RISK FACTORS OF STROKE ACCIDENT: LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10668631
Luiza Marina da Costa Lima1; Layza Lopes da Silva1; Giulia de Melo Gedeon1; Matheus Carvalho Lopes da Silva1; Victor Mesquita Egushi1; Sonyele de Oliveira Gomes1; Rodrigo Guerra de Almendra Freitas1; Kamilly Santos Coradi1; Maria Eduarda Dornelas Mendes1; Vinícius Alves Nascimento1
Resumo
Introdução: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é ocasionado pela diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo destinado ao encéfalo, podendo ocorrer através de dois mecanismos distintos: isquemia ou hemorragia. Trata-se de um importante problema de saúde pública, sendo a principal causa de morbimortalidade no mundo, principalmente entre adultos e idosos. Suas manifestações clínicas podem ser variadas, em que essas dependem da topografia da lesão. Existem diversos fatores de risco relacionados ao AVE, sendo esses divididos em modificáveis e não modificáveis. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura de cunho descritivo. Para a elaboração do estudo, foram utilizados os artigos disponibilizados pelas plataformas Google Acadêmico, PubMed e Scielo. Resultados e discussões: Os fatores de risco associados ao AVE podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis. Mesmo que se tenha amplos conhecimentos acerca dos seus fatores de risco, nota-se sua incidência prevalente na atualidade. Sendo assim, torna-se necessário a modificação de hábitos de vida que propiciem a ocorrência do AVE, sendo esses os fatores modificáveis. Considerações finais: Conclui-se a necessidade de abordar a monitorização dos fatores de risco modificáveis entre as populações de risco, de forma que sejam realizadas campanhas de conscientização que atinjam o público-alvo esperado e intervenção de equipes multidisciplinares no atendimento ao paciente.
Palavras-chave: Acidente Vascular Encefálico. Fatores de risco. Hipertensão arterial. Hemorrágico. Isquêmico.
Abstract
Introduction: Stroke is caused by the reduction or interruption of blood flow to the brain, which can occur through two distinct mechanisms: ischemia or hemorrhage. It is an important public health problem, being the main cause of morbidity and mortality in the world, especially among adults and the elderly. Its clinical manifestations can be varied, depending on the topography of the lesion. There are several risk factors related to stroke, which are divided into modifiable and non-modifiable. Methodology: This is a systematic literature review of a descriptive nature. To prepare the study, articles made available on the Google Scholar, PubMed and Scielo platforms were used. Results and discussions: The risk factors associated with stroke can be divided into modifiable and non-modifiable. Even though there is extensive knowledge about its risk factors, its prevalent incidence today is noted. Therefore, it is necessary to modify lifestyle habits that promote the occurrence of a stroke, these being the modifiable factors. Final considerations: It is concluded that there is a need to address the monitoring of modifiable risk factors among at-risk populations, so that awareness campaigns are carried out that reach the expected target audience and intervention by multidisciplinary teams in patient care.
Keywords: Brain stroke. Risk factors. Arterial hypertension. Hemorrhagic. Ischemic.
1. INTRODUÇÃO
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é caracterizado por um déficit neurológico focal súbito ocasionado pela diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo encefálico. Pode ser de natureza isquêmica, correspondente a 80% dos casos, ou hemorrágica. Nos dois mecanismos mencionados ocorrem lesões cerebrais, em que no tipo isquêmico é decorrente da diminuição da perfusão sanguínea e, no tipo hemorrágico, ocorre devido o contato sanguíneo com as estruturas encefálicas. (LIMA et al, 2016)
Trata-se de um importante problema de saúde pública, apresentando alta prevalência em cenário mundial. É definido como a principal causa de morbimortalidade no mundo, principalmente entre adultos e idosos. Abordando os sexos masculino e feminino, o AVE tem maior incidência na faixa etária de 30 a 80 anos de idade. Além disso, é considerado uma importante causa de hospitalização no Brasil, sendo responsável por deficiência parcial ou total entre os pacientes acometidos. (ALMEIDA, 2012)
Entre seus principais sintomas, destacam-se a incapacidade neurológica, podendo ocasionar paralisia total ou parcial (hemiplegia e hemiparesia), disartria, afasia, confusão mental, alteração na visão, cefaleia súbita e intensa, alteração do equilíbrio e da coordenação motora. Os achados clínicos dependem da artéria acometida, em que as principais são: artéria cerebral anterior, artéria cerebral média, artéria cerebral posterior, artéria carótida interna, artéria basilar e artéria vertebrobasilar. Em síntese, as manifestações clínicas dependem da topografia da lesão. (DE ARAUJO et al, 2017)
Em geral, o diagnóstico é clínico, podendo ser auxiliado por exames complementares. Entre os principais exames utilizados, encontram-se a tomografia computadorizada sem contraste, ressonância magnética encefálica, dosagem de glicemia, dosagem de eletrólitos séricos e dosagem de enzimas cardíacas. A dosagem de glicemia é importante no atendimento inicial para descartar o diagnóstico diferencial de quadros de hipoglicemia. Por outro lado, as enzimas cardíacas são mensuradas por haver associação de causas cardíacas entre as principais etiologias de AVE. Os fatores de risco podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis, em que a muitos podem ser atenuados a partir de mudanças do estilo de vida. (CANCELA, 2008)
Os elevados índices de morbimortalidade e de prevalência do AVE incentivam a importância que deve ser atribuída ao tema, de modo que a população possa ser conscientizada sobre os principais fatores de risco que propiciam o desenvolvimento do quadro, diminuindo assim sua incidência em cenário mundial. A partir disso, esse estudo tem como questão motivadora para sua realização: “Quais são os principais fatores de risco apresentados em pacientes diagnosticados com Acidente Vascular Encefálico?”. Nessa análise, esse trabalho tem como objetivo determinar os principais fatores de risco relacionados a patologia, de modo que contribua para a diminuição de sua incidência.
2. REVISÃO DE LITERATURA
O Acidente Vascular Encefálico é classificado em isquêmico e hemorrágico. Dentre esses tipos, existem diferentes etiologias associadas a ocorrência do quadro. Em relação ao tipo isquêmico, destacam-se as causas tromboembólicas, relacionadas principalmente a doenças cardiovasculares, como exemplo aterosclerose e fibrilação atrial. Por outro lado, o AVE hemorrágico pode ser dividido em dois subtipos: hemorragia intraparenquimatosa e hemorragia subaracnóide. Entre suas principais causas, destacam-se a hipertensão arterial, aneurisma e ruptura de parede arterial. (CHAVES, 2000)
Por se tratar de uma doença com elevados índices de morbimortalidade e com possíveis complicações graves, torna-se importante o conhecimento de seus fatores de risco. Os fatores de risco podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis, em que entre os não modificáveis encontram-se a idade, sexo masculino, hereditariedade e raça negra. Em outra análise, os fatores de risco modificáveis abrangem a aterosclerose, hipertensão arterial, sedentarismo, dislipidemia, hipercolesterolemia, tabagismo, Diabetes Mellitus e obesidade. (DE CASTRO et al, 2009)
A hipertensão arterial pode ser considerada o principal fator de risco do AVE, sendo necessário o controle pressórico como meio de prevenção. Além de estar associada ao AVE hemorrágico, apresenta correlação com doenças cardiovasculares, aumentando assim a incidência dos dois tipos de AVE. Nessa análise, destaca-se a necessidade de normalização dos índices pressóricos, e não apenas de sua diminuição. (DE OLIVEIRA, DE ANDRADE, 2001)
O conhecimento e controle dos fatores de risco, em especial dos modificáveis, propiciam uma abordagem preventiva a respeito do AVE. Sendo assim, a atuação de equipes multidisciplinares no acompanhamento clínico do paciente portador de fatores de risco é fundamental, de forma que auxilie na diminuição da incidência do AVE.
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão sistemática de literatura de cunho descritivo, que visa identificar e apresentar os principais fatores de risco correlacionados ao Acidente Vascular Encefálico. Para a elaboração do estudo, foram utilizados os artigos disponibilizados pelas plataformas Google Acadêmico, PubMed e Scielo.
Os critérios de inclusão empregados foram artigos em Português, Espanhol e Inglês; artigos correspondentes à temática apresentada e artigos que permitem total acesso às informações desejadas. As palavras-chave utilizadas para pesquisa nas bancas de dados foram: “Acidente Vascular Encefálico”, “Acidente Vascular Cerebral”, “fatores de risco”, “hemorrágico”, “isquêmico” e “doenças cardiovasculares”. Os artigos contrários aos critérios de inclusão foram descartados.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O AVE representa a segunda principal causa de mortalidade em cenário mundial, sendo mais comum em adultos de meia idade e idosos, visto que sua incidência aumenta com a idade. Trata-se de um distúrbio clínico da função do encéfalo com duração superior a 24 horas. É determinado pela instalação de um déficit neurológico focal súbito decorrente de lesão cerebral. (DE ARAUJO et al, 2017)
Como mencionado anteriormente, os fatores de risco associados ao AVE podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis. Mesmo que se tenha amplos conhecimentos acerca dos seus fatores de risco, nota-se sua incidência prevalente na atualidade. Sendo assim, torna-se necessário a modificação de hábitos de vida que propiciem a ocorrência do AVE, sendo esses os fatores modificáveis. Nessa análise, a alteração dos fatores deletérios à saúde se torna indispensável no intuito de prevenir a ocorrência do AVE, diminuir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e propiciar um melhor prognóstico geral para os pacientes. (CHAVES, 2000)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da coleta de dados e da análise de informações expostas no presente trabalho, verifica-se a necessidade do controle dos fatores de risco relacionados ao AVE, visto que a maioria deles está relacionada a diversas doenças presentes na atualidade, como exemplo doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, hipertensão arterial e dislipidemias. Por haver associação dos mesmos fatores de risco com variadas patologias, torna-se necessário uma abordagem cuidadosa a respeito desses, de forma que previna a ocorrência das patologias mencionadas e propiciem um melhor prognóstico para a população mundial.
Sendo assim, conclui-se a necessidade de abordar a monitorização dos fatores de risco modificáveis entre as populações de risco, de forma que sejam realizadas campanhas de conscientização que atinjam o público-alvo esperado e intervenção de equipes multidisciplinares no atendimento ao paciente, de modo que o mesmo seja acompanhado e incentivado a manter hábitos de vida saudáveis.
Referências
ALMEIDA, Sara Regina Meira. Análise epidemiológica do acidente vascular cerebral no Brasil. Revista Neurociências, v. 20, n. 4, p. 481-482, 2012.
CANCELA, Diana Manuela Gomes. O acidente vascular cerebral: classificação, principais consequências e reabilitação. O portal do Psicólogo, Portugal, p. 2-18, 2008.
CHAVES, Márcia LF. Acidente vascular encefálico: conceituação e fatores de risco. Rev Bras Hipertens, v. 7, n. 4, p. 372-82, 2000.
DE ARAUJO, Layse Pereira Gonçalves et al. Principais fatores de risco para o acidente vascular encefálico e suas consequências: uma revisão de literatura. Revista Interdisciplinar Pensamento Científico, v. 3, n. 1, 2017.
DE CASTRO, J. A. et al. Estudo dos principais fatores de risco para acidente vascular encefálico. Rev Soc Bras Clin Med, v. 7, n. 3, p. 171-3, 2009.
DE OLIVEIRA, Roberto de Magalhães Carneiro; DE ANDRADE, Luiz Augusto Franco. Acidente vascular cerebral. Rev Bras Hipertens, v. 8, p. 280-290, 2001.
LIMA, Ana Carolina Maria Araújo Chagas Costa et al. Diagnósticos de enfermagem em pacientes com acidente vascular cerebral: revisão integrativa. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 69, p. 785-792, 2016.