EPIDEMIOLOGIA DO HIV DURANTE O CARNAVAL: UMA ANÁLISE DOS PADRÕES DE TRANSMISSÃO E MEDIDAS DE PREVENÇÃO

HIV EPIDEMIOLOGY DURING CARNIVAL: AN ANALYSIS OF TRANSMISSION PATTERNS AND PREVENTION MEASURES

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10668664


Suzana Mioranza Bif1; Natalya Chiarelli Dias2; Maria Clara Dantas de Almeida3; Murilo Moura de Carvalho4; Ainara Arruda Lucato5; Adriana Arruda Lucato6; Jean Carlo Voigt7; Alessandra Eliana Gauze8; Camila Yukari Yokota Barbosa9; Ráizi Helen Fernandes Camurça10


Resumo

A epidemiologia do HIV, vírus da imunodeficiência humana, constitui uma narrativa complexa de interações entre fatores biológicos, comportamentais e sociais que orquestram sua disseminação global. Este retrovírus, responsável pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), demonstra uma dinâmica epidemiológica multifacetada, influenciada por características intrínsecas do vírus e intricados padrões de interação humana. a transmissão do HIV ocorre predominantemente através de fluidos corporais, sendo o contato sexual desprotegido e o compartilhamento de agulhas durante o uso de drogas injetáveis os principais modos de disseminação. Este estudo constitui uma revisão de literatura destinada a analisar e sintetizar as informações disponíveis sobre a epidemiologia do HIV desencadeada pelas festas de Carnaval no Brasil, com especial enfoque na Atenção Primária à Saúde e nas estratégias de saúde pública associadas a esse período festivo. A pesquisa baseia-se em fontes de dados confiáveis, como PubMed, Scielo e o Ministério da Saúde do Brasil. ​​Na órbita epidemiológica do HIV durante o Carnaval, uma intrincada teia de variáveis contribui para uma proliferação mais acelerada do vírus. A sinergia entre fatores socioeconômicos, culturais e comportamentais desempenha um papel crucial nesse cenário epidemiológico. A conjugação de alta densidade populacional, influência de substâncias psicoativas, alterações nos padrões de comportamento sexual e a frequente ausência de precauções de barreira converge para a elevação do risco de transmissão do HIV. A prevenção do HIV durante o período de Carnaval no Brasil é uma empreitada crucial, e as ações governamentais desempenham um papel significativo nesse cenário. A distribuição de preservativos gratuitos pelo governo emerge como uma estratégia eficaz, alinhada com a abordagem de prevenção combinada, promovendo o uso consistente e correto desses dispositivos de barreira durante as atividades festivas.

Palavras-chave: epidemiologia do HIV; prevalência do HIV durante o Carnaval no Brasil; transmissão do HIV em festas; prevenção do HIV.

1 INTRODUÇÃO

A epidemiologia do HIV, vírus da imunodeficiência humana, constitui uma narrativa complexa de interações entre fatores biológicos, comportamentais e sociais que orquestram sua disseminação global. Este retrovírus, responsável pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), demonstra uma dinâmica epidemiológica multifacetada, influenciada por características intrínsecas do vírus e intricados padrões de interação humana (Brasil, 2014).

Em termos biológicos, a transmissão do HIV ocorre predominantemente através de fluidos corporais, sendo o contato sexual desprotegido e o compartilhamento de agulhas durante o uso de drogas injetáveis os principais modos de disseminação. No âmbito comportamental, práticas sexuais de risco, acesso limitado a serviços de saúde e estigma social contribuem para a vulnerabilidade individual. Já no contexto social, determinantes como desigualdades econômicas, educação, acesso a cuidados de saúde e políticas públicas desempenham um papel decisivo na trajetória epidemiológica do HIV (Maksud; Fernandes; Filgueiras, 2015).

Esta revisão busca delinear, de maneira científica e meticulosa, a rica tessitura de elementos que compõem a epidemiologia do HIV. Ao compreender as complexas inter-relações entre biologia, comportamento e fatores sociais, abre-se espaço para abordagens estratégicas e intervenções cientificamente embasadas visando controlar a disseminação do vírus e mitigar seu impacto global.

2 METODOLOGIA

Este estudo constitui uma revisão de literatura destinada a analisar e sintetizar as informações disponíveis sobre a epidemiologia do HIV desencadeada pelas festas de Carnaval no Brasil, com especial enfoque na Atenção Primária à Saúde e nas estratégias de saúde pública associadas a esse período festivo. A pesquisa baseia-se em fontes de dados confiáveis, como PubMed, Scielo e o Ministério da Saúde do Brasil. A busca por artigos foi conduzida mediante termos como “epidemiologia do HIV”, “prevalência do HIV durante o Carnaval no Brasil”, “transmissão do HIV em festas”, “prevenção do HIV” e termos correlatos. A seleção delimitou-se a estudos publicados a partir de 2010 até o presente, visando abranger informações atualizadas e pertinentes em relação ao contexto festivo.

Relatórios, diretrizes e informações oficiais vinculadas à epidemiologia do HIV durante as festas de Carnaval foram obtidos no site oficial do Ministério da Saúde do Brasil, englobando boletins epidemiológicos, guias de prevenção e estratégias específicas para esse período do ano. A análise dos dados foi conduzida de maneira sistemática, com destaque para a identificação de padrões de transmissão, desafios na prevenção e políticas de saúde implementadas para o controle do HIV no contexto da Atenção Primária à Saúde durante as festividades carnavalescas. Comparativas e sínteses dos dados provenientes de distintas fontes foram realizadas, visando elaborar uma visão abrangente e atualizada sobre o tema.

Os resultados desta revisão de literatura serão apresentados e discutidos na seção subsequente do artigo, com o intuito de fornecer uma análise crítica da situação epidemiológica do HIV desencadeada pelo Carnaval no Brasil. Serão abordados avanços alcançados e desafios enfrentados nas políticas de saúde pública, contribuindo para uma compreensão mais profunda e embasada da abordagem do HIV no contexto da atenção primária durante esse período festivo específico.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

​​Na órbita epidemiológica do HIV durante o Carnaval, uma intrincada teia de variáveis contribui para uma proliferação mais acelerada do vírus. Este período festivo, caracterizado por aglomerações massivas, cria um terreno propício para a disseminação do HIV, cujo mecanismo principal de transmissão permanece ancorado em práticas sexuais desprotegidas e, ocasionalmente, compartilhamento de agulhas em contextos de uso de drogas injetáveis (Brasil, 2018).

A sinergia entre fatores socioeconômicos, culturais e comportamentais desempenha um papel crucial nesse cenário epidemiológico. A conjugação de alta densidade populacional, influência de substâncias psicoativas, alterações nos padrões de comportamento sexual e a frequente ausência de precauções de barreira converge para a elevação do risco de transmissão do HIV. A compreensão aprofundada dessas variáveis é imperativa para a formulação de estratégias preventivas eficazes (TJD​​FT, 2018).

As iniciativas do Ministério da Saúde buscam promover comportamento sexual seguro, estimular a adoção de estratégias de prevenção combinada e incentivar a conscientização sobre o status sorológico, especialmente durante o período carnavalesco, onde historicamente ocorre um aumento nos casos de HIV no Brasil. Em 2021, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) registrou 40,8 mil novos casos de HIV e outros 35,2 mil casos de aids no país, conforme detalhado no Boletim Epidemiológico de HIV/aids de 2021 (Brasil, 2023).

Desde o primeiro caso notificado em território nacional em 1980 até junho de 2022, foram identificados 1.088.536 casos de aids. No ano de 2021, mais de 11 mil óbitos foram registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) devido ao HIV/aids, apresentando uma taxa de mortalidade padronizada de 4,2 óbitos por 100 mil habitantes. É relevante notar que esse índice sofreu uma redução de 26,4% entre 2014 e 2021, refletindo os esforços contínuos para melhorar o acesso ao tratamento precoce e implementar estratégias de prevenção eficazes no enfrentamento da epidemia de HIV no Brasil (Brasil, 2022).

4 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, a prevenção do HIV durante o período de Carnaval no Brasil é uma empreitada crucial, e as ações governamentais desempenham um papel significativo nesse cenário. A distribuição de preservativos gratuitos pelo governo emerge como uma estratégia eficaz, alinhada com a abordagem de prevenção combinada, promovendo o uso consistente e correto desses dispositivos de barreira durante as atividades festivas.

As campanhas de prevenção, ancoradas em evidências científicas, desempenham um papel vital na conscientização pública, destacando os riscos associados a comportamentos de risco durante o Carnaval. Ao fornecer informações precisas sobre o HIV, incentivar a testagem regular e promover o acesso ao tratamento precoce, tais campanhas não apenas buscam reduzir a transmissão do vírus, mas também contribuem para a diminuição da estigmatização relacionada à infecção.

A conjugação dessas estratégias representa uma abordagem abrangente e cientificamente embasada para a prevenção do HIV durante as festividades carnavalescas. Ao priorizar a educação, a distribuição de preservativos e a promoção do acesso a serviços de saúde, o governo busca não apenas mitigar o aumento sazonal de casos, mas também estabelecer bases sólidas para uma cultura de prevenção contínua. Nesse contexto, a ciência se torna uma aliada fundamental na formulação e implementação de medidas efetivas, visando a proteção da saúde pública durante o Carnaval e além.

REFERÊNCIAS

Carnaval acende alerta para doenças sexualmente transmissíveis. Disponível em: <https://www.tjdft.jus.br/informacoes/programas-projetos-e-acoes/pro-vida/dicas-de-saude/pilulas-de-saude/carnaval-acende-alerta-para-doencas-sexualmente-transmissiveis>. Acesso em: 31 jan. 2024.

DA SAÚDE BVSMS. SAUDE. GOV. BR, B. V. EM S. DO M. Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Dez. 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/boletins-epidemiologicos/2022/hiv-aids/boletim_hiv_aids_-2022_internet_31-01-23.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2024.

DA SAÚDE, M. Diagnóstico do. Disponível em: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22163/mod_resource/content/2/HIV%20-%20Manual%20Aula%201_SEM.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2024.

Mais de 52 mil jovens de 15 a 24 anos com HIV evoluíram para aids nos últimos dez anos. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/fevereiro/mais-de-52-mil-jovens-de-15-a-24-anos-com-hiv-evoluiram-para-aids-nos-ultimos-dez-anos>. Acesso em: 31 jan. 2024.

MAKSUD, I.; FERNANDES, N. M.; FILGUEIRAS, S. L. Technologies for HIV prevention and care: challenges for health services. Revista brasileira de epidemiologia [Brazilian journal of epidemiology], v. 18, n. suppl 1, p. 104–119, 2015.

Disponível em: <http://nhe.fmrp.usp.br/wp-content/uploads/2019/08/2018-PCDT-MANEJO-DA-INFECCAO-PELO-HIV-EM-ADULTOS.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2024.


1Discente do Curso Superior de medicina do Instituto Universidade Maurício de Nassau Campus Cacoal – Rondônia  e-mail: suzanamioranzabif@gmail.com

2Discente do Curso Superior de medicina do Instituto Universidade Maurício de Nassau Campus Cacoal – Rondônia

3Discente do Curso Superior de medicina do Instituto Universidade Maurício de Nassau Campus Cacoal – Rondônia

4Discente do Curso Superior de medicina da Faculdade São Lucas Campus Porto Velho  – Rondônia

5Discente do Curso Superior de medicina do Instituto Universidade Maurício de Nassau Campus Cacoal – Rondônia

6Licenciatura plena em Ciências com Habilitação em Biologia Campus ​​Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jales

7Discente do Curso Superior de medicina do Instituto Universidade Maurício de Nassau Campus Cacoal – Rondônia

8Discente do Curso Superior de medicina do Instituto Universidade Maurício de Nassau Campus Cacoal – Rondônia

9Discente do Curso Superior de medicina do Instituto Universidade Maurício de Nassau Campus Cacoal – Rondônia

10Discente do Curso Superior de medicina da Faculdade São Lucas Campus Porto Velho  – Rondônia