“DESVENDANDO O HEMATOMA PONTINO: ABORDAGEM ATUALIZADA SOBRE CAUSAS, DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS”

“DISCOVERING POINT HEMATOMA: UPDATED APPROACH ON CAUSES, DIAGNOSIS AND THERAPEUTIC INTERVENTIONS”

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10633061


Marcos Ramon Ribeiro dos Santos Mendes1; Anne Jacob de Souza Araújo2; Rafael Quesado Vidal3; Ana Selma Ferreira Ribeiro4; Adriana Cavalcante Andrade5; Fernanda Valéria Lopes Rocha Tosa6; Cirlandio Coutinho de Lima7; Alany de Sousa Monteiro Belmont8; Antônio Marcos de Carvalho Alencar9; Adrielle dos Santos Silva10


RESUMO

Introdução: O hematoma pontino é uma condição neurológica severa que se caracteriza pelo acúmulo de sangue na área do pons, uma região crucial do tronco cerebral. Objetivo: Realizar uma revisão na literatura de artigos recentes sobre o hematoma pontino. Metodologia: foi realizada uma busca na literatura sobre hematoma pontino no Pubmed, publicados nos últimos anos. Resultados e discussão: Esta condição pode manifestar-se em decorrência de traumatismos cranioencefálicos, ruptura de aneurismas cerebrais ou distúrbios de coagulação, apresentando potencial para desencadear sintomas graves, tais como alterações na consciência, dificuldades respiratórias e déficits neurológicos. O diagnóstico preciso do hematoma pontino é de importância fundamental e, frequentemente, é conduzido por meio de exames de imagem avançados, como ressonância magnética e tomografia computadorizada. O tratamento requer intervenção médica urgente, incluindo cirurgia para a remoção do sangue acumulado e alívio da pressão intracraniana. Considerações finais: O prognóstico do hematoma pontino é desafiador, com uma taxa de mortalidade considerável e a possibilidade de sequelas neurológicas persistentes. A pesquisa continua a desempenhar um papel importante no aprimoramento das estratégias de diagnóstico e tratamento.

PALAVRAS CHAVE: Hematoma. Ponte. Tronco cerebral.

ABSTRACT

Introduction: Pontine hematoma is a severe neurological condition that is characterized by the accumulation of blood in the pons area, a crucial region of the brain stem. Objective: To carry out a literature review of recent articles on pontine hematoma. Methodology: a search was carried out in the literature on pontine hematoma in Pubmed published in recent years. Results and discussion: This condition can occur as a result of traumatic brain injuries, ruptured cerebral aneurysms or coagulation disorders, with the potential to trigger serious symptoms, such as changes in consciousness, breathing difficulties and neurological deficits. The accurate diagnosis of pontine hematoma is of fundamental importance and is often conducted using advanced imaging tests, such as magnetic resonance imaging and computed tomography. Treatment requires urgent medical intervention, including surgery to remove accumulated blood and relieve intracranial pressure. Final considerations: The prognosis of pontine hematoma is challenging, with a considerable mortality rate and the possibility of persistent neurological sequelae. Research continues to play a significant role in enhancing diagnostic and treatment strategies.

KEYWORDS: Hematoma. Bridge. Brainstem.

INTRODUÇÃO

A hematoma pontino é uma condição neurológica grave e potencialmente fatal caracterizada pelo acúmulo de sangue no tronco cerebral, especificamente na região do pons. O pons é uma parte vital do cérebro localizada na base do tronco cerebral, que desempenha um papel fundamental na regulação de funções vitais, como a respiração, a frequência cardíaca, a consciência e a coordenação motora [1].

O desenvolvimento de um hematoma nessa área crítica do cérebro pode ter consequências devastadoras, uma vez que a pressão exercida pelo sangue acumulado pode afetar diretamente as estruturas nervosas e interromper a transmissão de sinais vitais. A hematoma pontino é geralmente causada por trauma cranioencefálico, como lesões resultantes de acidentes automobilísticos, quedas graves ou ferimentos na cabeça. Além disso, condições médicas, como hipertensão arterial e distúrbios de coagulação, também podem predispor ao desenvolvimento de hematomas intracranianos, incluindo aqueles no pons [2].

Este estudo tem como objetivo destacar a gravidade do hematoma pontino, bem como a necessidade urgente de diagnóstico e intervenção médica adequados. A compreensão dos sintomas, dos fatores de risco e das opções de tratamento é essencial para pacientes, familiares e profissionais de saúde envolvidos no cuidado desses casos críticos[3].

METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão minuciosa sobre o tema, utilizando a base de dados da U.S National Library of Medicine (PubMed) para analisar os artigos publicados nos últimos anos, com ênfase nos principais achados radiológicos relacionados ao hematoma pontino. Inicialmente, foram identificados 158 resultados por meio da pesquisa utilizando as palavras-chave “hematoma pontino”. Posteriormente, aplicamos critérios rigorosos de relevância e qualidade, resultando na seleção de 9 artigos que compõem esta revisão centrada no tema em questão.

A análise desses artigos proporcionou uma compreensão mais aprofundada dos achados radiológicos associados ao hematoma pontino, fornecendo informações atualizadas e pertinentes para o diagnóstico e manejo clínico desta condição neurológica crítica. A metodologia adotada foi cuidadosamente delineada para assegurar a integridade e confiabilidade desta revisão, visando contribuir significativamente para o conhecimento científico nesta área.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os estudos abordaram as principais causas subjacentes de hematoma pontino, que incluem trauma cranioencefálico, ruptura de aneurismas cerebrais, distúrbios de coagulação e condições médicas subjacentes, como hipertensão arterial [4].

No que concerne aos resultados radiológicos, os estudos delinearam sinais característicos de hematoma pontino, evidenciados por imagens de ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC) que destacam o acúmulo sanguíneo no pons e seu impacto nas estruturas circundantes [5].

Os resultados evidenciaram uma variedade de sintomas clínicos associados ao hematoma pontino, incluindo, mas não se limitando a, déficits neurológicos, alterações na consciência, dificuldades respiratórias e distúrbios de coordenação motora. Além desses, foram observados outros sinais que indicam um comprometimento neurológico abrangente [6].

Os estudos analisados discutiram as opções de tratamento, que geralmente envolvem intervenção cirúrgica para aliviar a pressão intracraniana e remover o sangue acumulado, juntamente com cuidados de suporte, como ventilação mecânica [7].

No que tange ao prognóstico associado ao hematoma pontino, as pesquisas enfatizaram a extrema gravidade da condição, ressaltando os desafios intrínsecos no seu tratamento. Foi salientada a considerável taxa de mortalidade, evidenciando a urgência em abordagens terapêuticas eficazes. Além disso, os estudos abordaram de maneira abrangente as possíveis sequelas resultantes dessa condição neurológica, realçando a importância não apenas de estratégias de intervenção imediata, mas também de iniciativas de reabilitação e suporte a longo prazo para otimizar a qualidade de vida pós-tratamento [8].

As principais complicações que podem surgir após o tratamento de um hematoma pontino, como o risco de infecções e disfunções neurológicas persistentes ainda são desafios relacionados à reabilitação. Esses achados destacam a complexidade e a necessidade de uma gestão abrangente e personalizada, não apenas focada na remoção do hematoma, mas também na mitigação de complicações subsequentes [9].

Os resultados obtidos enfatizaram, de maneira expressiva, a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento do hematoma pontino. A colaboração entre neurocirurgiões, intensivistas, radiologistas e outros profissionais de saúde foi ressaltada como fundamental para oferecer uma abordagem integral e coordenada diante dos desafios clínicos associados a essa condição. A sinergia entre essas especialidades pode otimizar a tomada de decisões, a implementação de procedimentos cirúrgicos e o manejo pós-operatório, visando a máxima eficácia e melhores desfechos para os pacientes [7].

Além disso, os estudos mostraram não apenas uma visão abrangente do panorama atual do tratamento do hematoma pontino, mas também apontaram diretamente para áreas cruciais de pesquisa futura. A exploração de estratégias de prevenção, a investigação de novas abordagens terapêuticas e o desenvolvimento contínuo de tecnologias de imagem avançadas para um diagnóstico mais precoce foram identificados como pontos-chave a serem abordados em estudos subsequentes. Essas perspectivas para pesquisas futuras são essenciais para aprimorar a compreensão e as práticas clínicas relacionadas ao hematoma pontino, visando progressos significativos no campo da neurologia [6].

CONCLUSÃO

O hematoma pontino demanda um diagnóstico ágil e preciso por meio de técnicas avançadas de imagem. O prognóstico comumente apresenta desafios, caracterizado por uma taxa significativa de mortalidade e potenciais sequelas neurológicas, mesmo diante de cuidados apropriados e diagnóstico precoce. Em casos mais graves, a implementação de cuidados paliativos torna-se relevante para promover conforto tanto ao paciente quanto à sua família.

Referências 

  1. Hoshino M, Akiyama H, Kashima S, Soga K, Shimizu T, Hasegawa Y. Acute onset bilateral hearing loss in dorsomedial pontine hemorrhage: A Case report. Medicine (Baltimore). 2019 Aug;98(34):e16902. doi: 10.1097/MD.0000000000016902. PMID: 31441869; PMCID: PMC6716683.
  1. Christopher J. Stapleton, MD; Fred G. Barker II, MD. Cranial Cavernous Malformations Natural History and Treatment. Stroke. 2018;49:00-00. DOI: 10.1161/STROKEAHA.117.017074.
  1. Romero ADCB, Lal Gangadharan J, Bander ED, Gobin YP, Anand VK, Schwartz TH. Managing Arterial Injury in Endoscopic Skull Base Surgery: Case Series and Review of the Literature. Oper Neurosurg (Hagerstown). 2017 Feb 1;13(1):138-149. doi: 10.1227/NEU.0000000000001180. PMID: 28931251.
  1. Georgieva VB, Krastev ED. Surgical Treatment of Brainstem Cavernous Malformation with Concomitant Developmental Venous Anomaly. Asian J Neurosurg. 2019 Apr-Jun;14(2):557-560. doi: 10.4103/ajns.AJNS_246_18. PMID: 31143282; PMCID: PMC6516034.
  1. Meng G, Bai C, Yu T, Wu Z, Liu X, Zhang J, et al. The association between cerebral developmental venous anomaly and concomitant cavernous malformation: an observational study using magnetic resonance imaging. BMC Neurol. 2014 Mar 15;14:50. doi: 10.1186/1471-2377-14-50. PMID: 24628866; PMCID: PMC3995527.
  1. Cohen BA, Knopp EA, Rusinek H, Liu S, Gonen O. Brain compression without global neuronal loss in meningiomas: whole-brain proton MR spectroscopy report of 2 cases. AJNR Am J Neuroradiol. 2005 Oct;26(9):2178-82. PMID: 16219819; PMCID: PMC7976145.
  1. Greenberg SM, Ziai WC, Cordonnier C, Dowlatshahi D, Francis B, Goldstein JN, et al. American Heart Association/American Stroke Association. 2022 Guideline for the Management of Patients With Spontaneous Intracerebral Hemorrhage: A Guideline From the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke. 2022 Jul;53(7):e282-e361. doi: 10.1161/STR.0000000000000407. Epub 2022 May 17. PMID: 35579034.
  1. Boulouis G, van Etten ES, Charidimou A, Auriel E, Morotti A, Pasi M, et al. Association of Key Magnetic Resonance Imaging Markers of Cerebral Small Vessel Disease With Hematoma Volume and Expansion in Patients With Lobar and Deep Intracerebral Hemorrhage. JAMA Neurol. 2016 Dec 1;73(12):1440-1447. doi: 10.1001/jamaneurol.2016.2619. PMID: 27723863; PMCID: PMC5584595.
  1. Wada R, Aviv RI, Fox AJ, Sahlas DJ, Gladstone DJ, Tomlinson G, Symons SP. CT angiography “spot sign” predicts hematoma expansion in acute intracerebral hemorrhage. Stroke. 2007 Apr;38(4):1257-62. doi: 10.1161/01.STR.0000259633.59404.f3. Epub 2007 Feb 22. PMID: 17322083.

1Acadêmico de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
https://orcid.org/0000-0001-9176-6797;
2Enfermeira, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0000-0002-1895-1782;
3Enfermeiro, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0009-0007-8509-1018;
4Enfermeira, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UFMA
https://orcid.org/0000-0002-8319-2401;
5Enfermeira, Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão/HU UFMA
https://orcid.org/0009-0005-2436-8752;
6Enfermeira, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UFMA
https://orcid.org/0009-0004-5959-4074;
7Enfermeiro, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UFMA
https://orcid.org/0000-0002-4166-567X;
8Enfermeira, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0009-0002-7131-9097;
9Enfermeiro, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0009-0009-7279-7622;
10Enfermeira, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0009-0001-8870-519X;