A ESTÉTICA COMO PROFISSÃO MULTIDISCIPLINAR

A ESTHETICS AS A MULTIDISCIPLINARY PROFESSION

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10436109


Lourdes Nascimento Da Silva1
Amanda Loenny Alves Siva2
Profª.  Msc. Aliny Rocha3


Resumo

A Estética já era vista como sonho de consumo, para pessoas que almejavam um procedimento como cura de suas insatisfações pessoais, e para outras que viam a profissão como uma forma rápida de ter uma renda.
A profissão passou por muitas fases e construções, junto a humanidade, até mesmo para ser reconhecida hoje, como “profissão de carreira” com graduação, pós, doutorado. Assim, como outros cursos da área da saúde. Porém, a estética encara problemas reais, em um mundo real. Não está nem perto dessa fábrica de sonhos, descrita pelas mídias sociais tanto positivas, quanto negativas. Há um grande movimento contra essa profissão vista como badalada. Por estar na boca de amigos e estranhos, famosos e anônimos. Aonde quer que você vá, tenho certeza que já ouviu algo relacionado. Seja um tratamento, um simples skincare, ou um comentário desdenhoso sobre um procedimento que resultou em graves intercorrências.

Palavra chave: Estética, profissão multidisciplinar, regulamentação, ética e moral, desmistificando.

Abstract

Aesthetics was already seen as a dream come true, for people who wanted a procedure to cure their personal dissatisfactions, and for others who saw the profession as a quick way to earn an income. The profession has gone through many phases and constructions, along with humanity, even to be recognized today as a “career profession” with undergraduate, postgraduate, doctoral degrees. Like other courses in the health sector. However, aesthetics faces real problems, in a real world. It’s nowhere near that dream factory described by both positive and negative social media. There is a huge movement against this profession seen as trendy.
For being on the lips of friends and strangers, famous and anonymous. Wherever you go, I’m sure you’ve heard something related. Be it a treatment, simple skincare, or a dismissive comment about a procedure that resulted in serious complications.[1]

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, a história da estética voltada para a profissão de esteticista, teve início na década de 50, com a francesa Anne Marie Klotz. Considerada precursora de uma profissão importante para o equilíbrio mental, físico, social e espiritual ao indivíduo.

Atualmente, ausência de doença, e bem-estar, são elementos do conceito de saúde. A (OMS) Organização Mundial da Saúde. Afirma que “a saúde é um estado de bem-estar físico,mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade. Por ser vista como uma profissão que somente visa o embelezamento, a estética e seus profissionais, sofrem preconceito. Como toda construção e desconstrução do “novo”, aos poucos esse conceito vem sendo desmitificado, ganhando espaço, mostrando que ela está em afinidade com o bem-estar das pessoas, prevenindo e tratando doenças, tanto físicas como emocionais.

A estética está presente em diversos campos de saúde, conquistando cada vez mais espaço na área. Como nas práticas integrativas e complementares de saúde (PICS), tem como objetivo trazer resultados não só externos, mas também trazer grandes mudanças internas. A estética integrativa, é inovadora, é uma forma mais completa de tratamento para o paciente aplicando terapias complementares, tendo como principal função enxergar o paciente e suas alterações estéticas sobre um aspecto amplo, levando em consideração um contexto emocional, mental, espiritual e físico. Os tratamentos proporcionam a regularização dos sistemas e órgãos internos que possuem influências diretas nas diversas regiões do corpo.

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são abordagens terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade. Estas práticas foram institucionalizadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPIC) e, atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma integral e gratuita, 29 procedimentos de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) à população. Entre as 29 práticas integrativas está presente na estética á cromoterapia, aromaterapia, geoterapia, ozonioterapia, terapias de florais, acupuntura, bambuterapia.

2 DESAFIOS REGULATÓRIOS NA PROFISSÃO

A estética só foi reconhecida recentemente, os profissionais atuantes da área passaram anos trabalhando sem regulamentação, o que dificultou a delimitação de direitos e deveres os cuidados trazidos por profissionais esteticistas trazem benefícios para parte externas e internas das pessoas.

Se tratando dos direitos dos profissionais de estética já é possível afirmar que a área vem ganhando força total, sendo legitimada através da regulamentação da profissão. A principal mudança é a distinção entre profissionais com formações diferentes.

 A Lei 13.643/18, regulamenta as profissões de esteticistas e técnicos em estética aprovada em novembro de 2016. Essas modificações foram realizadas devido a separação das profissões de estetacosmetólogo em esteticista e cosmetólogo, não deixando de ser esteticistas. A Lei, regulamenta a profissão de esteticista, compreende o esteticista e cosmetólogo, e o técnico em estética. 

A estética também atua no SUS de forma preventiva cuidando de possíveis intercorrências, doenças desencadeadas por problemas psicológicos e emocionais, recuperação e promoção da saúde. Práticas essas chamadas de terapias alternativas, técnicas que complementam os tratamentos médicos.

Equipe multidisciplinar é uma rede de profissionais que possuem diferentes formações e habilidades, provenientes de diversas áreas de conhecimento. Contudo, esses estão aptos a formar especialistas ou técnicos para atribuírem sua função com êxito. 

Na área exclusiva da estética, a equipe pode ser composta por esteticistas, maquiadores, profissionais de marketing, psicólogos, educadores. Cada um com sua expertise específica e sua ótica. A diversidade de conhecimentos, estimula a inovação e serviços ofertados. Essa combinação de diferentes perspectivas pode levar a abordagens únicas, ajudando e se destacando.

Na área da saúde a equipe multidisciplinar se faz presente, nas condições em que haja um companheirismo entre os profissionais da saúde nos tratamentos dos pacientes, e não uma disputa, monopólio, ou pódio, para mostrar quem manda mais e é mais importante.  

3 DESMITIFICANDO A ESTÉTICA PELA VISÃO POPULAR E MIDIÁTICA

Para demonstrar a importância do agir com ética, discorremos acerca dos conceitos de ética e moral, sobre a excelência da conduta ética nos principais contextos que norteiam o local de trabalho do esteticista.

A relevância que é a existência do código de ética para esta categoria profissional, por ser um documento que especifica, além dos direitos e deveres, o que é vetado eticamente ao exercício da profissão e as possíveis punições em caso de desobediência ao que nele está determinado. Desta forma, é dever do profissional estar apto a ter a melhor conduta com o paciente, portanto, está associado a visão errônea que a estética tem do lado de fora de sua sala de aula e clínicas.

Segundo a revista cientifica multidisciplinar núcleo do conhecimento ISSN 2448-0959, no artigo a importância de ética profissional do esteticista no relacionamento com o cliente, diz que em relação ao acolhimento e tratamento do cliente, é de suma importância que o zelo e o respeito estejam presentes em todas as atitudes. A ASSOCEMSP (Associação dos Profissionais de Cosmetologia Estética e Maquilagem do Estado de São Paulo), em seu código de ética, enumera nos incisos I a III do art. 7°, Capítulo III, que trata do respeito com o cliente, deveres e obrigações que o esteticista deve possuir em relação ao cliente no tocante ao comportamento habitual na lida diária do atendimento, dada a diversidade da clientela, visto que, identidade, religião, convicções políticas e filosóficas não são fatores que devam influenciar no atendimento. Art. 7º – O Esteticista em relação aos clientes possui os seguintes deveres e obrigações:

 I – Respeitar a individualidade, dignidade e direitos fundamentais da pessoa humana;

II– Saber ouvir seu cliente e demostrando empatia;

 III – Respeitar as convicções religiosas, políticas e filosóficas do cliente.

Em virtude a especialização em estética no trajeto acadêmico estudantil tem diversas disciplinas teóricas e práticas, que são apresentadas a fim de tornar profissionais capacitados intelectualmente e tecnicamente para exercitar com propriedade e segurança a profissão.

Como graduanda da área da estética, noto profissionais que tem intercorrências em seus procedimentos e técnicas inovadoras, que acabam sendo resolvidas por outros profissionais da área. 

E dentro desses procedimentos podemos ver a má conduta em suas aplicações, em sua forma de como tratar o paciente e o caso, no antes, durante e depois dos procedimentos. 

Daí vem as informações negativas dissipadas, como folhas ao vento. Um paciente, fala para outro, uma amiga, até mesmo um profissional que esquece de sua ética.

Dito isso, como uma luva encaixa perfeitamente em certas mãos, casos do tipo, caem perfeitamente na ponteira da militância negativa em cima da estética. Onde só um ponto de vista é abordado, só um lado é visto, esse é o ponto de vista pelas pessoas.

Como pessoa direta de uma nova geração de profissionais, posso notar o tamanho do ruído entre novos profissionais portadores de uma visão humanizada e profissionais atuantes já consolidados no mercado de trabalho, que infelizmente em sua grande maioria tem uma visão de uma verdade única sobre seus conhecimentos, que é completamente engessado, padronista e nada humanizado. 

Para uma profissão que cresce de acordo com a demanda de mudanças associadas ao conceito do bem-estar próprio do indivíduo, posso afirmar com propriedade, que grande parte do ódio, da visão deturpada, e do preconceito contra a estética infelizmente vem desses profissionais que vendem a beleza padronizada como saúde. 

Grande parte da nova geração e de muitos profissionais sabe que não existe uma verdade absoluta, somos criaturas em constante evolução, ávidas pelo conhecimento, que dentro da área, além de ser primordial é constante. 

Acredito que nosso papel vai além do ser esteticista, temos ao nosso lado a busca incessante através de estudos de pesquisas, através da ciência, e sobretudo através de um atendimento humanizado.

O belo está além no conceito de que beleza seja um biotipo, uma cor de cabelo, de olhos, ou uma boca volumosa, procedimentos estéticos estar intrinsecamente ligada à saúde física e emocional.

 Querer aprimora-se para se sentir bem emocionalmente, fisicamente, psicologicamente, é diferente de querer mudar toda a sua estrutura física porque alguém disse que era errado e que a saúde está na beleza padronizada. 

Não é o que propagamos! Caso contrário, não estaríamos em constante aprimoramento profissional para oferecer um atendimento personalizado e humanista.  A beleza não está nos olhos de quem vê, e sim no seu ponto de vista pessoal, somos pessoas de diversas etnias, culturas e opiniões.  

O século XXI, não diferente outras épocas, veio trazendo consigo, muitas referências, porém, um padrão diferente de pensar e se apresentar. Um conceito e alta preocupação dos indivíduos com a estética, corpo, e saúde, aliando tudo com a beleza associada com a autoestima.

Seguindo essa linha de pensamento, os profissionais da área tiveram uma grande demanda de capacitação para acompanhar o ritmo das mudanças. Elevando cada vez mais seu patamar e o da profissão, que também realiza consultas e prescrições, além de seus procedimentos.

É interessante ressaltar, que há poucos profissionais que possuem a estética como sua profissão primária. São muitos profissionais atualmente na área, é claro.  Mas, quase todos, com especializações, que os tornaram atuantes.

 De um âmbito positivo, talvez isso tenha contribuído para o crescimento da graduação e ascensão solo, da estética.  Como graduanda da área, posso afirmar que a estética pode ter sim seu glamour, suas polemicas, seus lados positivos e negativos, como várias áreas profissionais.

Mas, a estética também é ciência, pesquisa, inovação, cuidado com seus pacientes, e é uma grande auxiliadora em nossa saúde mental, desde que saibamos lidar com nossa naturalidade humana.

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1,2Acadêmicas do curso de Estética e Cosmética da Faculdade Florence

3Farmacêutica, Mestre em Saúde e Meio Ambiente