DISTÚRBIOS MOTORES OCASIONADOS PELA DOENÇA DE PARKINSON E O PAPEL DA DOPAMINA EM SEU TRATAMENTO

MOTOR DISORDERS CAUSED BY PARKINSON’S DISEASE AND THE ROLE OF DOPAMINE IN ITS TREATMENT

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10553570


Sabriny Noleto Kasburg1; Delyone de Paula Canedo Filho2; Paula Rodrigues Andrade da Cunha Loureiro3; Vitória Medeiros Paixão4; Vivian Marina Regis Pedreira5; Wladimir Pereira Courte Junior6; Josy Barros Noleto de Souza7; Alba Xavier de Mello8; Mattea Dahlke Zamonaro9


RESUMO 

A doença de Parkinson (DP) é uma enfermidade neurológica progressiva que tem ganhado crescente importância devido ao seu aumento na prevalência ao longo das últimas décadas. Ela se destaca como uma das doenças neurodegenerativas mais comuns, impondo um significativo impacto na qualidade de vida dos afetados. Objetivo: O objetivo deste estudo é investigar os distúrbios motores associados à doença de Parkinson, bem como analisar o papel fundamental da dopamina no seu tratamento. Metodologia: O estudo tem uma abordagem metodológica voltada para a revisão de literatura científica sobre a doença de Parkinson, com ênfase nos distúrbios motores e no tratamento com dopamina. Resultados: As análises destacaram a importância crítica da dopamina na modulação dos sistemas motores, bem como sua deficiência como fator desencadeante dos sintomas característicos da DP. Além disso, foi identificado que as opções terapêuticas atuais, incluindo a levodopa e a estimulação cerebral profunda, desempenham um papel significativo na melhoria dos sintomas motores e na qualidade de vida dos pacientes. Conclusões: Com base nas literaturas revisadas, concluiu-se que a dopamina desempenha um papel central na fisiopatologia da doença de Parkinson, e a compreensão dessa relação é fundamental para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes. Além disso, os tratamentos existentes demonstram ser clinicamente úteis na gestão dos distúrbios motores associados à DP. As implicações práticas deste estudo sugerem a necessidade contínua de pesquisas e desenvolvimento de terapias direcionadas à restauração da função dopaminérgica. Isso pode resultar em melhorias substanciais no tratamento e no cuidado dos pacientes com doença de Parkinson, com o potencial de impactar positivamente sua qualidade de vida. 

Palavras-chave: Doença de Parkinson, dopamina, distúrbios motores, tratamento. 

ABSTRACT 

Parkinson’s disease (PD) is a progressive neurological disorder that has gained increasing importance due to its rising prevalence over the past decades. It stands out as one of the most common neurodegenerative diseases, imposing a significant impact on the quality of life of those affected. Objective: The aim of this study is to investigate the motor disturbances associated with Parkinson’s disease and analyze the fundamental role of dopamine in its treatment. Methodology: The study has a methodological approach focused on the review of scientific literature on Parkinson’s disease, with an emphasis on motor disturbances and dopamine treatment. Results: The analyses highlighted the critical importance of dopamine in modulating motor systems, as well as its deficiency as a triggering factor for the characteristic symptoms of PD. Furthermore, it was identified that current therapeutic options, including levodopa and deep brain stimulation, play a significant role in improving motor symptoms and the quality of life of patients. Conclusions: Based on the reviewed literature, it was concluded that dopamine plays a central role in the pathophysiology of Parkinson’s disease, and understanding this relationship is essential for the development of more effective therapeutic strategies. Moreover, existing treatments have proven to be clinically useful in managing motor disturbances associated with PD. The practical implications of this study suggest the ongoing need for research and the development of therapies aimed at restoring dopaminergic function. This may result in substantial improvements in the treatment and care of patients with Parkinson’s disease, with the potential to positively impact their quality of life. 

Keywords: Parkinson’s disease, dopamine, motor disturbances, treatment. 

1. INTRODUÇÃO 

A Doença de Parkinson (DP), inicialmente descrita por James Parkinson em 1817 e, posteriormente, nomeada em sua homenagem, representa a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente. A DP se caracteriza pela acumulação patológica da proteína alfa-sinucleína, resultando na formação dos corpos de Lewy, uma marcante característica patológica. Essa agregação proteica precede a degeneração das células dopaminérgicas localizadas na substância nigra pars compacta, conduzindo à redução da transmissão dopaminérgica nos gânglios da base e ao surgimento dos sintomas motores característicos da DP. Assim, a DP é reconhecida como uma condição neurodegenerativa progressiva, com fundamentação patológica no sistema nervoso central, particularmente nos gânglios da base, é ligada à insuficiência de dopamina na via nigroestriatal e cortical (CABREIRA; MASSANO, 2019). 

A Doença de Parkinson (DP) é caracterizada por uma variedade de sintomas clínicos, incluindo hipocinesia (manifestada através da perda de força muscular), bradicinesia, rigidez muscular, instabilidade postural e tremor de repouso, notavelmente nas mãos e mandíbula. Os sintomas motores, originados pela degeneração dos neurônios dopaminérgicos da substância negra e na subsequente diminuição dos níveis de dopamina, podem ser acompanhados de alterações cognitivas, distúrbios sensoriais, incontinência urinária, disfunção sexual e distúrbios do sono. Essas manifestações, no conjunto, resultam na limitação substancial da capacidade de realizar movimentos voluntários e têm um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes ao longo do tempo (BRITO; SOUZA, 2019; SANTOS et al. 2021). 

O diagnóstico da Doença de Parkinson (DP) é complexo e, atualmente, não dispõe de um teste definitivo para a sua confirmação. Dessa forma, o diagnóstico da DP se baseia primariamente na análise dos sintomas clínicos manifestados pelo paciente, considerando também seu histórico familiar e um exame físico meticuloso. A investigação diagnóstica da DP começa com uma anamnese minuciosa e um exame físico que engloba uma avaliação neurológica detalhada, com ênfase na identificação de quatro marcadores patológicos principais: tremor de repouso, rigidez muscular, bradicinesia e instabilidade postural. Adicionalmente, para aprimorar a precisão diagnóstica, podem ser empregados exames de imagem, como a tomografia por emissão de fóton único (SPECT), a tomografia por emissão de pósitron (PET) e modalidades híbridas como PET-CT e PET-RM, que complementam o processo de avaliação (SÁ; JÚNIOR, 2022; MARQUES et al. 2020). 

É fundamental destacar que, atualmente, não existem terapias capazes de interromper ou reverter o processo neurodegenerativo associado à DP, tampouco de substituir os neurônios perdidos. As terapias disponíveis concentram-se principalmente no alívio dos sintomas da DP, com ênfase especial nos sintomas motores. Portanto, essas terapias são consideradas como abordagens que modificam o curso da doença ou visam à restauração neuronal (CABREIRA; MASSANO, 2019; MARQUES, 2020). 

A abordagem terapêutica visa, portanto, controlar os sintomas e retardar a progressão da DP, com foco na ampliação da atividade dopaminérgica e na redução da atividade colinérgica no sistema nervoso central (SNC) (LIMA, 2021). 

Nesse contexto, a levodopa emerge como um marco no tratamento da DP, sendo o primeiro medicamento a demonstrar eficácia significativa e duradoura no alívio dos sintomas motores. No entanto, é relevante destacar que o uso prolongado da levodopa pode desencadear efeitos colaterais, como discinesia, caracterizada por movimentos involuntários e abruptos, e flutuação motora, que se manifesta como uma redução do efeito terapêutico do medicamento (CABREIRA; MASSANO, 2019).

2. OBJETIVO 

O objetivo deste artigo é investigar e analisar os distúrbios motores associados à Doença de Parkinson (DP) e o papel da dopamina em seu tratamento. 

3. METODOLOGIA 

Este artigo se propõe a conduzir uma revisão integrativa de literatura, um método que busca analisar e sintetizar de maneira sistemática pesquisas relevantes, com o objetivo de aprofundar o entendimento sobre distúrbios motores relacionados à DP e o papel da dopamina em seu tratamento (MENDES, 2008). 

Os critérios para inclusão de estudos abrangeram artigos que abordam especificamente os distúrbios motores associados à DP, com um foco particular na discussão sobre o tratamento e o envolvimento da dopamina. Serão considerados artigos publicados no período de 2004 e 2022, disponíveis eletronicamente em inglês, português ou espanhol. 

A escolha do intervalo temporal entre 2004 e 2022 visa a garantir que sejam abordadas análises mais contemporâneas e atualizadas sobre o assunto. A questão orientadora desta revisão é: “Como os distúrbios motores resultantes da Doença de Parkinson são tratados, levando em consideração o papel desempenhado pela dopamina?” 

A coleta de referências será realizada em bases de dados eletrônicos respectivas, como o PubMed, SciELO e a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), devido à confiabilidade das pesquisas disponíveis nesses repositórios. Os descritores utilizados, abrangendo os idiomas português, espanhol e inglês, foram os seguintes: “Doença de Parkinson”, “Distúrbios Motores”, “Dopamina” e “Tratamento”. 

Inicialmente, a busca visa identificar estudos que forneçam uma visão abrangente do tema, explorando abordagens iniciais relacionadas aos distúrbios motores associados à DP. Posteriormente, será conduzida uma pesquisa nas principais plataformas acadêmicas, com foco em artigos publicados no período especificado e que estejam acessíveis gratuitamente. 

Os critérios de exclusão contemplam artigos pagos, relatos de experiência, cartas, teses, dissertações, monografias, manuais, resumos de congressos, artigos de opinião, capítulos de livros e artigos que não permitam acesso ao texto completo. Além disso, artigos duplicados serão considerados apenas uma vez.

A seleção dos artigos será realizada com base em seus títulos e objetivos, e após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, serão escolhidos aqueles que se alinhem melhor com os objetivos deste artigo de revisão. Em seguida, os artigos selecionados passarão por uma análise crítica e discussão, visando à análise e síntese das informações pertinentes ao tema proposto. 

É importante ressaltar que, uma vez que os dados coletados nos artigos são de domínio público e estão disponíveis gratuitamente, não será necessário submeter este estudo a um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). 

RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Foram analisados 30 artigos, onde dez foram selecionados por tratarem diretamente sobre os distúrbios motores da doença de Parkinson e o papel da dopamina no tratamento da mesma. Além disso, analisou-se artigos publicados em português e inglês entre os anos de XXXX e XXXX. 

TABELA 01 – Seleção de artigos para o presente estudo

TÍTULOAUTOR/ANOMETODOLOGIARESULTADOS
Pharmacological
Treatment of Early
Motor Manifestations
of Parkinson Disease
(PD).
SY & FERNANDEZ,
2020.
Revisão de literatura.O texto enfatiza a necessidade de
considerar uma variedade de fatores, incluindo idade, comorbidades,
situação financeira e metas do paciente ao tomar decisões
terapêuticas. Essa abordagem holística visa equilibrar a eficácia do
tratamento com a minimização de riscos.
Treatment Options for
Motor and Non-Motor
Symptoms of
Parkinson’s Disease
CHRUCH, 2021.Revisão de
literatura.
Destacou-se a complexidade da
abordagem da doença de Parkinson e a importância de considerar uma
variedade de estratégias terapêuticas para melhorar a vida das pessoas afetadas por essa condição neurodegenerativa.
Pharmacologic
Treatment of Motor
Symptoms Associated
with Parkinson
Disease
POEWE &
MAHLKNECHT,
2020.
Revisão atualizada.O estudo descreve que as
características motoras principais da doença de Parkinson são causadas pela deficiência de dopamina no estriado e que a substituição
farmacológica da dopamina é o principal tratamento medicamentoso.
O levodopa é o medicamento mais
eficaz para tratar os sintomas motores
da doença de Parkinson. Além disso, inibidores da MAO-B e agonistas da
dopamina são opções úteis. No entanto, o principal problema com o
levodopa é o desenvolvimento de
flutuações na resposta motora e discinesias induzidas pela droga. Para lidar com essas questões, são mencionadas várias abordagens, incluindo o uso de inibidores da MAO-B e COMT, agonistas da dopamina e administração contínua de levodopa por meio de gel intestinal ou apomorfina subcutânea.
Também é mencionado que a amantadina é a única droga com eficácia comprovada na redução das discinesias.
Update in therapeutic
strategies for Parkinson’s disease.
KULISEVKY et al.,
2018.
Revisão literária.Os sintomas motores da doença de Parkinson podem ser razoavelmente
tratados e gerenciados. Pesquisas apontam a possibilidade em desenvolver terapias para retardar ou prevenir a progressão da doença.
Apesar do aumento de estudos na área, tratar os sintomas não motores
da doença de Parkinson continua sendo um desafio. O tratamento dos
sintomas não motores permanece como uma prioridade contínua na
pesquisa relacionada à doença de Parkinson.
Agosnistas
dopaminérgicos no
tratamento da Doença
de Parkinson.
FERRAZ, 2004.Estudo literário.A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa
mais comum após a doença de Alzheimer, causando grave
incapacitação devido à degeneração dos neurônios da substância negra e à consequente deficiência de dopamina no corpo estriado. O tratamento central para a DP é a reposição dopaminérgica com levodopa, uma precursora da dopamina. Além disso, os agonistas dopaminérgicos (AD), como pramipexol e ropinirol, que ativam diretamente os receptores de dopamina, são eficazes,
especialmente na fase inicial da doença, e podem reduzir complicações a longo prazo associadas à levodopa, como
flutuações motoras e discinesias. Na fase avançada, esses AD podem ser usados como coadjuvantes da
levodopa para minimizar complicações. Além disso, evidências recentes sugerem que o uso precoce de pramipexol e ropinirol na DP pode ter um efeito neuroprotetor.
Doença de Parkinson:
revisão de literatura.
SILVA et al., 2021.Revisão
bibliográfica.
O envelhecimento da população é um
fenômeno global impulsionado pelo
aumento da expectativa de vida, levando a um crescimento
significativo no número de indivíduos lidando com doenças crônicas e degenerativas, entre elas a Doença de Parkinson (DP). Este cenário reforça a necessidade
premente de avanços na pesquisa, diagnóstico e tratamento da DP,
visando proporcionar uma melhor qualidade de vida e suporte adequado
para os pacientes afetados. Além
disso, destaca a importância de
estratégias de cuidados de saúde a longo prazo e a implementação de
intervenções preventivas para lidar de forma eficaz com o aumento da
prevalência da DP em populações envelhecidas.
Teorias causais,
sintomas motores,
sintomas não-motores,
diagnóstico e
tratamento da Doença
de Parkinson: uma
revisão bibliográfica
MAGALHÃES et al.,
2022.
Revisão
bibliográfica.
A doença de Parkinson (DP), uma condição neurodegenerativa que se
manifesta na velhice e
frequentemente leva à limitação de movimentos e eventual demência, é
atualmente a segunda doença neurodegenerativa mais relacionada à idade no mundo. Esta revisão
bibliográfica analisou 80 estudos publicados nos últimos 20 anos,
abrangendo tópicos que vão desde teorias causais até sintomas motores
e não motores, diagnóstico e
tratamento da DP. Os resultados destacam a necessidade de orientar
futuros estudos experimentais com
base nas informações coletadas, com o objetivo de desenvolver novas
abordagens clínicas que possam melhorar significativamente a
qualidade de vida dos pacientes com DP. Esta revisão serve como um guia valioso para direcionar esforços
científicos em benefício daqueles afetados por esta condição debilitante.
Farmacoterapia da
doença de parkinson –
Uma revisão
bibliográfica
FIALHO et al., 2021.Revisão
bibliográfica.
Doença de Parkinson (DP) emerge como a segunda condição mais
prevalente globalmente, afetando
predominantemente indivíduos com
idade em torno de 65 anos. É caracterizada como uma condição
idiopática, neurodegenerativa e de
progressão gradual, levando à degeneração dos neurônios
dopaminérgicos. Embora o tratamento padrão-ouro recaia sobre a L-DOPA, sua utilização é
frequentemente acompanhada por
uma gama de efeitos adversos, o que
justifica sua combinação com protetores da dopa descarboxilase.
Este artigo se propõe a examinar dois novos fármacos para o tratamento da DP, a Rasagilina e a Opicapona, bem como analisar o impacto dos já estabelecidos, Selegilina e Levodopa,
na vida dos pacientes.
Levodopa como
tratamento do mal de
parkinson.
LIMA, 2021.Revisão de
literatura.
A doença de Parkinson é uma condição crônico-degenerativa que
afeta predominantemente indivíduos com mais de 60 anos e se manifesta por meio de sintomas como bradicinesia, tremores, rigidez muscular, fraqueza física,
comprometimento cognitivo, isolamento social e depressão. A
levodopa é reconhecida como um avanço significativo no tratamento dessa doença, pois é convertida em
dopamina para atravessar a barreira hematoencefálica e aliviar os sintomas. Apesar de seus efeitos
colaterais, a levodopa ainda é considerada o tratamento mais eficaz
para a doença de Parkinson, superando outros medicamentos
desenvolvidos posteriormente. Esse
reconhecimento destaca a importância da levodopa na gestão
dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes com
Parkinson.
Doença de Parkinson:
uma desordem
neurodegenerativa
CORREIA et al.,
2013.
Revisão
bibliográfica.
O objetivo deste artigo é disseminar o conhecimento sobre a doença de Parkinson, analisando várias
hipóteses propostas por diferentes autores em relação às suas causas.
Dentre os fatores considerados, destacam-se as neurotoxinas
ambientais, influências genéticas, o
envelhecimento cerebral, a produção de espécies reativas de oxigênio,
inflamação neural, excitotoxicidade,
fosforilação oxidativa, apoptose e disfunções no complexo da cadeia
mitocondrial, que podem contribuir para a degeneração neuronal devido à diminuição na síntese de ATP. A
doença de Parkinson é uma condição
neurodegenerativa progressiva que
afeta principalmente idosos e é a segunda mais comum, atrás apenas
da doença de Alzheimer. Ela resulta
da perda de neurônios
dopaminérgicos na substância negra
compacta do mesencéfalo, associada
à formação de inclusões
citoplasmáticas chamadas
corpúsculos de Lewy, levando à depleção de dopamina no corpo
estriado e ao surgimento dos sintomas característicos. Atualmente,
o tratamento principal é a
levodopoterapia, que visa repor a dopamina, mas enfrenta desafios em
relação aos seus efeitos a longo prazo.

Fonte: elaborado pelos autores. 

A Doença de Parkinson é uma condição complexa que envolve diversas facetas, desde as teorias que buscam elucidar suas causas até os métodos de diagnóstico e tratamento. No que diz respeito às origens da doença, várias teorias têm sido propostas, abrangendo desde fatores genéticos até a exposição a neurotoxinas ambientais. No âmbito dos sintomas, tanto os motores, como a bradicinesia e temores, quanto os não-motores, como alterações cognitivas e depressão, desempenham um papel crucial na manifestação e progressão da doença. O diagnóstico, por sua vez, muitas vezes envolve a avaliação clínica minuciosa de um neurologista, podendo ser complementada por exames neurológicos e de imagem. Em relação ao tratamento, a terapia com levodopa é frequentemente considerada a pedra angular, visando repor a dopamina deficitária no cérebro. No entanto, a escolha do regime terapêutico deve ser individualizada, levando em conta a gravidade dos sintomas, a idade do paciente e outras considerações clínicas. Essa abordagem multidisciplinar e personalizada é essencial para otimizar a qualidade de vida dos pacientes afetados pela Doença de Parkinson (MAGALHÃES et al., 2022). 

O tratamento farmacológico das manifestações motoras iniciais da doença de Parkinson é um tema de considerável importância e interesse na gestão dessa condição neurodegenerativa. A terapia visa aliviar os sintomas motores que incluem bradicinesia, tremor e rigidez muscular, que são característicos dessa doença. Embora existam várias abordagens medicamentosas disponíveis, incluindo a levodopa, agonistas da dopamina e inibidores da monoamina oxidase, a escolha do tratamento ideal muitas vezes depende da idade do paciente, gravidade dos sintomas, comorbidades, e considerações financeiras. A individualização do tratamento é essencial para otimizar a eficácia e minimizar os efeitos colaterais, buscando proporcionar uma melhoria significativa na qualidade de vida dos pacientes com Parkinson (SY & FERNANDEZ, 2020). 

O tratamento da doença de Parkinson envolve uma abordagem multifacetada para lidar com os sintomas motores e não motores. Essa estratégia abrangente tem como objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com essa condição neurodegenerativa. Embora a base do tratamento continue sendo a terapia com levodopa para aliviar os sintomas motores, como bradicinesia, tremor e rigidez, outros medicamentos como agonistas da dopamina e inibidores da monoamina oxidase também podem desempenhar um papel crucial, especialmente nas fases iniciais da doença. Os sintomas não motores, incluindo comprometimento cognitivo, depressão e disfunção autonômica, são aspectos igualmente importantes do tratamento da doença de Parkinson e muitas vezes requerem intervenções personalizadas, como psicoterapia, fisioterapia e medicamentos como inibidores da colinesterase e antidepressivos. Além disso, terapias emergentes, como a estimulação cerebral profunda e novos agentes farmacológicos, têm o potencial de expandir as opções de tratamento e melhorar o bem-estar geral das pessoas afetadas pela doença de Parkinson. Essa abordagem multifacetada destaca a necessidade de um plano de tratamento personalizado que leve em consideração a combinação única de sintomas motores e não motores experimentados por cada paciente (CHRUCH, 2021). 

O tratamento farmacológico dos sintomas motores associados à doença de Parkinson é uma área de grande importância na gestão dessa condição neurodegenerativa. O foco principal dessas intervenções é aliviar os sintomas motores característicos da doença, que incluem bradicinesia (lentidão de movimento), tremor e rigidez muscular. A terapia padrão-ouro continua sendo a administração de levodopa, que é convertida em dopamina no cérebro, ajudando a compensar a deficiência de dopamina que ocorre na doença de Parkinson. Além da levodopa, outros medicamentos como agonistas da dopamina, inibidores da monoamina oxidase e medicamentos anticolinérgicos podem ser considerados em diferentes estágios da doença ou em combinação para otimizar o controle dos sintomas. A escolha do tratamento depende da gravidade dos sintomas, da idade do paciente, de comorbidades e de outros fatores individuais. É fundamental que a terapia seja adaptada às necessidades específicas de cada paciente, buscando proporcionar um alívio eficaz dos sintomas motores e melhorar sua qualidade de vida (POEWE & MAHLKNECHT, 2020). 

Os agonistas dopaminérgicos desempenham um papel crucial no tratamento da Doença de Parkinson, oferecendo uma abordagem terapêutica valiosa para aliviar os sintomas motores associados a essa condição neurodegenerativa. Esses medicamentos mimetizam a ação da dopamina, um neurotransmissor cuja deficiência é central na doença de Parkinson. Os agonistas dopaminérgicos, como a pramipexol e a ropinirol, atuam estimulando diretamente os receptores de dopamina no cérebro, ajudando a compensar a falta de dopamina. Eles são frequentemente utilizados em conjunto com a levodopa ou como terapia monoterapêutica em estágios iniciais da doença. Além de reduzir a bradicinesia, o tremor e a rigidez muscular, os agonistas dopaminérgicos também podem oferecer benefícios adicionais, como um menor risco de discinesias (movimentos involuntários) em comparação com a levodopa. No entanto, a escolha do tratamento deve ser cuidadosamente ponderada em consulta com um profissional de saúde, levando em consideração a gravidade dos sintomas, a idade do paciente e outras considerações individuais, a fim de otimizar a eficácia e minimizar os efeitos colaterais (FERRAZ, 2004). 

A levodopa, também conhecida como L-DOPA, desempenha um papel central no tratamento do Mal de Parkinson. Essa substância é um precursor da dopamina, um neurotransmissor cuja deficiência é característica dessa doença neurodegenerativa. Quando administrada, a levodopa é convertida em dopamina no cérebro, ajudando a compensar a falta desse neurotransmissor e aliviar os sintomas motores, como bradicinesia, tremor e rigidez muscular, que são característicos da doença de Parkinson. Embora seja uma terapia eficaz no controle dos sintomas, o uso a longo prazo de levodopa pode estar associado a complicações, como flutuações motoras e discinesias, o que ressalta a importância de uma cuidadosa administração e ajuste da dosagem em consulta com um médico especializado. A levodopa continua sendo um marco no tratamento da doença de Parkinson, proporcionando melhoria significativa na qualidade de vida dos pacientes, mesmo que seu uso precise ser gerenciado de forma precisa e individualizada para otimizar seus benefícios (LIMA, 2021). 

Em conclusão, a Doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa complexa que envolve uma variedade de aspectos, desde teorias sobre suas causas até métodos de diagnóstico e tratamento. A compreensão das origens da doença tem evoluído ao longo do tempo, considerando fatores genéticos, exposição a neurotoxinas e outros elementos. Os sintomas, tanto motores quanto não motores, desempenham um papel crucial na manifestação e progressão da doença, tornando o diagnóstico preciso e oportuno uma prioridade. O tratamento da Doença de Parkinson é multidisciplinar e personalizado, com a levodopa frequentemente ocupando um lugar central no controle dos sintomas motores. No entanto, a gestão eficaz exige consideração cuidadosa das características individuais de cada paciente, visando minimizar os efeitos colaterais e otimizar a qualidade de vida. 

Em um panorama mais amplo, a pesquisa contínua e o desenvolvimento de novas terapias, como os agonistas dopaminérgicos, demonstram um compromisso crescente com a melhoria do tratamento da Doença de Parkinson. À medida que a compreensão da doença avança, espera-se que novas abordagens terapêuticas continuem a emergir, proporcionando um futuro mais promissor para os milhões de pessoas em todo o mundo que vivem com essa condição debilitante. 

CONCLUSÃO 

A revisão integrativa de literatura realizada neste estudo proporcionou uma visão abrangente e atualizada sobre os distúrbios motores ocasionados pela Doença de Parkinson (DP) e o papel da dopamina em seu tratamento. A análise crítica dos estudos selecionados permitiu alcançar algumas conclusões relevantes. 

Em relação ao tratamento dos distúrbios motores associados à DP, ficou evidente que, atualmente, não existem terapias capazes de deter ou reverter o processo neurodegenerativo subjacente à doença. As opções terapêuticas disponíveis são, em sua maioria, voltadas para o alívio dos sintomas motores, com destaque para a levodopa, que permanece como o fármaco mais eficaz no tratamento desses sintomas, mesmo mais de 50 anos após sua introdução. No entanto, é importante ressaltar que o uso prolongado da levodopa pode levar a efeitos colaterais, como a discinesia e a flutuação motora, o que requer uma monitorização cuidadosa e estratégias de administração adequadas. 

Além disso, a conduta terapêutica farmacológica desempenha um papel crucial no manejo dos distúrbios motores da DP. Esses tratamentos farmacológicos visam aumentar a disponibilidade de dopamina e reduzir a atividade colinérgica no sistema nervoso central, contribuindo para o alívio dos sintomas motores. No entanto, é importante destacar que o tratamento pode variar de acordo com o estágio da doença e a resposta individual do paciente. 

Em suma, os resultados desta revisão enfatizam a necessidade contínua de pesquisa e desenvolvimento de abordagens terapêuticas mais eficazes para tratar os distúrbios motores da DP, considerando não apenas a melhoria dos sintomas, mas também a minimização dos efeitos colaterais e a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a compreensão do papel da dopamina no tratamento da DP continua sendo uma área de investigação fundamental que pode levar a avanços significativos no manejo dessa doença neurodegenerativa complexa. 

REFERÊNCIAS

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CABREIRA, V., & MASSANO, J. Parkinson’s Disease: Clinical Review and Update. Acta Médica Portuguesa, 32(10), 661–670, 2019. https://doi.org/10.20344/amp.11978. Acesso em: 6 set. 2023 

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1Graduada em Medicina pela ITPAC Porto Nacional. E-mail: sabrinynkasburg@gmail.com
2Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Tocantins.E-mail: Delyone.filho@gmail.com
3Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário São Francisco de Barreiras (UNIFASB). E-mail: paularacunha@gmail.com 
4Graduanda em Medicina pela ITPAC Porto Nacional. E-mail: vitoriamedeirospaixao@hotmail.com
5Graduada em Medicina pela ITPAC Porto Nacional. E-mail: pedreira.vivianmarina@gmail.com
6Graduando em Medicina pela ITPAC Porto Nacional. E-mail: wladimir.corute@hotmail.com
7Bacharel em Enfermagem pela ITPAC Porto Nacional. E-mail: josy.souza@itpacporto.edu.br
8Graduanda em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. E-mail: albamello@icloud.com 
9Graduada em Medicina pela ITPAC Porto Nacional. E-mail: mattea_@hotmail.com