por agentes infecciosos, como vírus, bactérias e protozoários, que são transmitidos aos seres humanos através da picada de vetores, como mosquitos, carrapatos e pulgas. A implementação de medidas preventivas e de controle é fundamental para reduzir a incidência e a disseminação dessas doenças, protegendo assim a saúde da população.
Uma das estratégias mais importantes no controle de doenças transmitidas por vetores é o controle do vetor em si. Isso pode ser alcançado através de medidas como o controle ambiental, que visa eliminar ou reduzir os locais de reprodução dos vetores, como água parada e acúmulo de lixo. Além disso, o uso de inseticidas e larvicidas pode ser empregado para reduzir a população de vetores em áreas afetadas. É essencial que essas medidas sejam realizadas de forma integrada e coordenada, envolvendo autoridades de saúde, comunidades locais e outros parceiros relevantes (COSTA et al. 2015).
Nesse contexto, ainda segundo Costa et al. (2015), o fortalecimento dos sistemas de vigilância epidemiológica é essencial para detectar precocemente surtos de doenças transmitidas por vetores e possibilitar uma resposta rápida e eficaz. Isso inclui o monitoramento regular da incidência de doenças, o compartilhamento de informações entre diferentes instituições de saúde e a capacitação de profissionais para o diagnóstico e tratamento adequados. É importante também considerar os principais fatores que contribuem para a propagação de doenças transmitidas por vetores, como mudanças ambientais, sociais e comportamentais. O desmatamento, urbanização desordenada, alterações climáticas e práticas agrícolas inadequadas podem aumentar o contato entre humanos e vetores, facilitando a transmissão de doenças.
Portanto, políticas e intervenções que abordem esses fatores são fundamentais para prevenir e controlar essas doenças.
De acordo com Zara (2016), outra estratégia importante é a educação da população sobre medidas preventivas, como o uso de repelentes, mosquiteiros impregnados com inseticida e roupas protetoras, especialmente em áreas onde as doenças transmitidas por vetores são endêmicas. A conscientização sobre os sintomas das doenças e a busca por tratamento médico adequado também são fundamentais para garantir o diagnóstico precoce e o manejo eficaz das enfermidades.
Ainda segundo Zara (2016), a vigilância epidemiológica desempenha um papel fundamental na detecção precoce de casos e surtos de doenças transmitidas por vetores. Isso permite uma resposta rápida e eficaz por parte das autoridades de saúde, incluindo a implementação de medidas de controle e o fornecimento de tratamento adequado aos pacientes afetados. A coleta e análise de dados epidemiológicos também ajudam na identificação de áreas de risco e na avaliação da eficácia das intervenções realizadas.
Em colaboração, Costa et al. (2015) pontuam que, a vigilância epidemiológica é essencial para monitorar a incidência de doenças transmitidas por vetores e detectar surtos precocemente. Isso permite uma resposta rápida e eficaz das autoridades de saúde, incluindo o fornecimento de tratamento adequado, o isolamento de casos e o controle do vetor.
É importante ressaltar que as estratégias de prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores devem ser adaptadas às condições locais e às características específicas de cada doença. Além disso, o envolvimento ativo da comunidade é crucial para o sucesso dessas iniciativas. Somente através de uma abordagem abrangente e multidisciplinar será possível reduzir o impacto dessas doenças e proteger a saúde da população (GRAULT et al. 2018).
2.4 Melhores Práticas Recomendadas pela OMS e Outras Instituição de Saúde
As melhores práticas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições de saúde desempenham um papel fundamental na formulação e implementação de estratégias eficazes de prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores. Essas práticas abrangem uma ampla gama de intervenções, incluindo medidas de controle do vetor, educação da população, vigilância epidemiológica e fortalecimento dos sistemas de saúde (PERES et al. 2023).
Segundo Antunes et al. (2021), uma das principais recomendações da OMS é a implementação de abordagens integradas e multidisciplinares para o controle de doenças transmitidas por vetores. Isso envolve a combinação de várias intervenções, como controle ambiental, uso de inseticidas, educação da população e vigilância epidemiológica, para maximizar a eficácia no controle dos vetores e na prevenção de doenças.
Ainda segundo Antunes et al. (2021), essa abordagem integrada reconhece a complexidade dos sistemas ecológicos e sociais nos quais os vetores e as doenças operam. Dessa forma, promove uma resposta mais abrangente e adaptável às diferentes realidades locais e contextos epidemiológicos. Além disso, enfatiza a importância da colaboração entre diferentes setores, como saúde, meio ambiente, educação e planejamento urbano, para enfrentar os desafios relacionados às doenças transmitidas por vetores de maneira eficaz e sustentável.
Além disso, Grault et al. (2018) pontua que, a OMS enfatiza a importância da colaboração entre diferentes setores, incluindo saúde, meio ambiente, agricultura e saneamento, na elaboração e implementação de estratégias de prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores. A abordagem de saúde pública deve ser integrada a outras áreas políticas para abordar as causas subjacentes das doenças e promover intervenções sustentáveis.
Em colaboração, Peres et al. (2023) pontuam que, essa abordagem intersetorial é fundamental para enfrentar as doenças transmitidas por vetores de maneira abrangente e eficaz. Ao envolver diversos setores, como saúde, meio ambiente, agricultura e saneamento, é possível abordar não apenas os aspectos diretos relacionados aos vetores e às doenças, mas também as causas subjacentes que contribuem para sua propagação e persistência. Isso inclui questões como o manejo inadequado de resíduos, o desmatamento, a falta de acesso a água limpa e saneamento básico, entre outros fatores ambientais e socioeconômicos. A colaboração entre esses setores permite a implementação de intervenções integradas e sustentáveis, que visam não apenas controlar os vetores e reduzir a incidência de doenças, mas também promover o bem-estar geral das comunidades. Além disso, essa abordagem pode contribuir para a construção de sistemas de saúde mais resilientes e adaptáveis, capazes de responder de forma eficaz a ameaças emergentes à saúde pública, como as doenças transmitidas por vetores.
Outra recomendação importante ainda segundo Grault et al. (2018) é o fortalecimento dos sistemas de vigilância epidemiológica para monitorar a incidência de doenças transmitidas por vetores e detectar surtos precocemente. Isso permite uma resposta rápida e eficaz das autoridades de saúde, incluindo o fornecimento de tratamento adequado, o isolamento de casos e o controle do vetor.
A educação da população é outra prática fundamental recomendada pela OMS e outras instituições de saúde. Isso inclui a disseminação de informações sobre as causas, sintomas e medidas preventivas das doenças transmitidas por vetores, bem como o incentivo ao autocuidado e à busca por tratamento médico adequado (COSTA et al. 2015).
Além disso, Zara (2016) pontua que a OMS recomenda o uso de medidas de controle do vetor baseadas em evidências científicas e ambientalmente sustentáveis. Isso inclui o uso de inseticidas de forma criteriosa e seletiva, para minimizar o impacto ambiental e reduzir o desenvolvimento de resistência nos vetores.
Por fim, a OMS destaca a importância do financiamento adequado e do apoio político para a implementação eficaz de estratégias de prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores. Isso inclui o investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, bem como o fortalecimento dos sistemas de saúde e vigilância epidemiológica em nível global (GRAULT et al. 2018).
Assim, as melhores práticas recomendadas pela OMS e outras instituições de saúde desempenham um papel crucial na formulação e implementação de estratégias eficazes de prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores. Essas práticas abrangem uma variedade de intervenções, desde o controle do vetor até a educação da população e o fortalecimento dos sistemas de saúde, e são essenciais para proteger a saúde da população e promover o desenvolvimento sustentável.
3 CONCLUSÃO
A análise das estratégias de prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores revela a importância de uma abordagem integrada e multidisciplinar para enfrentar esse desafio de saúde pública. Os sistemas de saúde, em parceria com organizações internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições de saúde, desempenham um papel fundamental na formulação e implementação de medidas eficazes para mitigar o impacto dessas doenças na população.
A partir da investigação realizada, foi possível identificar as principais estratégias adotadas pelos sistemas de saúde, bem como as melhores práticas recomendadas pela OMS e outras instituições. Essas estratégias incluem o uso de medidas de controle do vetor, educação da população, vigilância epidemiológica e fortalecimento dos sistemas de saúde. A implementação dessas medidas requer uma abordagem abrangente e colaborativa, envolvendo diversos setores da sociedade.
Além disso, foi possível analisar os principais fatores que contribuem para a propagação de doenças transmitidas por vetores, destacando mudanças ambientais, sociais e comportamentais como elementos-chave nesse processo. A urbanização desordenada, o desmatamento, as mudanças climáticas, o crescimento populacional e a migração são apenas alguns dos fatores que aumentam o risco de transmissão dessas doenças.
Diante desse cenário, é fundamental adotar medidas preventivas e estratégias de controle eficazes para enfrentar esses desafios de saúde pública. Isso inclui a promoção de ambientes saudáveis, o fortalecimento dos sistemas de vigilância epidemiológica, o investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e o envolvimento ativo da comunidade na promoção da saúde e prevenção de doenças.
Em conclusão, este estudo destaca a importância de uma abordagem integrada e colaborativa para prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores. Ao implementar as melhores práticas recomendadas pela OMS e outras instituições de saúde e abordar os principais fatores de risco, pode-se reduzir significativamente o impacto dessas doenças na população e promover uma melhor qualidade de vida para todos.
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