PERCEPÇÃO DE CARACTERÍSTICAS COMPATÍVEIS COM TEA DURANTE ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DE PACIENTE INFANTIL (RELATO DE EXPERIÊNCIA)

PERCEPTION OF CHARACTERISTICS COMPATIBLE WITH ASD DURING DENTAL CARE FOR CHILD PATIENTS (EXPERIENCE REPORT)

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10518252


Nina Gabrielle de Jesus Souza Tavares Silva1;
Samilly Stefany Matos Barbosa2;
Adryendel Souza Pereira Carvalho3;
Ruan Carvalho dos Santos4;
Filipe de Souza Nunes5


RESUMO 

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio do desenvolvimento neurológico, que começa antes dos três anos de idade. O diagnóstico precoce de TEA é extremamente importante, pois permite planos de tratamento e intervenções individualizadas. Ademais, as influências e impactos na qualidade de vida da criança são elementos relevantes para se entender todo esse processo. Em se tratando do atendimento odontológico, crianças que têm transtorno do espectro autista necessitam de mais atenção e cuidados, uma vez que a prática humanizada tem aspecto positivo sobre o seu comportamento. Este estudo aborda um relato de caso de um atendimento odontológico, realizado em um paciente de 3 anos de idade, buscando enfatizar a importância do diagnóstico precoce do TEA. O atendimento foi realizado na clínica odontológica da Universidade Tiradentes – UNIT Sergipe, em um paciente do sexo masculino, melanoderma, onde apresentava lesões cariosas profundas. Tendo em vista o comportamento do paciente durante o atendimento odontológico, foi levantada a suspeita do mesmo ser portador do TEA. Pode-se concluir que os cirurgiões-dentistas devem estar atentos aos sinais que o paciente apresenta durante a consulta, onde podemos observar alterações comportamentais não vista pelos familiares. A importância do uso das técnicas de humanização é elemento imprescindível para o redirecionamento de um plano de tratamento odontológico.

Palavras – chave: Transtorno do espectro autista. Humanização. Diagnóstico precoce.

ABSTRACT

Autism Spectrum Disorder (ASD) is a neurological development disorder that begins before the age of three. Early diagnosis of ASD is extremely important as it allows for individualized treatment plans and interventions. Furthermore, the influences and impacts on the child’s quality of life are relevant elements to understand this entire process. When it comes to dental care, children who have autism spectrum disorder need more attention and care, since humanized practice has a positive aspect on their behavior. This study addresses a case report of dental care, performed on a 3-year-old patient, seeking to emphasize the importance of early diagnosis of ASD. The service was carried out at the dental clinic of Universidade Tiradentes – UNIT Sergipe, on a male patient with melanoderma, who had deep carious lesions. Considering the patient’s behavior during dental care, the suspicion that he had ASD was raised. It can be concluded that dentists must be attentive to the signs that the patient presents during the consultation, where we can observe behavioral changes not seen by family members. The importance of using humanization techniques is an essential element for redirecting a dental treatment plan.

Keywords: Autistic spectrum disorder. Humanization. Early diagnosis.

RESUMEN

El Trastorno del Espectro Autista (TEA) es un trastorno del desarrollo neurológico que comienza antes de los tres años. El diagnóstico temprano del TEA es extremadamente importante ya que permite intervenciones y planes de tratamiento individualizados. Además, las influencias e impactos en la calidad de vida del niño son elementos relevantes para comprender todo este proceso. En cuanto al cuidado dental, los niños que padecen trastorno del espectro autista necesitan mayor atención y cuidado, ya que la práctica humanizada tiene un aspecto positivo en su comportamiento. Este estudio aborda un reporte de caso de atención odontológica, realizada a un paciente de 3 años, buscando resaltar la importancia del diagnóstico precoz del TEA. El servicio se realizó en la clínica odontológica de la Universidade Tiradentes – UNIT Sergipe, a un paciente masculino con melanodermia, que presentaba lesiones cariosas profundas. Teniendo en cuenta el comportamiento del paciente durante el cuidado dental, surgió la sospecha de que padecía TEA. Se puede concluir que los odontólogos deben estar atentos a las señales que presenta el paciente durante la consulta, donde podemos observar cambios de conducta no vistos por los familiares. La importancia del uso de técnicas de humanización es un elemento esencial para reorientar un plan de tratamiento odontológico.

Palabras clave: Trastorno del espectro autista. Humanización. Diagnostico temprano.

1. INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio do desenvolvimento neurológico, que começa antes dos três anos de idade (MONTEIRO et al., 2020).

 É classificada de acordo com o quociente de Inteligência (QI) da criança, sendo definida como leve, moderada, severa e profunda. 

A palavra autismo vem do grego (autos) e significa um comportamento direcionado a si mesmo. (DIAS, 2020).

O TEA é um transtorno altamente heterogêneo com considerável impacto pessoal e na saúde pública (FONSECA et al., 2020). 

O diagnóstico precoce de TEA é desejável, pois permite planos de tratamento e intervenção, sistemas de apoio público e a chance de reduzir sintomas concomitantes por meio de intervenções individualizadas (REIS, LENZA, 2020; STEFFEN et al., 2019, COUTO et al., 2019; ARVIGO, SCHWARTZMAN, 2022).

A vantagem de um atendimento odontológico pediátrico humanizado é importante por conta do condicionamento das crianças de uma maneira geral (LIMA, NETO, 2022). 

Crianças que têm transtorno do espectro autista necessitam de mais atenção e cuidados, uma vez que a prática humanizada tem aspecto positivo sobre o seu comportamento. 

Porém, uma criança que apresenta TEA, tem um condicionamento que exige mais habilidade, mais domínio de seu aspecto do quadro clínico, como aspecto cognitivo e relações interpessoais (DOS SANTOS PIMENTA, DE SOUZA AMORIM, 2021) e o distúrbio sempre começa antes dos três anos de idade, onde geralmente é percebido pelos pais entre 12 e 18 meses (SMEHA, 2020).

Com o diagnóstico o paciente pode ser estimulado a desenvolver um melhor potencial neuronal, melhorando atividades como linguagem, aspectos motores e sociais. (FERREIRA DA SILVA, ARAÚJO, 2020).

O TEA é um problema emergente de saúde pública, devido ao aumento de sua prevalência nas últimas décadas, possuindo uma complexidade e grande variedade das manifestações clínicas, que resultam na limitação da colaboração dos pacientes aos procedimentos odontológicos, representando um verdadeiro desafio para os dentistas (ALECRIM, 2018).

O cirurgião-dentista atua na promoção da saúde e prevenção de doenças, por meio dos cuidados com a saúde bucal, um dos primeiros sinais a serem observados no diagnóstico do TEA é a incapacidade de produzir atenção conjunta. (VIANA et al., 2021). 

Por isso é tão importante ter uma prática clínica humanizada, uma vez que há uma associação direta da prática odontológica com a dor. (SANTOS et al., 2022).

Tendo em vista todos esses aspectos elencados, o objetivo desse trabalho é apresentar um relato de experiência de um paciente infantil, com características comportamentais que se associam diretamente com o  TEA, evidenciando nesse atendimento não apenas a parte do atendimento clínico, mas a importância da humanização e do acolhimento, como elementos essenciais na identificação de agravos que influenciam na adesão e entendimento, bem como no direcionamento correto de um planejamento odontológico integral.

2. RELATO DE EXPERIÊNCIA

Paciente FGFM, 3 anos de idade, sexo masculino e melanoderma, compareceu a clínica odontológica da Universidade Tiradentes – UNIT Sergipe, sobre a companhia da mãe. 

Na queixa principal, a mãe relatou a presença de um “buraco” presente nos dentes de baixo, que aparecia ao abrir a boca”. 

Sua história médica não apresentou nenhum tipo de alteração sistêmica que tenha relevância para esse relato. 

Na escala de Frankl o paciente tem classificação negativa.  Logo quando a criança se sentou na cadeira não permitiu que o cirurgião dentista tocasse, sendo que, após ter o auxílio da mãe e da avó, o profissional conseguiu realizar técnicas de manejo de comportamento infantil e o mesmo foi cedendo para que realizasse o exame extra e intra-oral. 

Houve a tentativa de realizar o exame radiográfico, mas o paciente não cooperou e não teve êxito. 

Após a realização da anamnese, o exame clínico odontológico identificou que o paciente possuía dentição decídua e lesões cariosas com aspecto de tecido amolecido e amarronzado na face oclusal das unidades 54 e 64. 

Diante dos aspectos clínicos, chegou-se ao diagnóstico compatível com cárie ativa, relativamente profunda e sem comprometimento pulpar na superfície oclusal das unidades dentárias 54 e 64.

O tratamento indicado foi a realização de um procedimento restaurador atraumático, utilizando cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Riva Light Care) nas unidades dentárias 54 e 64.

 No procedimento houve resistência do paciente e após utilizar várias técnicas de manejo e não obter sucesso foi preciso a imobilização física para a conclusão do tratamento. 

Tendo em vista o comportamento do paciente, bem como as características associadas a ele, foi levantada a suspeita do mesmo ser portador do TEA.

 A mãe foi indagada se a criança possuía diagnóstico médico ou suspeita por outros profissionais que acompanham sua rotina, que o mesmo tenha TEA e ela negou o diagnóstico ou a possibilidade de suspeita diagnóstica.

Tendo em vista os sinais e características apresentadas, foi levantada a possibilidade do paciente se enquadrar no grupo de indivíduos com TEA.

3. DISCUSSÃO

Além da importância do diagnóstico precoce do TEA, as influências e impactos na qualidade de vida da criança são elementos relevantes para se entender todo esse processo (VIANA et al, 2021).

 Muitas vezes esse diagnóstico só é evidenciado na escola, onde o professor pode não conseguir oferecer um ensino de qualidade e atender as necessidades dessa criança (MAIA, JACOMELLI, 2021, SILVA, BONCKOSKI, 2021). 

Da identificação ao diagnóstico, não é fácil descrever, com apenas um olhar e atitude de uma criança ou adulto com TEA, pois ainda existem muitos desafios em relação a certas abordagens sobre os reflexos pós-diagnósticos na realidade direta tanto da criança com TEA quanto da família (CABRAL, FALCKE, MARIN, 2021)

Durante nossa experiência, verificamos que o paciente deste relato em um primeiro momento se mostrou pouco receptivo com os primeiros contatos que tentamos tanto verbalmente quanto fisicamente além de demonstrar desinteresse pelo atendimento, comprovando o que nos fora apontado na literatura, justamente evidenciando a dificuldade, em um primeiro momento de se levantar a suspeita diagnóstica baseada apenas no aspecto comportamental/ observacional.

No entanto, MERCADO, 2022 afirma que um diagnóstico tardio de TEA geralmente ocorre no contexto de problemas concomitantes, como ansiedade e transtornos de humor, o que corresponde à alta prevalência de transtornos de ansiedade e de humor em crianças e adolescentes em idade escolar. 

A urgência do tratamento odontológico era tratada pela mãe como motivo que justificaria o comportamento do filho, associando a dor à sua atitude. 

O fato apresentado veio a evidenciar durante nossa  abordagem, uma forma de proteção, justamente por nunca ter ido a procura de uma orientação médica ou outro profissional de saúde, para entender o comportamento e dificuldades de interação apresentados por seu filho, o que se conecta diretamente ao exposto por FREITAS, REVOREDO, 2022.

Crianças com TEA podem possuir uma má higiene bucal, com alguns agravos, como gengivite por exemplo, quando comparadas com indivíduos não portadores do transtorno (OLIVEIRA, 2022). 

Elas podem possuir má coordenação da língua, além de darem preferência a alimentos macios e adoçados. (OLIVEIRA, 2022).  

Também tendem a manter por mais tempo a comida dentro da boca em vez de engoli-la e essa presença prolongada de alimentos na cavidade oral, associada às dificuldades de higienização (devido a sua falta de coordenação motora e alta sensibilidade ao sabor dos dentifrícios) faz com que elas sejam mais propensas a desenvolverem a doença cárie (MORENO, 2022).

A higienização do paciente relatado, apesar de apresentar algum nível de cuidado, ainda demonstrava o emprego deficiente de técnicas de escovação, mesmo o paciente já tendo recebido orientação, juntamente com o seu cuidador primário. 

Outro fato, que corrobora a literatura é a utilização de alimentos açucarados pelos cuidadores, no intuito de “acalmar” o comportamento, por vezes agressivo, da criança, como aborda, entre outros fatores (MARTINS et al, 2023).

Ainda durante o processo para estabelecer um vínculo com a criança e buscar uma adesão ao tratamento odontológico, foi empregado estratégias e comunicações mais direcionadas: Gestos positivos, como expressões faciais que representavam recompensa para comportamentos desejados abrindo caminho para o processo de cuidar. 

Coelho, 2021, aponta que é importante que os próprios pais sejam orientados a transmitir aos seus filhos uma imagem positiva sobre a ida ao consultório odontológico (CÂMARA et al., 2022) , uma vez que, pudemos vivenciar, a vertente cultural/ estrutural em nosso país, que possui um processo de naturalização de problemas odontológicos, fruto de uma época pré-sus, em que o indivíduo não era a prioridade do processo, e sim a doença, como bem expõem ( MENEZES, MORETI, REIS, 2020).

Essa prática criou gerações de pessoas que seguiram suas vidas sem um atendimento integral em saúde e se transformaram em multiplicadores de ações sem eficácia e segregantes de saúde (MENEZES, MORETI, REIS, 2020).

Ainda no contexto de condicionamento, entendemos que a terapia de holding é a preferida e consiste em envolver o paciente em abraços tal qual nos mostra KOWARA, CANIEL, 2021.

Durante nosso atendimento, tivemos a oportunidade de vivenciar objetivamente na prática, o que a literatura nos mostra como estratégia eficaz durante tais processos, sendo que a abertura inicial se deu durante tal conduta, favorecendo, inclusive, uma maior interação com a cuidadora primária.

 Tal conduta deve sempre ser previamente explicada ao paciente e aos seus responsáveis, incluindo autorização com assinatura de termo de ciência e consentimento. (CAITANO, 2022).

Em 1981, Lorna Wing, mãe de uma criança autista e também psiquiatra inglesa, criou a chamada Tríade de Wing, onde a dividia em três domínios: interação social, linguagem e comunicação, pensamento e comportamento (DIS, 2022). 

Seguindo a perspectiva de tais domínios verificamos que a criança apresentou alguns desses domínios sendo eles distúrbio interação social, dificuldade na comunicação verbal e não verbal e por fim no comportamento.

No domínio da interação social: o desenvolvimento social é perturbado, diferente dos padrões habituais, especialmente o desenvolvimento interpessoal. A criança com TEA pode isolar-se, mas pode também interagir de forma estranha, fora dos padrões habituais. (DIAS, 2022).

 No domínio da linguagem e comunicação: a comunicação, tanto verbal como não verbal é deficiente e desviada dos padrões habituais. A linguagem pode ter desvios semânticos e pragmáticos. Muitas pessoas com autismo (estima-se que cerca de 50%) não desenvolvem linguagem durante toda a vida. (VIEIRA, 2023)

Já no domínio do pensamento e do comportamento: rigidez do pensamento e do comportamento, fraca imaginação social. Comportamentos ritualistas e obsessivos, dependência em rotinas, atraso intelectual e ausência de jogo imaginativo (VIEIRA, 2023).

Nesse caso ele se mostrou não confortável na mudança de rotina que ele seguia antes de ir a clínica odontológica, sujeitando assim uma quebra de rotina bem como a interrupção da oferta de alimentos e recompensas que “conseguiam moderar” o seu comportamento.

Segundo VIANA et al., 2021, a maioria dos pacientes com TEA, tendem a apresentar uma higiene bucal diária deficiente.

Isso faz com que os pais evitem ir à consulta por temerem um possível comportamento inadequado dos filhos (MARTINS, 2023).

A motivação dos pais e cuidadores é essencial, como bem aponta VIANA et al., 2021)

Durante nossa experiência, buscamos nos mostrar como aliados dos cuidadores primários, informando e orientando o passo a passo para uma melhor higienização bucal da criança com comportamento compatível com  TEA, observando de forma marcante a ocorrência de déficit motor, sensorial e cognitivo.

Segundo MARTINS, 2023, dentre os procedimentos operatórios, os mais comuns são os preventivos e restauradores.

 Seguindo a lógica apontada pelo autor, optamos dentro de todo o cenário e características observadas, por utilizar o tratamento restaurador atraumático (ART). 

O material de escolha foi o cimento de ionômero de vidro (CIV) devido às suas propriedades físicas e químicas, que são bem indicadas para o caso, como nos mostra DE SOUZA BRAGA, 2021.

Durante o atendimento odontológico o paciente diagnosticado com TEA pode ser estabilizado por alguns dispositivos, como: lençóis, campos cirúrgicos, faixas com velcro, a fim de evitar a movimentação tanto da cabeça como do corpo (DE MOTA NETO, 2022) onde caso após avaliação foi necessário o emprego da técnica, para obtenção do melhor resultado para a necessidade do paciente. 

 A presença da mãe, cuidador ou responsável que tenha maior domínio e afinidade com a criança é fundamental em todas as consultas, priorizando que seja criado um vínculo afetivo entre a equipe profissional, o paciente e a família como nos mostra (SANTOS, 2019), e que buscamos, como enfatizado, adequar da melhor maneira o atendimento proposto ao comportamento da criança e os anseios dos cuidadores primários. 

É importante atentarmos para o fato de que, o comportamento da criança, mesmo sem diagnóstico médico de TEA, nos motivou a desenvolver o trabalho, sendo um ponto relevante de reflexão possuirmos conhecimento diagnóstico embasado na tríade de Wing.

Outro ponto relevante e indispensável da prática odontológica é atuar dentro de um cenário de humanização no atendimento pediátrico, uma vez que a humanização leva em consideração todos os aspectos do paciente que não necessariamente estão relacionadas às condições odontológicas mas que influenciam o diagnóstico, no controle e no direcionamento do plano de tratamento, como bem nos mostra DA ROSA, LUCIETTO, DE SENHA, 2022.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A importância do uso das técnicas de humanização é elemento imprescindível para o redirecionamento de um plano de tratamento odontológico, que contemple todos os aspectos que se relacionam com a saúde do indivíduo.

Além de sempre estarmos atentos aos sinais que o paciente apresenta durante a consulta, podemos observar alterações comportamentais não vista pelos familiares, que podem nos conduzir a outros elementos que influenciam tanto nas condições de saúde, quanto em aspectos de interação social, sendo que as informações fornecidas pelo cuidador primário, são base fundamental para compreensão desses processos.

Apesar das limitações e dificuldades do caso, o tratamento foi finalizado com sucesso estabelecendo assim um nível de satisfação elevado tanto do paciente quanto do cuidador.

Por fim, mesmo o paciente não possuindo um diagnóstico médico de TEA, as características indicam que o direcionamento seria compatível com tal condição, onde durante nossa experiência, tal observação foi a chave para nortear a obtenção de um resultado que contemplasse tanto a necessidade odontológica, quanto o aspecto motivacional e de orientação dos cuidadores.

Buscamos, de forma mais ampla, a recuperação da condição de saúde, numa perspectiva de acolhimento e humanização.

5. REFERÊNCIAS

1 – MONTEIRO, Manuela Albernaz et al. Transtorno do espectro autista: uma revisão sistemática sobre intervenções nutricionais. Revista Paulista de Pediatria, v. 38, 2020.

2 – FONSECA, Larissa Kathlem Rodrigues et al. Influências do Transtorno do espectro autista nas relações familiares: revisão sistemática. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 43, n. 2, p. 444-465, 2019.

3 – REIS, Sabrina T.; LENZA, Nariman. A Importância de um diagnóstico precoce do autismo para um tratamento mais eficaz: uma revisão da literatura. Revista Atenas Higeia, v. 2, n. 1, p. 1-7, 2020.

4 – STEFFEN, Bruna Freitas et al. Diagnóstico precoce de autismo: uma revisão literária. Revista saúde multidisciplinar, v. 6, n. 2, 2019.

5 – PEREIRA, Priscilla Leticia Sales et al. Importância da implantação de questionários para rastreamento e diagnóstico precoce do transtorno do espectro autista (TEA) na atenção primária. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 2, p. 8364-8377, 2021.

6 – COUTO, Cirleine Costa et al. Experiências de professores com o autismo: impacto no diagnóstico precoce e na inclusão escolar. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 21, 2019.

7 – ARVIGO, Maria Claudia; SCHWARTZMAN, José Salomão. Diminuição dos principais sinais de TEA em crianças com diagnóstico precoce. Revista Neurociências, v. 30, p. 1-30, 2022.

8 – LIMA, Ana Francisca Gomes De; NETO, Hélio Ferreira de Castro. Projeto de uma clínica de atendimento pediátrico humanizado no município de Ariquemes–Rondônia. 2022.

9 – DOS SANTOS PIMENTA, Camilla Gabriely; DE SOUZA AMORIM, Ana Carolina. Atenção e Cuidado de Enfermagem às Crianças Portadoras do Transtorno do Espectro Autista e seus Familiares. Ensaios e Ciência C Biológicas Agrárias e da Saúde, v. 25, n. 3, p. 381-389, 2021.

10 – SMEHA, Luciane Najar et al. Observação Materna: Primeiros Sinais do Transtorno do Espectro Autista Maternal. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 20, n. 2, p. 540-558, 2020.

11 – FERREIRA DA SILVA, Amarildo Campos; ARAÚJO, Milena De Lima; DORNELAS, Raiene Toledo. A importância do diagnóstico precoce do transtorno do espectro autista. Psicologia & Conexões, v. 1, n. 1, 2020.

12 – ALECRIM, Gisleide Abades et al. OS DESAFIOS DAS PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NA GARANTIA DE DIREITOS NO BRASIL, UNIFAAHF, 2018.

13 – Viana et al. Parents’ perceptions of the oral health-related quality of life of autistic . J Dent Health Oral Disord Ther. 2020;11(5):132‒137children in Brazilian Northeas, 2021.

14 – Santos S. S., Amorim M. P. de, RochaL. M. B. M., CostaA. M. G., LiraL. M. S. S. de, GainesA. P. L., & Santos-LimaE. K. N. dos. (2022). Acolhimento no cuidado odontológico: revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 15(2), e9677. https://doi.org/10.25248/reas.e9677.2022.

15 – MAIA, Maria Suely Deganutti; JACOMELLI, Milleni Kelly. A Aprendizagem da Criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) através do Uso das Tecnologias da Informação e Comunicação–TIC. Revista Psicologia & Saberes, v. 9, n. 18, p. 16-31, 2020.

16 – SILVA, Francimar Batista; BONCOSKI, Ivete Fátima Matiello. O processo de aprendizagem do aluno com TEA. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 9, p. 66303-66313, 2020.

17 – CABRAL, Cristiane Soares; FALCKE, Denise; MARIN, Angela Helena. relAção fAmíliA-escolA-criAnçA com trAnstorno do esPectro AutistA: PercePção de PAis e ProfessorAs. Revista brasileira de educação especial, v. 27, 2021.

18 – MERCADO, Waldiléia Iriarte. TEA–Diagnóstico precoce com reflexos na qualidade de vida da criança e da família. Research, Society and Development, v. 11, n. 15, p. e544111537482-e544111537482, 2022.

19 – FREITAS, Carla Christhina Cavati de; REVOREDO, Juliana Ribeiro de Souza. REVISÃO LITERÁRIA: DIAGNÓSTICO TARDIO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA-TEA. 2022.

20 – MORENO, Diana Conceição Vaz. Uso da pedagogia visual no manejo odontológico do paciente pediátrico com transtorno do espectro autista (TEA): revisão de literatura. 2022.

21 – MARTINS, Julliane Freitas et al. UTILIZAÇÃO DO TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO COMO COADJUVANTE NO MANEJO EM PACIENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA. Revista Ciências e Odontologia, v. 7, n. 1, p. 49-59, 2023.

22 – CÂMARA, Kelvin Pablo et al. Atendimento odontopediátrico em clínica escola: percepções das crianças e cuidadores. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde-RBPS, v. 24, n. 1, p. 67-78, 2022.

23 – MENEZES, Ana Paula do Rego; MORETTI, Bruno; REIS, Ademar Arthur Chioro dos. O futuro do SUS: impactos das reformas neoliberais na saúde pública–austeridade versus universalidade. Saúde em debate, v. 43, p. 58-70, 2020.

24 – KOWARA, Aline; CARNIEL, Isabel Cristina. A voz do autismo: a linguagem da dor. Vínculo, v. 18, n. 1, p. 120-127, 2021.

25 – CAITANO, Helen Kaysa Cabral et al. Como a Criança Percebe o Cirurgião-Dentista: um Estudo por meio do Desenho. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 42, 2022.

26 – DIAS, Weuler Patrick et al. ABORDAGEM DO PACIENTE COM TEA NO PRIMEIRO ATENDIMENTO-REVISÃO DE LITERATURA. REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS–UNIVERSO BELO HORIZONTE, v. 1, n. 7, 2022.

27 – VIEIRA, Maria Carolina Santos. Instituto Casa Azul Estudo preliminar de centro de atendimento a crianças no Transtorno do Espectro Autista na cidade de Solânea/PB. 2023.

28 – DE SOUZA BRAGA, Wanderson Thalles et al. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO IONÔMERO DE VIDRO: LIBERAÇÃO DE FLÚOR NA PREVENÇÃO DA CÁRIE SECUNDÁRIA EM CRIANÇAS. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-ALAGOAS, v. 6, n. 3, p. 13-13, 2021.

29 – DA MOTA NETO, Henrique Antonio Fonseca. IMPACTO DAS MEDIDAS DE CONTENÇÃO DA PANDEMIA PELA COVID-19 NO DESENVOLVIMENTO SINTOMATOLÓGICO DE PACIENTES PEDIÁTRICOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA. 2022.

30 – SANTOS, Camila Marcelino Dias. Manejo de pacientes com transtorno do espectro autista em odontologia. 2019.

31 – DA ROSA, Letícia dos Santos Vitalino; LUCIETTO, Deison Alencar; DE SENNA, Marcos Antônio Albuquerque. 204-CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL E ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA). Revista Fluminense de Odontologia, p. 407-408, 2022.


1Graduanda em Odontologia, Universidade Tiradentes  (UNIT/SE), R. Siriri, 263 – Centro, Aracaju – SE, Brasil. nina-gabrielle@outlook.com;
2Graduanda em Odontologia, Universidade Tiradentes  (UNIT/SE), R. Siriri, 263 – Centro, Aracaju – SE, Brasil.samillystefany@yahoo.com.br;
3Graduando em Odontologia, Universidade Tiradentes  (UNIT/SE), R. Siriri, 263 – Centro, Aracaju – SE, Brasil, Adryendel.souza@souunit.com.br;
4Graduando em Odontologia, Universidade Tiradentes  (UNIT/SE), R. Siriri, 263 – Centro, Aracaju – SE, Brasil, ruancarvalho20144@gmail.com;
5Cirurgião-dentista – Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS/BA), Doutorando em Odontologia / Universidade Federal de Sergipe (UFS/SE), Docente no curso de Odontologia da Universidade Tiradentes (UNIT/SE), R. Siriri, 263 – Centro, Aracaju – SE, Brasil, odontonunes@gmail.com