ESPOROTRICOSE, UMA ZOONOSE COMO UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA: UMA REVISÃO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10462261


Vivianne Rocha Stanczyk1
Bruna Cristina Pereira Franco2
José Alberto Duarte Gomes Batista3
Charles Carvalho da Silveira4
Antonio Muniz da Costa5
Thiago Cardoso Ferreira6
Victor Justino Ribeiro Barbosa7
Ana Beatriz Sousa Costa8
Iara Dalva Pereira Costa8
Keiciele da Silva Oliveira8


Resumo

A esporotricose é uma infecção causada pelo crescimento excessivo de um fungo do gênero Sporothrix. Essa doença é uma zoonose, ou seja, acomete humanos e animais, incluindo cães, cavalos, mulas, camelos, bovinos, suínos, aves e sendo mais observada nos felinos domésticos. O objetivo deste trabalho foi ressaltar sobre a esporotricose como um problema de saúde pública. Foi realizado um levantamento bibliográfico através de uma revisão de literatura sistemática nas bases de dados do LILACS, BVS e SciELO. As dificuldades socioeconômicas e ambientais, como a desigualdade econômica e social, a pobreza, o desemprego, a aglomeração urbana e o saneamento básico deficiente, juntamente com os serviços de saúde escassos e inadequados, alimentam a expansão dessa doença. Contudo, apesar do considerável aumento de casos registrados em diversas cidades do país, ainda é possível se deparar com a negligência por parte do poder público em relação às tomadas de medidas eficazes de prevenção e ao tratamento da doença, bem como medidas educativas para a população. Nesse sentido, o médico veterinário desempenha um papel fundamental no controle da esporotricose, atuando na prevenção, orientação, aspectos sanitaristas e no tratamento ideal dos animais acometidos pela doença.

Palavras-chave: Fungo. Micose. Saúde Coletiva.

1        INTRODUÇÃO

A esporotricose é uma infecção causada pelo crescimento excessivo de um fungo do gênero Sporothrix (RODRIGUES et al., 2014). Essa doença é uma zoonose, ou seja, acomete humanos e animais, incluindo chimpanzés, cães, cavalos, mulas, camelos, bovinos, suínos, aves, raposas, golfinhos e sendo mais observada nos felinos domésticos (LLORRET et al., 2013; WEESE; FULFORD, 2011). A enfermidade pode apresentar-se em cinco formas, sendo elas: cutânea localizada, linfocutânea, linfática ou disseminada e em casos mais raros na forma extracutânea (JONES; HUNT; KING, 2000).

Os fungos do gênero Sporothrix têm uma distribuição cosmopolita e são mais comuns em regiões tropicais e temperadas. A esporotricose é considerada a micose subcutânea mais comum na América Latina (BRUM et al., 2007). Até 1997 no Brasil, a esporotricose era muito rara (LARSSON, 2000). No entanto, tornou-se atualmente a micose mais comum em todo o mundo.

A infecção pelo S. schenckii ocorre através da inoculação com o patógeno, sendo por contato com solos e plantas contaminadas, e menos comumente através da inalação de conídios. A transmissão da zoonose ocorre por mordidas ou arranhões de animais infectados (GREENE, 2012). O fungo e a infecção estão normalmente associados a profissionais que trabalham diretamente com animais ou aos cuidadores informais que lidam diariamente em áreas rurais ou agentes de transmissão, médicos e estudantes de medicina veterinária e zootecnia que são os mais afetados.

Os sinais clínicos mais comuns se dão pela presença de ferimentos com secreção purulenta ou hemorrágica que não cicatrizam, espirros frequentes e dificuldade para respirar (JONES; HUNT; KING, 2000). Em felinos,os sintomas podem variar em gravidade e normalmente incluem feridas na pele, como lesões ulcerativas ou nódulos que geralmente aparecem nas patas, cabeça, orelhas, cauda, apatia e febre (SALES et al., 2018).

O diagnóstico é realizado através de exames presuntivos associados a exames complementares como: citologia, cultura micológica, histopatologia, provas sorológicas, testes intradérmicos, inoculação em animais e na reação em cadeia de polimerase (LARSSON, 2010). No entanto, a cultura fúngica é o método de escolha definitivo para o diagnóstico da esporotricose (THRALL, 2002).

Em relação ao tratamento, o Itraconazol é o fármaco de escolha em felinos com esporotricose, pois apresenta menos efeitos adversos quando comparado aos demais agentes antifúngicos (BUSTAMANTE & CAMPOS 2001SCHUBACH et al., 2004ROSSER & DUNSTAN, 2006; PEREIRA et al., 2010). O uso do medicamento deve estender-se por até 30 dias após a cura clínica (NOBRE et al., 2002NUNES & ESCOSTEGUY, 2005).

O objetivo deste trabalho foi ressaltar sobre a esporotricose como um problema de saúde pública.

2     METODOLOGIA

Foi realizado um levantamento bibliográfico através de uma revisão de literatura sistemática nas bases de dados do LILACS, BVS e SciELO e como descritores foram utilizados: “esporotricose”, “sporotrichosis”, “infecção por Sporothrix” e “Sporothrix schenckii”. Ao todo, analisou-se 27 artigos, dos quais 5 eram em português e 22 em inglês.

O critério de inclusão desses artigos foram os que envolviam a temática do trabalho e o critério de exclusão foram artigos com informações incompletas. Estes trabalhos foram publicados por graduandos, pós-graduandos, doutores e profissionais e estão publicados em revistas científicas e ebooks. O período da pesquisa foi referente aos anos de 2000 a 2022.

3             RESULTADOS E DISCUSSÕES

A avaliação epidemiológica da esporotricose zoonótica no Brasil tem se intensificado nos últimos anos, principalmente nos estados do Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Sul (RS) e São Paulo (SP), o que se torna bastante preocupante em termos de saúde pública nacional (GREMIÃO et al., 2017; MADRID et al., 2012; MONTENEGRO et al., 2014; SANCHOTENE et al., 2015; XAVIER et al., 2013). Além disso, as dificuldades socioeconômicas e ambientais, como a desigualdade econômica e social, a pobreza, o desemprego, a aglomeração urbana e o saneamento básico deficiente, juntamente com os serviços de saúde escassos e inadequados, alimentam a expansão dessa doença (GREMIÃO et al., 2020).

Na região sul do Rio Grande do Sul, Poester et al., (2018) relatam que a esporotricose não há relação com a baixa situação socioeconômica da região, sendo justificado em sua pesquisa que o percentual de animais castrados é mais de 58% no município do Rio Grande, e com a forma localizada da doença demonstrando um maior percentual econômico tanto pelos custos da castração como pelo cuidado das lesões serem localizadas, ao contrário do que ocorre no município de Pelotas em que 29% dos animais eram castrados e apresentavam a forma disseminada da doença com maior predominância.

Entretanto, os felinos, em especial os machos não castrados e de vida livre, apresentam um importante papel epidemiológico (Farias, 2000; Larsson, 2011), uma vez que os gatos têm o hábito de arranhar árvores, cavar buracos, cobrir dejetos com terra, afiar as unhas em tronco de árvores; além disso, tem comportamento territorial muito forte, participando de disputas especialmente entre os machos não castrados, o que facilita a remoção do fungo de seu habitat natural e sua localização no espaço subungueal dos animais, o que facilita sua disseminação (BARR; BOWMAN, 2006). E a principal forma de disseminação desta micose entre os gatos é pelo contato entre animais sadios e infectados (CRUZ et al., 2013).

No Rio de Janeiro, apesar do elevado número de casos e da pressão que a esporotricose impõe aos serviços de saúde pública, um programa de controle da esporotricose animal que incluía diagnóstico e tratamento gratuitos só foi implementado 16 anos após o início da epidemia. No entanto, dada a situação caótica nesta região, as medidas de controle utilizadas foram insuficientes. Assim, mesmo com a disseminação da doença para outros estados do Brasil, a notificação compulsória é realizada apenas por alguns municípios específicos (GREMIÃO et al., 2020).

Recentemente Paiva et al. (2020), constataram 135 casos humanos de esporotricose notificados no município de Belo Horizonte – Minas Gerais em um estudo de levantamento de dados de notificações da Superintendência de Vigilância em Saúde do município entre janeiro de 2016 a junho de 2019, já o total de casos felinos notificados foi de 343. Ainda segundo estes autores, a maioria dos casos humanos (95/135) com 70,37% foram registrados a uma distância de até 0,5 Km de um gato com diagnóstico de esporotricose, e ainda 83,70% (113/135) dos casos humanos foram registrados em distâncias de até 1Km de um caso felino.

Demonstrando assim, a importância de ser uma doença zoonótica, portanto, Paiva et al. (2020) apresentaram como uma grande preocupação da expansão da esporotricose em Belo Horizonte a falta de reconhecimento da população em relação à participação dos gatos nessa doença. Além disso, a esporotricose humana e a animal não estão enquadradas na política nacional de vigilância sanitária e não são de notificação compulsória, não sendo dada, portanto, a devida importância dentro da saúde pública. Porém, desde o ano de 2018, locais como Minas Gerais a notificação de esporotricose humana tem se tornado obrigatória (MINAS GERAIS, 2018).

Paiva et al. (2020), relatam ainda que os resultados deste estudo reforçam que políticas públicas devem ser tomadas para o controle da esporotricose humana, devendo ser considerado também o controle das doenças nos animais. É importante ressaltar que a avaliação do tratamento antifúngico da esporotricose em gatos, há taxas de cura que variam entre 71% e 100%, demonstrando que o sucesso terapêutico pode ser alcançado quando o tratamento é instituído adequadamente (REIS et al., 2016; ROSSI et al., 2013; SOUZA et al., 2018). Embora essa taxa de cura se mostre adequada, a avaliação retrospectiva dos casos do Instituto Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, onde o tratamento é oferecido gratuitamente aos donos de gatos com esporotricose, ainda demonstram taxas de abandono de 34–55,6% (CHAVES et al., 2013; SCHUBACH et al., 2004). Sendo assim, as políticas de prevenção e controle desta doença devem combinar tanto ações de diagnóstico precoce e tratamento adequado, como medidas educativas para uma apropriação responsável, que num contexto de saúde única, dependerão da integração de diferentes organizações do setor público (PAIVA et al., 2020).

O sul do RS por sua vez, atingiu proporções alarmantes, e a real prevalência da doença está sendo subestimada, principalmente pela ausência de dados de casos de felinos errantes. Portanto, com base no cenário atual, caso não sejam adotadas medidas de controle e prevenção, a região poderá enfrentar uma epidemia da doença, como já foi relatado em outros estados (POESTER et al., 2018).

Moreira et al., (2021) em um estudo realizado no município de Contagem, Minas Gerais na região sudeste do Brasil relatam como uma medida de controle que pode ser implementada dentro da vigilância da esporotricose, além da identificação dos animais positivos, é o descarte correto de seus cadáveres, sendo estes incinerados, essa medida demonstrou ajudar a reduzir a contaminação. Pois a decomposição de animais mortos abandonados ou enterrados no ambiente doméstico podiam resultar em um maior risco de carga fúngica no solo (TÉLLEZ et al., 2014), assim essa medida deve fazer parte de um programa de controle da esporotricose animal (MOREIRA et al., 2021).

Rabello et al., (2022), em uma revisão sistemática dos casos de esporotricose humana notificados no Brasil entre 1907 a 2020 destacaram que essa doença é endêmica no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, em expansão contínua para todos os estados do país. Além disso, a transmissão zoonótica por gatos tem contribuído bastante para este aumento progressivo do número de casos, portanto não podendo ser pensadas de forma independente, contribuindo novamente para a importância dessa doença no âmbito de saúde única.

4        CONSIDERAÇÕES FINAIS

Contudo, apesar do considerável aumento de casos registrados em diversas cidades do país, ainda é possível se deparar com a negligência por parte do poder público em relação às tomadas de medidas eficazes de prevenção e ao tratamento da doença, bem como medidas educativas para a população.

Nesse sentido, o médico veterinário desempenha um papel fundamental no controle da esporotricose, atuando na prevenção, orientação, aspectos sanitaristas e no tratamento ideal dos animais acometidos pela doença.

REFERÊNCIAS

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1Médica Veterinária, Universidade Federal do Piauí, Bom Jesus, PI

2Médica Veterinária, Faculdade de Ciências da Saúde de Unaí, Unaí, MG

3Graduando em Medicina Veterinária, UNIESP Centro Universitário, João Pessoa, PB

4Graduando emMedicina Veterinária, Centro Universitário Ritter dos Reis, Porto Alegre, RS

5Médico Veterinário, Universidade Federal do Piauí, Bom Jesus, PI

6Graduando em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI

7Médico Veterinário, Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI

8Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI