TRANSFORMAÇÕES DO LUTO: UMA ANÁLISE INTERDISCIPLINAR DE SUA EVOLUÇÃO E IMPACTO NA SAÚDE COLETIVA

LUTO TRANSFORMATIONS: AN INTERDISCIPLINARY ANALYSIS OF ITS EVOLUTION AND IMPACT ON PUBLIC HEALTH

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10388290


Ailton Luiz dos Santos1
José Ivan Veras do Nascimento2
Jovania dos Santos Cacho de Araujo3
Jackson Ribeiro dos Santos4


RESUMO

Este estudo investiga a experiência do luto, enfatizando sua natureza multifacetada e as transformações ocorridas em suas percepções e práticas ao longo da história. Considerando a influência de fatores culturais, históricos e psicológicos, o estudo se debruça sobre as mudanças socioculturais e médicas que moldaram a experiência do luto, e como estas influenciam o bem-estar individual e coletivo. A pesquisa centraliza a questão: Como as evoluções socioculturais e médicas influenciaram a experiência do luto ao longo dos séculos, e de que maneira podemos compreender e manejar este processo psíquico na saúde coletiva? O objetivo é analisar o luto sob uma perspectiva psicológica, com ênfase nas contribuições da psicanálise, especialmente as teorias de Freud, além de considerar os desafios do luto patológico. A metodologia adotada foi uma revisão bibliográfica extensiva, que abrangeu uma gama diversificada de fontes, proporcionando um olhar interdisciplinar sobre o tema. Os resultados apontam que o luto, além de ser uma experiência pessoal complexa, tem implicações significativas na saúde coletiva. A pesquisa conclui que processar o luto de maneira saudável é vital para o crescimento e resiliência individual, enfatizando a necessidade de suporte social, emocional e profissional. Destaca-se a importância de abordagens holísticas no manejo do luto, bem como a urgência em desestigmatizar o luto patológico, considerando suas implicações na saúde pública e coletiva.

Palavras-chave: Luto; Psicanálise Freudiana; Saúde Coletiva; Mudanças Socioculturais; Resiliência Psicológica.

ABSTRACT

This study investigates the experience of grief, emphasizing its multifaceted nature and the transformations in its perceptions and practices throughout history. Considering the influence of cultural, historical, and psychological factors, the study focuses on the sociocultural and medical changes that have shaped the experience of grief, and how these influence individual and collective well-being. The research centralizes the question: How have sociocultural and medical evolutions influenced the experience of grief over the centuries, and how can we understand and manage this psychological process in public health? The objective is to analyze grief from a psychological perspective, with an emphasis on the contributions of psychoanalysis, especially Freud’s theories, and to consider the challenges of pathological grief. The methodology adopted was an extensive bibliographic review, covering a diverse range of sources, providing an interdisciplinary view of the topic. The results indicate that grief, in addition to being a complex personal experience, has significant implications for public health. The research concludes that processing grief healthily is vital for individual growth and resilience, emphasizing the need for social, emotional, and professional support. The importance of holistic approaches in managing grief is highlighted, as well as the urgency to destigmatize pathological grief, considering its implications in public and collective health.

Keywords: Grief; Freudian Psychoanalysis; Public Health; Sociocultural Changes; Psychological Resilience.

INTRODUÇÃO

Este artigo enfoca a compreensão do luto sob uma ótica interdisciplinar, ressaltando sua natureza universal, porém fortemente influenciada por contextos culturais, históricos e psicológicos. Em um cenário de saúde coletiva, onde as dinâmicas individuais afetam e são afetadas pelo coletivo, é crucial entender como o luto, uma experiência humana comum, evoluiu e se manifesta em diversas culturas e épocas. Este estudo busca desvendar as implicações dessas transformações para o bem-estar individual e coletivo, visando uma abordagem mais integral e empática do processo de luto.

A questão central deste estudo é: Como as mudanças socioculturais e médicas ao longo dos séculos impactaram a experiência do luto, e qual é a melhor maneira de abordar esse fenômeno psicológico complexo para promover a saúde coletiva? Esta investigação é impulsionada pela compreensão de que o luto, apesar de ser uma constante na vida humana, é profundamente influenciado por variáveis temporais e culturais.

O objetivo desta pesquisa é analisar a evolução do luto como um processo psicológico e social, explorando as contribuições da psicanálise, especialmente as teorias de Freud, e os desafios associados ao luto patológico. Além disso, o estudo visa identificar estratégias eficazes para lidar com o luto, enfatizando a necessidade de apoio social, emocional e profissional, elementos essenciais no contexto da saúde coletiva.

A relevância deste estudo é evidenciada pela necessidade de compreender o luto em um mundo que enfrenta desafios globais constantes, como pandemias e crises sociais. Uma análise aprofundada do luto e de estratégias para sua gestão é vital para aprimorar a saúde mental e o bem-estar em uma escala coletiva. Ao proporcionar uma visão holística do luto, este trabalho contribui para uma compreensão mais ampla e sensível dessa experiência, fortalecendo abordagens mais eficazes no cuidado e apoio aos enlutados.

A metodologia empregada consistiu em uma revisão bibliográfica extensa, cobrindo um espectro amplo de fontes acadêmicas, desde literatura psicanalítica e relatos históricos e culturais, até estudos contemporâneos sobre o luto e suas repercussões psicológicas e sociais. Esta abordagem permitiu uma análise detalhada dos diversos aspectos do luto, conectando suas raízes históricas e culturais com as teorias psicanalíticas modernas e práticas terapêuticas. Foco especial foi dado às obras de Freud e outros psicanalistas proeminentes, assim como a estudos recentes sobre a psicopatologia do luto e métodos de manejo da perda. A pesquisa também incluiu estudos interdisciplinares que interligam as experiências do luto com aspectos sociais, culturais e de saúde pública, proporcionando uma perspectiva abrangente e multifacetada. A junção destas fontes variadas permitiu construir um panorama detalhado do luto, ressaltando sua complexidade e as diferentes formas como é vivenciado e tratado em vários contextos sociais e culturais.

2. ANÁLISE DOS PROCESSOS PSÍQUICOS DO LUTO

2.1 Luto e Morte ao longo dos anos

No decorrer da história, as percepções e práticas relacionadas ao luto e à morte têm passado por transformações significativas, refletindo as mudanças socioculturais e médicas de cada época. Na antiguidade, como observado por Moura (2006), era comum que indivíduos em estágio terminal de doenças fossem velados em suas próprias residências. Essa prática contava com a presença ativa de familiares, amigos e até crianças, marcando um processo de despedida íntima e comunitária. Este cenário contrasta vividamente com as práticas observadas durante a Idade Média, um período marcado por epidemias devastadoras e doenças altamente contagiosas sem tratamentos conhecidos. A frequência e a gravidade desses surtos levaram a uma espécie de naturalização da morte, que passou a ser encarada como um evento rotineiro e menos chocante para a sociedade da época (ABREU, 2022, p. 174).

O século XIX marca uma mudança drástica nesta trajetória. Com o advento de instituições médicas e o desenvolvimento da medicina moderna, a morte gradualmente deixou de ser um evento doméstico para se tornar uma ocorrência hospitalar. Esta transição, descrita por Ariés (2003), tem implicações profundas no modo como as pessoas vivenciam o luto. A distância física e emocional imposta pela morte hospitalar introduziu uma nova dinâmica na experiência do luto, muitas vezes caracterizada por uma sensação de vazio e desespero aumentados. A morte, outrora um componente natural e integrado ao cotidiano das pessoas, passou a ser algo distante e muitas vezes ocultado, refletindo as mudanças nas normas sociais e culturais. À medida que a sociedade avançava, a morte era cada vez mais removida do dia a dia das pessoas, relegada a uma espécie de segundo plano em suas vidas cotidianas.

Essas mudanças históricas na percepção e gestão do luto e da morte revelam muito sobre as transformações na estrutura social, práticas culturais, e avanços na saúde pública ao longo dos séculos. Cada época trouxe consigo novas maneiras de entender e lidar com a inevitabilidade da morte, refletindo as crenças, conhecimentos e valores prevalentes naquele momento.

A compreensão do luto e da morte, conforme explorado por diversos estudiosos, revela a complexidade e as várias dimensões que esses eventos possuem na vida dos indivíduos e na sociedade como um todo. Aberastury (1982) destaca que a saúde mental pré-existente do indivíduo, a reação da família ao ocorrido e a maneira como a morte é comunicada são elementos chave que influenciam profundamente a capacidade de alguém em processar o luto. Um luto bem elaborado depende de vários fatores, sendo um processo intrinsecamente desafiador e doloroso.

Silva et al. (2007) enfatizam a importância de se viver e respeitar a dor associada ao luto. O recalque dessa dor ou a tentativa de suprimi-la apenas intensifica o sofrimento do enlutado. O luto deve ser experienciado e a perda, respeitada, permitindo que o indivíduo passe pelo processo de sofrimento e posterior reorganização de sua experiência de vida. A negação e a inibição do luto podem agravar a sensação de dor e perda, impactando negativamente a saúde mental do enlutado.

Áries (2003) aborda a mudança cultural na percepção da morte, notando que a compaixão, que antes era direcionada ao falecido, passou a ser voltada aos familiares do morto. No entanto, a discussão sobre a morte pode ser dolorosa para quem está de luto, levando muitas vezes ao evitamento do tema. Este tabu em torno da morte e do luto está intimamente ligado à forma como o enlutado se ocupa excessivamente com trabalho ou outros afazeres, ou, em casos extremos, pode levar à insanidade. A morte é temida por representar a negação do instinto de vida.

Por fim, Silva (2017) argumenta que o medo da morte, assim como outras fobias, pode gerar conflitos internos não resolvidos. Não são as circunstâncias externas que instigam o temor da morte, mas a ideia de um ser eterno cuja eternidade é abruptamente interrompida pela morte. Reconhecer os efeitos do luto na saúde mental e os fatores que influenciam o comportamento do enlutado é crucial para um entendimento mais profundo do processo de luto e sua gestão.

2.2 O luto e a psicanálise segundo Freud

A abordagem de Freud sobre o luto, como delineada em suas obras, oferece uma perspectiva profunda e complexa sobre este estado psicológico. Freud (1972) identifica o luto como um período marcado por uma perda significativa de interesse pelo mundo externo e pela vivência das experiências da vida. Uma característica notável do luto, segundo Freud, é um desânimo profundo e persistente. Durante este período, a pessoa enlutada se inibe de participar em atividades habituais, como uma forma de manter a conexão com a pessoa falecida e de expressar o amor que sentia por ela.

Para Freud, o luto é um processo natural e não patológico, uma resposta normal à perda de um ente querido ou de algo que ocupava uma posição de objeto de desejo. O enlutado tem consciência clara da natureza e da magnitude da sua perda. O processo de luto, neste contexto, envolve a retirada gradual da libido (energia psíquica) que era investida no objeto perdido, até que esta energia seja redirecionada para outro objeto. Este é um processo lento, cuja duração é determinada pela subjetividade individual de cada pessoa enlutada (Silva, 2019).

Embora Freud sustente que o luto, em si, não é uma patologia, é importante reconhecer que, em casos onde o luto se torna excessivamente intenso e prolongado, pode levar a problemas de saúde mental, como depressão e outros transtornos psicológicos. Para aqueles que encontram dificuldades em lidar com a perda, a assistência de psicanalistas especializados pode ser extremamente benéfica. Estes profissionais ajudam o indivíduo a ressignificar suas experiências e a seguir em frente, compreendendo a perda de uma forma que não induza a uma depressão profunda (Silva, 2017).

Durante o luto, é comum ocorrer um estado que se assemelha à depressão, onde uma quantidade significativa da energia psíquica do indivíduo é direcionada para o sofrimento. A dor e o sofrimento são componentes naturais do luto, assim como a necessidade de reorganizar a vida após a perda. É crucial diferenciar o luto da depressão clínica, embora possam parecer similares, pois um período de sofrimento e tristeza é normal e esperado após a perda de um ente querido (Silva, 2017).

A perspectiva de Freud sobre o luto oferece uma visão detalhada do intrincado processo psicológico que ocorre quando uma pessoa enfrenta a perda de um ente querido. De acordo com Freud, o processo de luto começa com o reconhecimento e a aceitação da perda, um momento em que a libido, anteriormente investida em lembranças e expectativas associadas ao objeto perdido, começa a ser retirada, marcando o início de um processo de dor prolongado (ABREU, 2022).

Freud explora o conceito de catexia, que se refere ao investimento emocional em um objeto ou pessoa. Quando uma pessoa sofre a perda, ela experimenta uma catexia concentrada no objeto perdido. Devido à ausência do objeto, essa catexia não pode ser satisfeita e evolui para uma hipercatexia, um investimento emocional intensificado. Durante o luto, o ego se encontra imerso nesse estado de hipercatexia, onde o teste de realidade torna-se fundamental. Este teste é essencial para que o indivíduo perceba e aceite que o objeto de seu amor não existe mais, como Parkes (2009) observa.

Freud (1920) também discute o instinto de realidade, que opera através dos instintos de autopreservação do ego. Este princípio não exclui a busca pelo prazer, mas orienta para um adiamento da gratificação, visando um prazer futuro. Em contraste, o princípio do prazer, relacionado aos instintos sexuais, busca gratificação imediata e pode representar um risco para a autopreservação do ego.

Para o enlutado, o teste de realidade atua na preservação do ego, exigindo o adiamento da satisfação. A hipercatexia provocada pelas memórias associadas ao objeto perdido absorve o ego no processo de luto, proporcionando uma forma de satisfação imediata pela preservação e prolongamento psíquico da existência do objeto perdido. Segundo Freud (2015), a oposição entre o princípio do prazer e o instinto de realidade pode levar a um desvio da realidade e a um apego ao objeto perdido. O teste de realidade desempenha um papel crucial, forçando a retirada completa da libido de suas conexões com o objeto perdido, um processo que é essencial para a resolução do luto.

O conceito de luto, conforme explorado por Freud, é complexo e envolve um processo gradual de desprendimento emocional do objeto ou pessoa perdida. Freud (1972) argumenta que o trabalho do luto se completa quando o indivíduo consegue superar a perda, um estado alcançado quando a realidade prevalece e a libido é removida do objeto perdido, permitindo que o ego se liberte e volte a investir sua energia em novos objetos ou relações (ABREU, 2022).

Em seus estudos, Freud (1915) refuta a ideia de que o término do luto resulta em uma espécie de triunfo narcísico. Ele contrasta essa experiência com a euforia da mania, que está ligada a uma economia de esforço, como no exemplo de ganhar uma grande quantia de dinheiro na loteria. Esse tipo de euforia, segundo Freud, não é observado no processo de luto. O trabalho de luto, quando concluído, não resulta em uma liberação de energia eufórica, mas sim na liberação do ego para reinvestir sua libido em outros objetos. Este aspecto é discutido por Cavalcanti (2013), que também aborda a diferença entre a euforia maníaca e o término do luto.

A habilidade de um indivíduo de se relacionar com o mundo externo, segundo Freud, depende de sua capacidade de diferenciar percepções internas e externas. O teste de realidade, nesse contexto, é um componente crucial do processo de luto. Ele obriga o indivíduo a confrontar cada memória do objeto amado e perdido, permitindo que o ego se desvincule da persuasão narcísica e comece o processo de libertação e reorientação da libido. Este processo envolve não apenas a aceitação da perda, mas também uma reconfiguração interna que permite ao ego reinvestir sua energia em novas relações e experiências, como mencionado por Cavalcanti (2013).

2.3 O luto como uma patologia e psicopatologia

A Psicopatologia, conforme descrita por Campbell (1986), é um campo da ciência dedicado ao estudo das doenças e transtornos da mente. Este campo procura compreender as complexidades da mente humana, suas condições patológicas e as variações individuais na manifestação desses transtornos. Historicamente, a compreensão e o tratamento das doenças mentais passaram por uma evolução significativa.

Inicialmente, as doenças da mente eram frequentemente atribuídas a causas espirituais ou religiosas, como “carmas” ou influências sobrenaturais. Esse entendimento levou a práticas como internações em instituições e rituais religiosos destinados a tratar ou aliviar esses problemas mentais. No entanto, com o tempo, tornou-se evidente que essas abordagens não eram eficazes na resolução ou no tratamento adequado das questões psicológicas (ABREU, 2022).

Na era moderna, a Psicopatologia se afasta de explicações baseadas em doutrinas ou crenças e se volta para o conhecimento científico. O foco é entender a origem, o desenvolvimento e os vários processos que envolvem as doenças mentais. Este campo interdisciplinar se baseia em contribuições da psicologia, filosofia e psicanálise para analisar as ricas dimensões da mente humana. Ele engloba uma gama de patologias associadas à mente, que historicamente foram referidas como “doença mental” (ABREU, 2013).

A Psicopatologia busca não apenas classificar e diagnosticar essas condições, mas também entender como elas afetam o indivíduo em diferentes aspectos da vida, incluindo o bem-estar emocional, o comportamento social e a capacidade de funcionar no dia a dia. O estudo aprofundado das doenças mentais proporciona uma melhor compreensão sobre como tratá-las eficazmente, beneficiando assim a saúde mental e a qualidade de vida dos indivíduos afetados.

O estudo das psicopatologias, conforme explorado por Dalgarrondo (2019), é um campo complexo que abrange diversas metodologias e abordagens para entender os transtornos mentais. Duas dimensões fundamentais para a análise das psicopatologias são: a forma como se manifestam e o conteúdo dos sintomas.

Manifestação dos Sintomas: Esta análise envolve a observação de como os sintomas se apresentam no indivíduo. Pode incluir a avaliação de delírios, alucinações, e outras manifestações psicológicas. A comparação dos sintomas com aqueles apresentados por outros pacientes é crucial para um diagnóstico preciso.

Conteúdo dos Sintomas: Refere-se ao que os sintomas representam ou simbolizam para o indivíduo. Este conteúdo pode ser moldado por sentimentos de culpa, crenças religiosas extremas, sensações de perseguição, ideias obsessivas, entre outros. O conteúdo dos sintomas oferece insights valiosos sobre as experiências internas e as realidades psíquicas do indivíduo.

Dalgarrondo (2019) também menciona a diversidade nas abordagens de tratamento como uma característica importante da psicopatologia. Esta diversidade é vista tanto como uma força quanto uma fraqueza, dependendo da perspectiva. Alguns veem a variedade de abordagens teóricas e epistemológicas como uma debilidade devido à falta de um consenso claro, enquanto outros a consideram benéfica para uma compreensão mais abrangente das patologias.

Dentro dos segmentos epistemológicos da psicopatologia, existem várias linhas de estudo:

Psiquiatria Descritiva: Foca na descrição e categorização das formas e estruturas dos transtornos mentais.

Psiquiatria Dinâmica: Concentra-se nas experiências vividas, desejos e temores do indivíduo, buscando entender as causas subjacentes aos transtornos mentais.

Quanto ao luto, Silva (2019) observa que ele pode evoluir para uma psicopatologia quando se intensifica a ponto de obstruir o progresso do indivíduo. Um luto psicopatológico é caracterizado por sentimentos prolongados de tristeza, falta de perspectiva para o futuro e uma inibição contínua do processo normal de luto. Este tipo de luto vai além de uma resposta comum à perda e pode requerer intervenção profissional para ajudar o indivíduo a processar e superar sua dor.

A compreensão do luto patológico é essencial no campo da psicologia e da saúde mental. Como Ramos (2016) define, luto patológico é uma intensificação do luto a um nível que resulta em comportamento não adaptativo, onde a pessoa permanece presa em uma fase do luto, impedindo a progressão e a conclusão do processo de luto.

Freud (1972) enfatiza que, embora o luto em si não seja patológico, sua intensificação pode levar a uma perda de contato com a realidade e a sintomas graves. Ele faz uma distinção importante entre luto e melancolia (termo historicamente usado para descrever o que hoje poderíamos chamar de depressão clínica). Enquanto o luto é caracterizado por desânimo, perda de interesse pelo mundo externo e atividades cotidianas, e uma redução na capacidade de amar, a melancolia apresenta esses mesmos sintomas, mas é diferenciada por uma baixa autoestima significativa e, em casos graves, expectativas delirantes de punição.

Franco (2018) acrescenta que o luto patológico pode manifestar-se com uma gama de sintomas psicológicos e físicos. O indivíduo pode ter dificuldades em organizar sua vida emocional e social, levando ao isolamento e comportamentos antissociais. Sintomas como raiva, autoacusação, depressão, ansiedade, agorafobia, hipocondria e abuso de substâncias como o álcool são comuns. Distúrbios endócrinos e neuroendócrinos, bem como alterações psicofisiológicas que afetam o sono e o apetite, podem ser observados.

Interessantemente, pesquisas realizadas por Jurkiewicz e Romano (2009) em pacientes com doença arterial coronariana indicam uma correlação entre experiências de perda e luto e a predisposição a essa condição médica. Eles descobriram que uma proporção significativa de pacientes com doença arterial coronariana havia passado recentemente por perdas significativas, sugerindo que o estresse emocional associado ao luto pode ter implicações na saúde física.

Essas perspectivas destacam a importância de reconhecer e tratar adequadamente o luto patológico, pois não se trata apenas de uma questão de saúde mental, mas também pode ter sérias consequências para a saúde física do indivíduo. A abordagem ao luto patológico exige um olhar cuidadoso e uma compreensão profunda das nuances envolvidas no processo de luto.

A relação entre o luto patológico e o desenvolvimento ou exacerbação de outros transtornos psicológicos é um tópico importante na psicologia e psiquiatria. Indivíduos com predisposição a transtornos mentais podem encontrar no luto patológico um catalisador para o desencadeamento ou agravamento desses transtornos. Um dos exemplos disso é a perda da realidade, que pode levar ao desenvolvimento de paranoia e outras desordens psíquicas.

É crucial destacar a problemática social envolvendo o estigma associado a essas condições. Frequentemente, transtornos psíquicos severos são mal interpretados como “loucura”, uma percepção que pode impedir as pessoas de buscar ou receber o diagnóstico e tratamento adequados. Esse estigma social pode ser um grande obstáculo para o cuidado e suporte eficaz.

Freud, em 1920, discutiu a natureza da psicose e como ela altera a percepção da realidade do indivíduo. Ele destacou que a relação do indivíduo com a realidade em casos de psicose é complexa e nunca completamente resolvida. A psicose pode se manifestar sem ansiedade ou agitação evidente, levando alguns indivíduos a construir um mundo de fantasia. Este mundo imaginário serve como um mecanismo de defesa, uma tentativa de estabelecer uma nova realidade que se contrapõe à realidade que o indivíduo não consegue enfrentar. Para a pessoa em estado psicótico, essa fuga para um mundo de fantasia pode ser uma forma de escapar dos medos e conflitos internos, muitas vezes relacionados com as demandas do Id.

Essas observações indicam a complexidade do impacto do luto patológico na saúde mental. Elas também ressaltam a necessidade de um tratamento compreensivo e sensível para indivíduos que passam por luto patológico, especialmente aqueles com predisposição a outros transtornos mentais. O tratamento eficaz requer uma abordagem multidimensional que considere tanto as dimensões psicológicas quanto sociais do luto e dos transtornos psicológicos associados.

2.4  VENCENDO O LUTO

Superar o luto é um processo complexo e profundamente individual, que envolve uma série de emoções e ajustes psicológicos. Como Parkes (2009) observa, é normal que o luto saudável inclua episódios intensos de dor, que são diferentes da depressão. Esses episódios de dor, frequentemente acompanhados de ansiedade e dor psíquica, tendem a diminuir em intensidade ao longo do tempo, embora possam ser desencadeados por estímulos específicos, como fotografias ou datas significativas.

Almeida (2017) ressalta que a morte de alguém com quem se tem uma forte conexão interpessoal pode ser uma das experiências mais dolorosas para o ser humano. Os sentimentos que emergem durante o luto são variados e podem incluir raiva, tristeza e saudade. O tempo de duração do luto é extremamente variável; para alguns, pode ser breve, enquanto para outros, pode se estender por um período mais longo, ou mesmo por toda a vida, especialmente se não for adequadamente processado.

Para lidar com o luto de maneira saudável, é essencial adotar estratégias que fortaleçam a resiliência emocional e psicológica. O suporte emocional e psicológico é crucial para ajudar o enlutado a se adaptar à nova realidade sem a presença do ente querido. Existem várias fontes de ajuda disponíveis para os indivíduos em luto, que incluem:

  • Apoio Profissional: A terapia com um psicólogo ou psiquiatra pode fornecer um espaço seguro para processar a dor e trabalhar através do luto.
  • Grupos de Apoio: Participar de grupos de apoio com outras pessoas que passaram por perdas semelhantes pode ser reconfortante e útil.
  • Técnicas de Autocuidado: Práticas como meditação, exercícios físicos e passatempos podem ajudar a aliviar o estresse e melhorar o bem-estar emocional.
  • Expressão de Sentimentos: Expressar sentimentos através da escrita, arte ou conversa pode ser uma forma eficaz de lidar com a dor.
  • Rituais de Memória: Criar rituais para honrar a memória do ente querido pode ajudar a manter uma conexão saudável com eles.

É importante lembrar que não existe uma “maneira certa” de viver o luto. Cada pessoa experimenta e processa a perda de maneira única. O objetivo não é “superar” a perda, mas aprender a conviver com ela de uma forma que permita a continuação da vida com significado e propósito.

A superação do luto é um processo multifacetado que pode ser auxiliado por uma variedade de recursos, incluindo tanto o apoio especializado quanto o não especializado. Como Almeida (2017) e Ramirez (2021) destacam, o suporte de profissionais como psicólogos, psiquiatras e terapeutas comportamentais é fundamental, especialmente em casos de luto patológico ou não saudável, caracterizado por sentimentos extremamente intensos ou que persistem por períodos prolongados.

Além do apoio profissional, outras formas de assistência, como aconselhamento voluntário e grupos de apoio, podem ser extremamente benéficas. Esses espaços permitem que pessoas que já passaram por experiências de luto compartilhem suas histórias e ofereçam apoio àqueles que estão passando por situações semelhantes. Como Parkes (2009) e Assumpção (2021) apontam, vivenciar o luto significa permitir-se sentir e expressar emoções como tristeza, raiva e culpa, sem tentar bloquear ou evitar esses sentimentos.

A religião e a fé também desempenham um papel significativo para muitas pessoas no processo de luto. A espiritualidade pode oferecer consolo, esperança e um sentido de conexão com algo maior, ajudando os enlutados a encontrar significado e propósito após a perda. Tavares (2018) enfatiza que a comunhão e o compartilhamento de experiências com outras pessoas que enfrentam ou enfrentaram luto podem criar conexões psicologicamente produtivas, facilitando a reorganização e ressignificação da experiência do luto.

Essas múltiplas abordagens sublinham a importância de um suporte holístico no processo de luto. Cada indivíduo é único, e assim também é a sua experiência de luto. Portanto, é essencial reconhecer e respeitar as diferentes maneiras pelas quais as pessoas processam e superam a perda, oferecendo uma gama de opções de suporte para atender às suas necessidades individuais.

Grupos de apoio desempenham um papel fundamental no processo de luto, oferecendo um espaço seguro onde os participantes podem compartilhar suas experiências, dores e aprendizados. Como Tavares (2018) destaca, esses grupos permitem que as pessoas falem abertamente sobre a morte e as circunstâncias da perda, proporcionando um ambiente onde a dor é não apenas reconhecida, mas também acolhida e cuidada. Este processo de compartilhamento e apoio mútuo é essencial para mudar a perspectiva mental do enlutado, ajudando-os a aprender a lidar com a realidade da perda e a vislumbrar um futuro com novas possibilidades.

A participação em grupos de apoio também reforça a sensação de pertencimento e acolhimento. Os enlutados percebem que sua dor é legítima e que não precisa ser reprimida. Com o apoio social e emocional proporcionado por esses grupos, fortalecem-se os laços sociais e as interações, quebrando as barreiras de isolamento comumente associadas ao luto. A preocupação com o acolhimento de novos membros e a assimilação da dor alheia estabelecem um ciclo contínuo de suporte e ajuda mútua, promovendo a ressignificação da perda e a reconciliação com a vida após a morte de um ente querido.

Sampaio ([2021?]) reflete sobre a intensidade da dor do luto, destacando que é uma experiência que transcende a própria pessoa e pode parecer insuportável. No entanto, a importância de não se fechar ao amor daqueles que permanecem é enfatizada, assim como a necessidade de superar a amargura trazida pela morte, gradualmente substituindo-a pela apreciação da vida.

A resiliência é um aspecto crucial no processo de luto. A capacidade de se adaptar a novas realidades e reorganizar a vida após uma perda traumática é fundamental. Segundo Almeida (2017), a resiliência se apoia em pilares como autoconhecimento e amor próprio, que por sua vez fomentam atitudes de gratidão e fé. A espiritualidade, entendida não apenas em termos de doutrinas religiosas específicas, mas como um sentido mais amplo de conexão e propósito, pode ser uma fonte significativa de força, esperança e resistência mesmo em meio ao sofrimento.

Essas abordagens destacam a importância de um suporte holístico no processo de luto, reconhecendo a variedade de estratégias e recursos que podem ser utilizados para ajudar os indivíduos a processar sua dor e a encontrar um caminho para a cura e a continuidade da vida.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A motivação para este estudo emergiu da necessidade de entender a complexidade multifacetada do luto, sua trajetória histórica e cultural, e os efeitos psicológicos e sociais desta experiência nos indivíduos. Central para a pesquisa foi a análise das mudanças nas percepções e práticas do luto ao longo do tempo, suas consequências psicológicas e as abordagens para enfrentar e superar o luto de forma saudável.

Os objetivos estabelecidos foram alcançados. O estudo destacou a relevância da evolução cultural e social das práticas de luto, evidenciando como as transformações históricas moldam a experiência do luto. A pesquisa também se aprofundou na perspectiva psicanalítica de Freud sobre o luto, enfatizando a diferença entre luto e melancolia e a importância do processo de descatexia. Além disso, foi dada atenção ao luto patológico, ressaltando a necessidade de identificar e tratar adequadamente esses casos.

Conclui-se que o luto é uma experiência humana complexa, influenciada por elementos culturais, históricos e psicológicos. O estudo demonstrou que, apesar das adversidades e do sofrimento, o luto pode ser um caminho para o crescimento e a resiliência, onde o suporte social, emocional e profissional é vital. A pesquisa sublinhou a importância de abordagens holísticas no tratamento do luto, valorizando a diversidade de experiências e necessidades individuais.

Ficou evidente que a maneira como a sociedade compreende e aborda o luto tem implicações significativas na saúde mental e no bem-estar geral. Destaca-se a urgência em desestigmatizar o luto patológico e em promover uma compreensão mais abrangente e aceitação das variadas formas como as pessoas vivenciam e processam a perda.

Para futuras pesquisas, sugere-se um exame mais aprofundado das diferentes manifestações culturais do luto e suas implicações na saúde coletiva. Seria enriquecedor explorar como distintas culturas lidam com a morte e o luto, e como essas práticas afetam o processo de cura. Adicionalmente, recomenda-se investigar o impacto de novas tecnologias e mídias sociais na experiência do luto, considerando as mudanças sociais e comunicativas no mundo atual.

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1Mestrando em Segurança Pública, Cidadania e Direitos Humanos pela UEA – Universidade do Estado do Amazonas. Especialista em Gestão Pública aplicada à Segurança pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Especialista em Direito Administrativo pela Faculdade FOCUS. Especialista em Segurança Pública e Direito Penitenciário pela Faculdade de Educação, de Tecnologia e Administração – FETAC. Especialista em Ciências Jurídicas pela Universidade Cidade de São Paulo – UNICID. Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Universidade Candido Mendes – UCAM. Possui graduação em Segurança Pública pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Bacharel em Direito pela Universidade Cidade de São Paulo – UNICID. Tenente Coronel da Polícia Militar do Estado do Amazonas. Possui experiência na área de Direito, na fiscalização e gestão de contratos públicos, com ênfase em Segurança Pública. Email: ailtontati2001@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6428-8590.
2Especialista em Segurança Pública pela Facuminas Faculdade. Especialista em Planejamento Governamental e Orçamento Público pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Bacharel em Ciências Contábeis pela Escola Superior Batista do Amazonas (ESBAM). Atualmente, se dedica a diversos cursos de formação complementar nas áreas de segurança pública e direito. Também é autor de diversos trabalhos acadêmicos nas áreas de segurança e administração pública. Atualmente é Sargento da Polícia Militar do Estado do Amazonas. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3404-5066.
3Mestrado em Ciências Jurídicas. Universidad de la Integracion de las Americas – UNIDA, Paraguai. Especialização em Docência Universitária. Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO. Graduação em Direito. Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO.
4Especialista em Gestão Pública aplicada à Segurança pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Especialista em Inteligência Policial pela Faculdade Literatus (UNICEL). Especialista em Ciências Jurídicas pela Universidade Cruzeiro do Sul – SP. Especialista em Inteligência Estratégica pela Faculdade DAMAS – PE. Possui graduação em Segurança Pública pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA e em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul – SP. Major da Polícia Militar do Estado do Amazonas.