ETIOLOGICAL FACTORS CAUSING SENSITIVITY AFTER COMPOSITE RESIN RESTORATION: LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10499181
Raquel Tolentino Dornelas1; Guilherme Viana Miranda2; Maria Letícia de Almeida Rosa Vilete3; Carla Carvalho Virgilio4; Elisa Melo Ferreira5; Luísa Arantes Tancredo Yamagata6; Jovelina Noêmia Jô de Carvalho7; Hugo Geraldo Perdigão e Vieira8
RESUMO
Objetivo: Avaliar os fatores que causam sensibilidade pós-operatória em restauração de resina composta.
Metodologia: Este trabalho é uma revisão de literatura de caráter bibliográfico qualitativa documental que teve como análise trabalhos que foram buscados em: Google Acadêmico, Pub Med, biblioteca virtual Scielo, biblioteca virtual Faculdade FADIPA, Livros e Teses. O período de buscas das informações se deu entre os meses de Agosto e Dezembro de 2022 onde foi feita a leitura crítica e analítica para se chegar a conclusão final da ideia. Foram analisados 20 artigos, 1 livro e um site que deram base para o estudo e a elaboração do artigo, tirando ideias já publicados e sendo feito uma nova visão sobre o tema.
Discussão: Foram discutidos os processos que são realizados em uma etapa clínica de restauração com a resina composta e analisados o processo que é efetuado no consultório odontológico e os fatores que podem gerar a sensibilidade dentinária após uma restauração com esse material, por falha durante as etapas do procedimento ou negligência do dentista.
Conclusão: O processo restaurador demanda de técnicas para serem realizadas que se erradas ou negligenciadas, podem causar uma injúria ao complexo dentino-pulpar e ocasionar uma sensibilidade pós operatória ao paciente. Estas condições devem ser analisadas pelo cirurgião dentista durante o processo restaurador.
Palavras-chave: Resina composta. Sensibilidade. Materiais restauradores. Restauração.
1. INTRODUÇÃO
As resinas compostas destacam-se como o material restaurador estético mais utilizado na Odontologia, devido à sua praticidade, comprovada eficiência clínica e excelentes propriedades (OLIVEIRA et al., 2021).
É muito comum que pacientes se queixam de dor após a troca de restauração. Há indícios que esta condição possa estar ainda relacionada com questões da sensibilidade técnica e no manejo do uso correto dos sistemas adesivos para cada cavidade. O incômodo sentido pelo paciente, ou seja, a “dor no dente” está associada à mastigação ou pode ser provocada por estímulos frios, quentes, doces ou azedos, que ocorre após algum tratamento restaurador (OLIVEIRA et al., 2021).
Existem diversos fatores necessários para um bom desempenho clínico, associados ao paciente, operador, material e dente, que devem ser investigados e analisados em conjunto para avaliar a longevidade das restaurações, com a finalidade de impedir a sensibilidade pós-operatória e, consequentemente, permitir satisfação dos pacientes (RAMALHO et al., 2020).
Com a odontologia estética avançando a cada dia mais, o uso das resinas compostas vêm ganhando um espaço muito grande no mercado. Dessa forma, os problemas relacionados à sensibilidade pós restaurações são cada vez mais corriqueiros e devem ser investigados a ponto de sanar os erros acometidos no processo restaurador.
Mediante o exposto, a relevância principal desta revisão de literatura é entender e discutir quais são os fatores que causam uma sensibilidade pós operatória de resina composta, com o intuito de agregar valores e conhecimento à comunidade odontológica.
2. METODOLOGIA
Este trabalho é uma revisão de literatura de caráter bibliográfico qualitativa documental que teve como objetivo analisar trabalhos que foram buscados em: Google Acadêmico, Pub Med, biblioteca virtual Scielo, biblioteca virtual Faculdade FADIPA, Livros e Teses. O período de buscas das informações se deu entre os meses de agosto e dezembro de 2022 onde foi feita a leitura crítica e analítica para se chegar a conclusão final da ideia. Foram analisados 20 artigos, 1 livro e 1 site que deram base para o estudo e a elaboração do artigo, tirando ideias de trabalhos já publicados e sendo feito uma nova visão sobre o tema. Os trabalhos estudados foram publicados entre as línguas portuguesa e inglesa, nos período temporal do ano de 2007 a 2022, tendo um artigo especificamente do ano de 1979/1980.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Resina composta
As resinas compostas foram introduzidas a mais de cinco décadas atrás e têm sido um material com muita evolução em sua composição desde a primeira vez que foi utilizada na odontologia (FERNANDES, 2014).
As resinas possuem materiais poliméricos constituídos por uma matriz orgânica reforçada por um dispersão de vidros, partículas de cargas ou cristais, tendo como o agente de união desses dois componentes, os silanos orgânicos. As RC são utilizadas em diversos tipos de restaurações, tendo como as principais, restaurações diretas em dentes anteriores e posteriores, pois possuem características tanto estéticas como mecânicas. Elas também são materiais que promovem preparos extremamente conservadores, preservando a estrutura dental sadia. (SANAR, 2018).
Segundo Araújo (2007):
O desenvolvimento da técnica do condicionamento ácido e a evolução dos compósitos ampliaram as possibilidades para realização de restaurações do ponto de vista funcional e estético, sem necessidade de desgastes amplos de estrutura dental sadia.
Em razão do aumento significativo de restaurações em resina composta pela sua popularidade e previsibilidade, o uso desse material tornou-se rotina no dia a dia clínico. Alguns dos motivos e razões para esse desenvolvimento foi a possibilidade de um tratamento odontológico minimamente invasivo, técnicas restauradoras adesivas, melhoria no desenvolvimento das resinas e um significativo número de pacientes que buscam restaurações estéticas. (AUSCHILL et al., 2009).
É válido ressaltar que as resinas compostas são usadas para uma série de aplicações, para forramento de cavidades, restaurações provisórias, cimentação de próteses e aparelhos ortodônticos, cimentos endodônticos, selamentos de fissuras, além das mais utilizadas restaurações diretas e indiretas, entre outras (FERNANDES, 2014).
Nas décadas mais atuais, a odontologia sofreu mudanças no seu cenário e em alguns de seus conceitos, estética e a visão de uma odontologia mais conservadora na atualidade das clínicas e consultórios. Em virtude disso, a resina composta foi o material mais intensamente estudado na última década, com a missão de melhorar seus problemas e falhas (SILVA, 2018).
A grande notoriedade dos compostos resinosos é amplamente utilizado e famoso entre os dentistas nas restaurações estéticas. Da mesma forma, elas têm atraído grande interesse entre os pesquisadores (FERNANDES, 2014).
Com a crescente procura pela estética do sorriso branco, o mercado da odontologia teve um grande aumento e desenvolvimento de pesquisas por novos materiais que buscam aliar propriedades estéticas satisfatórias, juntamente com propriedades mecânicas (ARAUJO, 2007).
De acordo com Fernandes (2014):
Até pouco tempo as modificações mais importantes estavam envolvidas na porção inorgânica, no sentido de reduzir o tamanho das partículas e aumentar sua porcentagem na composição do material para produzir materiais mais eficazes no polimento e com maior resistência ao desgaste.
Na atualidade, as mudanças estão de certa forma mais focada na matriz polimérica do material, com o foco em especial para o desenvolvimento de sistemas com reduzidos níveis de contração por polimerização e diminuir o índice da tensão de polimerização e para torná-las auto adesivas à estrutura dos elementos dentais (FERNANDES, 2014).
Foram aprimorados diversos atributos da resina composta, a estabilidade da cor melhorou, o desgaste foi reduzido e as características de manuseio mudaram. Dessa maneira, o uso do material à base de resina ficou com critérios ótimos para o uso em restaurações posteriores pois, melhorou o desempenho na resistência ao desgaste e na obtenção de bons contornos e contatos proximais, dando mais confiança para os clínicos selecionarem elas para uso (AGBAJE, 2010).
Em pensamento de Silva et al. (2008):
As resinas mais atuais têm demonstrado que não apenas a quantidade de carga vem sendo alvo de estudos como também seu formato, composição e distribuição, na tentativa de incrementar suas propriedades físicas e ópticas. Por isso, têm se dado bastante enfoque na chamada nanotecnologia, que consiste na manipulação e medida de materiais na escala de abaixo de 100 nanômetros. Esses novos materiais apresentam partículas inorgânicas variando de 20 a 75nm, o que diminui a contração de polimerização e promove uma lisura superficial bastante satisfatória.
Já nos dias atuais, há uma série de resinas comercializáveis, que se diferem em sua composição, sugerida durante esse processo seletivo, mantendo suas indicações e limitações (SILVA, 2008).
Com a possibilidade da recuperação do elemento dental, seja ela por causas funcionais, saúde ou de estética, as resinas têm uma grande atuação nesse meio, e que se não bem aplicadas e com os princípios certos, podem ocasionar uma sensibilidade pós operatória no paciente.
Para a um sucesso clínico de sucesso, é essencial o uso correto das técnicas já que a sensibilidade pós-operatória tem origem multifatorial. Consequentemente, com o uso adequado dos protocolos restauradores e o diagnóstico correto, eleva a taxa de sucesso nos tratamentos (OLIVEIRA, 2021).
De acordo com Ramalho (2020):
A durabilidade de uma restauração está ligada ao material de escolha, forma em que se é confeccionada à cavidade dental, adesivo utilizado, conhecimento do protocolo clínico e anatomia do dente. É de extrema importância evitar as microinfiltrações, contatos prematuros, o ressurgimento de cáries e sempre instruir o paciente a orientação de higiene oral.
Com a utilidade dos compósitos à base de resinas terem se tornados bastantes proporções na odontologia, alguns tipos de restaurações como as de amálgamas começaram a ser menos usadas, devido às propriedades do resina composta, como a adesão mecânica em paredes dentárias, que proporciona um melhor vedamento marginal e assim, reduzindo possibilidades de sensibilidade pós operatória (RAMALHO et al., 2020).
Nesse contexto, o domínio e conhecimento sobre os materiais restauradores e técnicas devem ser aplicados de maneira eficiente para que se alcance um sucesso clínico em restaurações de resina composta, de outro modo, podem aparecer falhas precocemente (CAMPOS et al., 2016).
Como foi dito por Urbinati (2016):
“Em 1991, foi publicado por Borgmeijer8, a sensibilidade pós-operatória é um dos problemas que pode ocorrer após a restauração do dente com uma resina composta.”
O conceito de hipersensibilidade dentinária tem como característica uma dor passageira ou até mesmo uma resposta exacerbada de uma dentina com exposição. Alguns fatores como, processos químicos e mecânicos, osmótico e térmicos, podem gerar a sensibilidade, que afeta uma parte considerável da população (NASCIMENTO et al., 2020).
Segundo Oliveira (2018):
“A teoria hidrodinâmica de Brännström (1992), mais aceita atualmente, atribui à HD um movimento mínimo de fluido no interior do túbulo dentinário, provocando a movimentação do líquido intratubular. A prevalência desta condição clínica varia de 3,0 – 84,5% na população geral. As mulheres parecem ser mais acometidas com HD do que os homens, apesar de não serem em nível significante, e todos os grupos etários podem ser afetados.”
3.2 Contração de polimerização
Um dos fatores que podem causar um hipersensibilidade pós a restauração é causada pela contração de polimerização da resina posterior a uma fotopolimerização, que acarreta uma tensão no interior do dente e o surgimento de fendas entre a restauração e tecido sadio (RAMALHO et al., 2020).
Com o aumento do teor de carga, a contração de polimerização, o coeficiente de expansão linear e absorção de água são reduzidas e a resistência à compressão, desgaste e tração, o módulo de elasticidade são aumentados (FERNANDES et al., 2014)
Em análise de Alves (2020),
A luz LED quando ativa a resina, na fase pré-gel , a tensão gerada pela contração de polimerização é reduzida pelo fluxo da resina considerando áreas livres. Quanto mais áreas livres menores são as tensões geradas durante a polimerização. O estresse gerado pode causar falha adesiva e outras consequências como trincas em esmalte, tensões nas cúspides ou suas fraturas, microfissuras, sensibilidade pós-operatória e cáries secundárias.
3.3 Ataque ácido
O sistema de ataque ácido é indispensável nas restaurações atualmente, e que com ele, pode-se obter melhores resultados no processo restaurador. Dessa forma, consegue-se alcançar ótimas características de vedamento marginal e de união (GABRIELLI, 1980).
No processo restaurador, o uso dos adesivos convencionais são de maior utilidade e dessa maneira, precisa-se de uma aplicação de ácido fosfórico de maior concentração, de 35 a 37 porcento, que é capaz de expor a rede de colágeno após a retirada da camada de smear layer, em uma profundidade de 3-7 µm (DEL REY, 2022).
Segundo Franco (2013), “Para os convencionais deve-se condicionar com ácido fosfórico por 30 segundos em esmalte e 15 em dentina, lavar abundantemente com água e em seguida secar bem o esmalte, mantendo a dentina úmida.”
Essa etapa é de suma importância no processo, e deve ser feita de maneira regrada para que não extrapola o limite de tempo que o ácido age na superfície dental, delimitando o tempo recomendado e garantindo uma boa irrigação para que seja removido todo o ácido e resíduo gerado por ele (BARATIERI, 2013).
3.4 Sistema adesivo
Anteriormente, não se usava o sistema adesivo em restaurações de resina composta. Dessa forma, nos processos restauradores, havia falhas no quesito de vedamento marginal, onde ocorria grandes infiltrações e a sensibilidade após as restaurações por permitir a entrada de microrganismos, bactérias para a região da polpa via túbulos dentinários. Dessa maneira, as restaurações em RC acarretavam um grande desconforto ao paciente, principalmente em dentes posteriores, levando as restaurações não apresentarem longevidade (ALVES, 2020).
Segundo Franco (2013) “atualmente os sistemas adesivos são classificados como convencionais ou autocondicionantes de acordo com seu procedimento de aplicação e mecanismo de ação.”
Os adesivos convencionais, são excelente e demonstram resultados laboratoriais e clínicos excelentes, necessitam previamente ao seu uso, a aplicação de um sistema ácido, que condiciona a estrutura do dente, removendo todo o material que ali se encontra chamado, smear layer (FRANCO, 2013).
Outrora, temos adesivos que são autocondicionantes, que não necessitam previamente um ataque ácido, pois promovem o condicionamento e a penetração do prime no substrato dental, simultaneamente. Esses sistemas se tornaram característico pela técnica mais simplificada e a diminuição da sensibilidade pós-operatória (FRANCO 2013).
3.5 Superaquecimento
O superaquecimento gerado pelos instrumentos rotativos e o dano do mecanismo associado ao preparo, tem relação direta com a injúria ao tecido pulpar, que causam por sua vez, danos que vão de leves, moderados e até irreparáveis ao paciente, gerando muito desconforto e dor ao paciente (SANTOS, 2014).
Dito por Santos (2014); Lockart em 2002; Ozkürt et al. e Baldissora et al. em 2004, demonstraram que vários são os fatores que influenciam a produção de calor. São eles o tamanho e tipo de broca, o torque do instrumento de alta-velocidade, a abrasividade dos instrumentos, pressão e quantidade de tecido removido.”
3.6 Ajuste oclusal
Durante a restauração, a função dos dentes, podem ser alteradas pela falha na reprodução morfológica das suas estruturas, acarretando um comprometimento do elemento dental (SOUZA, 2020).
Conforme Souza (2020)
Quando os procedimentos odontológicos não são realizados corretamente, como no caso das restaurações com falhas anatômicas, pode haver danos ao sistema estomatognático, caracterizando uma iatrogenia causada pelo cirurgião dentista. Esse erro pode ocorrer por diversos motivos, como a falta de habilidade na reprodução da morfologia dental ou negligência do protocolo de checagem da oclusão.
4. DISCUSSÃO
Os materiais resinosos são amplamente estudados nos dias atuais (ARAUJO, 2007). Eles são a chave da odontologia moderna , proporcionam várias aplicabilidades na odontologia e chegaram para facilitar a vida dos profissionais. Um material amplamente estético e funcional, com propriedades físicas de alto nível.
Fica evidenciado que as resinas compostas não são materiais novos no meio odontológico, mas sim, utilizado a muitos anos neste meio e a cada dia mais sofrendo melhorias em suas propriedades (FERNANDES, 2014). Nesse sentido, elas começaram a receber não só melhorias que precisavam, mas também, foram acrescentados outros componentes que antes não eram usados junto a ela, como o sistema de ataque ácido (ARAÚJO, 2007) e também o sistema adesivo que antes não era utilizado nas restaurações (ALVES, 2020) e agora proporcionou uma gama de possibilidades em diferentes tipos de restaurações.
A mudança na porção inorgânica, no tamanho das partículas e na matriz poliméricas (FERNADES, 2014) foram de grande importância para melhoria das RC, visto que antes, muitos problemas surgiam pela falta desses componentes.
Proporcionaram restaurações esteticamente favoráveis, tendo a possibilidade de manipulação do material de forma que pudesse aproveitar o aspecto de luz e sombras (QUAGLIATTO) para reproduzir de forma mais fiel possível as características que os dentes naturais trazem.
Com o grande uso das resinas e as mudanças que nelas foram feitas, as resinas melhoram em muitos aspectos (AGBAJE, 2010), o desgaste de tecido dental sadio que irá receber a restauração diminuiu, o aspecto e a estabilidade da cor melhorou, criando assim uma grande vantagem para a continuação do uso desse material versátil.
As resinas compostas possuem uma durabilidade que não é possível se estimar, pois dependem muito de alguns fatores, como: técnicas restauradoras, uso de materiais corretos (RAMALHO, 2020), anatomia dental funcional certa e cuidados do paciente com a higiene bucal.
As restaurações possuem etapas e técnicas a serem seguidas para que se haja um sucesso ( OLIVEIRA, 2019). Aspectos como o tempo certo da aplicação do sistema ácido, o uso correto dos adesivos, entre outros, são necessários para que seja feita uma perfeita finalização do processo e não ocorra uma sensibilidade pós-operatória.
A Hipersensibilidade dentinária é definida como uma dor passageira ou definitiva (NASCIMENTO, 2020) que incomoda o paciente, que neste artigo é discutido por ser causado pela falha em alguma etapa da restauração. A movimentação dos fluidos no interior dos túbulos causam a dor, que pode ser ativada pela ingestão de alimentos doces, quentes ou frios.
Como foi dito por (RAMALHO et al., 2020), o fator de contração gera tensões no interior do elemento dental e pode causar um grande prejuízo para a camada adesiva que é de suma importância na proteção do complexo dentino-pulpar após o processo restaurador. Essa falha se dá pela aproximação das moléculas de monômeros que reduz o volume do material, causando trincas e vedamentos ineficientes que causam uma sensibilidade.
O sistema ácido tem como o intuito de promover uma rugosidade no tecido, fazendo a retirada da camada de smear layer, criando uma profundidade (DEL REY, 2022). Mas nessa etapa, existe um erro muito comum entre os profissionais que é o tempo de exposição de ácido. A recomendação é de 30 segundo em esmalte e 15 em dentina (FRANCO, 2013). Se esse tempo for extrapolado, o ácido penetra muito mais que o necessário afetando uma camada mais profunda da dentina, podendo irritar a polpa e causar uma injúria e esse processo causa a sensibilidade.
Alves (2020) disse que historicamente o sistema adesivo não era usado e dessa forma as restaurações não possuíam uma adesão muito efetiva ao elemento dental e dessa forma, ocorriam algumas intercorrências. Nos dias atuais, o uso dos adesivos é indispensável, pois se aprendeu com as intercorrências do passado. Além disso, com os estudos e as melhorias no sistemas adesivos, existem vários tipos para a escolha do profissional para cada caso clínico, não limitando o uso.
Os adesivos convencionais e autocondicionantes (FRANCO, 2013) tem além do seu papel de promover uma ligação entre o material restaurador e o substrato dentário, a função de forramento da cavidade. Esse papel pode ser feito com bastante eficiência se a aplicação for feita de forma correta, com o tempo de aplicação correto, técnica correta e validade do material.
Os convencionais necessitam de um ataque ácido previamente, tendo uma agressão maior ao substrato dental e podendo gerar uma sensibilidade dependendo do tamanho da cavidade. Já os autocondicionantes, possuem o ácido em sua composição mas precisam de uma aplicação com um microblush, realizando um esfregaço do 10 segundo antes de serem fotopolarizados (FRANCO, 2013). Esse sistema seria o mais indicado para o uso em cavidades profundas em dentina, por não dependerem da etapa prévia de ácido, diminuem o risco de uma hipersensibilidade dentinária pós restauração, além de terem uma etapa clínica mais simplificada.
O uso dos instrumentos rotatórios para restauração de fazem indispensável. Eles são um aporte para o encaixe das brocas, pontas diamantadas, borrachas e outros. Esses instrumentos possuem um sistema de refrigeramento a base de água, na lateral do instrumento existe uma pequena mangueira que tem como objetivo irrigar a ponta ativa da broca (SANTOS, 2014). O superaquecimento é um problema muito comum no processo restaurador.
A falta de água chegando aos rotatórios promove um aquecimento acima do normal no dente, que quanto mais perto chegar do complexo pulpar, maior será a injúria e a dor aparecerá. O tamanho da broca e a pressão exercidas pelo operador também devem ser fatores que causam uma reação sensível ao dente.
Um problema recorrente de finalização é o ajuste oclusal (SOUZA, 2020) que é uma etapa de suma importância no processo. Na realização do teste oclusal, é usado um papel carbono que promove pequenas colorações nas áreas que está “alta”, que significa um excesso de material restaurador.
O erro na reprodução morfológica do dente, ou a falta da checagem da oclusão dental do paciente (SOUZA, 2014) pode gerar tensões no elemento dental que afetam o complexo dentino – pulpar, causando danos irreparáveis se não removido os excessos.
5. CONCLUSÃO
Levando em consideração a odontologia atual, o uso das resinas compostas ganharam seu espaço por ter uma melhor adesão, maior resistência, cor favorável e simplicidade de manipulação. Dessa maneira, o padrão das resinas estão melhorando dia após dia, com o intuito de chegar em um material de perfeita excelência e isso está ajudando os profissionais a diminuírem os erros cometidos durante o processo restaurador.
Um fato é que, o uso desse material vem acompanhado de outros sistemas, como o ataque ácido e adesivos, e devem seguir algumas etapas científicas e pré-recomendadas pelo fabricante do material para que não ocorra assim alguma falha.
Essas etapas clínicas como: preparo da cavidade, aplicação do ácido fosfório, escolha do sistema adesivo, fotopolimerização e teste oclusal, precisam ser precisas e evitar falhas para que não ocorra o erro na restauração e consequentemente uma hipersensibilidade após a restauração, que pode ser apenas momentânea ou de caráter irreversível.
Conclui- se que a hipersensibilidade dentinária após restaurações, podem ser diminuídas se forem seguidas as técnicas científicas e o passo a passo clínico, sem pular ou apressar cada uma das etapas.
REFERÊNCIAS
AGBAJE, L. O.; SHABA, O. P.; ADEGBULUGBE, I, C. Evaluation of post-operative sensitivity and secondary caries in posterior composite restorations: A 12 month study. Niger J Clin Pract, v. 13, p. 441-444, 2010.
ALVES, M. R.; JUNQUEIRA JÚNIOR, A. A. Como controlar a sensibilidade pós-operatória em restaurações de resina composta. ODONTO NEWS, Ribeirão Preto, v. -, p. 20-22,2014..
AMARAL, Mateus Lotti; GALAFASSI, Daniel; BUTZE, Juliane Pereira. Avaliação de dois diferentes agentes dessensibilizantes no tratamento da hipersensibilidade dentinária: Relato de caso. Journal of Oral Investigations, Passo Fundo, vol. 8, n. 2, p. 84-100, Julho-Dezembro, 2019 – ISSN 2238-510X
ARAÚJO, E.; ALMEIDA E SILVA, J. S.; DELBONS, F. Resina composta: excelência estética e funcional. In: MACEDO, Mary Caroline Skelton; BALDACCI FILHO, Raphael. Procedimentos Odontológicos. São Paulo, 2007.
AUSCHILL, T. M. et al. Occurrence and causing stimuli of postoperative sensitivity in composite restorations. Oper Dent., v. 1, n. 34, p. 3-10, Jan./Feb. 2009. doi: 10.2341/08-7. PMID: 19192831.
BARATIERI, L. N. et al. Odontologia restauradora, v.1: fundamentos & técnicas. São Paulo: Santos, 2015.
BATISTA, T. R. de M.; VASCONCELOS, M. G.; VASCONCELOS, R. G. Fisiopatologia da cárie dentária: entendendo o processo carioso. SALUSVITA, Bauru, v. 39, n. 1, p. 169-187, 2020.
CHERMONT, A. B. et al. Avaliação clínica da sensibilidade pós-operatória com adesivos autocondicionantes contendo glutaraldeído. 2010. Tese (Mestrado) Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, 2010.
FERNANDES, H. G. K. et al. Evolução da resina composta: revisão da literatura. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 12, n. 2, p. 401-4011, ago./dez. 2014.
FRANCO, L. M.; GONÇALVES, R. S.; PELLIZZER, E. P. Odontologia adesiva atual: uma revisão de literatura. Tese (Mestrado). Revista Odontológica de Araçatuba, v. 34, n. 2, jul./dez. 2013.
GABRIELLI, F. et al. Efeito do ataque ácido do esmalte e externo e das paredes internas da cavidade na infiltração marginal de restaurações com resinas compostas. Rev. Odont. UNESP, v. 8/9, p. 49-58, 1979/1980.
NASCIMENTO, M. E. da S. Etiologia e tratamento da hipersensibilidade dentinária na atualidade: revisão integrativa. Trabalho de conclusão de curso – Centro Universitário Tiradentes, Maceió, 2020.
OLIVEIRA, D. W. D. de. Hipersensibilidade dentinária e qualidade de vida relacionada à saúde bucal: adaptação e validação do dheq-15, e revisão sistemática sobre o impacto do tratamento. Tese (Doutorado). Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, 2018.
OLIVEIRA, G. G. G. de; NICARETTA, S. L.; OLIVEIRA, P. R. dos R. de. Fatores que causam sensibilidade em restaurações de resina composta. Facit Business And Technology Journal, Ed. 30, v. 1, p. 281-296. ISSN: 2526-4281. Disponível em: http://revistas.faculdadefacit.edu.br/index.php/JNT. Acesso em: 15 out. 2022.
RAMALHO, M. P. da S. et al. Fatores que influenciam na sensibilidade. Revista Gutierre Odontolife, v. 56, p. 20-22, 2020.
REY, Y. C. D. et al. Phosphoric acid containing proanthocyanidin enhances bond stability of resin/dentin interface. Brazilian Dental Journal, v. 33, n. 4, p. 62-70, 26 Aug. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-6440202203941. ISSN 1806-4760. https://doi.org/10.1590/0103-6440202203941.
SANAR. Resinas compostas: 10 coisas que você precisa saber sobre essa área da dentística. Disponívelem: https://www.sanarsaude.com/portal/residencias/artigos-noticias/dez-coisas-sobre-resinas-compostas#o%20que. Acesso em: 15 out. 2022.
SANTOS, B. N. dos; ESTEVES, H. J. M.; MENDES, C. S. da S. Avaliação da temperatura gerada durante preparos dentários com brocas tronco cónicas com diferentes graus de usura. Tese (Mestrado) Universidade Católica Portuguesa, Viseu, Portugual, 2014.
SOUZA, T. R. de. Principais consequências da oclusão traumática causada por falhas anatômicas nas restaurações. Trabalho de conclusão de curso. Centro Universitário São Lucas, Rondônia, Porto Velho, 2020.
SILVA, J. M. F. da et al. Resinas compostas: estágio atual e perspectivas. Tese (Doutorado) Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, São Paulo, 2016.
SILVEIRA, M. F. et al. Cárie dentária e fatores associados entre adolescentes no norte do estado de Minas Gerais, Brasil: uma análise hierarquizada. Universidade estadual de Montes Claros, Minas Gerais, 2015.
VELO, M. M. de A. C. et al. Longevity of restorations in direct composite resin: literature review. RGO – Revista Gaúcha de Odontologia, 2016, v. 64, n. 3, Jul./Sept. 2016 Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-8637201600030000123109. Acesso em: 15 out. 2022.
WORTHINGTON, H. V. et al. Direct composite resin fillings versus amalgam fillings for permanent posterior teeth. Cochrane Database of Syst Rev, v. 13, n. 8, p. 3, 2021. Doi: 10.1002/14651858.CD005620.pub3.
1Graduada em Odontologia pela Univale- Universidade Vale do Rio Doce. Especialista em Endodontia pela São Leopoldo Mandic. Mestre em Radiologia e Imaginologia pela PUC Minas. Professora do Curso de Odontologia FADIPA. E-mail: keltolentino2@outlook.com
2Graduado em Odontologia pela FADIPA. E-mail: guilhermeviana@outlook.com
3Graduada em Odontologia pela UNILAVRAS. Especialista em Dentística Restauradora e Implantodontia. Mestre em Gestão Integrada do Território pela UNIVALE. Professora do Curso de Odontologia FADIPA. E-mail: almeidavileteodontologia@gmail.com
4Graduada em Odontologia pela FAESA. Especialista em Periodontia pela São Leopoldo Mandic. Mestre em Implantodontia pela São Leopoldo Mandic. Professora do curso de Odontologia FADIPA. E-mail: dra.carlacarvalho13@gmail.com
5Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Mestre e Doutora em Ciências pelo Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- USP. Professora do curso de Odontologia FADIPA. E- mail: elisamferreira@yahoo.com.br
6Graduada em Odontologia pela Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora- SUPREMA. Especialista e Mestre em Odontopediatria pela São Leopoldo Mandic. Professora do curso de Odontologia FADIPA. E- mail: tancredoluisa@gmail.com
7Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais. Bacharela em Direito pela faculdade de Ipatinga. Especialista em Psicopedagogia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, Especialista em Direito Previdenciário. Mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Doutora e pós doutora em Ciências Técnicas (Administração, Recursos Humanos e Gestão) pela Universidade de Matanzas, Cuba. Professora do curso de Odontologia FADIPA. E- mail: jodecarvalho.odonto@gmail.com
8Graduado em Odontologia pela Universidade Vale do Rio Doce-UNIVALE Mestre em Odontologia- SP. Coordenador do curso de Odontologia FADIPA. E-mail: hugodentista@gmail.com