IMPACTO PSÍQUICO DA PSORÍASE E SUA INTERFERÊNCIA NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES PEDIÁTRICOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10258172


Manoela Dantas Machado Prazeres
Ylka Virginia Ribeiro Gomes


RESUMO

A psoríase é uma doença inflamatória crônica que acomete pele e articulações, sendo o acometimento cutâneo caracterizada por espessamento da epiderme às custas de uma hiperproliferação dos queratinócitos e de um infiltrado inflamatório na derme. Essa condição patológica vai muito além da barreira da pele na vida de seus portadores, causando alterações tanto físicas quanto emocionais. Sendo assim, a psiquê e, consequentemente, a qualidade de vida de seus portadores, são diretamente afetadas, especialmente se estes estiverem em fase de desenvolvimento de caráter e personalidade, como é o caso de pacientes pediátricos. Diante deste contexto, o seguinte trabalho teve como objetivo identificar o impacto psíquico da psoríase na população pediátrica, bem como exemplificar a influência da extensão das lesões na qualidade de vida. Para isso, o trabalho desenvolvido foi uma revisão bibliográfica, de caráter descritivo. Realizou-se uma pesquisa nas bases de dados PubMed e Scielo, selecionados 30 artigos, dos quais 13 foram excluídos por não se encaixarem nos critérios de inclusão. Utilizou-se artigos com o maior número de palavras-chave em comum e similaridade quanto ao tema, além dos artigos publicados nos últimos 10 anos (2010-2020); nos idiomas inglês e português. Logo, dado a cronicidade da doença, as manifestações cutâneas visíveis e o estigma aliado ao seu diagnóstico, concluiu-se que a psoríase afeta diretamente a qualidade de vida das crianças, sejam suas manifestações clínicas leves ou graves. Tendo isso em vista, faz-se necessário o conhecimento dos fatores que impactam a qualidade de vida destes pacientes, a fim de previamente conhecê-los quando elaborado um plano terapêutico, que tenha como objetivo uma boa adesão ao tratamento. 

Palavras-chave: Psoríase. População pediátrica. Impacto. Qualidade de vida

ABSTRACT

Psoriasis is a chronic inflammatory disease that affects the skin and joints, and skin involvement is characterized by thickening of the epidermis at the expense of a hyperproliferation of keratinocytes and an inflammatory infiltrate in the dermis. This pathological condition goes far beyond the skin barrier in the lives of its patients, causing both physical and emotional changes. Thus, the psyche and, consequently, the quality of life of its patients, are directly affected, especially if they are in the stage of character and personality development, as is the case of pediatric patients. In view of this context, the following work aims to identify the psychological impact of psoriasis on the pediatric population, as well as to exemplify the influence of the extent of injuries on the quality of life in the pediatric group. For this, the work developed is a bibliographic review, with a descriptive character. A search was made in the PubMed and Scielo databases, using articles with the highest number of keywords in common and similarity in terms of the theme. Articles published in the last 10 years (2010-2020) were considered; in English and Portuguese. Therefore, given the chronicity of the disease, the visible skin manifestations and the stigma associated with its diagnosis, psoriasis directly affects the quality of life of children, whether their clinical manifestations are mild or severe. It is necessary to know the factors that causes this impact, in order to not take them for granted when a therapeutic plan is developed, which aims at good adherence to treatment.

Keywords: Psoriasis. Pediatric population. Impact. Quality of life.

1 INTRODUÇÃO

A psoríase é uma doença imunomediada de caráter crônico e inflamatório. De acordo com Azulay (2017), a psoríase pode atingir pele e articulações de forma recorrente. Sendo ela caracterizada pela ocorrência de hiperplasia epidérmica, há então um ciclo evolutivo acelerado dos queratinócitos e uma ativação imune desregulada. E sendo ela uma doença crônica, em quase um terço dos casos ela pode iniciar ainda na infância. Embora as crianças apresentem os mesmos subtipos clínicos que são observados em adultos, as lesões na faixa pediátrica diferem em distribuição e morfologia, e seus sintomas clínicos podem diferir daqueles relatados nos pacientes adultos (BRONCKERS et al, 2015).

Sendo o diagnóstico de psoríase baseado principalmente nas características clínicas, a psoríase pediátrica pode ter um impacto profundo a longo prazo na saúde psíquica das crianças acometidas se não feito de forma precoce. Além disso, a psoríase pediátrica tem sido associada a certas comorbidades, tais como hipertensão, hiperlipidemia, obesidade, diabetes mellitus e artrite reumatoide, doença de Chron e distúrbios psiquiátricos, tornando o diagnóstico e o manejo precoces essenciais. Na falta de diretrizes, a maioria dos tratamentos sistêmicos ainda não possuem aprovação para o uso em crianças, sendo ainda seu tratamento um desafio (BRONCKERS et al, 2015). 

Além disso, a gravidade da doença pode variar de acordo com a extensão das lesões, podendo ir de pequenas placas eritematosas focais ao envolvimento de quase toda a superfície corporal. Por essa razão, a psoríase em crianças e adolescentes pode ter um impacto significativo na qualidade de vida, interferindo na autoestima, relações sociais e familiares, no ambiente escolar e futuramete profissional (BRONCKERS et al, 2015).

Por serem as crianças que sofrem de psoríase associadas a uma maior prevalência de comorbidades em comparação às crianças sem psoríase (BRUINS, 2020), o objetivo do trabalho é identificar esses fatores que possam impactar na qualidade de vida da faixa pediátrica, a fim de realizar-se um diagnóstico precoce destes e o manejo para garantir-lhes uma infância adequada.

2 OBJETIVOS 

2.1 Objetivo geral

          Descrever o impacto psíquico da psoríase e a sua influência na qualidade de vida de pacientes pediátricos.

2.2 Objetivos específicos

– Revelar as diferentes formas existentes da patologia e sua relação com a faixa etária pediátrica.

– Esclarecer o impacto geral das lesões cutâneas na qualidade de vida dos portadores.

– Identificar os aspectos psicossociais que estão relacionados ao surgimento da psoríase em pacientes na faixa pediátrica.

– Contribuir na elaboração de um melhor plano terapêutico.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Desenho do estudo

Trata-se de um estudo de caráter exploratório, descritivo e não experimental. Sendo delineado e redigido aos padrões de uma revisão bibliográfica, realizado a partir de materiais elaborados previamente e tendo como embasamento um acervo de livros e artigos científicos.

3.2 Local e Período de estudo

O seguinte estudo foi realizado no período de fevereiro a novembro de 2020, tendo como local as bases de dados Scielo e PubMed.

3.3 População e amostra do estudo

A amostra do estudo é composta por 82 artigos científicos pesquisados no PubMed e Scielo, sendo utilizados os descritores “psoriasis AND children AND impact AND quality of life”. Sendo a população do estudo, no entanto, composta 18 por artigos.

3.4 Critérios de inclusão e exclusão 

Foram considerados artigos publicados nos últimos 10 anos (2010 – 2020); idade máxima de 17 anos e 11 meses, nos idiomas inglês e português. Foram incluídos todos os artigos que atenderam a temática, com delineamento experimental (ensaios clínicos, randomizados ou não) ou observacional (estudos de caso-controle, estudos de coorte e estudos transversais). Foram excluídos os artigos duplicados nas bases de dados, bem como os experimentais que não basearam suas pesquisas em humanos, publicações anteriores aos últimos 10 anos, pacientes com outras doenças crônicas associadas e pacientes com distúrbios psicológicos anteriores, e guidelines que englobavam a doença porém não se encaixavam nos tipos de estudo.

3.5 Procedimentos de coleta de dados

O método de coleta foi através das pesquisas nas bases de dados PubMed e Scielo, levando em conta a relevância e a relação do artigo para o estudo em questão, através de sua metodologia, objetivos, resultados e população. Foram utilizados os descritores: psoríase AND crianças AND impacto AND qualidade de vida. As palavras-chave para a pesquisa em inglês foram: psoriasis AND children AND impact AND quality of life. Foram selecionados 82 artigos, sendo resgatados 17. 

3.6 Análise dos dados

Com o objetivo de avaliar o impacto causado na qualidade de vida dos pacientes pediátricos pela psoríase, foi realizada uma análise da bibliografia existente em bases de dados confiáveis e de maior impacto na comunidade científica. Para a análise dos dados serão avaliados os critérios ano de publicação, os objetivos, a metodologia utilizada e a conclusão.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta revisão se baseia em um total de 17 trabalhos que foram selecionados de acordo com o fluxograma abaixo: 

FIGURA 1 – Fluxograma de pesquisa nas bases de dados

4.1 Características clínicas

A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele que afeta aproximadamente 2% da população, podendo muitas vezes ter seu início nas primeiras duas décadas de vida. Além dos sinais e sintomas relacionados às lesões cutâneas, a psoríase pode causar prejuízo significativo na qualidade de vida devido a seus sintomas psicológicos. Por essa razão, é importante que haja uma avaliação do impacto da doença na qualidade de vida desse grupo de pacientes. Sabendo que suas vidas são diretamente afetadas, e consequentemente de suas famílias, também suas relações sociais e adesão ao tratamento terão relação direto com o bem-estar físico e emocional dos pacientes. A longo prazo, essa consciência do impacto da psoríase na qualidade de vida da criança e da família pode levar a uma integração, priorizando também a abordagem psicológica como uma das formas a serem incluídas no tratamento (SALMAN et al, 2018). 

Embora as crianças apresentem os mesmos subtipos clínicos de psoríase observados em adultos, as lesões podem diferir em distribuição e morfologia, e seus sintomas clínicos na apresentação podem diferir daqueles relatados por adultos. Diferente da psoríase no adulto, qualquer forma de trauma, incluindo físico, químico, térmico, cirúrgico ou inflamatório, pode precipitar ou exacerbar a psoríase pediátrica. A infecção estreptocócica pode predispor a psoríase gutata e psoríase pustulosa, mas assim como nos adultos, a infecção por HIV pode induzir ou exacerbar a psoríase. Dentre as drogas que podem desencadear a doença, temos os β-bloqueadores e o lítio que mais afetam a classe adulta, enquanto que os medicamentos antimaláricos e a retirada de corticosteróides tópicos potentes agem na criança através de um efeito rebote. Além disso, o estresse ou a falta de apoio social podem desempenhar um papel importante em influenciar o curso da doença (THOMAS; PARIMALAM, 2016).

Na infância, as placas eritematosas típicas com escamas brancas sobrepostas são geralmente mais finas e menores, e as lesões de psoríase tendem a se desenvolver com mais frequência na face e nas áreas flexoras (BRONCKERS et al., 2015).  Além disso, a erupção cutânea psoriásica nas fraldas é observada em lactentes jovens e é caracterizada por placas eritematosas minimamente elevadas e demarcadas bem na área da fralda, envolvendo as pregas inguinais. As crianças pequenas geralmente apresentam assaduras que não responderam ao tratamento da dermatite por fraldas.  As lesões são frequentemente maceradas e podem evoluir para uma erupção generalizada. Bronckers et al.(2015), relata que em crianças mais velhas a manifestação mais comum se dá como a psoríase em placas. Sendo este o tipo mais comum de psoríase em crianças e adultos, as lesões variam em tamanho e se desenvolvem principalmente no couro cabeludo, superfícies extensoras do cotovelo e joelho e face, sendo o couro cabeludo frequentemente o primeiro local de apresentação em crianças. 

A forma clínica mais comumente encontrada é caracterizada por pápulas ou placas eritemato escamosas, bem definidas, com escamas branco prateadas sobrepostas, tendo como principal queixa a coceira (FIGURA 2). Uma outra forma clínica de se apresentar é a psoríase gutata (FIGURA 1), sendo esta o segundo tipo mais comum de psoríase em crianças. Outra forma de apresentação é como psoríase pustulosa, a qual é observada em apenas 1,0–5,4% das crianças acometidas pela doença.  Ela é caracterizada por pústulas estéreis superficiais, localizadas ou generalizadas, e pode vir acompanhada por febre, mal-estar e até artralgias (BROCKERS, 2015).

Figura 1 – psoríase gutata

Figura 2 – placas psoriásicas em coxa esquerda e dorso.

FONTE: LIN, 2012.

Outros subtipos menos comuns de psoríase são psoríase inversa, psoríase palmoplantar, psoríase facial isolada, psoríase linear (FIGURA 3) e psoríase eritrodérmica, sendo esta muitas vezes fatal nas crianças (BRONCKERS et al, 2015).

Figura 3 – lesões caracterizando psoríase linear

FONTE: THOMAS e PARIMALAM, 2016

Além disso, encontra-se comumente associada à psoríase alterações no leito ungueal, as quais podem ser manifestadas após as manifestações cutâneas. Outra manifestação da psoríase infantil é a artrite psoriática juvenil, a qual tem seu pico de aparecimento entre os 9 e 12 anos. Sendo a psoríase cutânea comumente precedente à artrite psoriática, esta pode ser diagnosticada na presença ou na ausência de manifestação cutânea, contanto que haja alterações ungueais e / ou um parente de primeiro grau com psoríase (BRONCKERS et al, 2015) (QUADRO 1).

Quadro 1 – Características clínicas

FONTE: autoria própria (2020)

4.2 Impacto da doença na qualidade de vida

Considerando a natureza crônica da doença, a psoríase pode influenciar diversos aspectos da qualidade de vida nos pacientes pediátricos. Estudos com a população adulta mostraram que a psoríase pode afetar grandes áreas da vida de um indivíduo, incluindo na escolha de carreira, educação, família e relações sociais. Dado a falta de consenso quanto às estratégias adequadas de enfrentamento, os pacientes infantis com psoríase são um grupo que merece atenção, devido a presença de mais dificuldades quando o assunto é estabelecer uma qualidade de vida estável (SALMAN et al, 2018). Além disso, há ainda o envolvimento dos cuidadores durante o tratamento, o que repercute também na qualidade de vida das famílias. Salman et al. afirma que, mesmo com a vasta quantidade de estudos em pacientes adultos, ainda há poucos relatos sobre qualidade de vida em crianças e adolescentes com psoríase e seus familiares, revelando a importância do enfoque no assunto. 

No que diz respeito ao desenvolvimento social, este é particularmente prejudicado em crianças com psoríase, afetando principalmente o funcionamento emocional e escolar. Crianças podem sofrer provocação, exclusão social, xingamentos, intimidação e, em alguns casos, violência física. Além disso, a psoríase resulta em um alto grau de limitações de atividades recreativas em pelo menos 15%-30% das crianças (EICHENFIELD et al,.2018).

Além disso, dois aspectos que raramente são abordados pela literatura são o grau de descamação das lesões pediátricas e o odor da pele afetada. Ambos são problemas significativos para muitas crianças, contribuindo para a piora da vergonha em relação ao corpo e para a insatisfação com a imagem corporal. Pedir para que as crianças classifiquem sua satisfação com a aparência de sua pele em uma escala de 1 a 10 é uma maneira acessível de avaliar essa questão de maneira objetiva, além de validar essa preocupação como sendo medicamente importante e não apenas uma questão de vaidade (EICHENFIELD et al., 2018).

Portanto, para avaliar o impacto da qualidade de vida, tanto nos pacientes pediátricos quanto nos pacientes adultos, faz-se o uso de scores (QUADRO 2). Estes medem a gravidade da doença quanto a área afetada e o impacto da doença na qualidade de vida. 

Quadro 2 – principais scores utilizados

FONTE: autoria própria (2020)

Não obstante, para a população adulta encontra-se esses scores de gravidade que avaliam tanto fisicamente como a influência negativa da doença na qualidade de vida, enquanto que para a população pediátrica ainda não se encontram medidas de avaliação que considerem especificidades pediátricas, como a progressão da Área de Superfície Corporal (BSA) de acordo com a idade, aspectos clínicos, tipos clínicos, dentre outras particularidades.

Segundo Lavaud (2019), observa-se a falta de consenso no que diz respeito a gravidade da psoríase, pois mais da metade dos estudos utilizados para avaliar a gravidade e o impacto da psoríase na qualidade de vida na população pediátrica não levam em conta o tipo de psoríase ou a idade do paciente, fazendo com que o limite de gravidade continue indefinido.  A maioria dos estudos utilizou o Índice de Qualidade de Vida em Dermatologia Infantil (CDLQI) e o DLQI, além de outros não específicos para psoríase, como o Pediatric Quality of Life Inventory (Peds-QL) e Skindex.  Em todos não houve delimitação da gravidade da doença, tendo em vista que as especificidades pediátricas não foram avaliadas.

Conclui-se então que os limiares de gravidade raramente são definidos em crianças, seja em termos de escore clínico ou qualidade de vida, pois não são levados em conta a progressão da doença de acordo com a idade, aspecto clínico, tipos clínicos, visão que a própria criança tem acerca da condição, dentre outros. Dito isto, a lacuna na identificação da interferência da doença na vida dos seus portadores pode constituir um obstáculo, tanto na prescrição de tratamentos sistêmicos quanto na comparação entre diferentes estudos (LAVAUD, 2019) (QUADRO 3).

Quadro 3 – Impacto da doença na qualidade de vida

Fonte: autoria própria (2020).

4.2 Comorbidades associadas à psoríase 

Tendo em vista que as lesões psoriáticas afetam não somente a qualidade de vida, a psoríase pediátrica também causa um impacto profundo a longo prazo na saúde psicológica das crianças. Além disso, ela pode vir tanto associada a certas comorbidades, como obesidade, hipertensão, hiperlipidemia, diabetes mellitus, artrite reumatoide, doença de Chron, quanto desenvolvê-las posteriormente, o que torna o diagnóstico e o manejo precoces essenciais para a preservação da qualidade de vida (BRONCKERS et al., 2015).

Estudos afirmam que os níveis de estresse na psoríase eram tão altos quanto em crianças com dermatite atópica é maior do que crianças com urticária ou acne. O estresse ou até mesmo a falta de uma rede de apoio também contribuem para piorar o curso da doença. Além disso, os pacientes com psoríase têm maior risco de depressão, ansiedade e transtorno bipolar, tendo em vista que os danos à qualidade de vida e possíveis bullyings são reais e significativos (EICHENFIELD et al., 2018).

Além disso, essas crianças também apresentam maior risco de desenvolver síndrome metabólica, síndrome do ovário policístico, doença hepática não alcoólica e níveis elevados de enzimas hepáticas, em comparação a crianças sem psoríase.  Não obstante, Osier et al. (2017) relata uma grande relação, mesmo que independente, da psoríase com a obesidade e o risco aumentado de desenvolver essas comorbidades, independentemente do status do peso da criança. Isso porque foi identificado que crianças com psoríase tem maior quantidade de tecido adiposo, bem como adiposidade central, o que pode levar ao sobrepeso e obesidade. Mesmo a obesidade sendo um fator predisponente sem relação, as crianças obesas têm muito mais probabilidade de desenvolver comorbidades do que as não obesas (QUADRO 4). Assim, embora a triagem de comorbidades deva ser considerada para todas as crianças com psoríase, é importante atentar para uma triagem particular para pacientes acima do peso, tendo em vista que isso pode contribuir tanto para o desenvolvimento quanto para o agravamento dessas condições (TOLLEFSON et al., 2018).

Quadro 4 – comorbidades associadas à psoríase

Fonte: autoria própria (2020).

4.3 Diagnóstico e tratamento da psoríase infantil

Realizar o diagnóstico da psoríase em crianças é dificultado devido às suas características atípicas. Suas lesões podem ser mais finas, menos rígidas, menos descamativas e até mal delimitadas. Como resultado, ela pode ser confundida com dermatite atópica, pitiríase rósea ou até mesmo infecções fúngicas. Por essa razão, o diagnóstico oportuno e o tratamento adequado não apenas auxiliam na progressão, como também minimizam o fardo psicológico causado pela doença evitando estados desfigurantes e possíveis comorbidades (EICHENFIELD et al., 2018).

Tendo a população pediátrica um organismo e metabolismo diferentes, frequentemente pode ser encontrada uma pele mais fina em comparação aos adultos. Ao fazer a raspagem das escamas, observa-se o fenômeno conhecido como sinal de Auspitz, caracterizado por pontos de sangramento focais. A ocorrência de lesões em áreas de trauma, também chamada de fenômeno de Koebner, e pigmentação residual após a cura das lesões são outras características diagnósticas típicas da psoríase. As características histológicas da psoríase incluem acantose epidérmica com paraqueratose, indicativa do estágio crônico da doença, perda da camada de células granulares, além do alongamento das cristas e agregados neutrofílicos dentro da epiderme (microabscessos de Munro), além de vasos sanguíneos dilatados na derme e infiltrados linfocíticos perivasculares (FIGURA 4) (PINSON; SOTOODIAN; LORETTA FIORILLO, 2016).

Tendo em vista que o diagnóstico geralmente é feito com base na morfologia e na distribuição, a biópsia é pouco realizada, especialmente em crianças. Entretanto, em casos atípicos em que um diagnóstico é necessário, um exame histopatológico pode ajudar a confirmar o diagnóstico, especialmente em crianças com sinais clínicos atípicos. Para isso, o ideal é que a terapia tópica seja descontinuada antes do exame para evitar alterações histológicas pois, a depender do local, subtipo de psoríase e se houve tratamento prévio, o resultado da biópsia pode variar (PINSON; SOTOODIAN; LORETTA FIORILLO, 2016).

Figura 4 – Diferença entre pele humana saudável versus pele com psoríase

FONTE: AMORIM, 2016

Quadro 5 – diagnóstico e tratamento da psoríase infantil

Fonte: autoria própria (2020)

Seja qual for o tipo de psoríase a ser tratada, sua terapia será um desafio. As crianças possuem peculiaridades, como o seu metabolismo corporal e desenvolvimento físico (que são diferentes dos adultos), além da absorção cutânea, farmacodinâmica, farmacocinética de medicamentos. Por isso, deve-se ter em mente que a cronicidade da doença e a natureza sempre deve ser algo a se considerar quando elaborados planos terapêuticos de longo prazo com medicamentos tópicos e sistêmicos (JAYAKAR e PARIMALAM, 2016).

As dermatoses inflamatórias, dentre as quais se encaixa a psoríase, estão associadas a uma deficiência na barreira da pele. Como o exame histológico mostra uma alteração na arquitetura do estrato córneo e toda a epiderme (FUGURA 4), é necessário que os cuidados básicos (terapias tópicas sem ingredientes ativos) sejam primariamente recomendados, a fim de que objetivo principal no tratamento seja o controle eficaz da doença e não a sua eliminação. (JAYAKAR e PARIMALAM, 2016). 

Segundo D’Adamio et al. (2019), a terapia tópica é a base para o tratamento da doença leve ou localizada (PASI <10) ou envolvimento de BSA <20%. Para isso, faz-se uso de emolientes, hidratantes, ceratolíticos, alcatrão, antralina, corticosteróides, análogos da vitamina D, inibidores da calcineurina e retinóides. Podemos observar uma boa resposta quando usado a antralina, tendo as lesões regredindo passando antes por uma fase hipocrômica, e em seguida o estado basal da pele (FIGURA 5).

Figura 5 – lesões após tratamento com antralina

Fonte: acervo pessoal – ambulatório de dermatologia HULW (2020)

Para escolher qual destes será usado, deve-se antes observar a idade da criança, o tipo de psoríase, pontuação no PASI, pontuação no CDLQI (QUADRO 2), locais acometidos, comorbidades associadas, nível de tolerância e acessibilidade. Para períodos curtos e melhores resultados, podem ser usados os ceratolíticos, os quais são úteis no tratamento de placas mais espessas e psoríase plantar, ceratoplásticos e agentes tópicos antipruriginosos. Já em crianças menores que 2 anos de idade, emolientes e corticosteróides leves são seguros, enquanto que os esteróides moderados e potentes vão ser reservados para crianças com idade entre 2 e 12 anos e maiores de 12 anos, respectivamente. Portanto, como opções terapêuticas tópicas, existem (QUADRO 6):

Quadro 6 – agentes tópicos para tratamento da psoríase

Fonte: autoria própria (2020) e D’ADAMIO et al. (2019)

Outra opção de tratamento é a fototerapia, a qual age a partir da radiação UV no espectro de UVA e UVB inibindo a síntese de DNA, reduzindo a proliferação de queratinócitos e induzindo a apoptose de células T. Ela pode ser considerada tratamento de primeira linha nos pacientes com psoríase extensa, em particular na psoríase gutata ou palmoplantar debilitante, além de curso refratário. As 3 formas de ser usada dependem do comprimento da onda, sendo banda estreita UVB (311-313 nm), banda larga UVB (290-320 nm) e UVA (320-400 nm). O espectro de banda estreita UVB é o mais seguro dos três, e é usado comumente em crianças acima de 6 anos de idade (D’ADAMIO et al., 2019).

Já os tratamentos sistêmicos da psoríase pediátrica podem ser considerados em casos em que a psoríase é grave ou refratária, sendo raramente prescritos como primeira opção na psoríase infantil.  Para serem indicados, deve-se ter ser uma ou mais dos fatores seguintes: Envolvimento de BSA> 20%; PASI> 10; psoríase eritrodérmica, com ou sem complicações metabólicas; psoríase pustulosa generalizada; artropatia psoriática e doença localizada que não responde à terapia tópica isolada ou com morbidade psicológica significativa, com comprometimento da rotina (JAYAKAR e PARIMALAM, 2016).

Não há ainda diretrizes internacionais para o manejo desses medicamentos na população pediátrica, tendo em vista que nenhum deles tem aprovação para o uso na psoríase pediátrica (QUADRO 5). Dentre os que são usados na terapia sistêmica, temos o retinoide, metotrexato, ciclosporina e agentes biológicos. Em geral, esses imunomoduladores sistêmicos são indicados para os casos onde haja as variantes eritrodérmicas, pustulares e artropáticas da psoríase pediátrica (D’ADAMIO et al., 2019).

5 CONCLUSÃO

Diante do exposto, conclui-se que a psoríase é uma doença inflamatória crônica que, em quase um terço dos casos encontrados, se manifesta antes das primeiras duas décadas de vida. Ela se apresenta de diversas formas, as quais podem causar danos muito além das lesões cutâneas, interferindo na funcionalidade do próprio paciente e sua família. A psoríase infantil pode vir acompanhada de comorbidades, e danos psicológicos, e por essa razão, faz-se necessário a quantificação da qualidade de vida pelos olhos do paciente, a fim de identificar o impacto da doença no seu dia a dia, visando a contribuição para a elaboração de um plano terapêutico mais eficaz.

Além disso, enfatizar a importância da rede de apoio e controle dos gatilhos podem ser uma das ferramentas para auxiliar no tratamento. Não obstante, também deve ser enfatizado a modificação do estilo de vida e sua alta influência no controle da doença. Seja em adultos, adolescentes ou crianças, deve ser prioritariamente incentivado a prática de exercícios físicos ativos, bem como a aderência de hábitos alimentares saudáveis. 

Portanto, um tratamento multidisciplinar correto evitará comorbidades futuras, as quais possuem maior chance de se desenvolver na fase adulta devido a cronicidade da doença. Também deve ser lembrado que a terapia agressiva deve ser considerada em crianças com psoríase grave, nas quais a terapia intermitente não conseguiu controlar a doença. 

REFERÊNCIAS

‌MAHÉ, E.; GNOSSIKE, P.; SIGAL, M.-L. Le psoriasis de l’enfant. Archives de Pédiatrie, v. 21, n. 7, p. 778–786, jul. 2014.

‌SALAME, N. et al. Patient-Reported Outcome Measures for Pediatric Psoriasis: A Systematic Review and Critical Appraisal from International Dermatology Outcome Measures (IDEOM). Dermatology, v. 234, n. 3–4, p. 112–119, 2018.

AZULAY, David, R. Dermatologia, 7ª edição. Rio de Janeiro; Editora Guanabara Koogan,2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732475/recent. Acesso em: 01 mar. 2020.  

‌BATALLA, A. et al. Tratamiento sistémico de la psoriasis moderada-grave en edad pediátrica en Galicia: estudio descriptivo. Actas Dermo-Sifiliográficas, v. 109, n. 8, p. 722–732, out. 2018.

BENOIT S, HAMM H. Childhood psoriasis. Clin Dermatol. 2007;25:555-62.DE ARRUDA, L.H.; DE MORAES, A.P. The impacto of psoriasis on quality of life; Br J Dermatol. 2001. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18021892/. Acesso em: 15 abr. 2020

BRONCKERS, I. M. G. J. et al. Psoriasis in Children and Adolescents: Diagnosis, Management and Comorbidities. Pediatric Drugs, v. 17, n. 5, p. 373–384, 14 jun. 2015.

BRUINS, FM, et al. Association Between Quality of Life and Improvement in Psoriasis Severity and Extent in Pediatric Patients [published online ahead of print, 2019 Nov 27]. JAMA Dermatol. 2019;156(1):72-78. doi:10.1001/jamadermatol.2019.3717. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31774449/. Acesso em 02 jul. 2020.

CAROPPO, F, et al. Quality of life in children with psoriasis: results from a monocentric study [published online ahead of print, 2019 Dec 3]. G Ital Dermatol Venereol. 2019;10.23736/S0392-0488.19.06368-5. doi:10.23736/S0392-0488.19.06368-5. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31797650/. Acesso em: 05 jun. 2020.

D’ADAMIO, S. et al. Pharmacotherapeutic management of psoriasis in adolescents and children. Expert Opinion on Pharmacotherapy, v. 20, n. 14, p. 1777–1785, 4 jul. 2019.

DE JAGER, M. E. A. et al. A cross-sectional study using the Children’s Dermatology Life Quality Index (CDLQI) in childhood psoriasis: negative effect on quality of life and moderate correlation of CDLQI with severity scores. British Journal of Dermatology, v. 163, n. 5, p. 1099–1101, 30 set. 2010.

‌DUARTE, A. et al. Adalimumab, etanercept and ustekinumab for treating plaque psoriasis in children and young people: systematic review and economic evaluation. Health Technology Assessment, v. 21, n. 64, p. 1–244, nov. 2017.

DUARTE, GV; PORTO-SILVA, L; DE OLIVEIRA, MFP. Epidemiologia e tratamento da psoríase: uma perspectiva brasileira. Psoríase (Auckl). 17 de abril de 2015; 5: 55-64. doi: 10.2147 / PTT.S51725. PMID: 29387582; PMCID: PMC5683112. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5683112/. Acesso em: 20 abr. 2020.

EICHENFIELD, LF, et al. Pediatric psoriasis: Evolving perspectives. Pediatr Dermatol. 2018;35(2):170-181. doi:10.1111/pde.13382.  Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29314219/. Acesso em: 06 jun. 2020.

EISERT, L, et al. S2k guidelines for the treatment of psoriasis in children and adolescents – Short version part 1. J Dtsch Dermatol Ges. 2019;17(8):856-870. doi:10.1111/ddg.13907. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31437363/. Acesso em: 01 jul. 2020.

‌EISERT, L. et al. S2k guidelines for the treatment of psoriasis in children and adolescents – Short version part 1. JDDG: Journal der Deutschen Dermatologischen Gesellschaft, v. 17, n. 8, p. 856–870, ago. 2019.

‌EISERT, L. et al. S2k guidelines for the treatment of psoriasis in children and adolescents – Short version part 2. JDDG: Journal der Deutschen Dermatologischen Gesellschaft, v. 17, n. 9, p. 959–973, set. 2019.

‌KELATI, A. et al. Pediatric psoriasis: Should we be concerned with comorbidity? Cross-sectional study. Pediatrics International, v. 59, n. 8, p. 923–928, 14 jul. 2017.

‌KRAVVAS, G.; GHOLAM, K. Use of topical therapies for pediatric psoriasis: A systematic review. Pediatric Dermatology, v. 35, n. 3, p. 296–302, 1 mar. 2018.

LANSANG, P. et al. Management of pediatric plaque psoriasis using biologics. Journal of the American Academy of Dermatology, v. 82, n. 1, p. 213–221, jan. 2020.

‌LIN, V. W. Tough-Skinned Kids: Identifying Psychosocial Effects of Psoriasis and Helping Pediatric Patients and Families Cope. Journal of Pediatric Nursing, v. 27, n. 5, p. 563–572, out. 2012.

MAIA, C; TAKAHASHI, M; ROMITI, R. Consenso Brasileiro de Psoríase – Guias de avaliação e tratamento Sociedade Brasileira de Dermatologia. 2nd ed. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Dermatologia;2012. Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/31066/5617690_345331.pdf. Acesso em: 01 mar. 2020.

NA, CH; CHUNG, J; SIMPSON, EL. Quality of Life and Disease Impact of Atopic Dermatitis and Psoriasis on Children and Their Families. Children (Basel). 2019;6(12):133. Published 2019 Dec 2. doi:10.3390/children6120133. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6955769/. Acesso em: 01 jul. 2020.

NAZIK, H; NAZIK, S; GUL, FC. Body Image, Self-esteem, and Quality of Life in Patients with Psoriasis. Indian Dermatol Online J. 2017;8(5):343-346. doi:10.4103/idoj.IDOJ_503_15. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5621194/. Acesso em: 05 jun. 2020.

O’NEILL, T; SILMAN A.J. Psoriatic arthritis. Historical background and epidemiology. Baillieres Clin Rheumatol. 1994;8(2):245–61. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8076386/. Acesso em: 03 mar. 2020.

‌OSIER, E. et al. Pediatric Psoriasis Comorbidity Screening Guidelines. JAMA Dermatology, v. 153, n. 7, p. 698, 1 jul. 2017.

PATEL, KR, et al. Association of Psoriasis with Psychiatric Hospitalization in United States Children and Adults. Dermatology. 2019;235(4):276-286. doi:10.1159/000499564. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31163441/. Acesso em: 02 jul. 2020.

PETRI, V. Dermatologia Prática. Rio de Janeiro; Editora Guanabara Koogan, 2009. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2015-1/cfi/4!/4/2@100:0.00. Acesso em: 01 mar. 2020
GANEMO, A; WAHLGREN, C.F.; SVENSSON, A. Quality of life and clinical features in Swedish children with psoriasis. Pediatr Dermatol, 2011. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21736605/. Acesso em: 10 mar. 2020.

‌PINSON, R.; SOTOODIAN, B.; LORETTA FIORILLO, L. Psoriasis in children. Psoriasis: Targets and Therapy, v. Volume 6, p. 121–129, out. 2016.

RANDA, H, et al. Health-related Quality of Life in Children and Adolescents with Psoriasis: A Systematic Review and Meta-analysis. Acta Derm Venereol. 2017;97(5):555-563. doi:10.2340/00015555-2600. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27983745/. Acesso em: 03 jul. 2020.

‌RAPP, S. R. et al. Psoriasis causes as much disability as other major medical diseases. Journal of the American Academy of Dermatology, v. 41, n. 3, p. 401–407, set. 1999.

‌RELVAS, M.; TORRES, T. Pediatric Psoriasis. American Journal of Clinical Dermatology, v. 18, n. 6, p. 797–811, 24 maio 2017.

RIEDER, E. & TAUSK, F.  Psoriasis, a Model of Dermatologic Psychosomatic Disease: Psychiatric Implications and Treatments, International Journal of Dermatology,2011 51 (1), 12–26. doi: 10.1111 / j.1365-4632.2011.05071. Disponivel em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1365-4632.2011.05071.x. Acesso em: 27 fev. 2020.

ROMITI, Ricardo et al. Psoríase na infância e adolescência. A. Bras. Dermatol. Rio de Janeiro, v. 84, n. 1, p. 20 a 20 de fevereiro de 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962009000100002&lng=pt. Acesso em: 28 fev. 2020.

SALMAN, A; YUCELTEN, AD; SARAC, E; SARICAM, MH; PERDAHLI-FIS, N. Impact of psoriasis in the quality of life of children, adolescents and their families: a cross-sectional study. An Bras Dermatol. 2018;93(6):819-23. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30484525/. Acesso em: 12 mar. 2020.

‌THOMAS, J.; PARIMALAM, K. Treating pediatric plaque psoriasis: challenges and solutions. Pediatric Health, Medicine and Therapeutics, p. 25, abr. 2016.

THOMAS, J.; PARIMALAM, K. Treating pediatric plaque psoriasis: challenges and solutions. Pediatric Health, Medicine and Therapeutics, p. 25, abr. 2016.

TOLLEFSON, M. M. Diagnosis and Management of Psoriasis in Children. Pediatric Clinics of North America, v. 61, n. 2, p. 261–277, abr. 2014.

TRABOLD, L.A. Qualidade de vida em pacientes com psoríase: relação com comorbidades, severidade dos casos e nível do conhecimento sobre a doença. 2017. (Dissertação de Mestrado em ciências da saúde) – programa de pós-graduação da Universidade de Santa Catarina, Santa Catarina. Disponível em: https://www.riuni.unisul.br/handle/12345/3003. Acesso em 12 abr. 2020.