ABORDAGENS AVANÇADAS NO MANEJO DE EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES: UMA ANÁLISE CIENTÍFICA DAS ESTRATÉGIAS ATUAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS

ADVANCED APPROACHES IN THE MANAGEMENT OF CARDIOVASCULAR EMERGENCIES: A SCIENTIFIC ANALYSIS OF CURRENT STRATEGIES AND FUTURE PERSPECTIVES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10637634


Bruna Freitas Magalhães1; Ludimila Queiros Rodrigues2;  Natacha Ward Sá3; Stephane Cardoso Garcia4; Juliana Doufem Silva Kato5; Priscila Cardoso Leal6; Roger Pereira Silva7; Beatriz Vollmer8; Giuliana Solha9; Diuliane Ferreira Couto10


RESUMO

INTRODUÇÃO: As urgências e emergências em serviços de saúde frequentemente envolvem doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), com destaque para as enfermidades cardiovasculares. Estas desempenham um papel significativo nas hospitalizações e regulações entre os diversos serviços de saúde, exigindo uma gestão eficaz. As doenças cardiovasculares, incluindo infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidentes vasculares cerebrais (AVC), são causas expressivas de morbidade e mortalidade global. Apesar da redução na mortalidade intra-hospitalar, as taxas hospitalares e pré-hospitalares ainda são significativas, destacando a importância de estratégias eficazes OBJETIVO: Este estudo visa realizar uma análise científica das abordagens avançadas no manejo de emergências cardiovasculares, com foco especial nas estratégias atuais e perspectivas futuras. Serão exploradas as principais complicações associadas às doenças cardiovasculares, com ênfase no IAM, a fim de destacar intervenções inovadoras, avanços tecnológicos e estratégias de prevenção. METODOLOGIA: Adotou-se uma abordagem de revisão narrativa, utilizando artigos publicados entre 2015 e 2022 nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. As fontes primárias foram os bancos de dados PUBMED, SCIELO e LILACS. Os termos de busca foram “CARDIOLOGIA” AND “COMPLICAÇÕES” AND “EMERGÊNCIA”, visando identificar estudos relevantes sobre politrauma, complicações e situações emergenciais. Foram aplicados critérios rigorosos de seleção, excluindo estudos não relacionados ou repetitivos. Após a seleção, 10 trabalhos foram explorados, e a pesquisa foi realizada em Janeiro de 2024. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As doenças cardiovasculares, especialmente o IAM, representam um desafio global. Apesar da queda na mortalidade, o Brasil ainda enfrenta altas taxas de óbitos por essas doenças, contribuindo significativamente para anos de vida perdidos. Fatores de risco, como hipertensão e histórico familiar, desempenham papel crucial nas emergências cardiovasculares. A pesquisa destacou a predominância de IAM em homens, especialmente entre 60 e 69 anos. Fatores como tabagismo e diabetes foram identificados como riscos significativos. Profissionais de enfermagem desempenham papel essencial na educação sobre saúde, evidenciado por inovações como o aplicativo S.O.S Infarto, facilitando o acesso aos serviços de saúde. Observou-se uma mudança na abordagem ao IAM, com a introdução da tele-ecocardiografia em departamentos emergenciais, aprimorando diagnósticos. A destruição celular desencadeada pelo IAM requer uma abordagem holística, não apenas aliviando a dor, mas controlando sistemicamente os efeitos isquêmicos.O IAM com supradesnivelamento do segmento ST (STEMI) é urgente, mas estudos indicam uma disparidade entre a incidência e a mortalidade. Protocolos inclusivos e estudos populacionais são essenciais para aprimorar abordagens clínicas e de saúde pública. CONCLUSÃO:A complexidade das doenças cardiovasculares demanda abordagens multifacetadas. A evolução tecnológica, representada por inovações como aplicativos e telemedicina, destaca a necessidade de integração dessas ferramentas para otimizar detecção precoce e acesso aos cuidados. O compromisso contínuo com pesquisa e implementação efetiva dessas abordagens pode contribuir para reduzir morbidade e mortalidade relacionadas a emergências cardiovasculares, promovendo uma sociedade mais saudável e resiliente.

Palavras-chave: Emergências Cardiovasculares; Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); Abordagens Avançadas

ABSTRACT

INTRODUCTION: Emergencies in healthcare services often involve non-communicable chronic diseases (NCDs), with a particular emphasis on cardiovascular disorders. These play a significant role in hospitalizations and regulations across various healthcare services, demanding effective management. Cardiovascular diseases, including acute myocardial infarction (AMI) and cerebrovascular accidents (CVAs), are substantial causes of global morbidity and mortality. Despite a decrease in in-hospital mortality, both hospital and pre-hospital rates remain significant, underscoring the importance of effective strategies. OBJECTIVE: This study aims to conduct a scientific analysis of advanced approaches in managing cardiovascular emergencies, with a special focus on current strategies and future perspectives. The primary goal is to explore the major complications associated with cardiovascular diseases, emphasizing AMI, to highlight innovative interventions, technological advancements, and prevention strategies. METHODOLOGY: A narrative review approach was adopted, utilizing articles published between 2015 and 2022 in Portuguese, English, and Spanish. Primary sources included databases such as PUBMED, SCIELO, and LILACS. The search terms were “CARDIOLOGY” AND “COMPLICATIONS” AND “EMERGENCY,” aiming to identify relevant studies on polytrauma, complications, and emergency situations. Stringent selection criteria were applied, excluding unrelated or repetitive studies. After selection, ten papers were explored, and the research was conducted in January 2024. RESULTS AND DISCUSSION:Cardiovascular diseases, especially AMI, pose a global challenge. Despite a decline in mortality, Brazil still faces high death rates from these diseases, significantly contributing to years of life lost. Risk factors such as hypertension and family history play a crucial role in cardiovascular emergencies. The research highlighted the prevalence of AMI in men, especially between the ages of 60 and 69. Factors like smoking and diabetes were identified as significant risks. Nursing professionals play an essential role in health education, evidenced by innovations such as the S.O.S Infarction app, facilitating access to healthcare services. A shift in the approach to AMI was observed with the introduction of tele-echocardiography in emergency departments, enhancing diagnostics. The cellular destruction triggered by AMI requires a holistic approach, not only alleviating pain but also systemically controlling ischemic effects. AMI with ST-segment elevation (STEMI) is urgent, but studies indicate a disparity between incidence and mortality. Inclusive protocols and population-based studies are essential to enhance clinical and public health approaches. CONCLUSION: The complexity of cardiovascular diseases demands multifaceted approaches. Technological evolution, represented by innovations such as applications and telemedicine, emphasizes the need to integrate these tools to optimize early detection and access to care. Ongoing commitment to research and effective implementation of these approaches can significantly contribute to reducing morbidity and mortality related to cardiovascular emergencies, promoting a healthier and more resilient society.

Keywords: Cardiovascular Emergencies; Acute Myocardial Infarction (AMI); Advanced Approaches

INTRODUÇÃO

As situações de urgência e emergência atendidas pelos serviços de saúde frequentemente envolvem as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), das quais as enfermidades cardiovasculares se destacam como responsáveis por uma considerável parcela das hospitalizações e regulações entre os diversos serviços de saúde. Isso demanda uma coordenação mais estreita entre os fluxos assistenciais e uma gestão eficaz e eficiente, como indicado por Medeiros, Meneghel e Gerhardt em 2012. As doenças cardiovasculares (DCV), com ênfase nas isquêmicas, como o infarto agudo do miocárdio (IAM), as hipertensivas e as cerebrovasculares, como os acidentes vasculares encefálicos (AVE), estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade global. Embora haja uma redução notável da mortalidade intra-hospitalar, as taxas de mortalidade hospitalar e pré-hospitalar associadas a esses distúrbios ainda são significativas, conforme relatado pelo Brasil em 2019 ( MEDEIROS; MENEGHEL; GERHARDT, 2012).

Os eventos cardiovasculares adversos principais, também designados pelo acrônimo MACE (Major Adverse Cardiovascular Events), englobam diversos incidentes negativos identificados em várias pesquisas, tais como insuficiência cardíaca, reinfarto não fatal, recorrência da dor anginosa, readmissão hospitalar devido a condições relacionadas à doença cardiovascular (DCV), intervenção coronária percutânea repetida (ICP), cirurgia de revascularização do miocárdio e todas as causas de mortalidade, incluindo Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC). É imperativo identificar e tratar eficazmente os fatores de risco associados à arteriosclerose para mitigar o risco de MACE, promovendo, assim, a saúde e a longevidade. A emergência cardiovascular é uma condição crítica que demanda atenção imediata, sendo responsável por uma significativa parcela de morbidade e mortalidade em todo o mundo. As principais causas de emergência cardiovascular estão intrinsecamente ligadas às doenças cardiovasculares, com destaque para o IAM e o AVC. O IAM ocorre quando há uma interrupção significativa do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco, resultando em danos irreversíveis. Por sua vez, o AVC decorre da obstrução ou ruptura de vasos sanguíneos cerebrais, levando a uma deficiência no suprimento de sangue para o cérebro (ANTUNES et al., 2016).

Nas últimas décadas, houve uma notável queda na taxa de mortalidade ligada a doenças cardiovasculares, graças aos avanços na prevenção inicial e no tratamento da síndrome coronariana aguda. Embora essa tendência seja global, sua expressividade é mais notável em países desenvolvidos, onde o acesso oportuno a tratamentos adequados é mais prevalente. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, registrados por meio do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), cerca de 350 mil óbitos relacionados a doenças cardiovasculares foram contabilizados no Brasil em 2015. Essas condições ainda persistem como a principal causa de mortalidade proporcional, contribuindo com 27,6% das mortes naquele ano e sendo responsáveis pela maior parcela de anos de vida perdidos devido a mortes prematuras (MARCOLINO et al., 2018).

Dentro do âmbito das enfermidades cardiovasculares, o infarto agudo do miocárdio (IAM) emerge como a principal causa de falecimento (26,0%).6 A taxa de mortalidade em instituições de saúde pública supera aquela observada em instalações privadas, apresentando uma diferença de 7%.Essa discrepância pode ser atribuída às complexidades no acesso do paciente com IAM a tratamentos intensivos, procedimentos de reperfusão e diretrizes terapêuticas estabelecidas para o infarto. Parte superior do formulário

 Os sintomas de emergência cardiovascular podem variar, mas frequentemente incluem dor torácica intensa, falta de ar, sudorese profusa, náuseas e desmaios. A pronta identificação e resposta a esses sinais são cruciais para garantir uma intervenção rápida e eficaz, minimizando danos e maximizando as chances de recuperação. Além disso, fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, obesidade e histórico familiar de doenças cardiovasculares desempenham um papel significativo no desencadeamento dessas emergência (MARCOLINO et al., 2018).

OBJETIVO

Este estudo tem como objetivo realizar uma análise abrangente e detalhada das abordagens avançadas no manejo de emergências cardiovasculares, com foco principal nas estratégias atuais e nas perspectivas futuras.

METODOLOGIA

A presente pesquisa adotou uma abordagem de revisão narrativa, com o objetivo de analisar artigos pertinentes ao tema de politrauma e suas complicações, abrangendo o período de 2015 a 2024. A seleção dos estudos foi conduzida nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, utilizando como fontes primárias os bancos de dados United States National Library of Medicine (PUBMED), Online Scientific Electronic Library (SCIELO) e Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS). Os termos de busca utilizados foram “CARDIOLOGIA” AND “COMPLICAÇÕES” AND “EMERGÊNCIA”, visando identificar estudos relevantes que abordassem a interseção entre politrauma, suas complicações e situações emergenciais. Esses termos foram selecionados de maneira a abranger as diversas nuances e aspectos relacionados ao tema de interesse.

O processo de seleção dos estudos seguiu critérios rigorosos. Foram excluídos os estudos que não estavam diretamente relacionados à temática proposta ou que se repetiam nas bases de dados utilizadas. Além disso, foram excluídos trabalhos que não contemplavam o período temporal estipulado para a análise, garantindo assim a relevância e atualidade das informações obtidas.         A busca inicial resultou em 138 artigos identificados como relacionados ao tema proposto. Posteriormente, aplicando os critérios de exclusão e seleção, foram explorados detalhadamente 10 trabalhos científicos que atenderam aos requisitos predefinidos. Essa seleção cuidadosa permitiu a análise aprofundada de estudos específicos que contribuíram para a construção do conhecimento neste trabalho. Cabe destacar que a pesquisa foi conduzida durante o mês de janeiro de 2024, proporcionando uma visão atualizada e abrangente sobre a temática em questão. O filtro de três passos adotado na seleção dos artigos contribuiu para assegurar a qualidade e a relevância dos estudos incluídos, garantindo, assim, uma análise consistente e confiável das informações disponíveis na literatura científica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio (IAM), representam um desafio significativo para a saúde pública, tanto no Brasil quanto globalmente, com elevadas taxas de incidência e mortalidade1. A taxa de mortalidade por essas causas no Brasil, estimada em 183,3 por 100.000 habitantes, situa-se entre as mais elevadas em nível mundial, comparável a países como China e nações do Leste Europeu. Essa situação complexa pode ser atribuída não apenas à mudança na estrutura demográfica da população, mas também ao aumento da exposição a fatores de risco amplamente reconhecidos associados às doenças cardiovasculares. Estes incluem o sedentarismo, aumento no consumo de carnes e gorduras, redução na ingestão de frutas e verduras, consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e um aumento na prevalência de obesidade (SANTOS et al., 2018)

Nas últimas décadas, as enfermidades cardiovasculares, em particular a doença isquêmica do coração, emergiram como as principais responsáveis pelas fatalidades em todo o mundo, apesar da diminuição nas taxas de mortalidade ajustadas por idade.  O aumento das doenças isquêmicas do coração pode ser atribuído a fatores multifacetados, incluindo mudanças nos hábitos alimentares, sedentarismo e desigualdades no acesso aos cuidados de saúde. Ao examinar a mortalidade, torna-se crucial contemplar a disparidade na qualidade dos registros de óbitos no Brasil, variando consideravelmente entre regiões e municípios, com uma notável robustez nas capitais. Indicadores como a proporção de óbitos por causas mal definidas e a utilização de códigos-lixo destacam as complexidades no diagnóstico das patologias, no acesso aos serviços de saúde e no preenchimento dos registros. Implementar correções torna-se imperativo para uma estimativa precisa das taxas de mortalidade, possibilitando comparações ao longo dos anos entre diversas regiões (FERREIRA et al., 2020).

Uma pesquisa revelou uma predominância de casos de infarto agudo do miocárdio no sexo masculino, especialmente entre indivíduos na faixa etária de 60 a 69 anos. Os fatores de risco identificados incluíram idade avançada, tabagismo, dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes mellitus e histórico patológico familiar. A localização mais comum do infarto foi na superfície anterior do coração, com mais de 80% dos pacientes submetidos à terapia trombolítica. Observou-se uma maior taxa de mortalidade entre os homens, agravada pelo aumento da idade, principalmente devido ao choque cardiogênico. Esses achados indicam que o sexo masculino está mais suscetível ao infarto agudo do miocárdio, evidenciando a influência direta e proporcional dos fatores de risco cardiovascular no desenvolvimento dessa doença. Conforme a idade avança, a incidência de complicações letais torna-se mais prevalente. Esta pesquisa ressalta a importância da identificação e gestão eficaz dos fatores de risco para mitigar o impacto do infarto agudo do miocárdio, especialmente em grupos populacionais mais vulneráveis (PC et al.,2019)

Uma pesquisa demostrou o papel crucial dos profissionais de enfermagem na educação sobre saúde, enfatizando a importância de hábitos saudáveis. O aplicativo S.O.S Infarto foi apresentado como uma ferramenta inovadora, proporcionando uma estratégia de avaliação de risco baseada na clínica, com potencial para alertar usuários sobre sintomas e direcioná-los a serviços de saúde próximos. A facilidade de uso e a incorporação da tecnologia móvel foram ressaltadas como vantagens, destacando o potencial impacto positivo na assistência primária em saúde. O desenvolvimento do aplicativo foi fundamentado na ideia de utilizar a tecnologia em benefício da promoção à saúde, facilitando o autocuidado e melhorando o acesso aos serviços especializados, especialmente em áreas com desigualdades socioeconômicas (SOUZA et al., 2020).

Uma pesquisa demostrou uma mudança notável foi observada na abordagem aos casos de infarto agudo do miocárdio (IAM), especialmente na emergência, onde muitos médicos inicialmente enfrentavam dificuldades em reconhecer sinais no eletrocardiograma. A introdução da tele-ecocardiografia em alguns departamentos emergenciais desempenhou um papel crucial na determinação do diagnóstico preciso (CEZAR et al., 2021)

A destruição celular do músculo cardíaco ou isquemia desencadeia comumente um evento conhecido como Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Este fenômeno é frequentemente acompanhado por sensações dolorosas no peito, manifestadas como aperto ou desconforto, que podem se estender pelos ombros, braços, costas, pescoço ou mandíbula. O manejo eficaz do IAM não se limita apenas ao alívio da dor, mas também envolve a contenção dos efeitos sistêmicos desencadeados pelo processo isquêmico. A busca por intervenções que minimizem a liberação exacerbada de catecolaminas, juntamente com estratégias direcionadas ao controle da pressão arterial e da frequência cardíaca, torna-se essencial para prevenir complicações adicionais e melhorar o prognóstico do paciente. A abordagem holística no tratamento não apenas visa o alívio imediato dos sintomas, mas também busca mitigar os impactos adversos no sistema circulatório, contribuindo assim para uma recuperação mais eficaz e promovendo a saúde cardiovascular a longo prazo.A abordagem holística no tratamento do IAM, como enfatizado pelos estudos, vai além do alívio sintomático, buscando mitigar os impactos sistêmicos desencadeados pela isquemia. Estratégias direcionadas ao controle da pressão arterial, da frequência cardíaca e à minimização da liberação de catecolaminas são cruciais para prevenir complicações adicionais e melhorar o prognóstico dos pacientes. (Abdi  &  Basgut,  2016)

O Infarto Agudo do Miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (STEMI) emerge como uma das manifestações clínicas preponderantes da cardiopatia isquêmica, destacando-se pela sua urgência terapêutica. A identificação clínica precisa deste quadro é crucial para a implementação imediata de estratégias de intervenção. Embora estudos evidenciem uma redução na incidência do STEMI, a mortalidade associada a essa condição permanece praticamente inalterada, como indicam pesquisas recentes. A criação de protocolos de coleta de dados mais inclusivos e a realização de estudos de base populacional são passos cruciais para preencher essa lacuna de conhecimento e melhorar as abordagens clínicas e de saúde pública relacionadas ao Infarto Agudo do Miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST. (ALVES et al., 2020)

CONCLUSÃO

Diante do cenário complexo das doenças cardiovasculares, especialmente do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com supradesnivelamento do segmento ST (STEMI), esta análise científica destaca a urgência de abordagens avançadas no manejo de emergências cardiovasculares. O IAM, junto com outras doenças cardiovasculares, continua a ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade em escala global, demandando uma atenção contínua e estratégias inovadoras para otimizar a prevenção, diagnóstico e tratamento.

As evidências apresentadas revelam uma complexa interação entre fatores demográficos, socioeconômicos e comportamentais que influenciam a incidência e mortalidade relacionadas às doenças cardiovasculares. A alta taxa de mortalidade no Brasil, comparável a países como China e nações do Leste Europeu, destaca a necessidade urgente de aprimorar a qualidade dos registros de óbitos, promovendo uma estimativa precisa das taxas de mortalidade e facilitando comparações ao longo do tempo e entre regiões.

A evolução tecnológica, exemplificada pelo aplicativo S.O.S Infarto e pela tele-ecocardiografia, destaca a importância de integrar inovações para melhorar a detecção precoce, a resposta rápida e o acesso aos cuidados de saúde. A pesquisa evidencia também a contribuição significativa dos profissionais de enfermagem na promoção de hábitos saudáveis e no desenvolvimento de ferramentas inovadoras.

Em resumo, a complexidade das doenças cardiovasculares exige uma abordagem multifacetada que integre avanços tecnológicos, promoção da saúde, educação, e estratégias terapêuticas inovadoras. O compromisso com a pesquisa contínua e a implementação efetiva dessas abordagens pode contribuir significativamente para a redução da morbidade e mortalidade associadas às emergências cardiovasculares, promovendo uma sociedade mais saudável e resiliente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SOUZA, C et al.Aplicativo móvel como ferramenta de assistência e prevenção ao infarto agudo do miocárdio.Enfermería Actual de Costa Rica , n.39, pp.129-143,2020.


1, 2Médica pela Universidade de Rio Verde (UNIRV), Rio Verde, Goiás, Brasil

3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10Acadêmica de medicina pela Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, Brasil.