REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10452874
Marcos Ramon Ribeiro dos Santos Mendes1; Franciane Soares Mendes de Castro2; Ana Laura Amorim Pereira3; Luan Ribeiro dos Santos Assis4; Dayanna das Neves Gomes de Souza5; Rafael Quesado Vidal6; Anne Jacob de Souza Araújo7; Renata Coelho Bezerra Cavalcante8; Albert Nuann Santos de Oliveira9; Elielson Tumaz de Sousa10
RESUMO
A fibromialgia está comumente associada a uma maior incidência de inatividade física e a uma redução no condicionamento cardiorrespiratório, resultando em efeitos adversos na saúde e um aumento na morbimortalidade. O presente estudo é uma revisão de literatura com os artigos pesquisados nas bases de dados bireme, pubmed e scielo, que foram publicados nos últimos cinco anos e que, para critério de inclusão, eles têm a palavra fibromialgia no título e são artigos completos disponíveis. As evidências atuais sugerem que a principal abordagem não farmacológica para esses indivíduos é a prática regular de atividade física. As atividades aeróbicas, realizadas tanto em ambientes terrestres quanto aquáticos, e os exercícios de fortalecimento muscular, não exacerbam os sintomas da doença, apresentando benefícios significativos para a saúde física e mental. Para esses pacientes, é fundamental adotar um estilo de vida mais ativo. Recomenda-se diminuir o tempo gasto em atividades sedentárias e aumentar a prática de atividades físicas no dia a dia. É aconselhável seguir a recomendação de realizar pelo menos 30 minutos diários de atividade física moderada, além de incorporar exercícios de fortalecimento muscular em, no mínimo, dois dias por semana. Essas práticas têm um impacto significativo na melhoria da capacidade funcional e na qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Exercício físico; Fibromialgia; Qualidade de vida.
ABSTRACT
Fibromyalgia is commonly associated with a higher incidence of physical inactivity and a reduction in cardiorespiratory fitness, resulting in adverse health effects and an increase in morbidity and mortality. The present study is a literature review with articles searched in the bireme, pubmed and scielo databases, which were published in the last five years and which, for inclusion criteria, have the word fibromyalgia in the title and full articles are available. Current evidence suggests that the main non-pharmacological approach for these individuals is regular physical activity. Aerobic activities, carried out in both terrestrial and aquatic environments, and muscle strengthening exercises, do not exacerbate the symptoms of the disease, presenting significant benefits for physical and mental health. For these patients, it is essential to adopt a more active lifestyle. It is recommended to reduce the time spent on sedentary activities and increase the practice of physical activities on a daily basis. It is advisable to follow the recommendation of performing at least 30 minutes of moderate physical activity daily, in addition to incorporating muscle strengthening exercises at least two days a week. These practices have a significant impact on improving patients’ functional capacity and quality of life.
Keywords: Physical Exercise; Fibromyalgia; Quality of life.
1 INTRODUÇÃO
A fibromialgia é uma síndrome de dor crônica caracterizada por dor musculoesquelética difusa, fadiga, distúrbios do sono e pontos sensíveis em áreas específicas do corpo. É uma condição complexa e, muitas vezes, mal compreendida. Os sintomas podem variar em intensidade e duração, e essa patologia pode afetar, significativamente, a qualidade de vida das pessoas (NELSON, 2019).
As comprovações acerca da relevância da prática regular de exercícios para a saúde são amplamente reconhecidas, não havendo questionamentos quanto aos seus impactos na morbimortalidade, saúde mental e, por conseguinte, no bem-estar e na qualidade de vida do indivíduo (JOUSTRA et al., 2019).
O efeito de programas consistentes de atividade física e exercícios em diversas enfermidades crônicas e condições clínicas tem sido objeto de estudo cada vez mais aprofundado, evidenciando que os benefícios para a saúde desses pacientes superam significativamente os riscos, especialmente, ao aprimorar a capacidade funcional e a qualidade de vida (SANZ-BAÑOS; PASTOR-MIRA; LLEDÓ, 2022).
A fibromialgia também tem despertado o interesse de pesquisadores e, ao longo de vários anos, tem-se investigado os efeitos de programas de atividade física, como caminhadas simples, atividades aquáticas, exercícios com pesos e o tai chi chuan (FERNANDES et al., 2022).
Considerando que, em geral, a maioria das pessoas diagnosticadas com essa doença, apresenta um nível de atividade física e condicionamento inferior ou igual ao de seus pares do mesmo sexo e idade, a promoção de atividade física regular nessa população revela-se tão primordial quanto para aqueles sem tal diagnóstico (ANDRADE et al., 2020).
O objetivo desta revisão de literatura consiste em analisar as evidências mais recentes acerca do impacto da atividade física nos sintomas, manifestações clínicas e indicadores de saúde em indivíduos diagnosticados com fibromialgia.
2 DISCUSSÃO
2.1 Definição
A fibromialgia é uma síndrome de dor crônica e generalizada, caracterizada por dor muscular e sensibilidade em pontos específicos do corpo, conhecidos como “pontos-gatilho”. Essa condição afeta predominantemente as articulações, músculos e tendões (FERNANDES et al., 2020).
2.2 Epidemiologia
A epidemiologia da fibromialgia envolve o estudo da prevalência, incidência e fatores de risco associados a essa condição. A fibromialgia é uma condição relativamente comum, afetando pessoas em todo o mundo. A prevalência varia em diferentes populações e regiões. Estimativas sugerem que a prevalência da fibromialgia é de cerca de 2% a 8% da população adulta nos Estados Unidos (GAUDREAULT; BOULAY, 2019).
A fibromialgia é mais comum em mulheres do que em homens, com uma proporção de cerca de 9 mulheres para cada homem afetado. A razão para essa disparidade de gênero não é completamente compreendida, mas fatores hormonais e genéticos podem desempenhar um papel (RIVAS NEIRA et al., 2019).
A fibromialgia pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum em adultos de meia-idade e idosos. No entanto, também pode afetar adolescentes e jovens. Vários fatores de risco e associações foram identificados em estudos epidemiológicos, incluindo histórico familiar da condição, trauma físico, infecções prévias e condições médicas coexistentes, como artrite reumatoide e síndrome de fadiga crônica (NELSON, 2019).
2.3 Etiologia
De acordo com JOUSTRA et al. (2019), a etiologia da fibromialgia não é completamente compreendida e não existe uma causa única bem estabelecida para essa condição. Ela é considerada uma síndrome de dor crônica complexa, influenciada por uma combinação de fatores genéticos, neurobiológicos, psicossociais e ambientais. Alguns dos fatores e teorias associados à etiologia da fibromialgia incluem:
- A genética, onde estudos sugerem que a predisposição genética desempenha um papel na susceptibilidade à fibromialgia. Pode haver uma tendência familiar, indicando que algumas pessoas podem herdar uma predisposição genética para a condição;
- Os distúrbios neurobiológicos, porque as alterações nos sistemas de processamento da dor no sistema nervoso central são comuns em pessoas com fibromialgia. Isso inclui uma maior hipersensibilidade, bem como desregulações nos neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina, que desempenham um papel na regulação da dor e do humor;
- O estresse físico e emocional, onde traumas físicos, como lesões ou cirurgias, e estresse emocional crônico podem desencadear ou exacerbar os sintomas da fibromialgia em algumas pessoas. O estresse prolongado pode afetar negativamente a regulação da dor no sistema nervoso;
- As infecções, que algumas teorias sugerem que infecções virais ou bacterianas prévias podem desencadear o desenvolvimento da fibromialgia em algumas pessoas. No entanto, essa relação não é completamente compreendida.
- Os distúrbios do sono, que muitas pessoas com fibromialgia têm distúrbios do sono, como insônia ou apneia do sono. A qualidade do sono inadequada pode contribuir para o agravamento dos sintomas de dor e fadiga;
Os fatores psicossociais, pois a fibromialgia está frequentemente associada a problemas psicossociais, como depressão, ansiedade e estresse crônico. Esses fatores emocionais podem influenciar a percepção da dor e a qualidade de vida das pessoas com fibromialgia; - Os fatores ambientais, pois alguns deles, como exposição a toxinas e substâncias químicas, podem teoricamente contribuir para o desenvolvimento da fibromialgia, embora a evidência seja limitada.
2.4 Fisiopatologia
A fisiopatologia da fibromialgia é complexa e ainda não está completamente elucidada. No entanto, existem várias teorias que buscam explicar os mecanismos subjacentes à condição (ANDRADE et al., 2019).
Uma das teorias mais amplamente aceitas é que a fibromialgia envolve uma sensibilização central da dor. Isso significa que o sistema nervoso central das pessoas com fibromialgia parece ser mais sensível à dor do que o normal, podendo resultar em uma amplificação dos sinais de dor, o que torna as pessoas mais suscetíveis a sentir dor em resposta a estímulos que seriam normalmente considerados não dolorosos (ERICSSON; PALSTAM; LARSSON, 2019).
As alterações nos níveis e na regulação de neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina e substância P, foram observadas em pessoas com fibromialgia. Esses neurotransmissores desempenham um papel importante na regulação da dor e do humor. Desregulações nesses sistemas podem contribuir para a amplificação da dor e para os sintomas psicológicos associados à fibromialgia (BIDONDE; BUSCH; SCHACHTER, 2019).
A maioria das pessoas com fibromialgia apresenta distúrbios do sono, como insônia, sono leve e apneia do sono. A qualidade inadequada do sono pode agravar a sensibilidade à dor e contribuir para a fadiga e outros sintomas (SÉGURA-JIMÉNEZ; BORGES-COSIC; SORIANO-MALDONADO, 2019).
Embora a fibromialgia não seja considerada uma doença autoimune ou inflamatória, alguns estudos sugerem que pode haver inflamação de baixo grau no tecido muscular e nas articulações de pessoas com a condição. Essa inflamação pode contribuir para a dor e a sensibilidade (MACFARLANE; KRONISCH; DEAN, 2021).
Há evidências de que a fibromialgia pode ter uma predisposição genética, já que a condição parece ocorrer em famílias. Estudos identificaram variações em genes relacionados à regulação da dor e à resposta ao estresse que podem estar associados à fibromialgia (ANDRADE et al, 2020).
Estresse crônico, traumas emocionais e distúrbios psicológicos, como depressão e ansiedade, podem influenciar a experiência da dor em pessoas com fibromialgia. Esses fatores psicossociais não são causa direta da fibromialgia, mas podem exacerbar os sintomas (BJERSING; LARSSON; PALSTAM, 2021).
É importante ressaltar que a fisiopatologia da fibromialgia é complexa e ainda está sob investigação ativa. A interação de múltiplos fatores, incluindo genética, neurobiologia, fatores psicossociais e ambientais, provavelmente desempenha um papel na manifestação da condição (GARCÍA-HERMOSO; SAAVEDRA; ESCALANTE, 2019).
2.5 Manifestações clínicas
A fibromialgia é uma condição caracterizada por uma variedade de manifestações clínicas, sendo a dor generalizada e a sensibilidade em pontos específicos do corpo os sintomas mais proeminentes. Além da dor e sensibilidade, outras manifestações clínicas comuns podem existir (SANZ-BAÑOS; PASTOR-MIRA; LLEDÓ, 2022).
A dor é o sintoma mais característico da fibromialgia. Ela é crônica e generalizada, afetando músculos, ligamentos e tendões em todo o corpo. A dor é frequentemente descrita como profunda, latejante, queimante ou em pontadas (JOUSTRA et al., 2019).
Pessoas com fibromialgia geralmente apresentam sensibilidade aumentada em pontos específicos do corpo, que são os pontos-gatilho ou pontos de pressão. A pressão leve sobre esses pontos pode causar dor intensa. Existem 18 pontos de pressão reconhecidos no corpo (ANDRADE et al., 2020).
A fadiga é uma queixa comum em pessoas com fibromialgia. Ela não melhora significativamente com o repouso e pode ser debilitante. Assim como, muitas pessoas com fibromialgia têm dificuldades em dormir ou não alcançam um sono reparador. Isso pode resultar em sono leve, insônia e cansaço matinal (FERNANDES et al., 2022).
As pessoas que têm essa patologia em apreço também podem ter rigidez matinal, que pode ser mais intensa do que a rigidez matinal associada a outras condições reumatológicas, como a artrite reumatoide. Também podem ter dificuldades cognitivas, conhecidas como “fibrofog”; sintomas emocionais, como a ansiedade e a depressão; sintomas gastrointestinais, como a síndrome do intestino irritável; dor de cabeça; formigamento; dormência; sensação de inchaço nas articulações; tontura e sensibilidade à luz e ao som (MCDOWELL; COOK; HERRING, 2019).
2.6 Diagnóstico
O diagnóstico da fibromialgia é baseado, principalmente, em critérios clínicos, uma vez que não existem testes laboratoriais específicos ou achados de imagem que possam confirmar a presença da patologia (NELSON, 2019).
O processo de diagnóstico envolve várias etapas, incluindo a exclusão de outras condições médicas que possam causar sintomas semelhantes. Os critérios diagnósticos mais amplamente aceitos para a fibromialgia são os Critérios de Classificação para Fibromialgia do American College of Rheumatology (ACR) (SANZ-BAÑOS; PASTOR-MIRA; LLEDÓ, 2022).
O profissional de saúde começa avaliando os sintomas relatados pelo paciente, incluindo a presença de dor generalizada e sensibilidade em pontos de pressão. Os sintomas devem ter uma duração de pelo menos três meses para atender aos critérios diagnósticos (GAUDREAULT; BOULAY, 2019).
O médico deve descartar outras patologias que possam causar sintomas semelhantes, como doenças autoimunes, distúrbios musculoesqueléticos, artrite reumatoide, lúpus, entre outras. Para isso, são realizados exames de sangue, testes de imagem e outras avaliações conforme necessário (BIDONDE; BUSCH; SCHACHTER, 2019).
Conforme os critérios de diagnóstico da ACR, o médico deve verificar a sensibilidade à pressão em pelo menos 11 dos 18 pontos de pressão reconhecidos no corpo. Esses pontos de pressão são frequentemente distribuídos bilateralmente em áreas, como o pescoço, ombros, peito, cotovelos, quadris e joelhos (ANDRADE et al., 2019).
Deve-se coletar um histórico médico completo, incluindo informações sobre os sintomas, histórico familiar de fibromialgia e outros fatores que possam ser relevantes para o diagnóstico (MACFARLANE; KRONISCH; DEAN, 2021).
É notório que a fibromialgia não é um transtorno psiquiátrico, mas os sintomas emocionais, como ansiedade e depressão, são comuns em pessoas com a condição. O médico pode avaliar a presença de condições psiquiátricas, mas o diagnóstico de fibromialgia não depende da presença dessas condições (RIVAS NEIRA et al., 2019).
É importante que o diagnóstico da fibromialgia seja feito por um profissional de saúde experiente, como um reumatologista, que esteja familiarizado com a condição e seus critérios diagnósticos. Ela é uma síndrome clínica que pode ser desafiadora de diagnosticar e é essencial que outros problemas médicos sejam adequadamente descartados (SÉGURA-JIMÉNEZ; BORGES-COSIC; SORIANO-MALDONADO, 2019).
2.7 Exercício físico e a fibromialgia
O exercício físico desempenha um papel essencial no tratamento da fibromialgia e é amplamente reconhecido como uma abordagem terapêutica importante para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas por ela (ANDRADE et al., 2020).
O exercício regular pode ajudar a reduzir a intensidade da dor associada à fibromialgia. Embora o início do exercício possa ser desafiador devido à dor e à fadiga, à medida que a pessoa se adapta, os benefícios no alívio da dor se tornam mais evidentes (ERICSSON; PALSTAM; LARSSON, 2019).
O exercício fortalece os músculos, melhora a resistência e a flexibilidade e ajuda a manter a função articular. Isso pode contribuir para uma melhor qualidade de vida e uma maior capacidade de realizar as atividades diárias (BJERSING; LARSSON; PALSTAM, 2021).
Exercícios regulares podem ajudar a aumentar a energia e reduzir a fadiga em pessoas com fibromialgia. O condicionamento físico melhora a capacidade de resistir ao esforço e desempenhar tarefas cotidianas com menos intensidade (BIDONDE; BUSCH; SCHACHTER, 2019).
O exercício regular pode ajudar a melhorar a qualidade do sono em pessoas com essa patologia. Então, um sono mais repousante contribui para a redução dos sintomas da condição (GARCÍA-HERMOSO; SAAVEDRA; ESCALANTE, 2019).
A importância do exercício físico no tratamento da fibromialgia também tem benefícios, como controle do peso, efeitos psicológicos positivos, melhora da função cardiovascular, socialização e apoio, tudo isso em prol de amenizar os sintomas das pessoas com essa patologia (MCDOWELL; COOK; HERRING, 2019).
É importante destacar que o exercício deve ser adaptado às necessidades individuais de cada pessoa com fibromialgia. A abordagem deve ser gradual e o programa de exercícios deve ser desenvolvido em consulta com um profissional de saúde, como um fisioterapeuta, que esteja familiarizado com a condição. Exercícios de baixo impacto, como caminhada, natação e alongamento, costumam ser bem tolerados (NELSON, 2019).
Desse modo, é fundamental que as pessoas com fibromialgia busquem orientação profissional antes de iniciar um programa de exercícios, em prol de garantir que ele seja seguro e apropriado para sua situação específica. Assim, o exercício faz parte de uma abordagem abrangente e multidisciplinar para o manejo da fibromialgia, juntamente com outras terapias não farmacológicas, como terapia cognitivo-comportamental, fisioterapia, terapia ocupacional, massagem, acupuntura, hidroterapia, dieta e nutrição e educação do paciente (SANZ-BAÑOS; PASTOR-MIRA; LLEDÓ, 2022).
3 CONCLUSÃO
Com base nas evidências disponíveis, é viável concluir que a prática de atividade física é reconhecida como uma componente essencial no tratamento de indivíduos diagnosticados com fibromialgia, pois seus potenciais impactos no controle de sintomas físicos, na mitigação da depressão, ansiedade, na qualidade do sono e na qualidade de vida são inquestionáveis.
As mais recentes diretrizes da Liga Europeia contra o Reumatismo (European League Against Rheumatism, EULAR) indicam que a abordagem inicial para esses pacientes deve ser, predominantemente, não farmacológica, sendo que a primeira medida recomendada é a incorporação de exercícios físicos, tanto aeróbicos quanto musculares.
No contexto do planejamento terapêutico, o modelo de compreensão da relação entre dor e exercício físico deve abranger não apenas as características da atividade física, mas também, o entendimento do paciente, seus padrões comportamentais anteriores, suas crenças, pois a possibilidade de o exercício representar uma ameaça ao seu bem-estar, ocorre quando o mesmo é realizado potencialmente exacerbando a dor crônica e levando o indivíduo a evitar a prática de atividades físicas.
Cabe aos profissionais de saúde, orientar os pacientes diagnosticados com fibromialgia a evitar a inatividade física, seguindo as atuais recomendações de exercícios físicos para a promoção da saúde, com isso, deve-se reduzir o comportamento sedentário, dedicar pelo menos 150 a 300 minutos por semana às atividades físicas e, sempre que possível, incorporar exercícios de fortalecimento muscular, pelo menos duas vezes por semana, para melhorar a condição física, bem-estar e qualidade de vida deles.
REFERÊNCIAS
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1Acadêmico de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
https://orcid.org/0000-0001-9176-6797;
2Médica, especialista em Medicina de Família e Comunidade pela UFPI
https://orcid.org/0009-0002-2164-2961;
3Acadêmica de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
https://orcid.org/0009-0005-0792-0701;
4Enfermeiro, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0000-0002-9840-7575;
5Enfermeira, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0009-0006-1929-8726;
6Enfermeiro, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0009-0007-8509-1018;
7Enfermeira, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0000-0002-1895-1782;
8Enfermeira, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0009-0004-2301-2626;
9Enfermeiro, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0009-0009-4536-5883;
10Enfermeiro,EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF
https://orcid.org/0009-0002-9868-6663