SENTIMENTOS AFETIVOS: ENLACES NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10802811


Ana Paula de Souza1,
Ivoneide Silva de Melo Machado2,
Zuleide de Souza Rocha3,
Nikolli Evelyn Gubert4


RESUMO

O afeto é compreendido como um ingrediente essencial para as relações humanas, assim esperasse estar presente em todas as fases da vida do ser humano. Porém, na atualidade, com acesso ao mundo digital, e às tantas atividades que os pais se ocupam em busca de sobrevivência, percebe-se que há um distanciamento da afetividade, uma banalização deste sentimento. A consequência percebida é de, crianças tornando-se “adultos em miniatura”, demonstrando um comportamento precoce, antissocial e por vezes agressivo. A escola é um lugar de encontro com amigos da mesma turma, professores e seus pares, professores, alunos e outros agentes educativos, resultando em um ambiente rico no que refere-se às vivências emocionais. Um processo educativo pautado no indivíduo de forma integral, oportuniza vivências que sirvam, tanto para aquisições cognitivas emocionais, quanto para racionais. Apresentando assim, a educação como um ato afetivo, demonstrando a importância das emoções na aprendizagem e a necessidade do ensino desse tema nas escolas. O referido trabalho baseou-se num serviço de campo realizado em uma escola da região Amazônica. O escrito trata-se de um relato de experiência, pautado nos preceitos teóricos vygotskyano apresentando a afetividade no processo ensino-aprendizagem e apontando a ação do professor como fator determinante neste processo. A vivência foi a partir de observação e interação dos alunos, uso de imagens, rodas de conversas com os discentes da instituição.

Palavras-chave: Afetividade. Emoções. Relações Interpessoais. Educação.

ABSTRACT

We understand that affection is an essential ingredient in any human relationship, and that it must be present at all stages of human life. However, nowadays, with access to the digital world, and to the many activities that parents are engaged in seeking survival, we realize that there is a distancing from affectivity, a trivialization of this feeling. The consequence is visible: children become true “miniature adults”, demonstrating early, antisocial and often aggressive behavior. The school is a meeting place with friends from the same class, teachers among themselves, teachers and students and other subjects of the school, becoming an environment rich in emotional experiences. An education that focuses on working the integral individual seeks to opportunistic the experience of experiences, which serve both emotional and rational acquisitions, transforming education into an affective act. The importance of emotions in learning and the need to teach this theme in schools were demonstrated. This work was based on a field work carried out in a school in the Amazon region. The research was qualitative in nature where we have Vygotski, defending the dimension of affectivity in the teaching-learning process and pointing out the action of the teacher as a determining factor in this process. Data collection was done through observation and interaction of students, use of images, wheels of conversations with students of the institution.

Keyword: Affection. Emotions. Interpersonal Relationships. Education.

INTRODUÇÃO

Tendo em vista a necessidade de falar com as crianças sobre sentimentos afetivos e emoções, não faz desse processo fácil, e por vezes os adultos não encontram maneiras corretas ou de fácil entendimento. É necessário levar em consideração a fase maturacional que a criança se encontra. O desenvolvimento emocional na terceira infância ocorre justamente em um período em que existe uma forte interação com o ambiente escolar, que por sua vez, tem um papel muito importante na contribuição para que juntamente com sua família, a criança possa se fortalecer através do autoconhecimento para que possa expressar suas emoções de maneira saudável.

A respeito das emoções e afetividade, Wallon(1992) destaca que o desenvolvimento humano é uma interação entre o sujeito, bem como o ambiente social. As emoções desempenham um papel crucial na formação da personalidade e no aprendizado. O professor deve ser sensível às emoções dos alunos, criando um ambiente seguro e acolhedor para promover o desenvolvimento emocional, bem como cognitivo. A abordagem pedagógica deve reconhecer a interdependência entre afetividade e cognição, integrando esses aspectos no processo de ensino-aprendizagem. O professor desempenha um papel mediador na promoção do equilíbrio emocional dos alunos, auxiliando na compreensão e expressão saudável das emoções.

Vygotsky (1988.p.33), afirma que a aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só podem ocorrer quando o indivíduo interage com outras pessoas. As emoções são fundamentais no processo de aprendizagem, enfatizando principalmente a influência do ambiente sociocultural. Ele destaca a importância da zona de desenvolvimento proximal, onde a interação com os outros, especialmente os mais experientes, desempenha um papel crucial. Portanto, as emoções podem influenciar a motivação e a atenção, afetando assim a capacidade de aprendizado da criança.

Piaget concentrou-se na construção do conhecimento pela criança por meio da interação com o ambiente físico e social, reconhecendo sua importância no processo de aprendizagem. Ele viu as emoções como parte integrante do desenvolvimento cognitivo, influenciando a forma como a criança interpreta e interage com o mundo ao seu redor. Embora não tenha dado tanta ênfase às emoções quanto Wallon e Vigotski, Piaget reconheceu sua importância no processo de aprendizagem. Com base nas ideias de Wallon, Vygotsky, Piaget, ambos concordam que as emoções desempenham um papel significativo no processo de aprendizagem, afetando a motivação, atenção e interação do indivíduo com o ambiente.

Segundo Piaget (1962), é necessário o afeto existir para que a inteligência possa ser desenvolvida, sem o afeto não existe o desejo, a motivação, não há aprendizagem. Desta forma, se faz importante trabalhar o significado das emoções junto ao ambiente escolar para que a criança comece a produzir um pensamento crítico acerca da realidade que a atravessa.

Na perspectiva vygotskyana ressalta-se a importância do ambiente durante o desenvolvimento da criança e durante a formação da mente humana. Para esse estudioso a origem da vida consciente, como também do pensamento abstrato encontravam-se na interação do organismo com as condições da vida social e com as formas histórico-sociais da vida humana, deve se buscar analisar o reflexo do mundo exterior no mundo interior do sujeito, partindo da interação do sujeito com a realidade.

Para educar, o professor deve compreender os atravessamentos das estruturas mentais e seus mecanismos no processo da aprendizagem. Nesse sentido, de acordo com Vygotsky, o conceito de aprendizagem percebe a escola como o local onde a intervenção pedagógica é intencional e é isso que promove o ensino – aprendizagem.

Para educar de forma eficaz, é essencial que o professor compreenda os atravessamentos das estruturas mentais e seus mecanismos no processo da aprendizagem. Segundo Vygotsky, o conceito de aprendizagem reconhece a escola como o ambiente central onde a intervenção pedagógica é intencional e crucial para promover o ensino-aprendizagem. Nessa perspectiva, a escola não é apenas um espaço de transmissão de conhecimentos, mas sim um local onde ocorre uma interação dinâmica entre o educador, o aluno e o conhecimento. A intervenção pedagógica intencional refere-se à prática deliberada do professor em criar ambientes de aprendizagem estimulantes, utilizar estratégias de ensino adequadas às necessidades dos alunos e proporcionar oportunidades para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais. Assim, ao reconhecer o papel central da escola na promoção da aprendizagem, os educadores podem potencializar o processo educativo, auxiliando os alunos a construírem.

O papel das emoções no desenvolvimento escolar é crucial, porém várias teorias psicológicas destacam a importância dessa dimensão emocional, Vygotsky argumentava que as emoções desempenham um papel na formação e regulação das funções cognitivas, de acordo com ele Emoções positivas podem facilitar a atenção, a memória e o pensamento criativo, enquanto emoções negativas podem impactar negativamente essas funções, como também desempenham um papel crucial na interação entre alunos e professores, influenciando a qualidade das relações e, por sua vez, o ambiente de aprendizagem. As emoções estão ligadas à autoeficácia (sentimento de competência) e ao autoconceito acadêmico, onde sentir-se competente e confiante emocionalmente contribui para um engajamento positivo nas atividades escolares. 

Ademais, o desenvolvimento escolar inclui a aprendizagem de habilidades de regulação emocional necessitando o aluno aprender a lidar com o estresse, a ansiedade e outras emoções para funcionar efetivamente no ambiente escolar. As emoções desempenham um papel importante na motivação, sentir-se emocionalmente conectado ao conteúdo ou motivado por objetivos pessoais influencia diretamente o interesse e a dedicação dos alunos ao aprendizado. Ao reconhecer a importância das emoções no desenvolvimento escolar, educadores podem criar ambientes que promovam um engajamento mais significativo e positivo por parte dos alunos, favorecendo não apenas o desenvolvimento acadêmico, mas também o desenvolvimento emocional e social.

Considerando esse aporte teórico, este escrito propõem um relato de experiência de uma atividade desenvolvida junto a alunos do ensino fundamental I, de uma escola pública na região amazônica. Com o objetivo central de trabalhar questões a respeito das emoções, entre elas a identificação e de como lidar com elas.

METODOLOGIA

Ao longo deste relato, as autoras dessa produção acadêmica compartilha suas vivências ao desenvolver uma atividade educativa em uma escola situada na região amazônica. Esta experiência foi marcada por momentos de aprendizado e reflexão, onde o grupo de estágio realizou atividades no período de permanência das crianças na escola, utilizando recursos lúdicos e também o uso da  arteterapia, tendo duração média de 30 minutos cada encontro.

  • Roda de conversa: com o tema Emoções à medida que as crianças participavam ganhavam balões. A inclusão de recursos lúdicos nos encontros proporcionou uma dinâmica envolvente, facilitando a expressão de sentimentos de forma mais descontraída. Jogos, brincadeiras e atividades recreativas não apenas tornaram o processo mais atraente para as crianças, mas também promoveram a interação entre elas, fortalecendo os laços sociais.
  • Arte no papel: nesta atividade distribuímos folhas de sulfite para cada criança, o objetivo foi que elas desenhassem as emoções que estivessem sentindo no momento, proporcionando a aprendizagem e reconhecimento dos próprios sentimentos. O uso da arteterapia adicionou uma dimensão criativa e expressiva aos encontros, onde através de atividades artísticas, as crianças puderam externalizar suas emoções de maneira não verbal, proporcionando uma forma alternativa de comunicação. Isso não só permitiu uma compreensão mais profunda dos sentimentos das crianças, mas também promoveu a auto expressão e a descoberta pessoal. Ao final, houve a entrega de chocolates aos estudantes.

A escolha de manter uma duração média de 30 minutos para cada encontro pareceu ser adequada, considerando a faixa etária das crianças, onde foi possível permitir a exploração suficiente das atividades planejadas, sem se tornar cansativo. Além disso, a consistência na duração dos encontros contribuiu para estabelecer uma rotina previsível, o que pode ser reconfortante para as crianças.

Ao longo dos encontros, foi possível observar um impacto positivo nas interações sociais, na expressão emocional e na autoestima das crianças. A combinação de recursos lúdicos e arte terapia pareceu proporcionar um ambiente propício para o desenvolvimento emocional saudável, contribuindo para a criação de um clima escolar mais acolhedor, assim como  enriquecedor.

SENTIMENTOS AFETIVOS: ENLACES NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR

A escola é um espaço onde acontece a aquisição da aprendizagem intelectual e também onde as relações acontecem como a amizade e a importância dos grupos e das questões afetivas. A afetividade é o componente principal das relações interpessoais. Sendo a escola o meio onde essa relação professor-aluno é direcionada, como também caminha para construção do conhecimento discente beneficiando o processo ensino e aprendizagem.

A afetividade desempenha um papel crucial no desenvolvimento cognitivo, bem como socioemocional dos estudantes, influenciando diretamente a qualidade do processo de aprendizagem. Hélen Cleire Luzardo Coutinho e Costa e Júlia Carolina da Costa Santos em seu artigo “A relevância da afetividade no processo de aprendizagem” discorrem a   respeito da relação entre educador e educando, sendo essa um dos pilares da afetividade na aprendizagem. As mesmas autoras ainda apontam a importância de um ambiente escolar que promova uma conexão positiva entre professor e aluno, criando assim, um espaço mais propício para desenvolvimento cognitivo.

A construção desse espaço influencia também na motivação dos alunos, onde podem se sentir apoiados, reconhecidos e valorizados pelo professor, aumentando significativamente o engajamento do aluno nas atividades de aprendizagem. Ela está ligada ao desenvolvimento sócio emocional, auxiliando os alunos na compreensão e gestão de suas próprias emoções, bem como na empatia, assim como nas relações interpessoais. Haja vista que um ambiente escolar afetivo cria uma atmosfera positiva que facilita a absorção de informações, como também no enfrentamento de desafios. Isso contribui para a formação de alunos mais confiantes e resilientes.

O comportamento do professor na prática pedagógica pode estimular ou desestimular o processo de aprendizagem. Emoções e sentimentos são elementos inerentes ao contexto escolar, não sendo possível separar a afetividade da cognição (Gazzotti, 2019; Porto; Santos; Cruz,2018).

Partindo do pressuposto que os sujeitos se constituem como seres sociais-cognitivosmotores-afetivos da e nas relações que estabelecem com o mundo e com os outros sujeitos, o afeto não é um elemento que pode ou não estar presente nas relações escolares, ele as constitui. Dessa forma, as relações de afeto que emergem no contexto escolar podem potencializar ou enfraquecer o processo de ensino-aprendizagem, dentre outras possibilidades (Gazzotti, 2019, p. 100).

A aprendizagem para Vygotsky, “é um processo de apropriação de conhecimentos, habilidades, signos, valores, que engloba o intercâmbio ativo do sujeito com o mundo cultural onde se está inserido” Esse conceito reflete na função social da escola, que deve ser visto como um lugar de transformação coletiva, onde a interação das pessoas contribui para a formação política e social de cada um, fazendo sua história de forma individual, assim como coletiva. Um lugar desprovido de exclusão e desigualdade, no qual o aluno é visto como um sujeito cheio de possibilidades, ou seja, na sua dimensão potencial (NUNES; SILVEIRA, 2011, p. 46).

Segundo Wallon (1992):

“A afetividade é uma fase do desenvolvimento humano, a mais arcaica. O ser humano foi, logo que saiu da vida puramente orgânica, um ser afetivo. Da afetividade diferenciou-se, lentamente, a vida racional, portanto, no início da vida, afetividade e inteligência estão sincronicamente misturadas, com o predomínio da primeira (Wallon, 1992, p. 90)”

Diante disto é relevante que o professor compreenda que se suas emoções forem desequilibradas, isso poderá impactar na aprendizagem do aluno, pois eles poderão transferir insegurança, gerando desmotivação e sofrimento emocional para os alunos. Em suma é importante que o professor compreenda que as emoções estão diretamente ligadas à cognição.

Diferenciar as emoções e também compreender que elas trazem diferentes sensações, e estas podendo ser positivas gerando pensamento positivos ou negativos com pensamentos negativos e gerar algum tipo de incômodo. Essas emoções surgem para trazer algum tipo de informação que ajuda avaliar as necessidades do sujeito quando a criança aprende a nomear e a reconhecer os vários tipos de emoções, sabendo identificá-las não somente em si, mas também nos outros. Ademais, além de ajudar as crianças da rede pública, o caminho para desenvolver inteligência emocional também ajuda a ter mais facilidade para compreender e fixar os conteúdos ensinados em sala de aula, pois a emoção guia a atenção e esta, por sua vez, guia a memória e a aprendizagem.

Por fim, para as acadêmicas de psicologia, além de compreender na teoria um pouco mais sobre o quão importante é a emoção na vida do indivíduo e como está ligada a aprendizagem, ainda, podemos vivenciar a experiência na prática do impacto que terá na vida dos estudantes e professores.

Os participantes das atividades foram de duas turmas de 1º e 3º anos do Ensino Fundamental I. Foi apresentado e questionado a respeito do conhecimento dos participantes a respeito das emoções. Após esse primeiro momento com as turmas, iniciou-se as explicações sobre as emoções básicas, alegria, tristeza, raiva e medo.

Nessa contextualização das emoções básicas, tentou-se enfatizar a importância de eles identificarem e conversarem com alguém de sua confiança, alguém que os acolhesse e ouvissem, a todo o momento buscando a interação com eles.

No decorrer da roda de conversa, na qual buscou-se novamente que eles compartilhassem situação do dia a dia as emoções que estivessem sentindo. Para encerrar, foi passado uma atividade de interpretação de alguns desenhos pedindo que eles desenhassem ou escrevessem o que estavam sentindo. O encerramento aconteceu com agradecimentos e entrega de chocolates.

Durante a prática, foi possível destacar a importância da atuação do profissional em  psicologia na escola, que estariam auxiliando os professores, identificando pontos que podem ser melhorados no processo de aprendizado para os estudantes e que tenham resultados satisfatórios. Além disso, podendo manter um acompanhamento próximo aos professores para ajudá-los a desenvolver novas habilidades de inteligência emocional em sala de aula.

A ausência de profissionais de Psicologia no contexto escolar foi um desafio, visto que a prática da psicologia escolar é fundamental para a construção de conhecimento e práticas que venham acolher a diversidade, as expressões do humano, dos jovens, crianças e adultos é uma tarefa fundamental. Portanto, a finalidade da atuação do profissional em psicologia na Educação deve ser pautada no compromisso com a luta por uma escola democrática de qualidade, que garanta os direitos de cidadania a crianças, jovens e profissionais da Educação. 

Essa ausência no contexto escolar é um tema relevante que tem sido abordado por diversos autores, destacando a importância da presença desses profissionais para promover um ambiente educacional mais saudável e propício ao desenvolvimento integral dos alunos.

O educador brasileiro Rubem Alves, em obras como “A Alegria de Ensinar” e “O Prazer de Aprender”, discute não apenas a ausência de psicólogos nas escolas, mas também a necessidade de repensar o sistema educacional como um todo. Destaca também a importância de olhar para o aluno de forma integral, considerando suas emoções, sonhos e individualidade, ele deixou um legado que continua inspirando educadores a repensarem suas práticas e a considerarem o aluno como um ser integral, cujas emoções, sonhos, bem como as singularidades devem ser levadas em consideração no processo educacional. 

Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais, o nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança, tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho, por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor- intérpretes de sonhos. (Alves; Rubem, 2000, p.93.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde o berçário, a escola assume um papel de muita relevância em tornar-se o centro da vida extrafamiliar. O método de ensino utilizado pelos professores e os tipos de livros-textos aos quais são expostos, terão efeitos importantes não apenas para o processo acadêmico, como também na capacidade geral para encarar a vida, administrar problemas e desafios novos, levando o educando à autoconfiança e sua autoestima. É fundamental reconhecer que os sentimentos afetivos estão intrinsecamente ligados ao processo de aprendizagem. Professores, educadores e responsáveis desempenham papeis essenciais na construção de um ambiente que favoreça a expressão, bem como a gestão adequada das emoções dos estudantes. Isso não apenas fortalece a conexão entre o aluno e a escola, mas também proporciona um terreno mais fértil para o desenvolvimento cognitivo.

Assim, para que a criança tenha um desenvolvimento saudável, como também adequado dentro do ambiente escolar e social, ademais é necessário que haja um estabelecimento de relações interpessoais positivas, como aceitação e apoio, possibilitando assim o sucesso dos objetivos da educação. Em todos os contextos sejam familiares, profissionais ou pessoais, devem ser permeados pela afetividade, em qualquer faixa etária, nível social e cultural. A experiência destes encontros reforça a importância de integrar abordagens afetivas no contexto escolar, combinação de recursos lúdicos e a arteterapia não apenas enriqueceu o desenvolvimento emocional das crianças, mas também contribuiu para a construção de um ambiente escolar mais inclusivo e centrado no aluno. Este modelo pode servir como inspiração para futuras iniciativas que buscam promover o bem-estar emocional e o desenvolvimento integral das crianças na escola.

Em última análise, destaca-se a necessidade contínua de explorar e integrar abordagens emocionais no campo educacional. Isso não apenas aprimora o desempenho acadêmico, mas também contribui para a formação de cidadãos mais equilibrados, como também conscientes. O reconhecimento da importância dos sentimentos afetivos no desenvolvimento escolar é um passo significativo em direção a uma educação mais completa e centrada no aluno.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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NUNES, A. I. B. L; SILVEIRA, R. N. Psicologia da aprendizagem. 2. ed. Brasilia: Liberlivro, 2011.

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LA TAILLE, Yves de, 1951. Piaget, Vygotsky, Wallon: Teoria Psicogenéticas em discussão / Yves de La Taille, Marta Kohl de Oliveira, Heloysa Dantas – São Paulo: Summus, 1992.

SANTOS, Anderson Oramisio; JUNQUEIRA, Adriana Mariano Rodrigues; SILVA, Graciela Nunes da. A afetividade no processo de ensino e aprendizagem: diálogos em Wallon e Vygotsky. Perspectivas em Psicologia, v. 20, n. 1, p. 86-101, 2016.


1Acadêmica do curso de  PSICOLOGIA pelo Centro de Ensino São Lucas na Cidade de Porto Velho – RO. E-mail: anapaulapsi2025@gmail.com

2Acadêmica do curso de  PSICOLOGIA pelo Centro de Ensino São Lucas na Cidade de Porto Velho – RO. Email: ivonemachado16@gmail.com

3Acadêmica do curso de  PSICOLOGIA pelo Centro de Ensino São Lucas na Cidade de Porto Velho – RO. E-mail:ledazuleide@yahoo.com.br

4Professora Orientadora, Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. E-mail:nikolli.gubert@saolucas.edu.br