DENGUE EM PORTO NACIONAL: UMA AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA PANDEMIA POR COVID-19 SOBRE AS ESTRATÉGIAS EMPREGADAS PARA CONTROLE NO PERÍODO DE 2018 A 2022

DENGUE IN PORTO NACIONAL: AN ASSESSMENT OF THE IMPACT OF THE COVID-19 PANDEMIC ON THE STRATEGIES USED FOR CONTROL IN THE PERIOD FROM 2018 TO 2022

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10354768


Maclaine Camila Nunes de Sousa¹
Pamela Juliati de Oliveira¹
Roberta Livia Barbosa de Brito¹
Grazielly Mendes de Sousa²


RESUMO

A dengue é considerada uma das mais importantes arboviroses do mundo, ocorrendo em ciclos endêmicos que acometem especialmente os países desenvolvidos, tropicais e subtropicais, com estimativas de que entre 50 e 200 milhões de pessoas sejam infectadas no mundo todos os anos, ocasionando em cerca de 20 mil mortes. O presente artigo objetiva determinar a distribuição de casos notificados de dengue antes e durante o período da Pandemia de COVID-19 entre os anos de 2018 e 2022 no Estado do Tocantins; Realizar uma comparação estatística dos casos em cada ano e evidenciar as estratégias de prevenção e controle da Dengue. Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo com abordagem quantitativa, qualitativa e analítica, realizado por meio dos dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS/TABNET), para analisar os casos de dengue notificados no município de Porto Nacional entre os anos de 2018 a 2022. Os dados foram analisados e construídos uma correlação estatística a partir de cálculos demonstrados sob a forma percentual e valores absolutos. Converte-se em ponto positivo em termos epidemiológicos ressaltar sobre o impacto da COVID-19 sobre a incidência e prevalência da Dengue no Município de Porto Nacional, sendo fundamental a construção de alternativas e planejamentos pós-pandemia, com intuito de aplicar estratégias e redução do número de casos da arbovirose em questão. 

Palavras-chave: Arboviroses. Aedes Aegypti. Estratégias de controle. Notificação.

ABSTRACT

Dengue is considered one of the most important arboviruses in the world, occurring in endemic cycles that especially affect developed, tropical and subtropical countries, with estimates that between 50 and 200 million people are infected worldwide every year, causing around 20 thousand deaths. This article aims to determine the distribution of reported dengue cases before and during the period of the COVID-19 Pandemic between the years 2018 and 2022; Carry out a statistical comparison of cases each year and highlight Dengue prevention and control strategies. This is a retrospective epidemiological study with a quantitative, qualitative and analytical approach, carried out using data made available by the Department of Informatics of the Unified Health System (DATASUS/TABNET), to analyze the cases of dengue reported in the municipality of Porto Nacional between the years 2018 to 2022. The data was analyzed and a statistical correlation was constructed based on calculations demonstrated in percentage form and absolute values. It becomes a positive point in epidemiological terms to highlight the impact of COVID-19 on the incidence and prevalence of Dengue in the Municipality of Porto Nacional, with the construction of alternatives and post-pandemic planning being essential, with the aim of applying strategies and reducing the number of cases of the arbovirus in question.

Keywords: Arboviruses. Aedes Aegypti. Control strategies. Notification. 

1 INTRODUÇÃO

Identificada como uma arbovirose, que há anos representa um importante problema de saúde pública, a dengue é uma infecção transmitida pelo vetor Aedes Aegypti, que também é responsável pela transmissão de outras patologias, como Zika, Chikungunya e Febre amarela urbana. No entanto, a dengue ainda é a arbovirose com maior potencial epidêmico e que causa grandes impactos na ordem econômica, social, política e psicológica (OLIVEIRA; ARAÚJO; CAVALCANTI, 2018). 

A dengue é considerada uma das mais importantes arboviroses do mundo, ocorrendo em ciclos endêmicos que acometem especialmente os países desenvolvidos, tropicais e subtropicais, com estimativas de que entre 50 e 200 milhões de pessoas sejam infectadas no mundo todos os anos, ocasionando em cerca de 20 mil mortes. No Brasil, acredita-se que o vírus tenha chegado com os escravos, vindos da África, e se disseminado a partir de então. O vírus da dengue possui quatro tipos, sendo eles:  DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, onde o tipo DENV-3 é considerado o mais virulento, ou seja, com maior chance de causar a doença, especialmente na sua forma sintomática, e todos eles são registrados no Brasil (FURTADO et al., 2018; FONSECA et al., 2021).

Quando sintomática, a doença apresenta sintomas que variam da forma branda e grave, podendo apresentar hemorragia e evolução para óbito. As fases clínicas são representadas por febre alta e súbita, acompanhada de mialgias, cefaléia, artralgia e outros sintomas que duram de dois a sete dias, onde a maioria dos acometidos tendem a apresentar melhora do estado geral. A forma grave da doença inicia com a queda da temperatura, acompanhada de dor abdominal contínua, vômitos, acúmulo de líquidos, hipotensão, comprometimento hepático, hemorragias, letargia e outros, onde os pacientes apresentam grande risco de morte (FONSECA et al., 2021).

No Brasil, de acordo com dados epidemiológicos, estima-se mais de 1 milhão de casos de dengue notificados todos os anos, onde o Sudeste representa 58,6% dos casos, o Nordeste 22,1%, Centro-Oeste 11,7%, Sul 5% e Norte 2,6%, sendo a região com menos notificações. Compondo a Amazônia Legal, que abrange o Norte do país, o Tocantins é considerado um estado endêmico, por ser uma área de distribuição do A. aegypti, estudos confirmam que entre os anos de 2007 e 2017, dos 76.706 casos prováveis de dengue notificados em todo o Brasil, apenas o Tocantins notificou 76.613, o que representa cerca de 99,8% dos casos notificados (GONÇALVES et al., 2020; VIANA et al., 2020).

Durante os anos de 2018 a 2022, destacou-se no cenário da saúde a pandemia do COVID19, transmitida por meio do vírus SARS-CoV-2, que teve início no final do ano de 2019, se alastrando pelo mundo, ocasionando mais de 600 milhões de infectados em todo o mundo e quase 7 milhões de óbitos causados pela doença (OMS, 2023). Nesse período, outras infecções, tão importantes quanto, tornaram-se coadjuvantes, sendo de grande valia social investigar quais os impactos da pandemia do COVID-19 nas estratégias de controle para estas doenças. 

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A DENGUE

Considerada uma das doenças mais importantes no cenário da saúde atual, a dengue é uma infecção viral, causada por um flavivírus transmitida pela fêmea do artrópode Aedes aegypti. Possui, atualmente, quatro sorotipos (DENV 1 – 4), e antes considerada uma infecção esporádica, de ocorrência em períodos determinados do ano, passou a ser caracterizada como problema de saúde pública, especialmente nos países tropicais e subtropicais, onde os fatores ambientais favorecem o desenvolvimento e proliferação do vetor (OMS, 2023; FIOCRUZ, 2023).

O vetor da dengue, Aedes aegypti, é um mosquito de origem africana, que tem como principal característica listras brancas nas pernas e no corpo, e assim como os demais insetos, é um holometábolo, onde tem seu ciclo de vida dividido em quatro fases, que são: ovo, larva, pupa e mosquito adulto (GOV/ES, 2020). O vetor tem hábitos diurnos e urbanos e tem preferência por criadouros artificiais, como pneus, garrafas, vasos de plantas, dentre outros, onde se permite manter água parada, favorecendo a proliferação das larvas e pupas (FURTADO et al., 2019).

É caracterizada como uma doença infecciosa febril, que pode ocorrer tanto na forma leve como na grave, sendo classificada em grupos – A; B; C; D; – que variam entre: Dengue sem sinais de alarme, Dengue com sinais de alarme e Dengue grave, podendo as duas últimas evoluir para óbito. Normalmente a primeira manifestação clínica é a febre alta (39ºC a 40ºC), acompanhada de mialgias, adinamia e dor retro-orbitária, e pode ou não ocorrer a presença de exantema e prurido (GOV-SP, 2023).

Embora a maioria das pessoas infectadas por dengue permaneça assintomática, ou apresenta apenas sintomas leves da doença, um expressivo número de pacientes apresenta a forma moderada da doença, com sinais clínicos de que compreende estado febril autolimitado, acompanhado de anormalidades hematológicas e bioquímicas leves a moderadas. Complicações clinicamente relevantes se desenvolvem em uma pequena proporção desses pacientes, incluindo uma síndrome de vazamento vascular sistêmico, anormalidades da coagulação que podem estar associadas a sangramento e envolvimento de órgãos, geralmente hepáticos ou neurológicos (OMS, 2020).

No Brasil, apesar de ainda haver uma grande desigualdade na oferta e utilização de serviços de saúde, é de grande valia destacar que a dengue é um agravo de notificação compulsória, onde tanto os casos confirmados como os suspeitos devem ser notificados ao Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan), com objetivo de viabilizar a vigilância epidemiológica da doença. No entanto, ainda não é possível identificar os locais mais afetados pela doença, ou ainda determinar características epidemiológicas importantes sobre ela (MARQUES; SIQUEIRA; PORTUGUAL, 2020).

2.2 EPIDEMIOLOGIA DA DENGUE

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que ocorram cerca de 50 milhões de casos de dengue anualmente em todo o mundo, e mais de 2 bilhões de pessoas que vivem em países tropicais e subtropicais estão em risco iminente de infecção pela doença. É considerada endêmica em mais de 100 países na África, Ásia, Américas, Leste do Mediterrâneo e oeste do Pacífico. Entre 2000 e 2007 foram notificados mais de 890 mil casos de dengue nas Américas, sendo o Brasil responsável por 60% das notificações, destes cerca de 26 mil eram caracterizados como dengue com sinais de alarme. Cerca de 500 mil pacientes são hospitalizados todos os anos com dengue com sinais de alarme, onde grande parte são crianças, com taxa de óbito estimada de 2,5% (OMS, 2023; FURTADO et al., 2019).

A primeira epidemia da dengue descrita no Brasil, aconteceu entre 1981/1982, onde mais de 12 mil pessoas foram infectadas em Roraima, na ocasião foi realizado o isolamento viral dos sorotipos DENV-1 e DENV-4. Nos anos de 1986/1987 uma segunda epidemia foi registrada, no Rio de Janeiro e em mais quatros estados do Nordeste. Nos anos 90 as epidemias já tinham atingido caráter explosivos, com altos índices de notificações, nesse mesmo período foram isolados os sorotipos DENV-2 e DENV-3, associado aos primeiros casos de óbitos por dengue com sinais de alarme. Estima-se que desde a introdução do vírus mais de 7 milhões de brasileiros foram infectados, e como já estimado pelos órgãos de saúde, ocorreu aumento das formas grave da doença e de hospitalização causada pela mesma (FIOCRUZ, 2020).

Em censo realizado pelo MS sobre óbitos por arboviroses no Brasil entre os anos de 2008 e 2019 foi identificado que nesse período foram notificados 11,6 milhões de casos de arboviroses, dengue, zika e chikungunya, deste 91% das notificações foram isoladamente de dengue, com mais de 10 milhões de casos notificados, sendo notificados mais de 7 mil óbitos pelas doenças, e desses óbitos mais de 91% foram por dengue, com mais de 6.400 mortes. No Brasil ocorreram, nos últimos dez anos, quatro grandes epidemias de dengue, nos anos 2013, 2015, 2016, e 2019, que se instalaram principalmente no Nordeste e Norte do país. O ano com maior número de óbitos por dengue no Brasil foi em 2015, com 986 mortes confirmadas (MS, 2020; OPAS, 2023). 

Nas Américas, de acordo com dados epidemiológicos, foram notificados mais de 3 milhões de casos de arboviroses no ano de 2022, desses mais de 2.800 milhões foram notificações de dengue, representando mais de 90% das notificações. Esse número representa um aumento de mais de 118% em comparação ao ano de 2021. No Brasil, foram notificados o maior número de casos em todo o continente, com mais de 2.300 milhões de notificações, o país também representa o maior número de casos graves notificados, com 1.473 notificações. No ano de 2022 o Brasil apresentou também o maior número de óbitos por dengue na história, com 1.016 mortes e uma taxa de letalidade de 0,083% (OPAS, 2023).

No primeiro semestre de 2020, foram registrados mais de 1,6 milhões de casos de dengue nas Américas, onde o Brasil representa 65% das notificações, com mais de 1 milhão de casos notificados. No ano de 2019, entre os meses de janeiro a abril foram registrados mais de 450 mil casos de dengue, representando um aumento de mais de 300% em comparação com o mesmo período do ano anterior, e com um aumento da taxa de óbito de mais de 180% (MENEZES et al., 2021).

A dengue impõe um alto ônus econômico, não somente para o indivíduo como a nível governamental. Na américa representa um gasto médio anual entre US$ 1 a 4 bilhões, contando com tratamento, controle, vigilância e outros pontos importantes. A rápida disseminação global da doença está relacionada a fatores como globalização e mudanças demográficas e sociais, crescimento populacional, aumento da movimentação de pessoas, e consequentemente do vírus, urbanização descontrolada, mudanças climáticas, colapso na infraestrutura da saúde pública e programas de controle de vetores (TEICH; ARINELLI; FAHHAM, 2017).

2.2.1 Distribuição da Dengue no Tocantins

De acordo com o Ministério de Saúde, ao realizar uma análise da taxa de incidência da dengue no Brasil, é possível observar que as regiões mais endêmicas são Centro-Oeste, com 2.086 casos/100 mil habitantes e Sul, com 1.050 casos/100 mil habitantes. O Norte ocupa a quinta posição entre as regiões com 277,2 casos/100 mil, onde o Tocantins é o líder em notificações, com 1.405 casos /100 mil habitantes. No país o estado ocupa a quarta posição, estando atrás apenas do Goiás, com 2.980,2/ 100 mil habitantes; do Distrito Federal com 2.283,9/100 mil habitantes; e do Paraná com 1.413,6 casos/100 mil habitantes (MS, 2022)

Por compor a área da Amazônia Legal, o Tocantins, já é considerado um estado endêmico, isso porque essa área é típica do mosquito Aedes aegypti. Assim, já é estimado riscos de surtos e epidemias no estado, em determinados meses do ano, devido às condições ambientais e do clima, favoráveis para proliferação do mosquito (FARIAS; BAPTISTA; ARAUJO, 2021).

De acordo com o SINAN (2019), entre os anos de 2007 e 2017, dos 76.706 casos prováveis de dengue notificados em todo o Brasil, apenas o Tocantins notificou 76.613, o que representa cerca de 99,8% dos casos notificados. 

As principais cidades do estado com casos relatados no decorrer dos anos da amostra pesquisada em ordem crescente foram Palmas, Araguaína, Gurupi, Paraíso do Tocantins, Araguaçu, Porto Nacional, Tocantinópolis, Formoso do Araguaia, Colinas do Tocantins, Miracema do Tocantins e Dianópolis. Demonstrando dessa forma a alta transmissibilidade da doença também em cidades de pequeno porte do estado, justificada pela rapidez dos processos de urbanização que, segundo o Instituto Evandro Chagas, sem o correto planejamento urbano, adensamento populacional e infraestrutura adequada, promovem elevadas incidências da doença (GONÇALVES et al., 2020, p.18).

Outros estudos abordando dados sobre a dengue entre os anos de 2018 a 2021, foi possível observar que o ano de 2019 apresentou o maior número de casos notificados, com maior incidência de notificações entre os meses de dezembro e abril, onde se concentra o período chuvoso no estado. A dengue clássica foi a mais prevalente, ocorrendo em mais de 77% dos casos, e apenas 0,21% dos notificados apresentaram a forma grave da doença. Apenas 6% dos pacientes notificados precisaram ser hospitalizados (SANTOS et al., 2022).

Em Palmas, capital do Tocantins, durante os anos de 2015 a 2020 os dados do SINAN evidenciam dados alarmantes, onde Palmas obteve 10 vezes mais casos notificados por 100 mil habitantes que a média nacional no ano de 2019. Quanto ao local de residência mais de 98% residiam em zona urbana, com predominância dos casos para o sexo feminino. Cerca de 97% das notificações eram para o quadro clássico da doença, enquanto apenas 0,2% dos casos foram da forma grave (QUEIROZ et al., 2022).

Em Porto Nacional – TO, foram notificados, entre 2010 a 2018, 5.085 casos de dengue, destes apenas 1.477 foram confirmados. Foi observado que os casos têm maior incidência nos primeiros meses do ano, especialmente entre janeiro e abril. Ao considerar dados sociodemográficos, observou-se que mais de 50% dos pacientes notificados eram do sexo feminino, e a faixa etária mais incidente foi de 20 a 29 anos (LUCIANA et al., 2019).

Em estudo abordando a epidemiologia da dengue em Araguaína – TO, nos anos de 2014 a 2019, foi observado que dos mais de 41 mil casos notificados no Tocantins cerca de 5.700 pacientes eram do município de Araguaína, onde os meses de abril, março, maio e fevereiro, respectivamente, eram os que mais ocorriam notificações. Quanto aos dados sociodemográficos, cerca de 53% eram mulheres, com a faixa etária mais recorrente de 20 a 39 anos. Os diagnósticos são realizados em mais de 90% dos casos da forma clínica, sendo a dengue clássica a mais comum, em 95% dos casos, e cerca de 5% apresentaram sinais de alarme (FARIAS; BAPTISTA; ARAÚJO, 2021).

2.3 ETIOPATOGENIA

A transmissão da dengue resulta de interações entre pessoas, mosquitos, vírus e fatores ambientais. O movimento humano local é um condutor espaço-temporal da dinâmica de transmissão importante para a amplificação e disseminação do vírus da dengue. Os movimentos humanos de casa em casa definem padrões espaciais de incidência de dengue, causando acentuada heterogeneidade nas taxas de transmissão. Existe um agrupamento espaço-temporal em escala fina da transmissão da dengue, com casas com alto risco de transmissão do vírus da dengue, contribuindo desproporcionalmente para a amplificação e disseminação do vírus (FIOCRUZ, 2020).

Após a picada do mosquito, o vírus é inoculado e inicia seu processo de replicação, a primeira em células musculares estriadas, lisas, nos fibroblastos e nos linfonodos, assim, ao finalizar esse processo de multiplicação é iniciado a viremia, que é caracterizada pela presença do vírus na corrente sanguínea, propiciando a disseminação do vírus por todo o organismo. Os vírus podem circular livremente pelo plasma ou no interior dos monócitos ou macrófagos, já que possui tropismo por células fagocitárias, por serem sítios de replicação viral (SAITO et al., 2017).

A dengue pode ser assintomática, no entanto, quando apresenta sinais clínicos, esses tendem a acontecer após o período de incubação do vírus, que dura em média de dois a sete dias, e decorre do período necessário para estabelecimento da viremia, que normalmente são febre e mal-estar, classificados como quadro da dengue clássica. Os pacientes podem apresentar-se oligossintomáticos ou um quadro de sintomas sistêmicos, assim, será os sinais clínicos que definirão a fase clínica da doença, que é dividida em fase febril, fase crítica, em que, ocorrem os sintomas grave e possível evolução para óbito, e fase de recuperação (BRASIL, 2016).

Os sintomas da dengue estão relacionados aos níveis séricos elevados de citocinas liberadas pelos macrófagos no processo de interação com os linfócitos T helper ativados. A interleucina 2 também se apresenta aumentada e estimula a liberação de histamina pelos basófilos o que ocasiona no aumento da permeabilidade vascular. Nos casos mais graves da dengue, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) aumenta, propiciando a trombocitopenia, que também está associada a liberação da interleucina 2 (OLIVEIRA et al., 2017).

A nível sistêmico, a dengue causa importantes alterações hematológicas, como leucopenia e trombocitopenia, e ainda pode ocasionar quadros de anemias na sua forma hemorrágica. A neutropenia pode ser observada em casos isolados, isso porque, essas células estão presentes apenas na fase inicial da doença (MS, 2023).

2.4 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico da dengue, especialmente nos países endêmicos, é baseado nos dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais, mesmo havendo muitas semelhanças entre a dengue e outras doenças febris. O que diferencia a dengue das demais doenças é basicamente os sintomas clínicos isolados ou a combinação deles com os exames laboratoriais. As características clínicas que determinam o diagnóstico diferencial são sintomas como vômito e mialgia, os exames laboratoriais com contagem de plaquetas e glóbulos brancos, enzimas hepáticas e biomarcadores como tempo de trombina, dentre outros (BIASSOTI; ORTIZ, 2017). 

Dentre os exames laboratoriais, são solicitados os exames inespecíficos e os específicos. Dentre os exames inespecíficos tem-se o hemograma completo, na busca por evidências de leucopenia e neutropenia, que podem ser observadas a partir do segundo dia de febre. No caso de dengue com sinais de alarme, o hemograma deve evidenciar o aumento de hematócritos cerca de 20% acima do limite, e também leucocitose é observada em cerca de 30% dos casos (XAVIER et al., 2014).

A leucopenia pode se mostrar intensa em alguns casos graves, assim como também pode ser observada a trombocitopenia, as enzimas hepáticas podem aparecer elevadas, evidenciando sério comprometimento renal. A plaquetopenia também pode ser um achado laboratorial, especialmente na fase de declínio da febre. Outros exames que podem ser encaixados nos inespecíficos são Tempo de tromboplastina parcial (TTP), Tempo de protrombina (TP), Velocidade de hemossedimentação (VHS) e Proteína C reativa (PCR) (XAVIER et al., 2014; BIASSOTI; ORTIZ, 2017).

Na fase inicial da dengue, um dos testes específicos para a dengue, o Ag NS1 se mostra efetivo para o diagnóstico, já que a proteína NS1 está presente no soro dos pacientes desde o primeiro dia de infecção, permanecendo detectável até o 5º ou 7º dia após o início da febre (BORGES et al., 2021).

Quanto aos exames específicos, estes incluem isolamento viral, sorologia, imuno-histoquímica, teste de proteínas não estruturais e determinações de anticorpos ou antígenos específicos. Os exames sorológicos são considerados os mais rápidos, sendo o método ELISA o mais utilizado, já que se baseia na detecção da Imunoglobulina M (IgM), que podem ser detectados a partir do segundo dia de infecção, em pacientes que já foi infectado por outro sorotipo (BORGES et al., 2021; BIASSOTI; ORTIZ, 2017).

A prova do laço é um método de diagnóstico clínico, caracterizado pela contagem de petequeias que aparecem em uma área previamente delimitada, após aferição da pressão arterial do paciente é mantido manguito insuflado na PAM por cinco minutos. Caso as petequeias apareçam é confirmado o quadro de dengue (OMS, 2023).

As manifestações clínicas da dengue, quando há presença de sintomas, apresenta fase febril, com presença de outros sintomas como cefaléia, mialgia, artralgia, dor retro-orbitária e rash cutâneo, sendo esse quadro geralmente autolimitado. Na fase inicial o diagnóstico laboratorial é baseado na detecção de antígenos virais por PCR o teste de antígeno NS1. Quanto aos anticorpos, normalmente o IgM é detectado entre os dias 3 a 5, e o IgG após 7 dias do início da fase febril. O manejo clínico depende de um monitoramento rigoroso do paciente e o tratamento é a base de hidratação e administração de fluidos intravenosos (GOV-SP, 2023).

2.5 ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE

A gestão integrada de vetores é a abordagem estratégica promovida pelos países pela OMS para reduzir a mortalidade e morbidade da dengue até 2020. Essa gestão envolve o uso de uma combinação de abordagens que incorporam elementos-chave de mobilização social, integração de métodos de controle químicos e não químicos para atingir áreas de alto contato humano-vetor, tomada de decisão baseada em evidências para orientar pesquisas e políticas, bem como capacitação (OMS, 2023).

O controle vetorial, por meio do direcionamento químico ou biológico dos mosquitos e da remoção de seus criadouros, é a base da prevenção da dengue, mas essa abordagem não conseguiu impedir a transmissão da doença em quase todos os países, em que a dengue é endêmica. A diversidade antigênica do vírus da dengue é importante, uma vez que a falta de imunidade cruzada de longo prazo entre os quatro tipos de vírus permite múltiplas infecções sequenciais (GONÇALVES, et al., 2020).

Pensando na eliminação de fatores que contribuem para os criadouros do mosquito, principal agente transmissor da doença, é notado a importância de ações para evitar que novos surtos surjam nos territórios. Em virtude de vários fatores como a significativa capacidade de adaptação em ambiente urbano e complexidade biológica do vetor, deficiências técnicas e também operacionais nos fazem perceber a baixa efetividade das políticas adotadas no país com relação à doença (FEITOSA et al., 2015).

SANTOS et al., (2016), relata que a prevenção é fator essencial quando desenvolvida de forma assertiva, sendo considerada atividade essencial na diminuição de ocorrências e agravos, através de um elemento fundamental: a vigilância epidemiológica. Pois, com o intermédio do sistema de notificações utilizado, têm-se uma melhor visualização e planejamento na elaboração de ações a serem executadas em virtude da problemática existente nas regiões acometidas, como também as que poderão vir a ser. 

Não havendo vacinação contra a dengue, é possível realizar-se o controle através do combate ao vetor, por meio de visitas domiciliares dos agentes de endemias, nos quais identificam possíveis focos do mosquito, tais como acúmulo de água parada em pneus, vasos de plantas, garrafas, e objetos de reservatório. Quando identificados, efetuaram registro, coletando dados que serão analisados buscando um planejamento efetivo. (SANTOS, et al., 2016).

A Educação em saúde da população possivelmente afetada, vem sendo intensificada, pois é visto como essencial para o controle da doença. Haja vista, que a propagação dos mosquitos está relacionada ao modo de vida e organização dos moradores. Ações educativas pelo Ministério da Saúde, divulgadas através das vias midiáticas são de suma importância, pois oferta linguagem de fácil entendimento, passando a ser estimulado a conscientização e participação ativa da comunidade em combate ao mosquito, visando controle e principalmente e prevenção contra esse determinante (GONÇALVES, et al., 2020).

2.6 IMPACTOS DA PANDEMIA DO COVID-19 NA SAÚDE PÚBLICA DO BRASIL.

A pandemia do Coronavírus iniciou na China em meados de 2019, especificamente na cidade de Wuhan, sendo classificada como COVID19, a doença se espalhou inicialmente como um quadro gripal com evolução para pneumonia. Apesar de não haver uma confirmação sobre a forma que o vírus surgiu, sabe-se que é uma derivação do Corona vírus já existente, também causador de gripe, mas que devido a mutações em seu DNA apresenta uma maior carga de virulência e taxa de mortalidade (BRASIL, 2020).

Inevitável as condições atuais, relacionadas a globalização, a disseminação da doença se tornou descontrolada e no início do ano de 2020 a Organização Mundial da Saúde, após muita resistência, declarou o COVID19 como pandemia. O coronavírus se espalhou rapidamente pelo mundo, atingindo continentes e causando estragos em países inteiros, com altas taxas de internações, superlotação hospitalar, assim como Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s), e iniciou-se um levante de hospitais de campanha e alistamento de profissionais voluntários, as áreas da saúde, para lidar com os, cada vez mais numerosos, pacientes (LOSS, 2020).

Contudo, no Brasil, até o início de março, mesmo com a confirmação dos primeiros casos da doença, as coisas corriam normalmente, com um histórico carnaval regado a multidões e turistas, de todas as partes do mundo, entrando no país, além de brasileiros realizando viagens internacionais, inclusive para países na Europa, que já registravam grandes números de infectados e mortos. Assim, em 26 de fevereiro foi registrado o primeiro caso de COVID19, em São Paulo, cidade que se tornaria o epicentro da doença no país. E em menos de um mês depois já se confirmam quase 3 mil casos confirmados e a primeira morte por complicações da doença (SANAR SAÚDE, 2020).

O COVID-19 causou importantes impactos na saúde do Brasil, além do grande número de óbitos, trouxe importantes agravos à saúde pública, especialmente quanto à sobrecarga em todos os níveis de atenção do SUS, causado pelo grande número de infectados. Além disso, houve desabastecimento e escassez de insumos e medicamentos, além da falta de leitos e até de profissionais da saúde. A necessidade de isolamento social foi responsável pela pausa de consultas e procedimentos eletivos, e de interrupções em tratamentos de outras doenças, especialmente crônicas (ROSSI, 2021).

Foram contabilizados mais de 1 bilhão de tratamentos interrompidos, de acordo com o Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde, (CONASEMS). Os diagnósticos médicos também sofreram impactos negativos, com baixa procura por consultas médicas, exames como hemograma, mamografia, Papanicolau e eletrocardiograma, entre outros, também deixaram de ser realizados e com isso houve o comprometimento de diagnósticos precoces, o que pode influenciar nos prognósticos das doenças (SANAR SAÚDE, 2021).

Outro impacto da pandemia está relacionado a negligência de outras doenças, especialmente as tropicais, o que representou aumento da taxa de mortalidade de muitas delas, como a malária que teve aumento de 82,55% durante o ano de 2020, e da leishmaniose visceral e, leptospirose, que também registraram aumento de mortalidade de 32,64% e 38,98%, respectivamente. A dengue, um dos principais problemas de saúde pública do mundo em relação a doenças tropicais, durante a pandemia, apresentou um aumento de 29,51% nas internações e de 14,26% na taxa de mortalidade (SANAR SAÚDE, 2022).

Essa situação de negligência das doenças tropicais resultou, além do aumento na taxa de infecção e mortalidade, também na incidência de coinfecção dessas doenças em pacientes com COVID-19. Isso porque, apesar de ter ocorrido o período de isolamento social, o que deveria minimizar os índices de transmissão de doenças tropicais, especialmente as parasitárias, houve interrupção nas estratégias de intervenção e controle dessas doenças, e com isso, o descontrole da sua ocorrência (FERREIRA, 2021).

3 METODOLOGIA 

Trata-se de um estudo de caráter descritivo e exploratório com abordagem quantitativa, qualitativa e analítica com base em pesquisa retrospectiva a ser realizado por meio dos dados disponibilizados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS/TABNET). O estudo descritivo é utilizado quando se busca classificar doenças ou condições relacionadas à saúde, determinando incidência e prevalência, segundo alguns determinantes, como tempo, lugar e características dos indivíduos. Utiliza como fonte, tantos dados primários, coletados para o desenvolvimento do estudo, como secundários. A partir deste tipo de estudo, é possível identificar grupos de alto risco, objetivando a prevenção, como também gerar hipóteses etiológicas para futuras pesquisas (LIMA-COSTA; BARRETO, 2003).

Gil (1999) considera que a pesquisa exploratória tem como objetivo principal desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Segundo o autor, estes tipos de pesquisas são os que apresentam menor rigidez no planejamento, pois são planejadas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato.

A pesquisa quantitativa busca a validação das hipóteses mediante a utilização de dados estruturados, estatísticos, com análise de muitos casos representativos, recomendando um curso final da ação. Ela quantifica os dados e generaliza os resultados da amostra para os interessados. A pesquisa qualitativa pode ser usada, também, para explicar os resultados obtidos pela pesquisa quantitativa (MATTAR, 2001).

Na retrospectiva estudam-se casos e controles. O pesquisador colhe informação pregressa dos fatores de exposição e acompanha os indivíduos por um período (BORDALO, 2006). 

O estudo foi realizado com base nos dados do município de Porto Nacional, situado na região sul do Tocantins. O estado possui 139 municípios e uma população estimada de cerca de 1.600.000 habitantes. Nesse âmbito, 49% da população do estado se concentra em apenas dez cidades, dentre elas a cidade de Porto Nacional, caracterizado como um dos distritos agroindustriais. A cidade de Porto Nacional possui uma extensão de 4 449,9 km² e contava com 53.010 habitantes no último censo. Situa-se a 60 km da capital, Palmas, com cerca de uma hora de viagem. O clima local é o tropical, típico do cerrado, com uma estação chuvosa compreendida entre os meses de outubro e abril, com início do período de seca com início em maio e término em setembro. A população e amostra do estudo foram constituídas por todos os casos notificados de dengue no município de Porto Nacional e registrados no banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS/TABNET) referente ao município de Porto Nacional no período de 2018 a 2022. 

Sobre os critérios de inclusão no atual estudo, houveram os casos confirmados e notificados da dengue entre janeiro de 2018 a dezembro de 2022, referentes a pessoas residentes no município de Porto Nacional – TO.  Excluídos foram do estudo, pacientes diagnosticados com outras doenças que diferentes da dengue.

Os dados quantitativos foram organizados estatisticamente em seus valores absolutos e relativos, no intuito de estabelecer relações numéricas com força para contribuir nos aspectos epidemiológicos e busca de estratégias para reduzir a incidência e prevalência da moléstia.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Pandemia gerou inúmeros impactos sociais e de saúde, sobre este, inclui-se a pausa nos atendimentos em dermatologia, devidos à diminuição da mobilidade social, quarentena, medo de sair de casa, isso limitou a busca dos pacientes com suspeita de hanseníase, o que afetou diretamente na redutibilidade diagnóstica da doença, a gerar repercussões sobre a qualidade de vida destes pacientes (FERREIRA, 2021).

A epidemiologia da Dengue na Região Norte, Estado do Tocantins e por tabela, o município tocantinense de Porto Nacional também sofreram modificações, dado que a Pandemia da COVID-19 se configurou em variável modificadora das doenças que assolam a humanidade, em termos de incidência, prevalência, mortalidade, letalidade e diagnóstico, pesando sobre o manejo e o tratamento precoce das doenças paralelas à COVID-19.

A Região Norte somou 12.657 notificações segundo o DATASUS/TABNET a considerar o lapso de tempo do presente estudo, 2018 a 2022.  2018: 1.604 (12,67%); 2019: 2.569 casos (20,29%). 2020: 1.881 casos (14,86%). 2021: 2.188 casos (17,28%). 2022: 4.415 casos (34,88%). O ano de 2022 refletiu o maior percentual relativo do total de casos notificados, com 44,03%.

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No Estado do Tocantins foi contabilizado um total de 1.978 notificações de Dengue de acordo com os dados coletados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS/TABNET no lapso temporal entre 2018 e 2022. 2018: 142 casos (7,17%); 2019: 595 casos (30,01%); 2020: 121 casos (6,11%); 2021: 249 casos (12,58%); 2022: 871 casos (44,03%). Destaca-se o ano de 2022, com maior porcentagem relativa do montante total dos casos notificados entre 2018 e 2022.


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O Município de Porto Nacional – TO contabilizou um total de 2.655 casos entre 2018 e 2022. Sendo, 2018: 117 casos (4,40%); 2019: 1.320 casos (49,71%); 2020: 36 casos (1,35%); 2021: 677 casos (25,5%); 2022: 505 casos (19,02%). O ano de 2021 se acentuou como a maior estatística relativa, representando 25,5% dos casos. 


Bar Graph - Presentation (2)

A coexistência da dengue e da COVID-19 representa um sério desafio para a saúde pública e requer uma abordagem cautelosa e integrada. Ambas as doenças são causadas por vírus transmitidos por vetores e às vezes apresentam sintomas semelhantes, incluindo febre e dores musculares. O significado epidemiológico da relação entre a dengue e a COVID-19 está ligado à necessidade de compreender como estas duas doenças interagem e se sobrepõem para influenciar a carga da doença nas comunidades afetadas pela epidemia.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a pandemia de COVID-19, a incidência e prevalência da dengue são importantes para orientar as estratégias de saúde pública. Estas co-infecções podem sobrecarregar ainda mais os sistemas de saúde que já lidam com um número significativo de casos de COVID-19. A vigilância cuidadosa da dengue é importante para garantir recursos adequados para diagnóstico, tratamento e prevenção e para evitar diagnósticos incorretos da COVID-19, especialmente em áreas onde ambas as doenças são endêmicas.

As estratégias de prevenção devem ser aprimoradas para abranger ambas as doenças. A gestão eficaz dos criadouros de mosquitos Aedes aegypti, intensificação de campanhas de conscientização e medidas de proteção individual, como o uso de repelentes e roupas adequadas, tornam-se ainda mais cruciais. A colaboração entre os setores de saúde e a comunidade é essencial para promover a vigilância ativa, garantir respostas rápidas e disseminar informações precisas sobre a prevenção e os sintomas.

Uma abordagem integrada ao manejo da dengue durante a pandemia da COVID-19 é essencial para proteger a saúde pública. A compreensão dos correlatos epidemiológicos destas doenças, juntamente com estratégias de prevenção eficazes, pode ajudar a reduzir o impacto destas doenças na população e reforçar a capacidade dos sistemas de saúde para responder a uma variedade de desafios.

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1 Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC, Porto Nacional/TO, Brasil.
2 Mestre em Ciências pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN/USP. Especialista em Gestão em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo – UNESP. Especialista em Docência do Ensino Superior pelo Instituto Presidente Antônio Carlos – ITPAC Porto Nacional.