A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO CONTRA O PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) EM CRIANÇAS NO ÂMBITO O SUS

THE IMPORTANCE OF VACCINATION AGAINST HUMAN PAPILLOMAVIRUS (HPV) IN CHILDREN IN THE SUS

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10246169


Ana Paula Conceição Da Silva
Bárbara Pogian Do Nascimento
Raquel Dos Santos Costa
Ingrit Silva Dos Santos
Júlia De Moura Franco Vieira
Sandra Conceição Ribeiro Chicharo
Thamyris Tavares Monteiro
Camila Da Silva De Andrade
Heshellen Mendonça Gonçalves Da Silva
Flávia Da Silva Soares
Orientadora: Profª. Esp. Mariana Keller Campos Lima


RESUMO

Introdução: A proposta deste trabalho pretende discutir sobre o Papilomavírus Humano(HPV), no que tange a questão da importância da vacinação contra o  papilomavírus humano (HPV). Objetivo: pesquisar as evidências científicas sobre a importância da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) em crianças no âmbito o SUS. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa do tipo bibliográfica, de abordagem qualitativa, do tipo descritiva e que buscou descrever a importância da vacinação contra HPV em crianças. Resultados: A partir da leitura dos artigos em busca de aderência, em relevância e pertinência, ao tema e objetivos da pesquisa, reduziu-se para 13 artigos. Para análise e interpretação dos dados, realizou-se a síntese das informações extraídas dos artigos incluídos, buscando responder às questões de pesquisa, sobre quais as evidências científicas sobre a importância da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) em crianças no âmbito o SUS. Conclusão:  Com a realização do estudo foi possível constatar que a vacinação contra o HPV oferece uma oportunidade importante  para conectar jovens adolescentes em serviços de promoção e prevenção de saúde. Vincular a educação em saúde sexual à vacinação contra o HPV tem possível benefício de adiar o início sexual, bem como equipar os jovens adolescentes com habilidades para fazerem s escolhas certas Isso, por sua vez, aumentaria suas chances de melhores perspectivas.  A hesitação em vacinas é uma ameaça crescente à imunização programas em todo o mundo, não apenas no âmbito do SUS.

Palavras chave: Vacinas contra Papillomavirus. Imunização. Crianças.

ABSTRACT

Introduction of this work intends to compete on Papilloma (HPV) in the proposal against the human papilloma virus (HPV). Objective: to study scientific evidence on the importance of the human virus against papilloma in children in any context (SUSHPV. Methodology This is a bibliographic research, with a qualitative approach, of a descriptive type and which sought to describe the importance of considering: against HPV in children. Results: From the reading of the articles and research search, to the research theme and objectives, the article search was developed for 13 articles. For analysis and interpretation, a synthesis of information was carried out on the research important information about the SUS, including scientific articles included, for research questions such as the importance of the virus (HPV) Conclusion: With the realization of the possible study of health promotion and protection, HPV offers an important opportunity to connect adolescents in promotion and protection linking with the chances of possible sex education, with the ability to prepare for sexual choices, certain things to increase your sexual health. Vaccine hesitation is a growing threat to immunization programs around the world, not just within the SUS.

Keywords: Papillomavirus vaccines. Immunization. Children.

1.      INTRODUÇÃO

Essa pesquisa foi desenvolvida por duas (02) acadêmicas de enfermagem inseridas na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, da Universidade Castelo Branco, que no decorrer da trajetória acadêmica notaram a necessidade de ampliar o conhecimento no que tange a questão da importância da vacinação contra o  papilomavírus humano (HPV).

No contexto brasileiro ainda existe um quantitativo expressivo de doenças imunopreveníveis que atacam diferentes grupos da população. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) procura realizar o controle de tais doenças, e ainda como propósito central cooperar para que continue erradicada a poliomielite e sejam controladas e erradicadas as demais doenças imunopreveníveis que se encontram presentes no calendário básico de vacinação1.

O direito as primeiras vacinações apresenta aparato legal, resguardado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em seu Art. 14, inciso 1º, que preconiza a obrigatoriedade da vacinação de crianças nos casos indicados pelas autoridades sanitárias2.

No ano de 1973 foi idealizado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), por decisão do Ministério da Saúde, com o propósito de coordenar as condutas de imunizações, que até o presente momento eram caracterizadas pela descontinuidade do processo, pelo caráter episódico e pela reduzida abrangência. Após a erradicação da varíola, se iniciou em 1980 a 1ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite, com a meta de vacinar todas as crianças menores de 5 anos em um só dia3. Os programas de imunização, como o desenvolvido pelo Brasil, levaram à erradicação da varíola, bem como eliminou outras doenças transmissíveis, como o sarampo e a poliomielite em várias regiões do mundo4.

A vacina contra o HPV foi introduzida no contexto brasileiro pelo PNI no ano de  2014. Apesar dos esforços do Ministério da Saúde para ampliar a cobertura vacinal, o número de crianças  vacinadas não é satisfatório5.

O HPV é uma infecção viral, contagiosa, que pode causar câncer e doenças em homens e mulheres. Ele se espalha principalmente por contato durante a atividade sexual, sendo considerada como uma Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Existem muitos tipos diferentes (cepas) de HPV5;6. A maioria das infecções por HPV desaparece – e muitas infecções podem nem resultar em sintomas perceptíveis7. No entanto, algumas infecções por HPV duram mais e podem evoluir para câncer. Os cânceres mais comuns causados ​​pelo HPV incluem câncer de colo do útero, vagina e vulva em mulheres, câncer de pênis em homens e câncer de garganta e ânus em homens e mulheres8.

O vírus é responsável por aproximadamente 70,0% dos casos de câncer no âmbito mundial, do mesmo modo, com  90,0% dos casos de câncer de ânus, e aproximadamente  60,0% dos casos de câncer vaginal. Neste interim, a vacina contra o papilomavírus humano ou quadrivalente, que abrange a proteção contra quatro tipos de vírus (6, 11, 16, 18), aparece como uma importante estratégia de saúde pública que procurar a prevenção de neoplasias malignas conexas ao vírus, contribuindo para a diminuição de incidência, prevalência e mortalidade inerente aos diferentes tipos de câncer8.

  1. Questão norteadora

A questão que norteou esse estudo:   Quais as evidências científicas sobre a importância da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) em crianças no âmbito o SUS?

  1. Objetivos

O objetivo desta pesquisa foi pesquisar as evidências científicas sobre a importância da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) em crianças no âmbito o SUS.

  1. Justificativa e relevância

O estudo justifica-se, pois no contexto brasileiro há um número considerável de Doenças Imunopreveníveis, como o HPP6. No entanto, a adesão à vacina ainda é percebida de modo insatisfatório, o que ratifica a implementação de estratégias de adesão ao esquema vacinal completo, à fim de promover maior proteção de crianças contra o HPV e possíveis patologias associadas7.

Desta forma, o presente trabalho apresenta relevância social, tendo em vista as lacunas no seu conhecimento, refletido na incidência de eventos evitáveis, com adesão. Ao mesmo tempo, destaca-se a necessidade imprescindível de sensibilizar o enfermeiro sobre a sua responsabilidade legal e ética, com informações objetivas e claras sobre a eficácia e acesso à vacina. Na assistência do usuário com vistas ao controle de doenças imunopreveníveis, o profissional Enfermeiro cumpre as ações de acordo com seu conhecimento disponível (formais e não-formais)1.

Para a academia é importante salientar a necessidade de se investir em conhecimentos que possam balizar a abordagem das ações implementadas pelo enfermeiro na atenção básica, no controle destas doenças, e em conformidade com o que é preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Assim, será possível atingir uma eficácia maior no processo de controle do HPV em adolescentes, além de sua atuação frente às campanhas de imunização, já que este profissional possui participação significativa.

De tal modo, o estudo apresenta relevância profissional, por contribuir para que o enfermeiro possa atuar no aumento das taxas de imunização de crianças, tendo em vista que é um aspecto vital da promoção da saúde global e prevenção de doenças, por parte da Vigilância em Saúde. Estes profissionais poderão melhorar a confiança e o conhecimento sobre imunizações em suas comunidades locais, através da educação em saúde. Assim, a  importância do enfermeiro em sua prática na sala de vacinação alicerçada no processo educacional com ações que procuram a qualidade dos serviços ofertados à população, com ênfase à diminuição da morbidade e da mortalidade por doenças imunopreveníveis, que apenas serão possíveis se os índices de cobertura vacinal forem elevados e homogêneos1.

Reforça-se a percepção de que as ações dos enfermeiros na atenção primária, e o controle de doenças imunopreveníveis, atrelam-se a sua contribuição, unindo forças e vozes para aumentar o conhecimento da comunidade e a compreensão das imunizações, tornando este processo visível e aceitável. A decisão de se submeter ou não à vacinação (quando maior de 18 anos de idade), e de vacinar ou não os seus filhos (menores de 18 anos) é de caráter pessoal, entretanto neste último podendo ser responsabilizado por lei. Estas decisões estão associadas a diversas questões, dentre elas: (1) Meios de comunicação que fazem alertas reais e ou irreais; (2) Políticas de Saúde Pública; (3) Recomendações feitas por profissionais de saúde; e (4) Fatores intrínsecos ao sujeito1;4.

Partindo do princípio das ações do enfermeiro na atenção primária para o controle de doenças imunopreveníveis para crianças, são imprescindíveis para criação de estratégia de adesão e credibilidade das campanhas de vacina  papilomavírus humano para adolescentes;4.

Por outro lado, as mídias sociais podem ser usadas para defender vacinas e dissipar equívocos. As campanhas de divulgação poderiam usar os enfermeiros que atuam na atenção básica para esclarecerem a comunidade, e discutindo a importância da imunização de crianças.

CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL
​ 2.1 Vírus do Papiloma Humano (HPV)

Os vírus do papiloma humano compreendem mais de 100 sorotipos dos quais cerca de 14 são de potencial oncogênico. Esses vírus de alto risco são sexualmente transmissíveis e causam a maioria dos cânceres orais e anogenitais em homens e mulheres. O não oncogênico tipos causam verrugas cutâneas e mucosas, incluindo transmitiram verrugas orofaríngeas e anogenitais. O carcinoma cervical, um dos cânceres relacionados ao HPV é de grande preocupação com a saúde, pois é a principal causa de mortes por câncer em mulheres em todo o mundo9.

As verrugas genitais, igualmente versadas como condiloma acuminado, que deriva-se do grego “tumor arredondado e pontudo”, são manifestas desde os primórdios, tendo como causa o papilomavírus humano (HPV), analisado inicialmente por microscopia eletrônica no ano de 1949. Em detrimento da elevada incidência da infecção pelo HPV,  sua correlação com neoplasias do trato genital, tem-se ampliando e motivado várias pesquisas sobre este vírus. Dados estatísticos ressaltam que provavelmente mais da metade das pessoas sexualmente ativas pode se infectar pelo menos uma vez no decorrer de suas vidas10.

O HPV é um grupo de mais de 200 vírus relacionados, dos quais mais de 40 são transmitidos por contato sexual direto. Entre estes, dois tipos de HPV causam verrugas genitais e cerca de uma dúzia de tipos de HPV podem causar certos tipos de câncer – cervical, anal, orofaríngeo, peniano, vulvar e vaginal11.

Embora acometa especialmente mulheres na fase adulta, ressalta-se um aumento de infecções pelo HPV em adolescentes, decorrente da iniciação sexual precoce. As infecções acontecerem por transmissão sexual quase que em 95% dos casos, e 5% podem acontecer através do contato com mãos, roupas, toalhas e objetos que estejam contaminados pelo vírus vivo em área não íntegra da pele ou pela mucosa11. A infecção sexual inicia seu  pico logo no começo da relação sexual, pelas células basais do epitélio genital infectadas por microtraumatismos10;11.

2.2 A importância da vacinação contra HPV em crianças

O Ministério da Saúde, em 2014, ampliou o Calendário Nacional de Vacinação com a introdução da vacina HPV quadrivalente no SUS. A vacinação pretende nas próximas décadas, prevenir o câncer de colo de útero, que representa, hoje, a segunda principal causa de morte por neoplasias entre mulheres no Brasil3.

Para proteger pessoas portadoras de HPV, vêm sendo desenvolvida vacinas contra o desenvolvimento de tumores. Foi aprovada recentemente pela ANVISA a vacina para prevenção do HPV para comercialização no Brasil, e é eficaz na prevenção de até 70% dos casos de infecção pelo HPV (apenas para os tipos 6, 11, 16 e 18)11;12. Trata se de uma vacina quadrivalente, recombinante, baseada em biologia molecular, que inicialmente é recomendada para mulheres jovens, na faixa etária de 9 a 26 anos, que não tenham sido expostas ao HPV, ou seja, que ainda não tenham iniciado sua vida sexual. Mesmo com a aplicação da vacina contra o vírus do HPV, é de extrema importância o exame preventivo Papanicolau, que ainda é considerado o método de prevenção11;12

A vacina também é eficaz em prevenir as verrugas genitais, que são do HPV 6 e 11, que afetam 30 milhões por ano em todo o mundo, com isso os homens também poderão ser beneficiados se tomarem a vacina13

A vacina foi aprovada no mês de  junho de 2006, para mulheres com idades entre 9 e 26 anos, contudo, advertindo que a vacinação aconteça entre 11 e 12 anos, de preferência antes da primeira relação sexual. Essa recomendação foi fundamentada na administração da vacina em meninas jovens, que despontou 100% de eficácia sem nenhum evento adverso. Em detrimento da elevada probabilidade da infecção pelo vírus do HPV, na primeira relação sexual, se recomenda a dose em meninas que ainda não tiveram relação sexual, para protege- las 11;13;14.

As vacinas contra o HPV protegem contra a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Três vacinas que previnem a infecção pelo HPV causador da doença foram licenciadas nos Estados Unidos: Gardasil, Gardasil  e Cervarix. Gardasil , desde 2016, a única vacina contra o HPV usada nos Estados Unidos11;12. Previne a infecção com os seguintes nove tipos de HPV: HPV tipos 6 e 11, que causam 90% das verrugas genitais;  HPV tipos 16 e 18, dois HPVs de alto risco que causam cerca de 70% dos cânceres cervicais e uma porcentagem ainda maior de alguns dos outros cânceres causados ​​por HPV; e o  HPV tipos 31, 33, 45, 52 e 58, HPVs de alto risco que representam 10% a 20% adicionais dos cânceres cervicais. Cervarix previne a infecção pelos tipos 16 e 18, e Gardasil previne a infecção pelos tipos 6, 11, 16 e 18. Ambas as vacinas ainda são usadas em alguns outros países11;12;14.

O Comitê Consultivo de Práticas de Imunização (CCPI) dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CCPD) desenvolve recomendações sobre todas as vacinações nos Estados Unidos, incluindo a vacinação contra o HPV11;12. As recomendações atuais do CCPI para a vacinação contra o HPV são: Crianças e adultos de 9 a 26 anos. A vacinação contra o HPV é rotineiramente recomendada aos 11 ou 12 anos; A vacinação pode ser iniciada aos 9 anos de idade. A vacinação contra o HPV é recomendada para todas as pessoas até os 26 anos de idade que não foram adequadamente vacinadas anteriormente. Adultos de 27 a 45 anos. Embora a vacina contra o HPV seja aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) para ser administrada até os 45 anos, a vacinação contra o HPV não é recomendada para todos os adultos com idades entre 27 e 45 anos Em vez disso, o CCPI recomenda que os médicos considerem discutir com seus pacientes nessa faixa etária que não foram adequadamente vacinados anteriormente se a vacinação contra o HPV é adequada para eles. A vacinação contra o HPV nessa faixa etária oferece menos benefícios porque mais pessoas já foram expostas ao vírus.11;12.

A pré-adolescência e a adolescência representam as fases mais adequadas para o uso da vacina contra o HPV, atuando com prevenção de infecções persistentes e verrugas anogenitais, que comumente começam durante a fase jovem e adulta, e assim, irá prevenir o   câncer vaginal, cervical, vulvar e anal, que acontecem de modo tardio. E ainda há probabilidades de maior produção de anticorpos contra os HPVs da vacina, até mesmo maior do que durante a vigência de uma infecção natural, a vacina não é terapêutica e também atua de forma benéfica em mulheres já infectadas e com lesões. Por se tratar de  prevenção contra o HPV, não há somente uma estratégia, já que  além da vacinação, existe a importância da  detecção precoce de infecção, e também o  uso de preservativos e ações educativas12.

As crianças que iniciam a série vacinal antes dos 15 anos precisam de apenas duas doses para ficarem totalmente protegidas. Pessoas que iniciam a série aos 15 anos ou mais e pessoas que têm certas condições que enfraquecem o sistema imunológico precisam de três doses para serem totalmente protegidas. Atualmente, os pesquisadores estão investigando se uma única dose da vacina contra o HPV pode ser eficaz11;12.

A vacina contra o HPV pode ser profiláticas, restringindo a infecção pelo vírus e suas decorrentes doenças, é estimada uma ferramenta de prevenção primária ou terapêutica, quando levam a regressão de lesões precursoras e a remissão do câncer14.

Caso exista anormalidade no exame de Papanicolau, as verrugas genitais e teste de presença viral positivo, mesmo assim, deverá ser concretizada a vacina na faixa etária de 9 a 26 anos, já que irá proteger contra os outros tipos de HPV presentes na vacina e que a paciente não tenha adquirido14;15.

Quanto ao esquema vacinal, a vacina quadrivalente e preparada de maneira estéril por injeção IM de 0,5 ml, no esquema padrão mês 0; 2; 6. Contudo, já estão definidos os intervalos mínimos entre a primeira e a segunda dose o intervalo mínimo é de 1 mês, entre a segunda e a terceira três meses. É aconselhado que após a administração da vacina exista observação durante 15 minutos, por risco de síncope, principalmente em adolescentes e adultos jovens15.

A apresentação da vacina quadrivalente é uma suspensão branca, turva e líquida, podendo ser apresentada na forma de frasco de dose única com 0,5 ml. Sua refrigeração deve ser entre 2 e 8 C, não podendo ser congelada. Deve ser homogeneizada antes da administração. Pode ser aplicada juntamente com a vacina contra Hepatite B, desde que os sítios e seringas sejam diferentes. No caso das vacinas contra difteria, tétano, coqueluche e antimeningocócica, a administração concomitante não deve ser realizada até que os estudos sejam concluídos concomitante não deve ser realizada até que os estudos sejam concluídos15.

 2.3 Conscientização dos responsáveis para a vacinação do HPV

Em detrimento da necessidade de prevenção a nível primário contribuiu para a implementação de vacinas profiláticas contra o HPV, confirmadas a partir do ano de 2006. O processo de vacinação configura-se como fator determinante para afiançar proteção à saúde e erradicação de doenças. Apesar de ser incentivada  através de campanhas governamentais para a promoção da vacinação, várias  crianças e adolescentes não são imunizados como deveriam, tais questões atrelam-se aos motivos paternos pertinentes à religiosidade, mitos e crenças, conservando-se a vulnerabilidade aos micro-organismos10.

No Brasil, desde a década de 90, as coberturas vacinais infantis encontravam-se acima de 95%, o que advertia boa adesão da população à vacinação Contudo, a partir de 2016, tais coberturas apresentaram um declínio acentuado, que varia de 10 a 20 pontos percentuais dependendo da região. Esta diminuição da cobertura vacinal pôde ser indicada, nesta época, pelas epidemias de sarampo que ocorreram em Roraima e no Amazonas. Acreditou-se que este evento se deu pelo enfraquecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), além de aspectos técnicos inerentes à implantação do novo Sistema de Informação de Imunização (SII), bem como aspectos culturais e sociais que influenciaram a aceitação da vacinação16.

A  própria eficiência do Programa Nacional de Imunização (PNI) pode ser uns dos motivos para a diminuição na cobertura vacinal, gerando uma dicotomia. Isso porque o programa agiu no controle das doenças imunopreveníveis, e fez com que muitas destas fossem eliminadas ou se mantivessem em controle epidemiológico no Brasil. Com isso, alguns pais não conviveram com as doenças, não percebendo a importância da vacinação8.

Assim, é emergencial que os gestores municipais de saúde ofereçam condições plausíveis para que o profissional enfermeiro possa realmente assumir a responsabilidade técnica da imunização, através de melhores e dignas condições de trabalho, sendo uma alternativa ao comprometimento da qualidade dos serviços de vacinação17.

Além de todas as dificuldades intrínsecas a unidade básica de saúde e a sala de imunizações, é importante destacar que a sociedade, representada neste momento por pais e responsáveis, infelizmente, também pode ser uma das barreiras à imunização de crianças18.

Com o desígnio de vacinar grande parte do número de meninas foi introduzida a  vacina nas escolas, contudo, dependendo da autorização dos pais ou responsáveis, diferente das UBS onde as meninas podem ser imunizadas sem a devida  autorização18.

Uma das principais estratégias seguida pelos Programas de vacinação é começar a  vacinação  em adolescentes antes do começo da atividade sexual. Mas para isso, é imprescindível que se vença alguns obstáculos, dentre eles, a à aceitação pelos pais e os adolescentes, o que representa um grande desafio. Umas das inquietações dos pais e responsáveis é a eficácia da vacina, e a inquietação de que a vacinação pode intervir no comportamento sexual, motivando-os ao começo incipiente da vida sexual precoce, isso ocasiona consternação nos pais. Pesquisas  que foram concretizados descrevem que os pais se contrapõe a vacinação pelo fato da mesma exercer influência no comportamento sexual dos adolescente19.

  2.4 O enfermeiro e suas ações na vacinação contra HPV

 

O profissional da enfermagem tem a oportunidade de atuar, principalmente em se tratando da Atenção Primária à Saúde, com estratégias de promoção da saúde e orientação para o autocuidado tanto para o indivíduo, como para as famílias e coletividade, com medidas preventivas relacionadas à adesão a vacinação infantil, e também ações de comunicação em saúde que visam incentivar o comparecimento nas UBS, não só durante as campanhas de vacinação, mas como também dar prosseguimento ao calendário vacinal20.

Para tanto, o enfermeiro deve uniformizar suas ações de acordo com as direções disponibilizadas pelo PNI, ratificando desta forma, a complexidade das atribuições da equipe de enfermagem. Assim, a educação permanente feita com a equipe também é identificada como ferramenta de controle e erradicação de doenças imunopreveníveis, levando em consideração o planejamento, administração, monitoramento e a avaliação das atividades de vacinação21.

O excesso e a complexidade das atribuições desempenhadas pelo profissional Enfermeiro nas unidades de saúde podem ser identificados como uma das barreiras à execução e supervisão de atividades no processo de imunização. Este conjunto de ações exige tempo hábil, entretanto em sua inexistência ocorre a priorização de atividades em uma rotina de trabalho. Por isso, ainda é imprescindível considerar que na rotina assistencial do enfermeiro as atividades vinculadas ao cuidado dos processos de adoecimento devem se fazer presentes, acrescidas pelas atividades vinculadas a ações preventivas, representadas neste caso pelas atividades na sala de imunizações17.

Por outro lado, é essencial que exista uma perfeita interação entre a equipe da sala de imunizações e as outras equipes presentes nesta unidade de saúde, bem como o número suficiente de profissionais que possam atuar neste ambiente. Com base nisto, dentre as principais barreiras existentes no processo de imunização, pode se destacar a escassez de funcionários, o que se traduz em um longo tempo de espera pelo serviço e na queda de qualidade do serviço prestado à população22.

Portanto, é possível identificar que a rotina de trabalho do profissional enfermeiro é cercada por uma série de dificuldades. No entanto, acredita-se que o enfermeiro deva acompanhar as transformações da sociedade contemporânea, buscando junto com os gestores públicos de saúde inovações que permitam o alívio das consequências deste modelo de atuação na sala de imunização17.

Complementando o papel do profissional enfermeiro, o mesmo é responsável nas unidades básicas de saúde por: (1) Direcionar as ações em relação à educação em saúde, a fim de orientar os responsáveis sobre a importância da imunoprevenção e do cronograma vacinal; (2) Monitorar as possíveis lacunas e o não acompanhamento do cronograma vacinal, podendo ocorrer nas consultas de enfermagem pediátricas ou na própria sala de imunizações; (3) Identificar a cobertura vacinal da região programática sob sua responsabilidade, identificado os problemas e apresentando soluções; (4) Coordenar a equipe de imunização; dentre outras medidas que visam à manutenção da saúde da criança e sua imunoprevenção23.

Diante disto, é imperativo destacar que o profissional enfermeiro é o responsável direto pela equipe de enfermagem, e precisa realizar a integração e o planejamento do serviço, gerenciando a sala de imunizações, bem como a rotina da mesma, utilizando o não só os instrumentos já disponibilizados pelo PNI, como também as estratégias locais de atendimento da população17;19.

CAPÍTULO 3 – CAMINHOS METODOLÓGICOS

Trata-se de uma pesquisa do tipo bibliográfica, de abordagem qualitativa, do tipo descritiva e que buscou descrever a importância da vacinação contra HPV em crianças.

As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnica padronizada de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. (GIL,2002)

De acordo com a Resolução n°. 466 de 2012 por se tratar de uma pesquisa bibliográfica, esta dispensada à submissão desse trabalho ao Comitê de Ética e Pesquisa.

Com o intuito de atender os objetivos da pesquisa foram realizadas buscas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) através dos seguintes descritores: Vacinas contra Papillomavirus; Imunização; Crianças.

Tivemos como critérios de inclusão artigos em língua portuguesa, disponíveis e publicados entre 2015 a 2022.  Foram encontrados 1516  artigos e após a aplicação dos critérios de inclusão, emergiram 194  onde 79  foram repetidos, 17  não estavam de acordo com o tema, restando somente 13  para a utilização no trabalho.

Para analisar os dados, utilizamos a análise de conteúdo de Laurence Bardin que é realizada da seguinte forma:

A análise de categoria é realizada em três fases: 1) pré-análise, 2) exploração do material e 3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação. A pré-análise é a fase em que se organiza o material a ser analisado com o objetivo de torná-lo operacional, sistematizando as ideias iniciais. A exploração do material constitui a segunda fase, que consiste na exploração do material com a definição de categorias (sistemas de codificação) e a identificação das unidades de registro e das unidades de contexto nos documentos. A terceira fase diz respeito ao tratamento dos resultados, inferência e interpretação. Esta etapa é destinada ao tratamento dos resultados; ocorre nela à condensação e o destaque das informações para análise, culminando nas interpretações inferenciais; é o momento da intuição, da análise reflexiva e crítica (Bardin, 2006).

 CAPITULO 4 – ANÁLISE DE DADOS

A partir da leitura dos artigos em busca de aderência, em relevância e pertinência, ao tema e objetivos da pesquisa, reduziu-se para 13 artigos, sendo esse o número final de artigos selecionados, como ilustrados na figura 1 – Fluxo do processo de seleção dos estudos, abaixo:

Figura 1: Fluxo do processo de seleção dos estudos

Com base nesses 13 artigos científicos selecionados, que atenderam aos critérios de seleção aplicados, chegou-se à seguinte matriz de análise, descrita no Quadro 1 – Artigos selecionados para a pesquisa:

Quadro 1: Matriz de Análise – Artigos Selecionados para Pesquisa.

BASE / ANOTÍTULOAUTOROBJETIVOMETODOLOGIARESULTADOS
SCIELOImunização contra o vírus do papiloma humano: taxa de adesão, abstenção e conclusão do esquema de vacinaçãoGonçalves et al., (2020)Analisar a taxa de adesão, abstenção e conclusão à campanha de vacinaçãoEstudo transversal, de caráter descritivoObservou-se no estudo que das meninas que aderiram à campanha apenas 72,5% concluíram o esquema vacinal, taxa inferior à esperada pelas autoridades governamentais do Distrito Federal.
SCIELOMotivos de pais e responsáveis para a não adesão à vacinação contra o Papilomavírus Humano: Revisão de EscopoPadilha et al., (2022)Sintetizar as evidências científicas sobre os motivos que levam os pais e responsáveis a recusarem vacinar as crianças e os adolescentes contra o HPV.Revisão de EscopoEste estudo permitiu investigar e aprofundar os conhecimentos acerca dos motivos que influenciam a tomada de decisão dos pais em relação à vacinação contra o HPV.
PUBMEDBarriers to vaccination in Latin America: A systematic literature reviewHolst et al., (2020)Identificar as principais barreiras à vacinação na região e para classificar e quantificar os fatores que afetam a cobertura vacinalRevisão sistemática da literaturaSão necessárias evidências adicionais para compreender completamente as barreiras à vacinação para diferentes populações-alvo, países da região e tipos específicos de vacinas.
SCIELOVacinação pública contra o papilomavirus humano no BrasilSantos e Dias (2018)Pesquisar a vacinação pública contra o papilomavirus humano no BrasilRevisão bibliográficaDesde 2014 o Brasil utiliza a vacina quadrivalente no PNI. Inicialmente, apenas as meninas recebiam gratuitamente a vacina através do SUS. Em 2017, considerando a importância epidemiológica da infecção pelo HPV no homem, os meninos passaram a receber a vacina.
SCIELOConhecimento e atitudes sobre o Papilomavírus humano e a vacinaçãoSilva et al., (2018)Desvelar o conhecimento e atitudes de meninas, mães, professores e profissionais da saúde sobre o Papilomavírus humano e a vacinaçãoEstudo qualitativoDos DSC, emergiram quatro categorias: entendimento controverso sobre o HPV; transmissibilidade do vírus HPV; conhecimento adequado sobre a vacina; e educação em saúde.  
PUBMEDVivência de responsáveis por adolescentes na vacinação contra o papilomavírus: estudo fenomenológicoOliveira et al., (2020)compreender a vivência de responsáveis por adolescentes em relação a vacinação contra o papilomavírus humanoEstudo de natureza qualitativa fundamentado na Fenomenologia Social de Alfred Schütz.Os significados expressos indicam os motivos para vacinar as adolescentes: para prevenção; para assegurar um futuro melhor à filha; para a filha ser mais saudável. Os motivos porquê de não permitir vacinar as adolescentes foram: faltou informação sobre a eficácia da vacina e a vacina pode incentivar a iniciação sexual precoce.
PUBMEDEducação em saúde para sensibilizar adolescentes escolares para a vacinação contra o papiloma vírus humanos .Machado et al., (2021)Relatar a experiência de um grupo tutorial da disciplina SACI II da UFRN na produção e realização de ações de educação em saúde voltadas a sensibilização para adesão a vacinação contra o HPV no território adscrito a uma USF de Natal/RN no primeiro semestre do ano de 2018.A seleção das temáticas-alvo se deu a partir das percepções dos discentes acerca do contexto epidemiológico do bairroAs percepções do grupo discente foram positivas e satisfatórias ao final das intervenções, em meio à ativa participação dos escolares e interesse nas temáticas abordadas, evidenciando adequação das estratégias realizadas.
  SCIELOA importância do profissional enfermeiro na prevenção do HPV na Atenção BásicaOliveira et al., (2021) Reunir o conhecimento da literatura sobre a importância do profissional enfermeiro na prevenção do HPV na atenção básicaRevisão da literatura, do tipo descritiva, com caráter qualitativo,O enfermeiro possui papel protagonista na prevenção do HPV. Podem ser citados como fatores de risco para a contaminação por HPV o déficit em educação em saúde e a falha na gestão das UBSs para um atendimento holístico da população feminina. Sendo assim, a enfermagem tem importante papel na prevenção do HPV e pode utilizar estratégias de educação em saúde, de busca ativa e incentivo à vacinação
SCIELOConstrução e validação de uma tecnologia educativa sobre a vacina papilomavírus humano para adolescentesCruz et al., (2019)Construir e validar uma tecnologia educativa do tipo história em quadrinhos sobre a vacina contra o papilomavírus humano.Estudo metodológico desenvolvido com base nos manuais, notas informativas do Ministério da SaúdeA  história em quadrinhos obteve um índice de validação de conteúdo total de 0,95, índice de validação considerado adequado. Identificou-se concordância maior que 0,80 na validação de aparência com o público alvo, indicando ótimo grau de concordância.
SCIELOEducação em saúde para sensibilizar adolescentes escolares para a vacinação contra o Papiloma vírus humanosMachado et al., (2022)Relatar a experiência de um grupo tutorial da disciplina SACI II da UFRN na produção e realização de ações de educação em saúde voltadas a sensibilização para adesão a vacinação contra o HPVA seleção das temáticas-alvo se deu a partir das percepções dos discentes acerca do contexto epidemiológico do bairro e, sobretudo,As percepções do grupo discente foram positivas e satisfatórias ao final das intervenções, em meio à ativa participação dos escolares e interesse nas temáticas abordadas, evidenciando adequação das estratégias realizadas.
SCIELOConhecimento de acadêmicos de enfermagem sobre a vacina contra o papilomavírus humanoPanobianco et al., (2022)Avaliar o conhecimento entre acadêmicos de enfermagem sobre a vacina contra o papilomavírus humano e comparar os resultados obtidos entre estudantes do primeiro e do último ano de graduação.Estudo descritivo, transversal, quantitativo,.82,4% dos estudantes do primeiro ano e 95,5% do último responderam que sabiam o que é o papilomavírus humano, e afirmaram ser um vírus sexualmente transmissível. Lacunas de conhecimento foram identificadas, quanto à finalidade do exame citopatológico, aos fatores de risco relacionados à infecção e relacionados à vacina, como número de doses e possíveis riscos e benefícios da mesma
PUBMEDSentimentos de pré-adolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavírus humanoSilva et al., (2021)Identificar os sentimentos de pré-adolescentes e adolescentes quanto à vacinação contra o papilomavirus humano.Trata-se de um estudo fenomenológico, com abordagem qualitativa,A maioria das entrevistadas atribuiu à significação da vacinação relacionada ao fato de prevenir o câncer de colo uterino. O desconhecimento sobre a finalidade da vacina HPV fica em evidência em alguns depoimentos. O medo da vacina também ficou em evidência, tendo como justificativa o fato de ser injeção, da dor, da agulha e por medo da reação
PUBMEDFatores de risco de mulheres adolescentes e jovens frente ao Papilomavírus HumanoCarvalho et al., (2017)Identificar os fatores de risco à infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) associados aos comportamentos e atitudes de adolescentes e jovens de uma unidade escolar de Ensino Médio do Rio de JaneiroEstudo quantitativo, descritivo,Os dados apontaram haver resistência ao uso de preservativo nas relações sexuais, sendo que 81,3% das mulheres nunca utilizaram camisinha nas relações. O estudo também destacou como uma das características entre as participantes o uso de preservativo somente na primeira relação. O preservativo feminino não foi utilizado pelo grupo estudado.

Quadro 1: Matriz de Análise – Artigos Selecionados para Pesquisa.

CAPITULO 5 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para análise e interpretação dos dados, realizou-se a síntese das informações extraídas dos artigos incluídos, buscando responder às questões de pesquisa, sobre quais as evidências científicas sobre a importância da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) em crianças no âmbito o SUS.

A vacinação é uma das estratégias de saúde pública mais importantes e equitativas existentes para combater doenças infecciosas globalmente12. As vacinas contra o HPV demonstraram ser eficazes na prevenção da infecção pelo HPV quando administradas em meninos e meninas antes de sua iniciação sexual12.

Corroborando, estudos24;27 assinalam que a discussão precoce irá contribuir para aumento da conscientização sobre a importância da vacinação, sendo cogente sugerir estratégias para a propagação dessas informações. Torna-se evidente que a discussão sobre a vacina do HPV ainda encontra-se imbuída pela falta de informação e abrangência errada sobre a sua real seriedade27.

A prática sexual na adolescência tem se principiado cada vez mais precocemente, com implicações indesejáveis imediatas como a frequência de IST. A atuação do enfermeiro junto aos jovens é importante, pois é o responsável que dentre todas as suas atuações é educador e conselheiro sendo  um dos profissionais mais qualificados para conduzir um diálogo sobre  as formas de prevenção contra o HPV, para interrupção de cadeias de transmissão desta e de outras IST26.

Estudo realizado por Gonçalves et al28 quando a vida sexual precoce e a crescente exposição ao vírus, identificou-se a necessidade de prevenção primária à saúde. Assim, foram desenvolvidas vacinas profiláticas contra alguns subtipos de HPV. A vacina quadrivalente imuniza contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 sendo introduzida  Governo do Distrito Federal em 2013 com o objetivo de imunizar 100% do público-alvo. Mas somente entre todas as meninas que aderiram à campanha do HPV, apenas 72,5% delas completaram o esquema vacinal, índice inferior ao esperado pelos órgãos governamentais do Distrito Federal.

Estudo realizado por Silva et al.,12 também informa que no Brasil a vacina quadrivalente é usada em  meninas de 09 a 14 anos de idade e, E a partir de   2017 à população alvo da cobertura vacinal,  foram os meninos de 12 a 13 anos de idade. A inclusão da vacina quadrivalente assinala uma estratégia de prevenção de grande relevância  contra a infecção persistente e doenças oriundas dos  tipos virais específicos da vacina, contudo, isso avigora a necessidade de pesquisas que possam mostrar o seguimento populacional para permitir o conhecimento de seu  impacto para a saúde pública nacional12.

Confirmando a importância da cobertura vacinal, estudo realizado por Holst et al32, ressaltou que as atuais taxas de cobertura vacinal na América Latina e Caribe (ALC) são inferiores às taxas regionais estabelecidas pela Organização Pan-Americana da Saúde. Para melhorar a adesão à vacinação, é crucial identificar as barreiras à vacinação.

Ainda segundo os autores32 a população-alvo mais comumente investigada foram os pais (de crianças <8 anos de idade  e adolescentes de 9-10 anos), mas houve um equilíbrio no número de publicações que relataram a vacinação contra influenza, infância e papilomavírus humano. Havia evidências diretas limitadas que relataram insights sobre a nova geração de vacinas infantis (vacinas pneumocócicas ou meningocócicas) ou estudos direcionados a adolescentes e mulheres grávidas. Fatores socioeconômicos adversos, baixa escolaridade, desconhecimento das doenças e suas vacinas, crenças religiosas e culturais são comumente citados como obstáculos para a aceitação da vacinação. São necessárias evidências adicionais para compreender completamente as barreiras à vacinação para diferentes populações-alvo, países da região e tipos específicos de vacinas32.

Quanto aos motivos que podem influenciar na tomada de decisão dos pais em relação à vacinação contra o HPV vários   rumores, culturas, receios e crenças intervêm na decisão5. A compreensão dos motivos da não vacinação, manifestos pelos pais e responsáveis, pode ajudar o enfermeiro na preparação da educação em saúde com o desígnio de realizar maior  promoção do conhecimento, com o desígnio de abrangerem a patologia e importância da vacinação contra o HPV e, por conseguinte, buscarem a imunização5.

As barreiras à aceitação podem ser relacionados ao medo da dor, medo da desaprovação da família, desinformação e tabus, como pensar que a vacinação estimulará a atividade sexual precoce32. Os mitos relacionados ao HPV podem gerar uma supervalorização da vacina, afetando a percepção de Importância do HPV32.

Nessa direção, a educação para a saúde26 visa sensibilizar os cidadãos com base no conhecimento do sujeito e táticas pedagógicas dialógicas. Esta atividade pode abranger diferentes ciclos de vida, como crianças e adolescentes.

Estudo realizado por Machado et al26 constataram em suas pesquisas que o  grupo de estudantes e suas percepções foram positivas e satisfatórias ao final das intervenções, em meio a participação ativa dos alunos e interesse pelos temas abordados, evidenciando a adequação das estratégias realizadas26. As intervenções buscaram o objetivo de promoção da saúde em um ambiente colaborativo envolvendo adolescentes. Ainda, eles contribuíram para o crescimento acadêmico e pessoal dos alunos, trabalhando as habilidades de conhecer, ser, conviver, essencial para a implementação da saúde modelo de vigilância e um saldo positivo, uma vez que os resultados esperados no planejamento foram alcançados. Dessa forma, o princípio da integração ensino-serviço-comunidade foi materializado26.

Silva et al24 contribuem com a abordagem ressaltando que a  população, muitas vezes, apresenta conhecimento insatisfatório sobre o HPV e sobre as vacinas disponíveis. Isso pode estar pertinente à forma como as informações estão sendo selecionadas e transmitidas por profissionais de diversas áreas, já que a educação em saúde deve ser desenvolvido de acordo com a capacidade de diferentes extrações em acessar e processar certas informações.

Em suas pesquisas, Cruz et al8 informam que a tecnologia foi considerada válida para ser utilizada como ferramenta educativa para orientar a prática no cenário de aceitabilidade da vacina. Implicações para a prática: A tecnologia pode contribuir para estimular a adesão à vacina contra o papilomavírus humano, uma vez que, no Brasil, as taxas de adesão a esta vacina ainda são baixas. Para os autores, é necessário estimular a adesão ao o esquema de vacinação completo, a fim de garantir a proteção de adolescentes contra o papilomavírus humano e possíveis doenças associadas.

Alguns fatores podem positivamente influenciar a adesão ao esquema de vacinação completo: saúde recomendação da equipe, prescrição da vacina pelo médico, informações objetivas e claras sobre segurança, eficácia e facilidade acesso à vacina8. Nessa perspectiva, o ambiente escolar emerge como cenário potencializador para a produção de cidadania e incorporando conhecimentos, atitudes e práticas de saúde promoção. A adoção de tecnologias na escola, como como cartilhas, quadrinhos e vídeos, podem colaborar com o aprendizado habilidades, conhecimentos e a percepção de risco/vulnerabilidade para vacinação, buscando transformar a realidade empírica em prática científica8.

Os enfermeiros são um elemento-chave na propagação de informações, cabendo a eles a realização ações, consultas, solicitação de exames de rotina, orientações, visitas domiciliares e orientações quanto ao uso de contraceptivos. Panobianco et al.32 acrescentam que o câncer de colo de útero ainda é considerado um importante problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, e recomenda-se que invistam na vacinação contra o HPV em crianças e adolescentes32. Atualmente, tanto para meninas quanto meninos, a vacina deve ser aplicada em duas doses injetáveis, sendo a segunda seis meses após a primeira.

Portanto, o enfermeiro tem que dispor de conhecimento técnico científico, mas também de competências e habilidades, tais como acolher, saber ouvir, compreender, orientar quanto ao planejamento familiar, proteção contra HPV e outras ISTs, e principalmente quanto à educação sexual, e assim, melhora na qualidade de vida da população, apoiando, incentivando, motivando e persuadindo esta adolescente no sentido de ajudá-la a lidar com estas questões existenciais pertinentes a esta fase da vida5;26.

CAPITULO 6 – CONCLUSÃO

Com a realização do estudo foi possível constatar que a vacinação contra o HPV oferece uma oportunidade importante  para conectar jovens adolescentes em serviços de promoção e prevenção de saúde. Vincular a educação em saúde sexual à vacinação contra o HPV tem possível benefício de adiar o início sexual, bem como equipar os jovens adolescentes com habilidades para fazerem s escolhas certas Isso, por sua vez, aumentaria suas chances de melhores perspectivas.  A hesitação em vacinas é uma ameaça crescente à imunização programas em todo o mundo, não apenas no âmbito do SUS.

Contudo, identificou-se  que existem barreiras presentes à imunização, sendo elas: (1) As diferenças culturais e geográficas espalhadas pelo mundo, e que também se repetem no Brasil; (2) Motivos filosóficos; (3) Medo infundado de reações adversas; (4) Questões religiosas; (5) Informações falsas sobre a imunização (antivacinação); e (6) a própria dicotomia criada a partir da eficiência do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Como em muitos outros países, as razões para a diminuição da confiança na vacina são altamente contextuais específico, como visto acima,  portanto, não deve ser tratado de forma uniforme.

Por outro lado, além de todas as dificuldades demonstradas, é importante destacar que a Sociedade, representada neste momento por pais e responsáveis, também pode ser uma das barreiras à imunização de crianças. As decisões deste público cada vez mais diminuem a cobertura vacinal, uma vez que podem estar se utilizando de diversos fatores, sendo estes: (1) Meios de comunicação que fazem alertas reais e ou irreais; (2) Políticas de Saúde Pública; (3) Recomendações feitas por profissionais de saúde; e (4) Fatores intrínsecos ao sujeito.

A introdução da vacina contra o HPV no Brasil continua sendo um ponto de aprendizado para todas as partes interessadas em imunização sobre como garantir a aceitação bem-sucedida de novas vacinas.

Entretanto, a atuação do Enfermeiro em relação ao processo de  imunização é essencial por afiançar a qualidade dos serviços apresentados à população. A fidelização da população à imunização contra o HPV de jovens e crianças passa pelas ações deste profissional, que deverá: (1) Direcionar as ações em relação à educação em saúde, a fim de orientar os responsáveis sobre a importância da imunoprevenção; (3) Monitorar as possíveis lacunas e o não acompanhamento do cronograma vacinal; (4) Coordenar a equipe de imunização.

Os resultados alcançados ainda assinalam que o profissional enfermeiro possui grandes responsabilidades em sua atuação, principalmente nas ações de educação em saúde da população como um todo. Ter acesso à educação é um dos direitos que a sociedade possui e tem o dever de ir ao alcance das informações.

Diante do exposto, chegamos à conclusão de que os jovens e adolescentes necessitam de informações, conselhos e orientações para viver uma vida segura e saudável de forma consciente. O olhar holístico do Enfermeiro e sua comunicação enquanto educador é transformador. Através de dinâmicas, debates e reflexões leva informação de prevenção e promoção à saúde, contribuindo para que a população tenha qualidade de vida. Assim, torna-se relevante que os Enfermeiros tenham um olhar positivamente diferenciado a esse campo de trabalho

Espera-se com o estudo ampliar o conhecimento dos acadêmicos além de motivar novos estudos sobre a importância da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) em crianças no âmbito o SUS

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