O IMPACTO DO USO DA SUPLEMENTAÇÃO DO ÁCIDO FÓLICO DURANTE A GRAVIDEZ E CORRELAÇÕES COM A ESPINHA BÍFIDA

THE IMPACT OF THE USE OF FOLIC ACID SUPPLEMENTATION DURING PREGNANCY AND CORRELATIONS WITH SPINA BIFIDA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10572830


Leticia Rodrigues Mendes1;
Luanne Xavier Mello2;
Joice Aparecida Resende Vilela3;
Solange da Silva  Malfacini4;
Leticia Moreira de Souza5;
Maria de Fátima Gonçalves Enes6


RESUMO

Espinha bífida é uma malformação congênita que resulta no fechamento inadequado da coluna vertebral do recém-nascido durante a 3ª e a 4ª semana de gestação. E os estudos tem mostrado que a suplementação com ácido fólico durante a gravidez pode ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento de espinha bífida e de outras malformações congênitas do sistema nervoso. Objetivo: Analisar criticamente os estudos disponíveis na literatura sobre a ação do ácido fólico nas suplementações gestacionais e seus efeitos preventivos contra malformações congênitas, especificamente a espinha bífida. Metodologia: Para construção do trabalho foi utilizado a revisão integrativa de literatura, que se deu através da busca de artigos nas bases eletrônicas Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS)e Scientific Electronic Library Online (SciELO) e MEDLINE por meio das palavras- chaves selecionadas segundo a classificação dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Espinha bífida, Disrafismo espinhal, Ácido fólico. Considerando os critérios de inclusão foram utilizados artigos com delimitação temporal, ou seja, os últimos 4 anos (2019-2022), disponíveis online em versões completas sendo, textos em português, inglês e espanhol; artigos científicos na íntegra e textos que abordem o tema proposto. Resultados: Foram selecionados 8 artigos referente ao ano (2019- 2022) para contemplar a pesquisa e para fundamentação através das três categorias elencadas para discussão, sendo: características do ácido fólico, a importância do ácido fólico na gestação e uso em excesso de ácido fólico. Considerações finais: Conclui-se que o ácido fólico é sem dúvida um grande aliado na prevenção de espinha bífida nos fetos, em visto que todos os estudos pesquisados defendem a redução na incidência de casos após a implementação da vitamina.

Palavras-chave: Espinha bífida, Disrafismo espinhal, Ácido fólico, Saúde Pública.

ABSTRACT

Spina bifida is a congenital malformation that results from the inadequate closure of the newborn’s spinal column during the 3rd and 4th week of gestation. Studies have shown that supplementation with folic acid during pregnancy can help reduce the risk of developing spina bifida and other congenital malformations of the nervous system. Objective: To critically analyze the available studies in the literature on the action of folic acid in gestational supplementation and its preventive effects against congenital malformations, specifically spina bifida. Methodology: An integrative literature review was conducted, searching for articles in the electronic databases Literatura Latino- Americana em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), and MEDLINE using selected keywords according to the classification of Health Sciences Descriptors (DeCS): Spina bifida, Spinal dysraphism, Folic acid. Inclusion criteria considered articles published in the last 4 years (2019-2022), available online in full-text versions, written in Portuguese, English, or Spanish, and focused on the proposed theme. Results: Eight articles were selected from the years 2019-2022 to address the research and provide a basisfor the discussion, including the characteristics of folic acid, the importance of folic acid in pregnancy, and excessive folic acid use. Conclusion: It can be concluded that folic acid is undoubtedly a great ally in the prevention of spina bifida in fetuses,as all the researched studies advocate for a reduction in the incidence of cases after the implementation of this vitamin.

Keywords: Spina bifida, Spinal dysraphism, Folic acid, Public health.

1 INTRODUÇÃO

Um dos Defeitos de Fechamento do Tubo Neural (DFTN), genericamente chamados de Espinha Bífida (EB), são malformações congênitas frequentes que ocorrem devido a uma falha no fechamento do tubo neural embrionário que surge por volta da 3ª e 4ª semanas de gestação (SCOTTADZICK, 2013). Essa condição ocorre durante a formação do feto, quando a coluna vertebral não fecha completamente, deixando a medula espinhal exposta. Isso pode resultar em danos no sistema nervoso, afetando o funcionamento de músculos, nervos e órgãos.

Existem vários tipos de espinha bífida, desde os mais leves até os mais graves. A espinha bífida oculta é a forma mais leve e geralmente não causa problemas significativos. Já a espinha bífida meningocele é uma forma mais grave, na qual a medula espinhal e as meninges se projetam para fora do corpo do feto, formando uma bolsa ou cisto.

A prevalência desses defeitos congênitos no mundo é de aproximadamente 1 em 1000 nascidos vivos, e no Brasil essa taxa é de cerca de 1,6 a cada 1000 nascidos vivos, sendo considerada a segunda maior causa de deficiência motora infantil (BUORO e NOGUEIRA, 2020).

Essa malformação possui herança multifatorial, ou seja, ocorre a interação entre vários genes e fatores ambientais (VIEIRA e CASTILLO, 2005). Dentre os fatores ambientais, estão as condições socioeconômicas, deficiência de folato e alimentos contaminados com inseticidas. A exposição materna a drogas antineoplásicas, anticonvulsivantes, agentes anestésicos e agentes infecciosos também podem induzir à formação desse defeito (CORTÉS, 2003).

O indivíduo com essa malformação enfrenta complicações que são consideradas um sério problema de saúde pública e que têm consequências em sua vida pessoal, familiar e na sociedade (BUDUKI et al., 2016).

Os sintomas da EB podem variar dependendo do tipo e da gravidade da condição. Alguns sintomas comuns incluem fraqueza ou paralisia muscular, perda de sensibilidade, problemas de bexiga e intestino, problemas de aprendizagem e coordenação, hidrocefalia e transtornos emocionais, sociais, psicossociais e deficiência cognitiva (GAÍVA et at., 2011).

Com base no exposto, foi estabelecido que a suplementação com ácido fólico no período da concepção reduz os riscos de defeitos do tubo neural, pois atua ajudando a fechar a abertura da coluna vertebral do feto, o que pode prevenir a exposição da medula espinhal. No entanto, ainda não se sabe se o ácido fólico tem algum efeito no neurodesenvolvimento da criança (GAO et al., 2016).

Alguns estudos relataram um risco aumentado de transtorno do espectro autista, além de desenvolvimento neurocognitivo prejudicado em filhos de mães que usaram suplementos de ácido fólico. Além disso, algumas revisões e relatórios publicados levantaram inúmeras questões de saúde relacionadas à fortificação de ácido fólico (WIENS e DESOTO, 2017).

Nem todos os países exigem que o suprimento de alimentos seja fortificado com ácido fólico para prevenção de deficiência da EB, apesar da evidência inequívoca de seus efeitos benéficos na redução das taxas de EB e potencialmente outras anomalias de desenvolvimento. Por outro lado, a suplementação de ácido fólico visa especificamente mulheres no período reprodutivo. A suplementação é recomendada globalmente em níveis de ingestão de pelo menos 400 µg/dia a até 5 mg/dia para mulheres com alto risco (FIELD e STOVER, 2018).

Talvez existam outras opções para o combate contra as deficiências do tubo neural além da suplementação e fortificação, como, por exemplo, campanhas que apresentem o quão crucial é uma alimentação equilibrada na saúde da gestante e, principalmente, do bebê (FISCHER; STRONATI; LANARI, 2017).

Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo analisar criticamente os estudos disponíveis na literatura sobre a ação do ácido fólico na suplementação gestacional e seus efeitos preventivos contra malformações congênitas, especificamente a espinha bífida.

Considerando que o organismo da mulher durante a gestação expressa algumas alterações fisiológicas que se iniciam desde a nidação até o final da lactação, e com o intuito de diminuir a ocorrência de deficiências congênitas, a suplementação da mulher durante a gestação é recomendada. Com base no exposto, o presente estudo justifica-se pela necessidade de abordar a suplementação com ácido fólico como prevenção de espinha bífida, tendo em vista que é de suma importância que o profissional médico tenha conhecimento sobre os possíveis benefícios e riscos associados a essa prática.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo bibliográfico de abordagem qualitativa com utilização do método de Revisão Integrativa de Literatura (RIL), já que, diante da grande quantidade de trabalhos disponíveis sobre o tema abordado, faz-se necessário compilar todas as informações em um único documento para facilitar o estudo e o método escolhido é capaz de fazer isso. O seu propósito consiste em reunir e organizar resultados de pesquisas sobre determinado tema. Por meio deste trabalho, tornar-se-á mais possível realizar uma revisão detalhada e produtiva a respeito da suplementação durante a gestação. A RIL é composta de 6 etapas: escolha do tema; levantamento bibliográfico preliminar; formulação do problema; elaboração do plano provisório de assunto; busca das fontes; leitura do material; fichamento; organização lógica do assunto; e redação do texto (GIL, 2009).

A questão norteadora usada neste estudo foi: Quais estudos presentes na literatura abordaram suplementações maternas como terapia preventiva de doenças ou malformações congênitas?

A busca bibliográfica foi desenvolvida na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) nas bases de dados eletrônicas de Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da saúde (LILACS); Scientific Electronic Library Online (SciELO) e MEDLINE por meio das palavras-chaves selecionadas segundo a classificação dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Espinha bífida, Disrafismo espinhal, Ácido fólico, Saúde pública.

Como critérios de inclusão foram utilizados artigos com delimitação temporal, ou seja, os últimos 4 anos (2019-2022), disponíveis online em versões completas sendo, textos em português, inglês e espanhol; artigos científicos na íntegra e textos que abordem o tema proposto. Como critérios de exclusão foram: estudos que não tivessem de acordo com o objetivo do estudo; repetição em mais de uma base de dados; fora do tema de escolha; publicações no formato de teses; dissertações e outros materiais que obtivesse nas bases.

Após a combinação dos descritores “Espinha bífida AND Ácido fólico AND “Disrafismo espinhal” AND “Saúde pública” foram encontradas 112 publicações,sendo 18 Lilacs, 31 Scielo e 62 Medline. Destas, após realização do filtro já citado conforme os critérios da pesquisa, foram evidenciadas 67 produções. Por meio da leitura simultânea dos títulos e resumos para averiguar quais se adequaram foram

excluídas 96 publicações que não respondiam aos critérios propostos, totalizando 8 artigos selecionados para integrar a revisão, conforme demonstrado no fluxograma 1 abaixo.

Fluxograma 1 – Identificação, seleção e inclusão das publicações selecionadas.

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.

3 RESULTADOS

Após leitura dos 8 artigos selecionados, foi elaborado o quadro abaixo, com informações quanto ao título, ano de publicação, base de dados, autores, tipo de pesquisa e pais de publicação.

Quadro 1 – Características dos estudos selecionados relativo a título do artigo, ano de publicação, base de dados, autores, tipo de pesquisa e País.

Título do arquivoBase de dadosAutores e ano de publicaçãoTipo de PesquisaConclusão
1A importância do ácido fólico e sulfato ferroso na gestaçãoLILACSPereira; Teles; Costa, 2019Estudo descritivo observacionalO estudo destaca a importância do ácido fólico e sulfato ferroso na gestação, fornecendo evidências que sustentam sua relevância para a saúde materna e fetal.





2


Importância do estudo urodinâmico  em doentes pediátrico com espinha bífida.
MEDLINESerrano et al., 2019Estudo retrospectivoO estudo ressalta a importância do estudo urodinâmico em pacientes pediátricos com espinha bífida, fornecendo informações valiosas para o manejo clínico e tratamento desses indivíduos.
3Perfil epidemiológico de mortalidade por espinha bífidaSCIELOFigueiredo et al., 2019Estudo descritivo retrospectivoO estudo apresenta o perfil epidemiológico de mortalidade relacionada à espinha bífida, fornecendo insights sobre os fatores associado e  contribuindo para a prevenção e intervenção adequada.
4Transtorno do espectro autista e a suplementação por ácido fólico durante a gestaçãoSCIELOMaia et al., 2019Revisão de literaturaA revisão de literatura explora a relação entre o transtorno do espectro autista e a suplementação por ácido fólico durante a gestação, fornecendo uma visão abrangente das evidências disponíveis.
5Prevalências dos casos de espinha bífida com diversas variáveis em recém- nascido entre os anos de 2015 a 2017SCIELOFerreira et al., 2020Estudo retrospectivo de coorteO estudo analisa a prevalência de casos de espinha bífida em  recém-nascidos, considerando diversas variáveis, oferecendo dados importantes para o monitoramento e planejamento de políticas de saúde.
6Prevalência e fatores associados ao uso de ácido fólico e ferro em gestantes da coorte BRISASCIELOLima et al., 2020Estudo transversalO estudo investiga a prevalência e os fatores associados ao uso de ácido fólico e ferro em gestantes, contribuindo para a compreensão dos padrões de suplementação e possíveis intervenções.
7O uso da suplementação de ácido fólico no perído pré-concepcional: relato de experiênciaLILACSMarcês; Camargo, 2022Relato de experiênciaO relato de experiência descreve o uso da suplementação de ácido fólico no período pré-concepcional, fornecendo informações práticas e experiências clínicas relevantes.
8Suplementação em excesso com ácido fólico durante o pré-natal: revisão de literaturaLILACSAlessio et al., 2022Revisão de literaturaA revisão de literatura examina a suplementação em excesso com ácido fólico durante o pré-natal, destacando possíveis impactos negativos e ressaltando a importância do uso adequado.

Fonte: Elaboração das autoras, 2023.

4 DISCUSSÃO

Ao realizar a seleção das bibliografias (8 artigos) potenciais e efetuar a leitura dos artigos na íntegra, foi realizada a categorização dos dados, sendo essa etapa realizada levando-se em consideração a semelhança entre os materiais selecionados, emergiram 03 (três) categorias que permitiram a discussão da temática, sendo elas: “Características do ácido fólico”, “A importância do ácido fólico na gestação” e “Uso em excesso de ácido fólico”.

4.1 Características do ácido fólico

O ácido fólico (vitamina B9) é um micronutriente importante para mulheres grávidas, pois participa da formação dos precursores do DNA e da divisão celular. Durante a gravidez, esse fato é observado de perto no feto, e a deficiência de ácido fólico pode levar a alterações morfológicas. O ácido fólico ou ácido peteroilglutâmico é um complexo de vitamina B solúvel em água (vitamina B9) essencial para uma gravidez saudável. A estrutura química do ácido fólico consiste em três partes: um anel de pteridina, ácido p-aminobenzóico e uma molécula de ácido L-glutâmico (PEREIRA; TELES; COSTA, 2019).

O ácido fólico é uma vitamina do complexo B responsável pela produção e divisão celular, reparo do DNA, produção de certas proteínas e manutenção dos sistemas nervoso e cardiovascular. A ação do ácido fólico é necessária para o fechamento do tubo neural. Sem eles, o desenvolvimento correto não é completo, o que leva a alguns problemas como a anencefalia, em que o cérebro e o crânio do feto estão completamente ausentes. Existe também a encefalocele, que se caracteriza por hérnias do cérebro e meninges por meio de aberturas no crânio. Há também espinha bífida leve a grave que ocorre quando a extremidade inferior do tubo neural não fecha e danifica a medula espinhal (MERCÊS e CAMARGO, 2022)

Deve-se notar que o efeito do folato na gravidez foi reconhecido pela descoberta original de Lucy Wills do folato em 1931 para o tratamento da anemia macrocítica em mulheres grávidas; Mais tarde, foi descoberto que o fator ativo é o folato. Desde a década de 1990, existem evidências irrefutáveis que a ingestão de ácido fólico materno antes e durante o início da gravidez previne a espinha bífida e outros defeitos congênitos do tubo neural (MERCÊS e CAMARGO, 2022).

Os benefícios do ácido fólico podem ser descritos da seguinte forma: proteção contra defeitos congênitos do tubo neural e outros defeitos congênitos; Vantagens no desenvolvimento cognitivo, psicológico e social; Menor risco de defeitos congênitos associados a diabetes e autismo; Risco reduzido de leucemia infantil e risco reduzido de pré- eclâmpsia; Prevenção da anemia megaloblástica em gestantes (PEREIRA; TELES; COSTA, 2019).

Alguns estudos indicam efeitos colaterais, como danos neurológicos; Irritabilidade e distúrbios do sono, crescimento de adenomas colorretais e reações alérgicas, eritema, coceira e erupção cutânea (PEREIRA; TELES; COSTA, 2019).

4.2 A importância do ácido fólico na gestação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma alimentação adequada e a prática de exercícios físicos para que as gestantes se mantenham saudáveis e evitem o ganho de peso excessivo. Desse modo, a intervenção nutricional no pré-natal, quando necessária, é importante para garantir uma adequada saúde da gestante e assegurar ganho de peso gestacional coerente, favorecendo bons resultados obstétricos e neonatais (PEREIRA; TELES; COSTA, 2019).

A gravidez envolve várias mudanças orgânicas inevitáveis para garantir o crescimento e desenvolvimento do feto, resultando em uma adaptação metabólica que afeta e altera o organismo da mãe. Deficiências nutricionais, como ferroe principalmente ácido fólico, que podem ou não ser expressas como anemia, são mais comuns em gestantes, mesmo em países desenvolvidos, pois suas altas necessidades são difíceis de atender com a dieta habitual (PEREIRA; TELES; COSTA, 2019).

Então, sabe-se que uma das formas de nutrição durante a gestação trata-se da ingestão do ácido fólico, pois a transposição de folato para a placenta parece muito eficiente, uma vez que pesquisas detectaram alto níveis no sangue das crianças mais que nas mães. A disponibilidade de folato para a placenta e o feto acaba por fazer a diferença na formação neural e evolução do feto com características próprias (PEREIRA; TELES; COSTA, 2019).

Alguns estudos propõem que mulheres mais jovens com baixa escolaridade e nível socioeconômico mais baixo, com relatos de comparecimento em menos de sete consultas pré-natais e que não planejaram a gravidez, apresentam um percentual menor de ácido fólico suplementação (FIGUEIREDO et al., 2019)

O ácido fólico é encontrado principalmente em: vísceras de origem animal, vegetais verdes, legumes, feijão, frutas cítricas e outros como espinafre, lentilha, grão de bico, aspargo, brócolis, ervilha, repolho, milho, amendoim e laranja. Sua deficiência está associada ao acúmulo de homocisteína sérica, associada à síndrome da gravidez hipertensiva, abortos espontâneos recorrentes, partosprematuros, baixo peso ao nascer, doença cardiovascular crônica, doença vascular cerebral, demência e depressão (SERRANO et al., 2019).

Um estudo recente descobriu que uma em cada sete pessoas tem mutação genética que causa deficiência de ácido fólico, incluindo durante a alimentação contém a quantidade recomendada de ácido fólico natural. Essas pessoas têm dificuldade A forma natural da vitamina no processo alimentar e, assim, morrer absorção e diminuição do nível de ácido fólico no sangue (FERREIRA et al., 2020).

O ácido fólico desempenha um papel importante na reprodução celular e, portanto, é essencial durante a gravidez. O folato interfere no aumento dos glóbulos vermelhos, no aumento do útero e no crescimento da placenta e do feto (LIMA et al., 2020).

O predomínio do consumo de ácido fólico durante a gravidez possui certas variações de acordo com as características das populações estudadas e o tempo de uso. No Brasil, um estudo populacional de puérperas em Pelotas-RS constatou que 32% da ingestão de suplementos foi utilizada em um dado momento da gestação. Em Diamantina, MG, a primazia de uso de suplemento alimentar na gestação foi de 31% 21 e no Rio de Janeiro, RJ, estudo com gestantes do Instituto Fernandes Figueira (Fiocruz) mostrou que 22,4% das gestantes faziam uso de dieta alimentar usada suplemento (FERREIRA et al., 2020).

Desta forma, mais importante do que saber a composição química do ácido fólico, é entender que nos casos de anomalias congênitas, a reposição de ácido fólico pode evitar os defeitos abertos do tubo neural (DATN). Sabe-se que Defeitos de oclusão do tubo neural são malformações congênitas devido à oclusão incorreta ou incompleta do tubo neural entre a terceira e a quarta semana de desenvolvimento embrionário e incluem anencefalia, encefalocele e espinha bífida, a maioria das quais hoje são devido a uma deficiência de ácido fólico (PEREIRA et al., 2019).

Nas hipóteses de anencefalia, a parte superior do tubo neural não fecha, deixando o cérebro ausente. Essas gravidezes geralmente resultam em aborto espontâneo e as pessoas que nascem morrem horas ou dias após o parto. A espinha bífida ocorre quando a extremidade inferior do tubo neural não fecha, causando danos significativos à medula espinhal (MERCÊS e CAMARGO, 2022).

Insuficiência alimentar, doenças genéticas, tabagismo, uso crônico de anticoncepcionais hormonais orais, diabetes, uso de anticonvulsivantes são alguns fatores relacionados à diminuição dos níveis séricos de ácido fólico. Em um esforço para reduzir os problemas causados pela deficiência de ácido fólico em mulheres grávidas. Uma dose diária de 0,4 mg de ácido fólico é recomendada para qualquer mulher que planeja engravidar e para aquelas que já têm filhos com problemas ou estão tomando medicamentos que afetam os níveis de folato no corpo, como é o caso dos anticonvulsivantes, 4 mg de fólico ácidos são recomendados. Para amamentação e gestantes, são usados 0,1 mg e 0,2 mg de ácido fólico por dia. A ingestão de ácido fólico é recomendada três meses antes eaté a décima segunda semana de gravidez. (LIMA et al., 2020).

Considerando esses aspectos, é também importante destacar o fato de que as consultas pré natais dão base para o aumento do uso de ácido fólico, segundo o Ministério da Saúde (MS), a prescrição de 5 mg por dia é realizada desde a primeira consulta pré-natal até a 12ª semana de gestação. A importância da suplementação periconcepcional com ácido fólico para os profissionais de saúde envolvidos no pré natal precisa ser continuamente promovida e disseminada (PEREIRA; TELES; COSTA, 2019).

4.3 Efeitos do uso em excesso de ácido fólico

Em relação ao uso abusivo de ácido fólico, existe grande incerteza entre os autores sobre os potenciais efeitos nocivos que esta vitamina poderia acarretar à saúde da mãe e do feto quando em excesso. Alguns dos malefícios que podem estar associados a esse excesso são aumento do risco de desenvolvimento de asmana infância e do risco de ocorrência de infecções de via aérea superior e chiados na primeira infância. Além disso, estudos apontam que ácido fólico em excesso promove desregulação do processo de captação renal de folato (ALESSIO et al., 2022)

A alta concentração de folato após fortificações, pode estar influenciando outros processos biológicos normais, como: aberrantes padrões de metilação do DNA e mascarar a deficiência de vitamina B12 materna. A deficiência de vitamina B12 está associada com comprometimento do crescimento fetal e danos neurológicos irreversíveis se não for diagnosticada e tratada corretamente (ALESSIOet al., 2022).

O AF em excesso durante a preconcepção também foi associado a problemas comportamentais em crianças. O estudo de Maia et al., (2019), sugere que a ingestão de altas dosagens de AF pode causar problemas neurocognitivos; e corroborando com outros estudos pode causar autismo (MAIA et al., 2019).

Outros riscos teóricos são reações alérgicas e eczema bem como efeitos cancerígenos, já que a suplementação de AF pode aumentar a velocidade de proliferação de células pré-neoplásicas e cânceres subclínicos nas gestantes (ALESSIO et al., 2022).

O excesso de ácido fólico podem causar alguns efeitos, sendo eles destacados os principais após revisão de literatura: infecções de vias aéreas superiores e chiados (Asma), desregulação do processo de captação renal de folato, aberrantes padrões de metilação do DNA, exacerbação de deficiência de B12, comprometimento do crescimento fetal, estágio puberal tardio (13,5 anos), Influência no desenvolvimento do cérebro (Autismo), reações alérgicas (Eczema), promoção do câncer (Tumor de mama e Adenoma colorretal), aumento resistência à insulina, alteração no perfil lipídico, risco de diabetes gestacional (Elaborado pelas autoras., 2022). 

Visto que os níveis de folato podem influenciar a metilação do DNA, no futuro mais estudos são necessários para explorar as diferenças sistêmicas no perfil de metilação do DNA em relação ao tempo e dosagem da suplementação com AF entre diferentes populações e entre gêneros (FIGUEIREDO et al., 2019).

Ferreira et al., (2020) demostraram que a maioria das mulheres tomam AF por um período mais longo, em vez de seguir as recomendações de tomar 400µg/dia de AF por 3 meses antes da gravidez até o final do primeiro trimestre. Foi observada que a duração ou os diferentes períodos de suplementação com AF estão associados ao maior risco de diabetes gestacional, quando o AF foi tomado por maisde 90 dias. Também foi observado neste estudo que a não suplementação com AF durante o período pré-natal está relacionada com a incidência de diabetes gestacional. Assim, não tomar AF ou tomar AF por uma duração mais longa podenão ser seguro para mulheres grávidas (FERREIRA et al., 2020).

A alta ingestão de AF está relacionada a raça caucasiana, a idade materna avançada e educação superior completa (LIMA et al., 2020), pois representammaiores recursos para acesso a suplementação com AF, sugerindo a necessidade de reeducação em toda a população sobre o uso de AF atualmente recomendado (LIMA et al., 2020).

A preocupação em relação a dose apropriada e os efeitos colaterais potenciais ainda são um debate. Como a suplementação de AF materno tem potencial de induzir efeitos epigenéticos no genoma da prole, que pode variar com a capacidade metabólica do indivíduo raça, sexo, localização geográfica ou interações com outros nutrientes, uma possível razão de inconsistência entre estudos pode ser devido a diferenças no desenho do estudo. No futuro, há definitivamente uma necessidade global de colaboração para acumular evidências científicas de uma perspectiva clínica, e para interpretar essas intervenções e efeitos potenciais (ALESSIO et al., 2022).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo analisar criticamente na literatura sobre a ação do ácido fólico nas suplementações gestacionais e seus efeitos preventivos contra malformações congênitas, especificamente a espinha bífida. Para o alcance deste objetivo foi realizado pesquisas bibliográficas para aprofundamento da temática, buscando artigos baseados em informações documentais nas quais deram suporte para enfatizar os temas desenvolvidos.

Com base nisto, foi possível identificar que o ácido fólico é sem dúvida um grande aliado na prevenção de espinha bífida nos fetos, em visto que todos os estudos pesquisados defendem a redução na incidência de casos após a implementação da vitamina.

É importante destacar que o ácido fólico deve ser usado com cautela e não deve exceder a quantidade de ingestão diária recomendada pelo Ministério da Saúde, pois há evidências consideráveis de que o excesso de ácido fólico podelevar a potenciais efeitos adversos tanto para a mãe quanto para o feto.

Foi identificado, que embora o ácido fólico seja estudado há décadas, ainda é interesses sobre sua importância para gestante e na formação biológica do feto. O uso do ácido fólico na prevenção de defeitos do tubo neural por não oclusão já foi intensificado e difundido na literatura mundial. O folato é essencial durante a gravidez porque é nessa fase que a eritropoiese materna aumenta e o tecido fetal se forma rapidamente, portanto, essa coenzima é muito necessária para a reprodução celular. Em suma, pelos fatos acima mencionados, a fortificação com ácido fólico é uma intervenção indiscutível na prevenção primária de defeitos do tubo neural.

Como limitação do estudo foi observado as contradições na literatura, referente ao valor ideal do suplemento para evitar efeitos colaterais raros, sendo necessário mais estudos que determine a dose mais eficaz de ácido fólico. Espera-se que através desde estudo os profissionais médicos planejem estratégias de saúde pública para aumentar a conscientização sobre a utilização de ácido fólico na gravidez e incentivar os profissionais de saúde para evitar o uso de dosagens de ácido fólico acima do recomendado.

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¹Acadêmica de Medicina, Universidade Iguaçu (UNIG), Nova Iguaçu – RJ, Brasil;
²Acadêmica de Medicina, Universidade Iguaçu (UNIG), Nova  Iguaçu – RJ, Brasil;
3Médica Veterinária, Doutora em Ciências Veterinárias. Professora Assistente, Universidade Iguaçu (UNIG), Nova Iguaçu – RJ, Brasil;
4Mestre em Atenção Primária. Professora Assistente, Universidade Iguaçu (UNIG), Nova Iguaçu – RJ, Brasil;
5Mestre em Biologia Parasitária. Professora Assistente, Universidade Iguaçu (UNIG), Nova Iguaçu – RJ, Brasil;
6Mestre em Ciências Biológicas e Doenças Parasitárias. Professora Adjunta, Universidade Iguaçu (UNIG), Nova Iguaçu – RJ, Brasil;