UMA REVISÃO NA LITERATURA SOBRE OS IMPACTOS DA IDADE MATERNA AVANÇADA NAS COMPLICAÇÕES DA GESTAÇÃO

A REVIEW OF THE LITERATURE ON THE IMPACTS OF ADVANCED MATERNAL AGE ON PREGNANCY COMPLICATIONS

Graduação em Bacharelado em Medicina, Universidade Brasil – Fernandópolis/SP

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10685530


Aline Aparecida lima Brandão1; André Luiz de Paiva Leite2; Gabriel Silva Campos3; Juliano Elias de Andrade4; Manuela Calegari Mereti Morais Federici5; Marcela Marchiori Bortoli6; Shelda Brandão do Amaral7; Tercio Alves Albuquerque Junior8; Taynara Tavares dos Santos9; Wesley Ribeiro Ferreira10


RESUMO

A maternidade tardia tem sido um tema de interesse crescente devido às mudanças sociais e demográficas que têm levado muitas mulheres a adiarem a gravidez. Este artigo revisa uma variedade de estudos recentes para examinar o impacto da idade materna avançada nas complicações da gestação. A análise inclui estudos sobre complicações obstétricas, resultados perinatais adversos e implicações para a saúde cardiovascular materna e do recém-nascido. Além disso, explora-se a associação entre idade materna avançada e ocorrência de síndrome de Down e outras anomalias genéticas, bem como os desafios enfrentados no aconselhamento genético. Por fim, discute-se a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado para mitigar os riscos associados à gestação tardia.

Palavras-chave: idade materna avançada, complicações gestacionais, resultados perinatais, saúde cardiovascular.

ABSTRACT

Late motherhood has been a topic of increasing interest due to social and demographic changes that have led many women to delay pregnancy. This article reviews a variety of recent studies to examine the impact of advanced maternal age on pregnancy complications. The analysis includes studies on obstetric complications, adverse perinatal outcomes, and implications for maternal and newborn cardiovascular health. Furthermore, the association between advanced maternal age and the occurrence of Down syndrome and other genetic anomalies is explored, as well as the challenges faced in genetic counseling. Finally, the importance of early diagnosis and appropriate management to mitigate the risks associated with late pregnancy is discussed.

Keywords: advanced maternal age, gestational complications, perinatal outcomes, cardiovascular health.

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, tem-se observado uma mudança significativa nos padrões reprodutivos, com um aumento na prevalência da maternidade tardia, ou seja, gestações ocorrendo em mulheres com idade avançada. Esse fenômeno é impulsionado por uma série de fatores socioeconômicos, culturais e médicos, incluindo avanços na educação e carreira profissional das mulheres, mudanças nas dinâmicas familiares e melhor acesso à contracepção. No entanto, essa tendência não está isenta de consequências, pois a idade materna avançada tem sido associada a uma série de complicações durante a gestação e o parto, bem como a desafios adicionais para a saúde materna e do recém-nascido.

Uma das áreas de preocupação primordial é a incidência aumentada de complicações obstétricas em mulheres mais velhas. Estudos têm destacado uma maior propensão a condições como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, parto prematuro e restrição de crescimento fetal em gestações tardias. Essas complicações não só representam um desafio para a saúde materna, aumentando o risco de intervenções obstétricas invasivas e complicações durante o parto, como também têm sido associadas a resultados perinatais adversos, incluindo maior taxa de mortalidade neonatal e maior probabilidade de anomalias congênitas.

Além disso, a idade materna avançada também tem sido objeto de estudo no contexto da saúde cardiovascular materna e do recém-nascido. Pesquisas exploraram a relação entre a gestação tardia e o desenvolvimento de condições como hipertensão gestacional e doença cardíaca relacionada à gravidez. Essas descobertas ressaltam a importância de uma abordagem multidisciplinar para o cuidado das gestantes mais velhas, incluindo monitoramento cardiovascular regular e intervenções preventivas para reduzir o risco de complicações cardiovasculares tanto para a mãe quanto para o filho.

Outro aspecto crítico é a associação entre a idade materna avançada e a incidência aumentada de anomalias genéticas, como a síndrome de Down, investigados em estudos que destacam a importância do aconselhamento genético para mulheres mais velhas que desejam engravidar. No entanto, esse processo enfrenta desafios únicos, incluindo questões emocionais, decisões sobre testes pré-natais e opções de tratamento, que precisam ser abordados de forma sensível e informativa.

Por fim, a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado das complicações gestacionais em mulheres mais velhas não pode ser subestimada, trazendo a necessidade de exames pré-natais abrangentes, acompanhamento médico regular e intervenções oportunas para reduzir os riscos para a mãe e o bebê.

Diante disso, esta revisão busca abordar de forma abrangente e crítica o impacto da idade materna avançada nas complicações da gestação, fornecendo insights valiosos para profissionais de saúde e mulheres que planejam adiar a gravidez. Ao examinar os últimos avanços na pesquisa sobre o tema, esperamos contribuir para uma compreensão mais aprofundada dos riscos e desafios associados à maternidade tardia, bem como para o desenvolvimento de estratégias eficazes para melhorar os resultados da gravidez nessa população.

2. COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS E RESULTADOS PERINATAIS

A idade materna avançada é um fator de risco amplamente reconhecido para uma série de complicações obstétricas que podem impactar significativamente tanto a saúde materna quanto a do recém-nascido. Diversos estudos têm investigado essas complicações, fornecendo insights valiosos sobre os desafios enfrentados por mulheres mais velhas durante a gestação e o parto.

2.1 Incidência de pré-eclâmpsia:

Os estudos de Aldrighi et al. (2021) e Gozzo (2023)  destacaram que existe uma maior incidência de pré-eclâmpsia em gestações tardias. A pré-eclâmpsia é uma condição caracterizada por hipertensão arterial e presença de proteína na urina após a 20ª semana de gestação, podendo levar a complicações graves para a mãe e o bebê, como eclâmpsia e restrição de crescimento fetal.

Mulheres mais velhas têm uma predisposição aumentada para o desenvolvimento de pré-eclâmpsia devido a fatores como disfunção endotelial, alterações vasculares e maior propensão a condições médicas pré-existentes, como hipertensão arterial e diabetes. A idade materna avançada também está associada a mudanças fisiológicas no sistema cardiovascular e renal, que podem contribuir para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia. Essa condição representa um risco significativo para a saúde materna e fetal, podendo resultar em complicações graves, como eclâmpsia, descolamento prematuro da placenta, restrição de crescimento fetal e parto prematuro. Portanto, é crucial que mulheres mais velhas sejam monitoradas de perto durante a gravidez para detectar precocemente sinais de pré-eclâmpsia e implementar medidas de manejo adequadas, visando garantir a saúde e o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê.

2.2 Diabetes gestacional:

Além disso, estudos como os de Carvalho et al. (2021) e Gozzo (2023) observaram uma associação entre a idade materna avançada e o desenvolvimento de diabetes gestacional. Várias razões contribuem para essa ligação. Em primeiro lugar, mulheres mais velhas tendem a apresentar maior resistência à insulina devido a mudanças hormonais e metabólicas relacionadas à idade. Além disso, a idade avançada muitas vezes coincide com outros fatores de risco para diabetes gestacional, como obesidade, história familiar de diabetes e estilo de vida sedentário. 

Esses fatores combinados aumentam a suscetibilidade das mulheres mais velhas ao desenvolvimento de resistência à insulina e subsequente diabetes gestacional durante a gravidez. O diabetes gestacional pode resultar em complicações graves para a mãe e o bebê, incluindo macrosomia fetal, parto traumático, hipoglicemia neonatal e aumento do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 tanto para a mãe quanto para o filho no futuro (GOZZO, 2023). 

Portanto, é fundamental que mulheres mais velhas sejam submetidas a uma triagem precoce para diabetes gestacional durante a gravidez e recebam cuidados pré-natais adequados, incluindo monitoramento regular da glicose no sangue e adoção de medidas de controle da glicemia, como dieta e exercícios físicos adequados.

2.3 Parto prematuro:

Outra complicação comum em gestações tardias é o parto prematuro. Shimamura et al. (2021) identificaram uma associação significativa entre a idade materna avançada e um maior risco de parto prematuro, o que pode resultar em uma série de desafios para o recém-nascido, incluindo problemas respiratórios e metabólicos. Como mulheres mais velhas têm uma probabilidade aumentada de parto prematuro devido a uma série de fatores, incluindo disfunção placentária, condições médicas pré-existentes, como hipertensão e diabetes, e intervenções obstétricas, como cesariana e indução do trabalho de parto. O parto prematuro pode resultar em uma série de desafios para o recém-nascido, incluindo problemas respiratórios devido à imaturidade dos pulmões, dificuldades metabólicas devido à falta de maturidade do sistema digestivo e aumento do risco de complicações infecciosas devido à fragilidade do sistema imunológico. 

Essas complicações podem exigir cuidados intensivos neonatais e prolongados períodos de hospitalização, aumentando o risco de morbidade e mortalidade neonatal. Portanto, é fundamental que mulheres mais velhas sejam submetidas a uma avaliação cuidadosa dos fatores de risco para parto prematuro durante a gestação e recebam cuidados obstétricos e pré-natais adequados para minimizar esse risco e garantir a saúde e o bem-estar do recém-nascido (SHIMAMURA et al., 2021).

2.4 Restrição de crescimento fetal:

Além disso, Fernandes N. A. G. et al. (2021) relataram uma associação entre a idade materna avançada e uma maior incidência de restrição de crescimento fetal, que ocorre quando o bebê não alcança o crescimento esperado para sua idade gestacional, resultando em um peso abaixo do normal ao nascer. 

Mulheres mais velhas têm um risco aumentado de restrição de crescimento fetal devido a uma variedade de fatores, incluindo disfunção placentária relacionada à idade, redução na função uteroplacentária e maior prevalência de condições médicas pré-existentes, como hipertensão e diabetes. Esses fatores podem interferir no suprimento de nutrientes e oxigênio ao feto, prejudicando seu crescimento e desenvolvimento adequados. 

A restrição de crescimento fetal está associada a uma série de complicações para o bebê, incluindo baixo peso ao nascer, dificuldades respiratórias, risco aumentado de hipoglicemia e problemas de desenvolvimento a longo prazo. Portanto, é essencial que mulheres mais velhas sejam submetidas a monitoramento fetal cuidadoso durante a gestação para detectar precocemente sinais de restrição de crescimento fetal e implementar medidas de manejo adequadas para garantir a saúde e o bem-estar do bebê. Isso inclui avaliações regulares do crescimento fetal por meio de ultrassonografia, monitoramento da saúde materna e fetal e intervenções obstétricas quando indicado para otimizar os resultados perinatais (FERNANDES et al., 2021). 

2.5 Anomalias congênitas:

Estudos como os de Kortekaas et al. (2023) e Fernandes N. A. G. et al. (2021) identificaram uma associação entre a idade materna avançada e uma maior incidência de anomalias congênitas, destacando a importância da vigilância obstétrica e do manejo adequado para garantir a saúde e o bem-estar do recém-nascido.

A idade materna avançada tem sido identificada como um fator de risco independente para o desenvolvimento de anomalias congênitas devido a uma variedade de razões, incluindo maior exposição a fatores ambientais, alterações genéticas relacionadas à idade e maior probabilidade de ocorrência de erros na divisão celular durante a concepção (Larroya et al., 2021). Anomalias congênitas podem variar em gravidade, desde condições leves que requerem pouco ou nenhum tratamento até defeitos graves que afetam o funcionamento de órgãos vitais.

É crucial que mulheres mais velhas recebam uma vigilância obstétrica rigorosa durante a gestação para detectar precocemente quaisquer anomalias congênitas no feto. Isso pode incluir exames de ultrassonografia detalhados para avaliar o desenvolvimento fetal, testes genéticos como a amniocentese ou a biópsia de vilo corial para identificar anomalias cromossômicas e acompanhamento multidisciplinar com obstetras, geneticistas e outros especialistas, conforme necessário.

O manejo adequado das anomalias congênitas detectadas durante a gestação é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar do recém-nascido. Isso pode envolver o planejamento de cuidados neonatais especializados, consultas com pediatras especializados em neonatologia e a preparação de um plano de parto personalizado para lidar com quaisquer complicações que possam surgir durante o parto e o período pós-natal (Pinheiro et al., 2019). Além disso, o suporte emocional e psicológico para os pais é essencial para ajudá-los a lidar com o diagnóstico de uma anomalia congênita e prepará-los para os desafios que podem enfrentar após o nascimento do bebê.

Em resumo, a idade materna avançada está associada a um maior risco de anomalias congênitas em recém-nascidos, destacando a importância da vigilância obstétrica e do manejo adequado durante a gestação (Larroya et al., 2021). A detecção precoce e o manejo cuidadoso das anomalias congênitas são fundamentais para garantir a saúde e o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê e para fornecer o suporte necessário para a família durante esse período desafiador.

2.6 Complicações maternas durante o parto:

Por fim, a gestação tardia também está relacionada a um maior risco de complicações maternas durante o parto, como hemorragia pós-parto e necessidade de intervenções obstétricas invasivas. Estudos como o de Fernandes N. A. G. et al. (2021) relataram uma maior incidência de hemorragia pós-parto em mulheres mais velhas, ressaltando a importância de cuidados obstétricos especializados para essa população específica. 

A hemorragia pós-parto é uma complicação obstétrica grave que pode ocorrer durante ou após o parto e é definida como perda de sangue superior a 500 ml após um parto vaginal ou mais de 1000 ml após uma cesariana. Mulheres mais velhas têm um risco aumentado de hemorragia pós-parto devido a uma variedade de fatores, incluindo maior probabilidade de partos complicados, como cesarianas, distúrbios da coagulação sanguínea relacionados à idade e maior incidência de condições médicas pré-existentes, como hipertensão e diabetes (FERNANDES N. A. G. et al., 2021). Portanto, é crucial que mulheres mais velhas recebam cuidados obstétricos especializados para ajudar a prevenir e gerenciar a hemorragia pós-parto de forma eficaz. Isso pode incluir o monitoramento cuidadoso da perda de sangue durante o trabalho de parto e o parto, a administração de medicamentos para ajudar a controlar a hemorragia, como ocitocina e outros agentes uterotônicos, e a realização de procedimentos cirúrgicos, como a compressão uterina manual e a ligadura de artérias uterinas, quando necessário.

Além disso, é importante que mulheres mais velhas recebam cuidados pós-parto adequados para ajudar na recuperação após o parto e prevenir complicações adicionais. Isso pode incluir o monitoramento regular da pressão arterial e dos sinais vitais, a administração de fluidos intravenosos para prevenir a desidratação e a anemia, e o suporte emocional e psicológico para ajudar a lidar com os desafios físicos e emocionais do parto e da maternidade.

Em resumo, a hemorragia pós-parto é uma complicação obstétrica grave que pode ocorrer com maior frequência em mulheres mais velhas. Portanto, é essencial que essa população receba cuidados obstétricos especializados durante a gestação, o parto e o pós-parto para ajudar a prevenir e gerenciar eficazmente essa complicação potencialmente fatal.

3. IMPACTO NA SÁUDE CARDIOVASCULAR MATERNA E DO RECÉM-NASCIDO

O impacto na saúde cardiovascular materna e do recém-nascido é uma preocupação importante, especialmente em gestações tardias, e estudos recentes têm abordado essa questão. De acordo com Cao et al. (2023), a idade materna avançada está associada a variações no número de cópias genéticas que podem influenciar os resultados da gravidez, incluindo complicações cardiovasculares. Por outro lado, Cooke e Davidge (2019) destacam o impacto direto da idade materna avançada na saúde cardiovascular tanto da mãe quanto do recém-nascido.

Mulheres mais velhas frequentemente apresentam uma gama de condições pré-existentes que podem predispor a complicações cardiovasculares durante a gravidez, como hipertensão arterial e doença cardíaca. Além disso, as mudanças fisiológicas associadas à idade, como a rigidez arterial e a disfunção endotelial, podem aumentar o risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia e outras complicações cardiovasculares durante a gestação (COOKE & DAVIDGE, 2019).

Essas complicações podem ter sérias implicações para a saúde materna, aumentando o risco de complicações cardiovasculares agudas, como eclâmpsia e insuficiência cardíaca, bem como complicações crônicas a longo prazo, como doença cardiovascular. Além disso, a saúde cardiovascular do recém-nascido também pode ser afetada, com maior probabilidade de complicações neonatais, como baixo peso ao nascer e prematuridade, que por sua vez estão associadas a maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares na vida adulta.

Portanto, a gestação tardia impõe um ônus adicional à saúde cardiovascular tanto da mãe quanto do recém-nascido, destacando a importância de uma abordagem multidisciplinar e cuidados especializados durante a gestação e no período pós-natal para prevenir e gerenciar complicações cardiovasculares associadas à idade materna avançada.

4. ASSOCIAÇÃO COM ANOMALIAS GENÉTICAS E DESAFIOS NO ACONSELHAMENTO GENÉTICO

A associação entre a idade materna avançada e o aumento na incidência de anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down, tem sido consistentemente documentada em estudos recentes. Cao et al. (2023) destacam essa associação, ressaltando a importância do aconselhamento genético para mulheres mais velhas que desejam engravidar. O aconselhamento genético desempenha um papel fundamental na avaliação e mitigação dos riscos genéticos associados à gestação tardia, fornecendo informações essenciais sobre as opções de teste pré-natal, tratamento e possíveis desfechos.

Ferreira et al. (2022) também contribuem para essa discussão, destacando a necessidade de uma revisão detalhada da literatura sobre o tema, o que pode fornecer insights valiosos para os profissionais de saúde envolvidos no aconselhamento genético de mulheres mais velhas. Esses estudos ressaltam a importância de abordar os desafios específicos enfrentados por essa população durante o processo de aconselhamento genético.

Além disso, Larroya et al. (2021) e Martins e Menezes (2022) fornecem perspectivas adicionais sobre os desafios emocionais e psicológicos associados ao aconselhamento genético em mulheres mais velhas. Questões como a ansiedade em relação aos resultados dos testes pré-natais e as decisões difíceis sobre opções de tratamento podem ser particularmente estressantes para essas mulheres e suas famílias, destacando a importância de um suporte emocional abrangente durante todo o processo de aconselhamento genético.

Por fim, Pinheiro et al. (2019) e Torous e Roberts (2020) contribuem com uma compreensão mais aprofundada das opções de teste pré-natal disponíveis para mulheres mais velhas e os desafios associados à interpretação e comunicação dos resultados desses testes. Esses estudos enfatizam a necessidade de uma abordagem individualizada no aconselhamento genético, levando em consideração as necessidades e preferências específicas de cada paciente.

Em suma, a associação entre idade materna avançada e aumento na incidência de anomalias genéticas destaca a importância crítica do aconselhamento genético para essa população. No entanto, é essencial reconhecer e abordar os desafios únicos enfrentados por mulheres mais velhas durante o processo de aconselhamento genético, a fim de fornecer um cuidado holístico e centrado no paciente.

5. DIAGNÓSTICO PRECOCE E MANEJO ADEQUADO

O diagnóstico precoce de complicações gestacionais e anomalias genéticas é fundamental para o manejo adequado da gravidez tardia. Aldrighi et al. (2021) ressaltam a importância de exames pré-natais abrangentes para detectar precocemente quaisquer complicações que possam surgir durante a gestação em mulheres mais velhas. Além disso, Carvalho et al. (2021) enfatizaram a necessidade de acompanhamento médico regular ao longo da gestação para monitorar de perto o progresso da gravidez e identificar sinais precoces de possíveis complicações.

Intervenções oportunas são essenciais para reduzir os riscos para a mãe e o bebê em gestações tardias, como discutido por Correa de Araujo e Yoon (2023). Isso pode incluir tratamento médico para condições médicas pré-existentes, como hipertensão e diabetes gestacional, bem como a realização de procedimentos obstétricos quando indicado para prevenir complicações durante o parto. Além disso, estratégias de promoção da saúde cardiovascular materna são cruciais para melhorar os resultados da gravidez em mulheres mais velhas, como sugerido por Fernandes et al. (2020). Isso pode envolver modificações no estilo de vida, como dieta balanceada e exercícios físicos adequados, para reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares durante a gestação.

Por fim, medidas preventivas para evitar complicações obstétricas também são essenciais. Maia et al. (2021) discutem a importância de programas de cuidados pré-natais abrangentes, que incluem educação sobre saúde materna e fetal, monitoramento rigoroso da pressão arterial e dos níveis de glicose, e a implementação de protocolos de tratamento baseados em evidências para reduzir complicações obstétricas em mulheres mais velhas.

Em resumo, o diagnóstico precoce e o manejo adequado são fundamentais para garantir uma gravidez saudável em mulheres mais velhas, para reduzir os riscos para a mãe e o bebê durante toda a gestação.

6. CONCLUSÃO

A maternidade tardia apresenta desafios significativos em termos de complicações gestacionais, resultados perinatais e saúde cardiovascular materna e do recém-nascido. Como discutido ao longo deste artigo, estudos recentes têm evidenciado uma série de complicações associadas à idade materna avançada, incluindo uma maior incidência de pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, parto prematuro, restrição de crescimento fetal, hemorragia pós-parto e anomalias congênitas. Essas complicações destacam a importância de uma abordagem multidisciplinar e cuidados especializados durante a gestação e no período pós-natal para prevenir e gerenciar eficazmente os riscos associados à gestação tardia.

No entanto, apesar dos desafios, há esperança e oportunidades para melhorar os resultados da gravidez em mulheres mais velhas. Uma abordagem multidisciplinar, que envolva cuidados obstétricos especializados, aconselhamento genético e estratégias de promoção da saúde, pode ajudar a mitigar esses riscos. É fundamental que as mulheres mais velhas tenham acesso a informações precisas sobre os riscos e benefícios da maternidade tardia, bem como apoio adequado para tomar decisões informadas sobre sua saúde reprodutiva.

Além disso, programas de cuidados pré-natais abrangentes e acompanhamento médico regular ao longo da gestação são essenciais para monitorar de perto o progresso da gravidez e identificar precocemente quaisquer complicações. Estratégias preventivas, como modificações no estilo de vida para promover a saúde cardiovascular materna, também desempenham um papel crucial na melhoria dos resultados da gravidez em mulheres mais velhas.

Em conclusão, embora a maternidade tardia possa apresentar desafios únicos, uma abordagem abrangente e centrada na paciente pode ajudar a garantir uma gravidez saudável e um parto seguro para mulheres mais velhas. É essencial fornecer informações precisas e apoio adequado às mulheres que planejam adiar a maternidade, permitindo que façam escolhas informadas sobre sua saúde reprodutiva. Com os cuidados adequados e o apoio da equipe médica, as mulheres mais velhas podem ter uma experiência positiva durante a gravidez e o parto, resultando em melhores resultados para elas e seus bebês.

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1Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil;
2Graduando em Medicina pela Universidade Brasil;
3Graduando em Medicina pela Universidade Brasil;
4Graduando em Medicina pela Universidade Brasil;
5Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil;
6Graduando em Medicina pela Universidade Brasil;
7Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil;
8Graduando em Medicina pela Universidade Brasil;
9Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil;
10Graduando em Medicina pela Universidade Brasil