ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A GESTANTES PORTADORAS DA DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GRAVIDEZ ( DHEG )

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10666792


Alan Queiroz Rezk1


RESUMO 

A presente revisão bibliográfica aborda a importância da assistência de enfermagem na doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), uma condição que apresenta sérios riscos tanto para a gestante quanto para o feto. O estudo tem como objetivo promover o bem-estar materno e fetal, prevenir complicações e garantir resultados positivos na gestação por meio de uma abordagem abrangente e personalizada da equipe de enfermagem. 

Foi realizada uma revisão bibliográfica abrangente, com análise crítica de estudos e evidências científicas disponíveis sobre o tema. Esta revisão buscou embasar recomendações e intervenções propostas para a assistência de enfermagem na DHEG. 

Os principais resultados destacam a importância do diagnóstico precoce da DHEG para evitar complicações graves, como pré-eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome HELLP. Além disso, a assistência de enfermagem desempenha um papel crucial no monitoramento da pressão arterial, avaliação dos níveis de proteína na urina, orientações sobre repouso e dieta adequada, além do uso adequado de medicamentos anti-hipertensivos. 

Conclui-se que a assistência de enfermagem é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar das gestantes com DHEG. A abordagem multidisciplinar, o diagnóstico precoce, o monitoramento rigoroso e a orientação adequada são essenciais para prevenir complicações e garantir resultados positivos na gestação. Este estudo destaca a necessidade de uma atuação integrada da equipe de saúde para oferecer cuidados eficazes e melhorar a qualidade de vida das gestantes com DHEG. 

Palavras-chave: Doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG); Assistência de enfermagem; Gestação de alto risco; Complicações obstétricas. 

ABSTRACT  

This literature review addresses the importance of nursing care in specific hypertensive disease of pregnancy (DHEG), a condition that presents serious risks for both the pregnant woman and the fetus. 

The study aims to promote maternal and fetal well-being, prevent complications and ensure positive pregnancy outcomes through a comprehensive and personalized approach by the nursing team. 

A comprehensive bibliographic review was carried out, with a critical analysis of studies and scientific evidence available on the topic. This review sought to support recommendations and instructions proposed for nursing care at DHEG. The main results highlight the importance of early diagnosis of DHEG to avoid serious complications, such as pre-eclampsia, eclampsia and HELLP syndrome. Furthermore, nursing care plays a crucial role in monitoring blood pressure, assessing protein levels in urine, providing guidance on safety and proper diet, and the appropriate use of antihypertensive medications. 

It is concluded that nursing care is essential to guarantee the safety and well-being of pregnant women with DHEG. A multidisciplinary approach, early diagnosis, strict monitoring and adequate guidance are essential to prevent complications and ensure positive birth outcomes. This study highlights the need for integrated action by the healthcare team to offer effective care and improve the quality of life of pregnant women with DHEG. 

Keywords: Specific hypertensive disease of pregnancy (DHEG); Nursing assistance; High-risk pregnancy; Obstetric complications. 

1 Introdução 

 A assistência de enfermagem na doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) desempenha um papel fundamental na garantia da saúde tanto da gestante quanto do feto. A DHEG é uma condição que pode apresentar complicações graves, como pré-eclâmpsia grave, eclâmpsia e síndrome HELLP, sendo necessário um cuidado especializado para prevenir e tratar essas condições. A atuação do enfermeiro nesse contexto envolve o monitoramento regular da pressão arterial, avaliação dos níveis de proteína na urina, orientações sobre repouso e dieta adequada, além do uso de medicamentos anti-hipertensivos quando necessário (MADEIRA, VIEIRA, VEIRIA, 2022). 

 Os principais sinais e sintomas da DHEG incluem hipertensão arterial, edema, proteinúria e alterações na função renal. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações graves, pois permite o início imediato do tratamento adequado. Portanto, a assistência de enfermagem deve estar preparada para identificar esses sinais precocemente e encaminhar a gestante para uma avaliação médica mais detalhada (PEREIRA, REIS, SOUSA, 2019). 

 As possíveis causas da DHEG são multifatoriais e incluem predisposição genética, alterações hormonais e disfunção endotelial. Durante a gestação, esses fatores podem levar ao desenvolvimento da doença devido às alterações fisiológicas próprias desse período. Compreender as causas da DHEG é fundamental para direcionar a assistência de enfermagem de forma adequada e personalizada (CABRAL, 2019). 

 As complicações decorrentes da DHEG podem ser graves e colocar em risco a vida da gestante e do feto. A pré-eclâmpsia grave, a eclâmpsia e a síndrome HELLP são algumas das complicações mais comuns. A assistência de enfermagem desempenha um papel crucial na prevenção e tratamento dessas condições, por meio do monitoramento constante dos sinais vitais, avaliação dos exames laboratoriais e administração adequada de medicamentos (SILVA VITORINO, PAULA FLAUZINO, 2021). 

 No manejo da DHEG, as estratégias de assistência de enfermagem são fundamentais para garantir o controle da pressão arterial e prevenir complicações. O monitoramento regular da pressão arterial é essencial para identificar precocemente qualquer alteração e ajustar o tratamento conforme necessário. Além disso, a avaliação dos níveis de proteína na urina, as orientações sobre repouso e dieta adequada, bem como o uso de medicamentos anti-hipertensivos quando indicado, são medidas importantes para garantir uma assistência eficaz (LIMA, LEAL, 2022). 

 A assistência à gestante com DHEG deve ser realizada de forma multidisciplinar, envolvendo médicos obstetras, enfermeiros obstétricos, nutricionistas e psicólogos. Essa abordagem integrada permite um cuidado integral à mulher durante toda a gestação, considerando não apenas os aspectos físicos, mas também emocionais e nutricionais. A atuação conjunta desses profissionais contribui para uma assistência mais completa e efetiva (ARAÚJO, 2017). 

 Os principais objetivos deste estudo são promover o bem-estar materno e fetal, prevenir complicações e garantir um desfecho positivo para a gestação, através de uma abordagem integral e individualizada da equipe de enfermagem. 

Busca-se, portanto, capacitar os profissionais para o diagnóstico precoce da DHEG, implementando estratégias eficazes de monitoramento da pressão arterial e oferecendo orientações e suporte emocional às gestantes. A justificativa para este estudo reside na importância da assistência de enfermagem para a saúde e segurança das gestantes com DHEG, bem como na necessidade de pesquisas e estudos que embasem as práticas de cuidado, visando a melhoria dos resultados clínicos e qualidade de vida dessas mulheres. Quanto à metodologia, será adotada uma revisão bibliográfica abrangente, com análise crítica de estudos e evidências científicas disponíveis sobre o tema, buscando embasar as recomendações e intervenções propostas para a assistência de enfermagem nesta condição específica. 

 A educação em saúde desempenha um papel fundamental na assistência à gestante com DHEG. É necessário fornecer orientações claras sobre os cuidados pré-natais, sinais de alerta, autocuidado e planejamento familiar. Essas informações são essenciais para que a gestante possa adotar medidas preventivas e tomar decisões informadas sobre sua saúde e a do feto. A educação em saúde também contribui para a promoção da autonomia da gestante, capacitando-a a participar ativamente do seu próprio cuidado (OLIVEIRA, 2021). 

2.  Revisão da literatura 

 A doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) é uma condição que apresenta diversos fatores de risco associados. Dentre eles, destacam-se a idade materna avançada, o histórico familiar de hipertensão, a obesidade e o diabetes gestacional. Estudos têm demonstrado que mulheres com idade materna avançada têm maior probabilidade de desenvolver DHEG, devido às alterações fisiológicas próprias do envelhecimento. Além disso, a presença de histórico familiar de hipertensão aumenta significativamente o risco dessa doença durante a gestação. A obesidade também é considerada um fator de risco importante para o desenvolvimento da DHEG, pois está associada ao aumento da resistência à insulina e à inflamação crônica, que podem levar ao desequilíbrio metabólico e à disfunção endotelial. O diabetes gestacional, por sua vez, está relacionado ao aumento da resistência à insulina e à produção inadequada de insulina pelas células beta do pâncreas, o que pode contribuir para o desenvolvimento da DHEG (PEREIRA, REIS, SOUSA, 2019). 

 O diagnóstico precoce da DHEG é fundamental para evitar complicações graves tanto para a mãe quanto para o feto. A detecção precoce permite o início imediato do tratamento adequado e a adoção de medidas preventivas que visam controlar os níveis pressóricos e minimizar os danos causados pela doença. Além disso, o diagnóstico precoce possibilita um acompanhamento mais próximo da gestante, permitindo uma intervenção rápida em caso de complicações. Estudos têm demonstrado que o diagnóstico tardio da DHEG está associado a um maior risco de pré-eclâmpsia grave, eclâmpsia, descolamento prematuro de placenta e restrição de crescimento fetal (ZORZAL, MEDEIROS, CABRAL, 2022). 

 As principais manifestações clínicas da DHEG incluem hipertensão arterial, proteinúria, edema e distúrbios visuais. A hipertensão arterial é caracterizada por níveis pressóricos acima de 140/90 mmHg e pode ser acompanhada por sintomas como dor de cabeça, tontura e visão turva. A proteinúria, por sua vez, é a presença de proteínas na urina e pode ser detectada por meio de exames laboratoriais. O edema é uma manifestação comum na gestação, mas quando associado à DHEG pode se tornar mais pronunciado e generalizado. Já os distúrbios visuais podem variar desde visão embaçada até perda total da visão e são considerados sinais de alerta para complicações graves da doença (CABRAL, 2019). 

 A DHEG pode levar a complicações graves tanto para a mãe quanto para o feto. Entre as possíveis complicações estão a pré-eclâmpsia grave, que se caracteriza pela presença de hipertensão arterial severa e disfunção de órgãos; a eclâmpsia, que consiste em convulsões associadas à pré-eclâmpsia; o descolamento prematuro de placenta, que ocorre quando a placenta se desprende do útero antes do parto; e a restrição de crescimento fetal, que é caracterizada pelo desenvolvimento inadequado do feto. Essas complicações podem levar a consequências graves, como insuficiência renal, acidente vascular cerebral, hemorragia e óbito materno e fetal (SANTOS, 2021). 

 A abordagem terapêutica da DHEG envolve uma série de medidas que visam controlar a pressão arterial e minimizar os danos causados pela doença. O uso de medicamentos anti-hipertensivos é uma das principais estratégias terapêuticas, sendo indicado quando os níveis pressóricos estão acima dos valores de referência. Além disso, o repouso no leito é recomendado para reduzir a pressão arterial e evitar esforços físicos que possam desencadear complicações. A restrição de sal na dieta também é importante para controlar a retenção hídrica e reduzir a pressão arterial. Por fim, o monitoramento regular da pressão arterial e dos níveis de proteína na urina é essencial para avaliar a eficácia do tratamento e identificar precocemente possíveis complicações FASSARELLA, ALMEIDA, TELES, (2020). 

 O acompanhamento pré-natal adequado é fundamental para gestantes com DHEG. Esse acompanhamento inclui visitas regulares ao médico ou enfermeiro obstetra, exames laboratoriais e ultrassonografias periódicas. Durante as consultas pré-natais, são realizadas avaliações clínicas e exames complementares para monitorar o estado de saúde da gestante e do feto. Os exames laboratoriais permitem verificar os níveis de pressão arterial, proteínas na urina, função renal, entre outros parâmetros importantes para o diagnóstico e controle da DHEG. Já as ultrassonografias são utilizadas para avaliar o crescimento fetal, a circulação uteroplacentária e a presença de possíveis complicações (LIMA, LEAL, 2022). 

 A educação e orientação às gestantes com DHEG são fundamentais para garantir o autocuidado e prevenir complicações. Durante o acompanhamento prénatal, é importante fornecer informações sobre os cuidados com a saúde durante a gravidez, incluindo a importância do controle da pressão arterial em casa. As gestantes devem ser orientadas sobre como medir corretamente a pressão arterial e quais valores são considerados normais ou indicativos de complicações. Além disso, é essencial que as gestantes sejam informadas sobre os sinais de alerta que indicam o agravamento da doença, como dor abdominal intensa, visão turva persistente e diminuição dos movimentos fetais. Dessa forma, as gestantes poderão reconhecer precocemente os sinais de complicação e buscar assistência médica imediata (OLIVEIRA, 2021). 

2.1 Definição e características da Doença Hipertensiva Específica da Gravidez  (DHEG) 

 A Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) é uma condição que apresenta diversos fatores de risco associados. Dentre eles, destaca-se a idade materna avançada, que está relacionada ao aumento da incidência de hipertensão gestacional. Além disso, o histórico familiar de hipertensão também é considerado um fator de risco importante para o desenvolvimento da DHEG. Outros fatores como obesidade e diabetes também estão associados a um maior risco de desenvolver essa doença durante a gestação (COELHO, 2016). 

 Os sinais e sintomas característicos da DHEG são fundamentais para o diagnóstico precoce e adequado dessa condição. A pressão arterial elevada é um dos principais indicadores dessa doença, sendo necessário monitorar regularmente os níveis de pressão arterial das gestantes. Além disso, o edema, especialmente nas extremidades inferiores, é outro sinal comum da DHEG. A presença de proteinúria também é um sintoma importante a ser observado, uma vez que sua detecção pode indicar a gravidade da doença. Dor abdominal intensa e persistente também pode estar presente em casos mais graves (SILVA VITORINO, PAULA FLAUZINO, 2021). 

 O diagnóstico precoce da DHEG é essencial para evitar complicações graves, como pré-eclâmpsia e eclâmpsia. A pré-eclâmpsia é caracterizada pela presença de hipertensão e proteinúria após 20 semanas de gestação, enquanto a eclâmpsia se manifesta através de convulsões em mulheres com pré-eclâmpsia não controlada. Ambas as condições podem levar a complicações sérias tanto para a mãe quanto para o feto, incluindo insuficiência renal, descolamento prematuro da placenta e restrição de crescimento fetal (LIMA, 2020). 

 Estratégias de prevenção da DHEG são fundamentais para reduzir a incidência dessa doença durante a gestação. O controle adequado da pressão arterial antes e durante a gravidez é uma medida importante para prevenir o desenvolvimento da DHEG. Além disso, a prática regular de exercícios físicos e uma alimentação saudável também são recomendadas como estratégias preventivas. A adoção de um estilo de vida saudável pode contribuir para a redução dos fatores de risco associados à DHEG (CAMPOS, GOMES, 2019).  A assistência de enfermagem no monitoramento da pressão arterial das gestantes com DHEG é essencial para garantir um acompanhamento adequado dessa condição. A realização regular de exames de rotina, como aferição da pressão arterial, é fundamental para identificar alterações precoces e possibilitar intervenções oportunas. Além disso, o acompanhamento dos níveis de proteinúria também é importante para avaliar a gravidade da doença e orientar o tratamento adequado (SANTOS, 2021). 

 As intervenções de enfermagem têm um papel fundamental no alívio dos sintomas da DHEG. O repouso adequado é recomendado como uma medida não farmacológica para controlar a pressão arterial elevada e reduzir os riscos associados à doença. Orientações sobre dieta hipossódica também são importantes, pois uma alimentação equilibrada pode contribuir para o controle da pressão arterial. A administração correta dos medicamentos prescritos também deve ser enfatizada, visando o controle da pressão arterial e a prevenção de complicações (ZORZAL, MEDEIROS, CABRAL, 2022). 

 O suporte emocional às gestantes com DHEG é de extrema importância durante todo o processo de tratamento. Oferecer informações claras sobre a doença, seus sintomas e possíveis complicações pode ajudar a reduzir a ansiedade e o medo das gestantes. Além disso, o apoio psicológico é fundamental para auxiliar as mulheres a lidarem com os desafios emocionais que podem surgir durante o tratamento da DHEG. A enfermagem desempenha um papel crucial nesse aspecto, proporcionando um ambiente acolhedor e seguro para as gestantes (ROCHA, NUNES, 2016). 

2.2 Epidemiologia e fatores de risco 

 A doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) é uma condição que afeta gestantes e apresenta alta prevalência na população feminina. Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a DHEG ocorre em aproximadamente 5% a 10% das gestações, sendo considerada uma das principais causas de morbimortalidade materna e fetal. A enfermagem desempenha um papel fundamental na identificação precoce e no acompanhamento dessas mulheres, uma vez que a detecção precoce da DHEG permite o início imediato do tratamento adequado, reduzindo os riscos de complicações graves (MAI, KRATZER, MARTINS, 2021). 

 Diversos fatores de risco estão associados ao desenvolvimento da DHEG. A idade materna avançada é um dos principais fatores, pois mulheres acima de 35 anos apresentam maior predisposição à doença. Além disso, o histórico familiar da doença também é um fator relevante, uma vez que mulheres com parentes próximos que tiveram DHEG possuem maior probabilidade de desenvolvê-la. Outros fatores como obesidade e diabetes pré-gestacional também aumentam o risco de desenvolvimento da doença. Nesse contexto, a orientação e o suporte oferecidos pela equipe de enfermagem são essenciais para auxiliar as gestantes na adoção de medidas preventivas e no controle dos fatores de risco (CABRAL, 2019). 

 A DHEG pode levar a complicações graves tanto para a mãe quanto para o feto. Entre as principais complicações estão a pré-eclâmpsia grave, caracterizada por hipertensão arterial severa e disfunção de múltiplos órgãos, a eclâmpsia, que se manifesta por convulsões, e a síndrome HELLP, uma forma grave de préeclâmpsia que envolve lesão hepática. A enfermagem desempenha um papel fundamental na prevenção e no manejo dessas complicações, por meio da monitorização contínua dos sinais vitais da gestante, do controle rigoroso da pressão arterial e da administração adequada de medicamentos (ABRAHÃO, SANTOS, 2020). 

 O monitoramento regular da pressão arterial das gestantes com DHEG é de extrema importância para o acompanhamento adequado dessa condição. A enfermagem possui a responsabilidade de realizar esse procedimento de forma precisa e sistemática, registrando os valores obtidos e interpretando os resultados. Através do monitoramento frequente da pressão arterial, é possível identificar precocemente alterações significativas que podem indicar a necessidade de intervenções imediatas (ARAÚJO, 2017). 

 As intervenções de enfermagem recomendadas para o controle da pressão arterial em gestantes com DHEG são diversas. Além da administração de medicamentos anti-hipertensivos prescritos pelo médico obstetra, a orientação quanto à adoção de hábitos saudáveis também é fundamental. A equipe de enfermagem deve fornecer informações sobre uma dieta equilibrada, rica em nutrientes essenciais e pobre em sódio, além de incentivar a prática regular de exercícios físicos adequados à gestação. Essas intervenções visam controlar a pressão arterial e minimizar os riscos associados à DHEG (PEREIRA, REIS, SOUSA, 2019). 

 A assistência às gestantes com DHEG requer um acompanhamento multidisciplinar envolvendo profissionais de enfermagem, obstetrícia, nutrição e psicologia. A integração dessas equipes é fundamental para garantir uma assistência completa e eficaz. A enfermagem desempenha um papel central nesse contexto, coordenando as ações dos diferentes profissionais envolvidos e promovendo a comunicação entre eles. Dessa forma, é possível oferecer um cuidado integral às gestantes com DHEG, abordando não apenas os aspectos clínicos, mas também as necessidades emocionais e psicossociais (MADEIRA, VIEIRA, VEIRIA, 2022). 

 A educação em saúde desempenha um papel crucial no cuidado às gestantes com DHEG. Através da educação em saúde, as gestantes são orientadas sobre o autocuidado, recebem informações sobre a importância do prénatal adequado e são instruídas sobre os sinais de alerta que devem ser comunicados à equipe de enfermagem. Essa educação visa capacitar as gestantes para o autocuidado e

para o reconhecimento precoce de complicações, contribuindo para a melhoria dos resultados maternos e perinatais. A enfermagem desempenha um papel fundamental nesse processo, fornecendo informações claras e acessíveis, além de oferecer suporte emocional durante todo o período gestacional (ABRAHÃO, SANTOS, 2020). 

Considerações finais 

 A assistência de enfermagem desempenha um papel fundamental na identificação precoce da doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), visando prevenir complicações graves tanto para a gestante quanto para o feto. Através de uma abordagem sistemática e baseada em evidências, a equipe de enfermagem pode realizar avaliações regulares da pressão arterial, além de monitorar outros sinais e sintomas característicos da DHEG, como edema, proteinúria e alterações na função renal. Essa identificação precoce possibilita o início imediato do tratamento adequado, contribuindo para a redução dos riscos associados à doença (CABRAL, 2019). 

 No acompanhamento das gestantes portadoras de DHEG, a equipe de enfermagem utiliza diversas estratégias para garantir uma assistência integral e personalizada. Além da monitorização regular da pressão arterial, são realizados exames complementares como análises laboratoriais e ultrassonografias obstétricas, que auxiliam no diagnóstico e no monitoramento do estado de saúde materno-fetal. Essas estratégias permitem uma avaliação mais precisa do quadro clínico das gestantes, possibilitando intervenções precoces e individualizadas FASSARELLA, ALMEIDA, TELES, (2020). 

 A abordagem multidisciplinar é essencial no cuidado às gestantes com DHEG. A colaboração entre médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos é fundamental para garantir um atendimento completo e abrangente. Cada profissional desempenha um papel específico nesse contexto: os médicos são responsáveis pelo diagnóstico e prescrição medicamentosa; os enfermeiros realizam o acompanhamento clínico e a educação em saúde; os nutricionistas orientam sobre uma alimentação adequada; e os psicólogos oferecem suporte emocional. Essa abordagem multidisciplinar contribui para um cuidado integral, considerando as necessidades físicas, emocionais e sociais das gestantes (LIMA, 2020). 

 O manejo da DHEG apresenta desafios específicos para a equipe de enfermagem. A administração de medicamentos anti-hipertensivos requer conhecimento técnico e habilidades específicas, além de uma monitorização rigorosa dos efeitos colaterais. Além disso, o controle do ganho de peso durante a gestação é fundamental para prevenir complicações adicionais. A equipe de enfermagem desempenha um papel importante na orientação das gestantes sobre a importância do cumprimento das prescrições médicas, bem como na promoção de hábitos saudáveis que contribuam para o controle da pressão arterial e o bem-estar materno-fetal (LIMA, LEAL, 2022). 

 Além dos aspectos clínicos, é essencial que a equipe de enfermagem ofereça suporte emocional às gestantes com DHEG. O diagnóstico dessa condição pode gerar medo, ansiedade e estresse nas gestantes, afetando sua qualidade de vida e seu bem-estar psicológico. Nesse sentido, os profissionais de enfermagem devem estar preparados para ouvir as preocupações das gestantes, fornecer informações claras e precisas sobre a doença e o tratamento, além de oferecer estratégias de enfrentamento adequadas (ROCHA, NUNES, 2016).  As orientações fornecidas pela equipe de enfermagem às gestantes com DHEG são fundamentais para garantir um cuidado pré-natal adequado. A educação em saúde é essencial para que as gestantes compreendam a importância de seguir uma alimentação saudável, repousar adequadamente e realizar atividade física moderada. Essas orientações visam não apenas controlar a pressão arterial, mas também promover o bem-estar geral da gestante e do feto, contribuindo para uma gestação saudável (CAMPOS, GOMES, 2019).  Por fim, é necessário um acompanhamento pós-parto das gestantes com DHEG, a fim de avaliar o estado de saúde da mãe e do bebê após o nascimento e prevenir possíveis complicações. A equipe de enfermagem desempenha um papel fundamental nesse momento, realizando avaliações clínicas regulares, monitorando a pressão arterial da mãe e verificando o desenvolvimento do recém-nascido. Além disso, é importante oferecer suporte emocional às mães durante esse período de transição, auxiliando-as na adaptação à nova rotina e no enfrentamento dos desafios que surgem após o parto (SILVA VITORINO, PAULA FLAUZINO, 2021). 

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1 Graduado em enfermagem, po s graduado em doce ncia para ensino te cnico e superior. E-mail: spakeano@gmail.com