RELATO DE EXPERIÊNCIA OBTIDO COM O VOLUNTARIADO NO PROJETO SOCIAL ODONTOLÓGICO EKKLESIA

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10221169


LUCIO RODRIGUES DA COSTA FILHO
RODRIGO DO NASCIMENTO BARBOSA
THAIS BRITO CARDOSO
Orientador(a): Prof. KAROLINNE DANTAS
Co-orientador(a): Prof. TIAGO FONSECA


RESUMO 

O relato de experiência trata sobre o voluntariado no projeto de extensão odontológico social EKKLESIA, ao qual foi realizado atendimento na Associação Jesus Gonçalves, no dia 29.05.2022, no bairro Colônia Antônio Aleixo, ao qual como acadêmico do curso de odontologia voluntário, tiveram a oportunidade de contribuir com a ação social. Por tanto, tivemos a oportunidade de acompanhar tal ação e presenciar de perto a realidade dos atendimentos realizados no dia da ação em especial, ter a oportunidade de fazer parte e acompanhar a equipe de prótese do projeto.  

PALAVRA- CHAVE: atendimento Odontológico; Projeto Social Odontológico;  Voluntariado. 

ABSTRACT

The experience report deals with volunteering in the social dental extension project EKKLESIA, which was attended at Associação Jesus Gonçalves, on 29.05.2022, in the Colônia Antônio Aleixo neighborhood, to which as an academic on the volunteer dentistry course, they had the opportunity to contribute to social action. Therefore, we had the opportunity to follow this action and witness up close the reality of the services carried out on the day of the action in particular, having the opportunity to be part of and accompany the project’s prosthetics team.

KEYWORD: Dental care; Dental Social Project; Volunteering.

1. INTRODUÇÃO 

No Brasil, a atenção em saúde bucal percorreu um longo processo histórico de evolução das políticas públicas de saúde bucal, por meio de estratégias e ações voltadas para o atendimento da população brasileira, o sistema único de saúde (SUS) é formado por um conjunto de ações e serviços, que são prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das funções mantidas pelo poder público, o acesso ao atendimento e serviços de saúde no Brasil ainda é restrito devido à existência de desigualdade regional, em comparação as demais regiões do país, a desigualdade socioeconômica é refletida na utilização dos serviços em saúde bucal (Santos et al., 2022). 

Nesse sentido, a odontologia social é um processo de capacitação de profissionais para atuar em todos os determinantes da saúde. As diretrizes curriculares nacionais para a área, enfatizam a importância da promoção de saúde e prevenção de doenças nas comunidades, o SUS é um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo, que inclui a saúde bucal (Scharf et al., 2016).

 Diante disso, o projeto social EKKLESIA, foi fundado em Manaus/Amazonas em 2017, pela cirurgiã-dentista Pryscila Simplício, e tem como objetivo, possibilitar o acesso ao atendimento odontológico de forma gratuita na capital e no interior do estado do Amazonas. Através da cooperação de voluntários acadêmicos e cirurgiões-dentistas, que atendem à paciente em vulnerabilidade social, em locais onde o atendimento bucal é precário, pois o âmbito público não alcança a todos os pacientes de uma determinada região em área urbana ou ribeirinha. Aos acadêmicos, o projeto propõe uma experiência fora das clínicas de suas faculdades possibilitando na prática, o conhecimento obtido em sala de aula, por outro lado os cirurgiões-dentistas propõem o atendimento fora de seus consultórios, ocasionado a prática e orientação dos alunos através do ensino de uma boa anamnese e diagnostico de forma correta ao avaliar o paciente. O projeto visa alcançar uma parcela populacional excluída do acesso às políticas públicas, através de orientações, tais como: higiene bucal, dieta alimentar adequada, tratamentos restauradores atraumáticos, controle da doença cárie por fluorterapia, visando estimular uma sensibilização da população para promoção da saúde. 

Este projeto social odontológico EKKLESIA, tem como visão possibilitar acesso odontológico de forma gratuita a todos, favorecendo a aprendizagem e cooperação no processo de construção do conhecimento dos acadêmicos envolvidos com a organização das atividades visando da realidade odontológica fora dos consultórios e clínicas de suas respectivas faculdades. O cuidado no atendimento ao paciente, é pretendido em seu atendimento inicial, uma anamnese criteriosa para conhecer o paciente e se o mesmo possui alguma morbidade ou faz algum tratamento médico, com uma conduta atualizada faz o cadastro realizado pelos acadêmicos sob a orientação dos cirurgiões-dentistas responsáveis pela ação social, ao qual estarão atendendo em um sistema de cadastro no programa Word, seguida do atendimento para avaliação extra e intraoral da cavidade bucal do paciente e suas necessidades. 

 Os atendimentos realizados são: profilaxia, restauração em resina composta; restauração em ionômero de vidro; remoção de tártaro, exodontias, urgências e próteses totais. A perda dentaria é um problema que afeta a população de uma forma geral, principalmente a população idosa, e as pessoas de baixo poder aquisitivo (Dias et al., 2021). O número de pacientes que usam prótese ou estão em busca de prótese total, supera o número de pacientes atendidos que vão à busca de atendimento restaurador com resina composta ou demais atendimentos. Tal número se dá devido, a condição socioeconômica dos pacientes atendidos, pois tem que escolher se cuidam da saúde ou se compram mantimentos para suas casas, esse número foi reconhecido segundo dados publicados no Conselho Federal de Odontologia (CFO) de 2021, mostram que o Brasil tem cerca de 360 mil dentistas em atuação, o maior número entre todos os países. Porém, é o país também com a maior quantidade de pessoas sem nenhum dente na boca (Saúde et al., 2008). 

Desta forma a ausência dos elementos dentários no paciente acarreta uma série de problemas na cavidade oral tais como: desalinhamento, assimetria, movimentação dos demais elementos em boca, ocasionando prejuízos para a dicção, respiração, mastigação e estética do paciente (Nascimento et al., 2020). 

Segundo Bernardo et al. (2017) a perda dentária extensa, acomete principalmente os idosos, acarretando grandes problemas, desde a dificuldade ao comer alimentos mais consistentes por conta da dor na gengiva, até em níveis psicológicos, com a função mastigatória interrompida que surgem diversas dificuldades ao falar e mastigar que comprometem o estado nutricional do idoso, que por esse motivo não se alimenta bem, e consequentemente ocasiona uma perda excessiva e desnecessária de peso corporal.

Portanto, o projeto social odontológico Ekklesia, possibilita um tratamento odontológico humanizado à população do estado do Amazonas, valorizando o bemestar do paciente, possibilitando a manutenção da saúde bucal para todos de forma humanizada e moderna.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Esta pesquisa não foi submetida ao Conselho de Ética em Pesquisa baseado na resolução n° 510, de 7 de abril de 2016. 

Trata-se de uma pesquisa observacional, descritiva onde se utilizou dados secundários e informações obtidas através de artigos científicos do período de 2002 a 2022. 

O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura, que teve como busca de seus dados nas bases: MedLine, Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), US National Library of Medicine Nacional Institutes Of Health (PubMed), que foram publicados nos anos entre 2012 há 2023.

Como critérios de inclusão foram considerados todos os artigos que foram publicados na base de dados informados, bem como relato de autopercepção e cuidados da saúde, condições bucais e comunidades em vulnerabilidade social em uma análise descritiva juntamente com a necessidade de prótese dentária em idosos, nos idiomas português e inglês, em periódicos nacionais e internacionais, que tratavam do tema proposto, dentro da temporariedade prevista entre 2012 há 2023. Os critérios de exclusão aplicados foram artigos que não possuíam conteúdo relacionado com o tema, artigos que não possuíam o texto na íntegra e artigos de opinião. 

O relato de experiência de voluntariado no dia 29.05.2022, que aconteceu no Projeto Social Odontológico EKKLESIA, com início no ano de 2017, ao qual realiza diversas categorias de atendimentos odontológicos em diversos bairros da cidade de Manaus, possui vertente acadêmica que prepara e acompanha o acadêmico para ingressar no mercado de trabalho auxiliando na formação com palestras, cursos e monitorias, a vertente urbana que são as ações realizadas na capital e a vertente ribeirinha que prepara uma equipe sólida para prestar atendimento e assistência aos povos ribeirinhos e indígenas, as pessoas a quem foi prestados os atendimentos foram da vertente urbana e que necessitam de atendimento e não podem pagar pelos mesmos, por algumas ou até muitas vezes devem escolher entre comprar uma refeição para a família ou buscar tratamento para as mais diversas condições.

3. REVISÃO DE LITERATURA

Atualmente, o sistema de saúde do Brasil (SUS) é constituído por um conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. Tem como objetivos a identificação e a divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde, a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômicos e sociais, a redução de riscos de doenças e de outros agravos no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação, e a assistência às pessoas por intermédio destas ações de saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas (Ministério da Saúde, 2023).

3.1 DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL

 O artigo 1° da Constituição de 1988 afirma que, saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (Brasil, 1988. art.

1).

Pinheiro et al. (2018) buscaram a compreensão, a partir do ponto de vista do preceptor, as práticas de integração ensino-serviço-comunidade vivenciadas durante a formação em Odontologia. Utilizaram para a concretização desse artigo a técnica de grupo focal, através de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório. A temática abordada na presente pesquisa abre oportunidade para a realização de outros estudos em diferentes instituições de ensino superior no país que contribuam com a compreensão das contribuições da integração ensino-serviço-comunidade para a formação em Odontologia. 

Da análise dos dados obtidos durante o grupo focal emergiram quatro categorias temáticas: A construção da identidade do preceptor da graduação em Odontologia, preceptoria e sua polissemia, a estratégia saúde da família como campo de práticas, potencialidades e fragilidades na integração ensino-serviçocomunidade.

Abordo nesse parágrafo um breve resumo sobre essas quatro categorias, começando pela Construção da identidade do preceptor, que através de sua experiência profissional, guia, orienta, estimula o raciocínio, a postura ativa e a ética de um Cirurgião Dentista (CD) em formação. Seguindo para a preceptoria e sua polissemia, que se entende como facilitadora do aprendizado, de forma que complemente a formação dada pela academia, mostrando um avanço na compreensão da interdisciplinaridade, com uma interação de equipes multiprofissionais, e do funcionamento da rede de serviços de saúde. Já a estratégia saúde da família como campo de práticas, nos leva para a percepção de todo processo saúde-doença no território, engajamento social, humanização e longitudinalidade do cuidado. E por último, as Potencialidades e fragilidades da integração ensino-serviço-comunidade, onde ensino e trabalho caminham juntos para a transformação em odontologia, tendo uma visão exponencial dos resultados a curta e longo prazo, mas também existem conflitos e barreiras estruturais, de locomoção, meios precários dificultando as práticas de estágio.

Muitos são os desafios, mas a importância de buscar mais integração ensino-serviço-comunidade se faz necessário, para a população e para contribuição da formação em Odontologia. O preceptor tem uma ênfase como facilitador do aprendizado, que também vive uma constante atualização teórica. Aos acadêmicos, cabe a percepção da realidade do sistema e como funcionam, os desafios de ações extramuros, adquirindo mais confiança durante a formação e experiências para toda sua carreira profissional, abrindo novas oportunidades para se continuar em busca de conhecimento e entregando assim uma melhor qualidade de vida para a população.

Scharf et al. (2016) busca avaliar e envolve crianças e adultos, família, escola e a comunidade em ambiente rural tem um alcance social muito importante, uma vez que promove prevenção e informação sobre as doenças mais prevalentes, como a cárie dentária, abrindo uma ampla interação entre Universidade e comunidade. Além de ser de suma importância para a formação acadêmica, as atividades extramuros, ao nível de comunidades, também se mostram de grande valia para o público que abrange. Famílias com condições desfavoráveis de moradia e emprego tendem a ter menos acesso aos serviços de saúde e às ações de prevenção, procurando o atendimento, na maioria das vezes, quando a enfermidade já está instalada. Neste cenário, programas de promoção e prevenção de saúde, desenvolvidos pela comunidade acadêmica, são de grande valor para estas populações. Os resultados de Scharf et al. (2016) dizem que por meio da extensão a comunidade acadêmica tem a possibilidade de, na sociedade, criar e vivenciar a prática do conhecimento adquirido, criando uma postura que vai além da formação profissional do estudante, adquirindo uma visão mais globalizada de conhecimento e criando seu papel enquanto sujeito social.

Forte et al. (2020) o objetivo do estudo foi analisar a integração ensinoserviço-comunidade em um curso de Odontologia, a partir dos estágios curriculares vistos na perspectiva dos trabalhadores de saúde, estudantes, usuários, gestores e professores.  

Foram realizadas 27 entrevistas semiestruturadas, posteriormente transcrita s e analisadas tematicamente. As representações culturais sobre a integração estud ada são ressignificadas processualmente a partir das interações e colisões entre os seus diferentes agentes, possibilitando o deslizamento de sentidos expressos e com partilhados. Elas também operam de forma contingente, ora facilitando, ora dificultan do um processo de formação odontológico efetivamente dialógico. 

A integração ensino-serviço-comunidade, estudada a partir de um dos seus dispositivos, os estágios supervisionados, é um lugar de “sair de si” para vivenciar a teoria, na prática e a prática na teoria, com ações sociais e pedagógicas que produzem atualizações, corresponsabilizações e conhecimentos orientados coletiva e intencionalmente para o SUS.

Rodrigues et al. (2021) o Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), o PET Odontologia UEFS, vem desenvolvendo novas possibilidades de extensão universitária frente aos desafios apresentados pela disseminação do vírus SARSCoV-2 e as novas medidas de securitárias implementadas. 

O objetivo desse trabalho é apresentar à comunidade científica as medidas adaptativas adotadas e que possibilitaram a continuidade das atividades extensionistas do grupo PET. Para subsidiar as nossas reflexões, utilizamos como método investigativo a pesquisa, leitura e discussões em torno da temática abordada. Além disso, foi produzido um vídeo informativo sobre a higiene bucal para elucidar as informações que já estavam contidas nos cards. Estes materiais foram compartilhados, por meio do aplicativo “WhatsApp”, incluindo lives no aplicativo “Instagram”, para estimular a população a manter os hábitos de higiene bucal em casa e evitar o desenvolvimento de patologias.

Como resultado pode-se destacar estratégias para a continuidade da promoção e cuidado em saúde e a troca intensiva de conhecimento técnico – científico, o que demonstra a capacidade da rede como ferramenta para a difusão do conhecimento.

3.2 ATENDIMENTOS ODONTOLÓGICOS DE FORMA VOLUNTÁRIA

Por Faria et al. (2020) o artigo foi feito pelos discentes do Curso de Graduação em Odontologia visa formar um CD com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor técnico e científico. Esse profissional deve ser capaz de exercer atividades referentes à saúde bucal da população, considerando os princípios éticos, legais e a compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, e dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade. No entanto, o limitado acesso das camadas menos favorecidas da população ao atendimento odontológico fragiliza esse processo de formação do profissional de saúde bucal. O trabalho voluntário pode ser uma forma de reflexão sobre esses conhecimentos e de contribuir para a formação do perfil social do CD.

Relata também que apesar dos avanços em pesquisas e intervenções na área odontológica, o Brasil ainda enfrenta problemas no âmbito da saúde bucal, como a cárie dentária, que é a doença bucal mais comum e uma questão importante de saúde pública. Dados do Ministério da Saúde mostram que houve uma redução no índice de dentes afetados pela cárie nos últimos anos, mas ainda há muito a ser feito para melhorar a saúde bucal da população, especialmente das camadas menos favorecidas. O relato de experiência apresentado neste estudo é sobre o envolvimento voluntário em trabalhos relacionados à saúde bucal e prática profissional, fundamentado em estudos de autores que identificam motivos semelhantes para a motivação do trabalho voluntário. A autora, uma acadêmica de odontologia, descreve a experiência vivida sob a orientação de uma CD responsável. O trabalho voluntário é abordado sob três aspectos: altruísmo, aprendizado e educação aliados à trajetória profissional. O trabalho voluntário proporciona a oportunidade de ser um agente de mudança na vida das pessoas, de ajudar de forma integral e de ser gratificante. Ademais, permite colocar em prática o que se aprendeu na faculdade, desenvolver competências e aprender sobre questões essenciais para a ascensão profissional e humana. O aprendizado modifica e aprimora o conhecimento prévio, modificando toda forma de sentimentos, pensamentos e ações. O trabalho voluntário, embora não seja remunerado e não contabilize como tempo de serviço na carteira de trabalho, é uma grande experiência que prepara para o mercado de trabalho.

Domingo et al. (2019) o artigo discute a construção de um sistema de serviços de saúde democrático, universal, igualitário e integral no Brasil, que é um processo social e político que se realiza por meio de formulação de políticas públicas voltadas para a saúde, mas também, e essencialmente, no cotidiano dos serviços de saúde. No contexto da atual crise da Odontologia no Brasil, o artigo argumenta que a crise da profissão não é apenas uma crise de mercado, mas também é uma crise da face pública da saúde, do exercício coletivo, da ineficácia epidemiológica da odontologia e das relações que se mantêm com as demais profissões da saúde. O artigo também destaca a importância da educação em saúde bucal para garantir atenção integral aos indivíduos e famílias, considerando as diferenças sociais e peculiaridades culturais em cada região do país. A chegada do Programa de Saúde da Família (PSF) trouxe uma nova perspectiva para a odontologia, propondo a reorganização do modelo de atenção e ampliação do acesso às ações de saúde. O Ponto que vem sendo pauta nesse artigo é sobre os desafios enfrentados pelos CD que trabalham no PSF, que muitas vezes têm uma formação voltada para questões técnicas e biológicas, com pouca ênfase nos aspectos socioeconômicos e psicológicos da saúde. O conceito de saúde bucal deve ser integrado a objetivos maiores de felicidade individual, vida plena e contribuição à coletividade. É importante que os CD sejam incluídos no SUS e que atuem de forma diferente em cada região, a fim de equilibrar a prevenção e a cura e garantir um padrão satisfatório de atendimento. Há desigualdade no acesso da população à assistência odontológica, e o atendimento em clientelas específicas deve ser evitado para não haver exclusão dos usuários. Os centros de especialidades odontológicas têm limitações na oferta de serviços compatíveis com a demanda da população. A vivência em atividades extramuros e experiências de trabalhos voluntários pode ajudar os CD a adquirirem conhecimentos e habilidades importantes para uma prática profissional mais centrada nas necessidades coletivas e com resolutividade. A importância da atuação voluntária de dentistas em comunidades de baixa renda que não têm acesso aos serviços de saúde bucal tem como objetivo atender a essas comunidades de difícil acesso, levando serviços de odontologia durante as férias em Ilhabela, São Paulo. O artigo destaca a importância da promoção e prevenção de saúde bucal nessas comunidades, além de enfatizar a necessidade de desenvolver trabalhos comunitários que complementem a ação do sistema público de saúde. O estudo mostra que ações voluntárias são fundamentais para atender as populações mais vulneráveis e melhorar sua qualidade de vida. Além do que, a atuação voluntária na área de saúde é uma forma de compromisso social e uma maneira de transformar a sociedade para melhor.

Pinto et al. (2023) avalia a relação que as cáries e as doenças periodontal comuns na odontologia que são evitáveis ou contidas através de hábitos de saúde bucal. Objetiva principalmente a atividade de extinção com a promoção e prevenção em saúde bucal em adolescentes do colégio estadual. Os resultados do estudo se dão que os adolescentes possuem um ótimo conhecimento prévio a respeito dos assuntos abordados, houve também uma troca de conhecimento e aprendizado é bastante enriquecedor e em seguida a utilização de escovações do curso e foram realizadas as escovações supervisionadas e doações de escova.

Stromberg et al. (2020) tendo como exemplo o Projeto Rondon, o objetivo do estudo foi demonstrar a importância da extensão na formação acadêmica do estudante de odontologia e identificar os potenciais benefícios profissionais e pessoal adquiridos pelos extensionistas participantes do projeto social. 

Nesse trabalho foi realizado uma revisão narrativa integrativa sistematizada de literatura que utilizou como metodologia uma busca estratégica de publicações de artigos científicos em bases de dados, como Google Acadêmico, Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). A busca foi feita com 3 estratégias de conjuntos de palavras-chave para envolver o Projeto Rondon e a odontologia. Essas buscas ocorreram entre 30 de junho de 2019 e 26 de agosto de 2019, selecionando artigos publicados no período de 2008 a 2018.

Foram identificados 27 artigos apenas na plataforma Google Acadêmico, na primeira estratégia. Na segunda estratégia foram identificados 182 artigos na plataforma Google Acadêmico, e novamente não foi identificado nenhum nas outras duas plataformas. Na terceira, 290 artigos em português, 2 em espanhol, 4 em inglês na plataforma Google Acadêmico, e nenhum na BVS e SciELO. Totalizando 323 artigos já com os artigos duplicados eliminados.

Conclui-se que o Projeto Rondon tem importância no aprendizado e na formação do acadêmico de odontologia, pois ele deve aprender a atuar em equipe, ter bom convívio com os demais profissionais, desenvolver o papel de liderança, iniciativa e criatividade. Com isso, a formação pedagógica do aluno não se baseia apenas em conhecimentos teóricos e trabalhos científicos, pois a prática nas extensões tem demonstrado bons resultados na formação deles, integrando esse conhecimento adquirido para o benefício da comunidade.

3.3 COMUNIDADES EM VULNERABILIDADE SOCIAL

Alves et al. (2011) realiza análise, em uma primeira aproximação, a compreensão da importância do projeto de extensão em Odontologia na conformação do perfil profissional proposto pelo colegiado do curso/UEPG. Compreende, também, no processo de integração em que este projeto se desenvolve, quais as responsabilidades e os papéis a serem desempenhados pelo serviço e pela Universidade. Queremos por meio de este artigo relatar algumas características importantes do projeto de extensão do curso de odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa intitulado “Ação Integrada em Odontologia na Comunidade”, nas disciplinas de clínica integrada e odontopediatria, para mostrar a contribuição, ou mesmo a participação da Universidade na comunidade local e na formação do CD para sua integração na sociedade, com formação humanística. Os resultados de Fabiana et al. (2011) que o aluno possa adquirir conhecimento, habilidade ou atitude, exercitar ações que exijam tal conhecimento, habilidade e atitude, aprender fazendo é mais eficiente que receber informações passivamente. Assim, a estratégia educacional deve ser o treinamento em serviço, que possibilita a prática de ações de complexidade crescente, conforme as exigências do serviço e do programa de ensino. As atividades de ensino/extensão de saúde bucal, na experiência do Estágio Supervisionado, se colocam num nível de complementação, de troca e devem também contribuir para desvendar os problemas apresentados pela realidade.

 Dias et al. (2021) o artigo trata sobre a precária vivência da população em relação à saúde bucal. O número de CD no Brasil é grande, mas a distribuição desses profissionais não atende adequadamente às necessidades da população. Mais de 11% dos brasileiros nunca visitaram um CD, enquanto oito milhões de brasileiros com mais de 30 anos usam próteses dentárias e 75% dos idosos não têm dentes. A odontologia social é um processo de capacitação de profissionais para atuar em todos os determinantes da saúde. As diretrizes curriculares nacionais para a área da saúde enfatizam a importância da promoção de saúde e prevenção de doenças nas comunidades. O SUS é um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo, incluindo a saúde bucal. O programa ESF foi criado em 1994 para expandir, qualificar e consolidar a atenção primária em saúde. Em 2004, foi criado o programa Brasil Sorridente, que tem como objetivo oferecer atendimento odontológico e outras medidas de saúde bucal. Em 2019, foi criado o Projeto Pró-Riso, um projeto voluntário que oferece atendimento odontológico, médico e educação em saúde a comunidades em vulnerabilidade social. A pesquisa tem como objetivo relatar o impacto social e o papel do CD nas ações do projeto Pró-Riso nas comunidades atendidas. O artigo discorre a importância da concepção de saúde e da inclusão de outros setores da sociedade para promover a saúde de populações vulneráveis. Destaca-se a importância de ações voluntárias na área da saúde, como o projeto Pró-riso, que levou atendimentos a grupos vulneráveis em 2019, incluindo lares de passagem, regiões geograficamente afastadas e áreas carentes. O artigo descreve a comunidade do amparo, sendo atendida pelo projeto devido à dificuldade geográfica de acesso aos serviços de saúde. O projeto também atendeu casas de acolhimento institucional para crianças, adolescentes e a comunidade do Caximba, um bairro com enorme fragilidade ambiental e social. O intuito é fornecer atenção básica de saúde para aqueles que muitas vezes foram negligenciados devido às suas circunstâncias anteriores e contribuir para o desenvolvimento saudável de crianças privadas da relação com a mãe biológica.

Tenório et al. (2021) a finalidade desta revisão narrativa da literatura foi abordar a importância da promoção de saúde bucal nas escolas. O acesso à odontologia nas escolas contribui para uma melhor saúde bucal das crianças e adolescentes, impactando positivamente na qualidade de vida destes. Atualmente isso não ocorre em todas as instituições de ensino primárias, sendo elas públicas ou particulares. 

Quando as crianças e adolescentes recebem instruções de higiene oral no ambiente escolar, contribui tanto na saúde individual quanto no compartilhamento dessas informações fazendo assim, alcançar mais pessoas como, familiares e amigos. 

O Cirurgião Dentista tem autonomia para realizar ações sociais nas escolas, levando uma melhor qualidade de vida para os estudantes, profissionais e familiares presentes nas escolas. 

A educação em saúde bucal deve ocorrer o mais precoce possível e a escola é um lugar favorável para que este processo seja iniciado. Sendo assim, hábitos saudáveis devem ser adquiridos e colocados em prática precocemente, evitando que hábitos nocivos à saúde bucal sejam instalados e prevenindo problemas de saúde bucal.

Já Nogueira et al. (2022) discute desafios enfrentados pelos idosos, principalmente os institucionalizados, em relação à sua saúde bucal e qualidade de vida global. O envelhecimento da população brasileira ocorre em um contexto de significativas mudanças sociais, culturais, econômicas, institucionais e do sistema de valores, o que afeta a capacidade de o idoso de manter a capacidade funcional e a independência. A transferência de idosos para instituições de longa permanência, como asilos, pode acarretar mudanças em seus hábitos, rotinas, ambientes, relações pessoais e sociais, podendo afetar sua saúde e qualidade de vida. A saúde oral é particularmente relevante para a qualidade de vida, pois problemas dentários podem afetar a capacidade de uma pessoa idosa de se alimentar adequadamente, levando à redução da ingestão de nutrientes e causando doenças sistêmicas. Ela na  população idosa, institucionalizada ou não, é deficitária devido às práticas odontológicas públicas excludentes do passado. Os idosos apresentam maior vulnerabilidade a distúrbios psicofisiológicos, principalmente aqueles que se manifestam na cavidade oral. A qualidade de vida está intimamente relacionada à autopercepção, e a avaliação da saúde por leigos difere da dos profissionais. As intervenções para melhorar a saúde bucal e a qualidade de vida geral dos idosos devem ser adaptadas às características culturais e sociais da população idosa. Educação em saúde, principalmente a educação em grupo, é uma ferramenta importante na melhoria da saúde bucal dos idosos.

3.4       DOENÇAS     PREDOMINATE,     FATORES      SOCIO           ECONOMICOS RELACIONADOS COM A PERDA DENTÁRIA.
3.4.1 MAIORES PREVALENCIAS

Fontany et al. (2023) construíram e validaram uma tecnologia educacional sobre saúde bucal para idosos inseridos na atenção primária a saúde do município de Belém—PA. Esse estudo foi realizado através de 5 fases: diagnóstico situacional, revisão bibliográfica, construção da tecnologia, validação e revisão. Foram envolvidos 82 idosos vinculados a unidade municipal de saúde Benguí II para a fase do diagnóstico situacional, e destes, 17 participaram da validação. Foi construído um guia educativo e foi aprovado pelos índices de validação correspondentes para cada público-alvo. Esse guia mostrou-se um instrumento válido e adequado para ser distribuído aos profissionais da atenção básica e ao público-alvo, sendo instrumento eficaz para fornecer informações valiosas sobre saúde, e agindo como ponte de diálogo. 

Araujo et al. (2020) averiguam a correlação entre higiene e saúde em idosos saudáveis e com síndromes demências na atenção primária, com um destaque do efeito de ações sobre o comportamento de idosos, cuidadores e profissionais. O meio utilizado foi uma revisão sistemática de literatura, de origem das bases de dados BBO, Medline e Lilacs, com corte temporal de cinco anos (2015—2019). A pesquisa foi estruturada através do acrônimo PICO, utilizando-se os seguintes descritos (P= Aged and primary health care and, I = Oral Hygiene and, C= Não se aplica, O= Oral Health). De modo que, os estudos foram concentrados à população idosa com foco em higiene bucal, e excluíram-se os que não tinham foco em higiene bucal. Foram incluídos 6 artigos, os quais abordaram a relação entre higiene e saúde bucal em idosos saudáveis e naqueles com alguma debilidade, com Doença de Parkinson e Doença de Alzheimer, discutindo a importância de ações educativas para profissionais e cuidadores, assim como a falta de orientações em alguns casos. Nessa abordagem surgem novas amostras para que novas políticas e programas eficientes sejam criados e direcionados á promoção da saúde bucal dos idosos.

Kreve et al. (2020) buscaram avaliar um grupo de idosos por meio da aplicação do índice General Oral Health Assessment Ibdex (Gohai), sobre à autopercepção das condições de saúde bucal. O estudo avaliou 136 idosos, respondendo a um questionário com questões do índice Gohai. Efetuado assim, a análise descritiva do resultado de cada uma das perguntas, com o seguinte resultado: 78,7% dos idosos, responderam sempre sentir dor ou desconforto ao deglutir; 55,1% relataram desconforto em comer algum alimento, e 66,9% relataram insatisfação com a aparência da sua boca. A análise foi classificada com uma percepção de saúde bucal ‘’ruim’’ sobre a qualidade de vida, a média global do índice Gohai quando aplicada á escala de interpretação foi de 28,88. Desta forma, os idosos destacaram negativamente suas condições bucais, pelo desconforto ao se alimentar, dificuldade e dor ao deglutir e uma real insatisfação com a condição bucal.

3.4.2 DOENÇA CÁRIE

A doença cárie é uma destruição dos tecidos calcificados do dente no esmalte, dentina e cemento, provocada pela higiene inadequada, associada à ingestão acentuada de alimentos açucarados e ultra processada (BRASIL, Ministério da Saúde, 2023).

Streb et al. (2019) esse estudo de caráter qualitativo teve como objetivo verificar a representação social da doença cárie para um grupo de pais de crianças que foram atendidas em uma clínica de extensão. Foram coletados dados através de entrevistas semiestruturadas realizado na clínica de extensão da universidade Franciscana, localizado na vila Maringá de Santa Maria – RS, e foi possível saber que a doença cárie foi o problema de saúde bucal mais conhecido. Essa pesquisa envolveu 16 mulheres, cujas casas em que residem têm em média baixo nível de escolaridade. A cárie dentária foi representada pela falta de higiene e por fatalidades de cunho biológico que não são possíveis de controlar pelos sujeitos. Mostrou os dados coletados que a presença de benefícios do flúor na água de beber e no dentifrício não foi reconhecida pela população estudada.

Teve resultado positivo, pelo conhecimento adquirido pelas mães envolvidas, visto que os hábitos e comportamentos em saúde influenciam diretamente na saúde de seus filhos. Os dados coletados adquiridos nas entrevistas, mostraram que existe uma necessidade de uma integração entre a escola, a família e o dentista, a fim de promover saúde e levar conhecimento para esta população e é possível que ações, integrando diferentes núcleos de saberes e de forma intersetorial, sejam providenciais para ampliar o conhecimento e promover saúde com vistas à melhoria da qualidade de vida das crianças.

Sena et al. (2018) o curso de odontologia da universidade Estadual do Piauí (UESPI) realizou o ‘’ Projeto de Extensão—UESPI ODONTO’’ buscando integrar os estudantes de odontologia à sociedade, modificando realidades e melhorando a qualidade de vida das populações assistidas, redefinindo, assim o papel da UESPI no desenvolvimento da região. Com um foco em prevenir a doença cárie em crianças atendidas nas creches do projeto social da Diocese de Parnaíba-PI. Os meios utilizados para a prevenção foram atividades lúdicas como palestras educativas, doação de escovas dentais e a realização de ações de prevenção como escovação supervisionada, evidenciação de placa bacteriana e aplicação tópica de flúor. Destacou-se o encaminhamento de crianças com necessidades específicas para atendimento na clínica escola de odontologia da UESPI/Parnaíba.

Foi desenvolvido semanalmente, nos semestres 2015.2 a 2017.1, envolvendo 220 crianças. Selecionados 21 acadêmicos regularmente matriculados, a fim de cumprir o principal objetivo do projeto, a prevenção de cárie nas crianças que são assistidas nas creches, divididos em 7 grupos, em 7 creches vinculadas ao projeto social da diocese de Parnaíba—Dom Rufino, Nossa Senhora de Mercês, Madre Cecília, São Francisco, São Leopoldo, Santa Teresinha e São Cláudio. As crianças avaliadas clinicamente para traçar o perfil de saúde bucal, e avaliar a necessidade de tratamento odontológico. Lançando mão de exames clínicos intrabucais na própria creche, com auxílio de espátula de madeira e sob luz natural, transcrevendo esses dados para uma ficha clínica adaptada para as atividades do projeto de extensão e as crianças diagnosticadas com problemas bucais passaram a receber tratamento curativo junto à clínica escola de odontologia da UESPI. Os pais e/ou responsáveis também passaram por palestras educativas e orientações de conhecimento de saúde bucal. 

Como resultado, a experiência foi satisfatória para os acadêmicos, proporcionando um aprimoramento científico, técnico e humano. E uma melhora na qualidade de vida das crianças, por meio de prevenção das doenças bucais e recuperação da saúde oral como um todo.

3.4.3 ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS

Sória et al. (2019) estimaram o acesso e a utilização dos serviços de saúde bucal por idosos de Pelotas, Rio Grande do Sul. Esse estudo populacional aconteceu em 2014, na zona urbana do município, envolvendo idosos há partir 60 anos. Entrevistados 1.451 idosos, mediante um questionário estruturado. O estudo obteve o seguinte resultado: falta de acesso no último ano alcançou uma prevalência de 1,8% (IC 95%: 0,7-3,0). Idosos que nunca consultaram somaram 3,1% (IC 95%: 2,22-4,0) e a utilização de serviços de saúde bucal no último ano registrou prevalência de 38,3% (IC 95%: 36,0-41,0). Outros dados, trazem uma associação positiva, sobre a utilização no último ano, como: faixa etária mais jovem (RP = 1,16), ter companheiro (RP= 1,28), alta escolaridade (RP= 1,31), problema na boca ou nos dentes (RP= 1,93), necessidade de prótese dentária (RP= 1,36) e ser edêntulo (RP= 3,11). Mostrando uma baixa no acesso do último ano, podemos ver que houve uma expansão desses serviços e a utilização de serviços de saúde bucal foi mais alta do que a observada em outros estudos. 

Galvão et al. (2021) o artigo fala sobre aumento da população idosa é uma realidade demográfica significativa no Brasil e em todo o mundo. Estudos populacionais indicam que a quantidade de idosos está crescendo mais rapidamente do que qualquer outra faixa etária, o que evidencia uma marcada alteração na estrutura social do país. Esse novo perfil populacional aumenta a probabilidade de riscos e desenvolvimento de incapacidades associadas ao envelhecimento, demarcando um novo perfil de morbimortalidade com reflexo direto no aumento dos custos com assistência à saúde. No campo da saúde bucal, avanços na organização da atenção primária à saúde foram reconhecidos desde o início do desenvolvimento do SUS. Em 2004, a Política Nacional de Saúde Bucal e o Programa Brasil Sorridente (SB) visavam interpor os procedimentos relacionados à fase clínica da instalação de próteses dentárias na APS e garantir a implantação dos laboratórios regionais de prótese dentária. Os dados do Projeto SB Brasil 2010 indicaram que cerca de 92,7% dos idosos entre 65 e 74 anos ainda necessitavam de prótese dentária. Por isso, este estudo teve como objetivo analisar a prevalência de uso e necessidade de prótese dentária em idosos na região Nordeste brasileira, a partir de dados do Projeto SB Brasil 2003 e 2010.

Santos et al. (2022) aborda a precariedade das condições de saúde bucal entre idosos no Brasil, evidenciada por altas taxas de edentulismo, cárie e doenças periodontais, além da necessidade de próteses dentárias. Para reduzir essas desigualdades, o ministério da saúde propôs a política nacional de saúde bucal “Brasil Sorridente”, que visa aumentar a cobertura de equipes de saúde bucal na estratégia saúde da família, reorientar o modelo de atenção, fornecer flúor às estações de tratamento de água e aumentar a integralidade através dos centros de especialidades odontológicas. Apesar desses esforços, apenas 12,8% dos idosos brasileiros utilizam os serviços odontológicos por rotina, enquanto 14,7% nunca os usaram e 42,3% os visitaram há mais de três anos. Quase todos os idosos de 65 a 74 anos precisam de próteses dentárias, mas apenas um terço dos que necessitam de próteses totais teve suas necessidades atendidas. A perda dentária pode afetar negativamente a qualidade de vida, autoestima e funções dos indivíduos. A modelagem com equações estruturais é usada para avaliar a associação direta e mediada entre características individuais, condição socioeconômica, condições normativas e condição subjetiva de saúde bucal com o uso de serviços de saúde bucal entre idosos brasileiros. O estudo avaliou os fatores associados ao uso regular de serviços de saúde bucal (USSB) em idosos brasileiros. Para isso, foi utilizada a modelagem com equações estruturais (MEE), em duas etapas: 1) elaboração de variáveis latentes por meio da Análise Fatorial Confirmatória (AFC); 2) definição das relações entre as variáveis observadas e latentes em relação à variável dependente (USSB) por meio do modelo estrutural. O modelo hipotético incluiu todas as relações estabelecidas por regressões entre variáveis latentes ou observadas, definidas em um modelo teórico a priori. Estimados os efeitos direto, indireto e total das variáveis sobre o USSB. A análise estatística utilizou modelos de medida por AFC e MEE, com estimadores de mínimos quadrados ajustados pela média e variância (WLSMV), por meio de coeficientes padronizados, erro padrão e intervalos de confiança, usando o método bootstrapping com 1.500 iterações. Os resultados mostraram que as variáveis socioeconômicas, condições normativas de saúde bucal e condição subjetiva de saúde bucal apresentaram associações diretas e indiretas com o USSB em idosos brasileiros.

3.4.4 PERDA DOS ELEMENTOS DENTÁRIA 

Nascimento et al. (2020) relata em sua pesquisa que a qualidade de vida dos idosos e a saúde bucal pública no Brasil, muitos idosos enfrentam dificuldades para acessar tratamento dentário, o que resulta em perda dentária e problemas físicos e psicológicos significativos, incluindo baixa autoestima e sintomas depressivos. As condições socioeconômicas, culturais e individuais afetam essa realidade, apesar do avanço da odontologia, o edentulismo ainda é uma realidade para muitos idosos devido à falta de programas odontológicos adequados. São essenciais que os profissionais de saúde levem em consideração tanto os aspectos físicos quanto emocionais ao cuidar dos pacientes idosos. A restauração dentária pode melhorar significativamente a autoestima e a qualidade de vida dos idosos. “A perda dentária extensa, acomete principalmente os idosos, acarretando grandes problemas, desde a dificuldade ao comer alimentos mais consistentes, por conta da dor na gengiva, até em níveis psicológicos. Com a função mastigatória interrompida, surgem diversas dificuldades ao falar e mastigar que comprometem o estado nutricional do idoso, que por esse motivo não se alimenta bem, e consequentemente ocasiona uma perda excessiva e desnecessária de peso corporal.” 

A perda dentária é um problema crônico que afeta a população em geral, principalmente idosa e pessoas de baixa renda. A cárie dentária, doença periodontal, o uso de substâncias químicas e problemas de saúde são as principais causas da perda dentária. A falta de acesso a serviços odontológicos é um dos principais motivos para a perda dentária em massa da população idosa no Brasil. A confecção de próteses totais convencionais, sobre dentaduras e próteses fixas são as opções de tratamento mais comumente utilizadas para reabilitação oral. As próteses totais convencionais são uma alternativa de primeira escolha para restabelecer a função e estética, visto que se trata de um tratamento menos invasivo e de menor custo em comparação aos protocolos clínicos voltados a próteses fixas e implantes dentários.

 Lamoglia et al. (2019) nesse artigo fala sobre absenteísmo laboral é um fenômeno caracterizado pela ausência repetitiva e inesperada do trabalhador, motivada por diversos fatores, incluindo condições bucais que podem afetar a produtividade e a saúde geral do indivíduo. A relação entre saúde bucal e saúde ocupacional é um tema importante e atual, que requer análise das condições de trabalho e intervenções para garantir a proteção do trabalhador. Em 2001, foi criada a especialidade odontologia do trabalho pelo conselho Federal de odontologia, que tem como objetivo promover, preservar e recuperar a saúde bucal dos trabalhadores, prevenindo doenças decorrentes do exercício profissional e acidentes de trabalho. É discutido a importância da odontologia do trabalho na preservação da saúde do trabalhador, ressaltando que, além das normas regulamentadoras, a inserção do cirurgião-dentista na equipe de saúde fortaleceu a atenção integral à saúde do trabalhador. A odontologia do trabalho inclui a realização de identificação epidemiológica, catalogação ou prevenção das doenças bucais, bem como a mudança do paradigma da atenção à saúde para uma perspectiva voltada para a promoção de saúde. 

O projeto universitário extensionistas ‘Nós na Rede’ atua como instrumento viabilizador da inserção social e da promoção da saúde bucal. Relata uma ação extensionistas de cunho educativo e preventivo de saúde bucal com trabalhadores da construção civil no município de Ponta Grossa/PR, desenvolvida por acadêmicos, agentes universitários e professores da universidade estadual de Ponta Grossa (UEPG). Desenvolve práticas voltadas à comunidade por meio de parcerias com equipamentos públicos, privados e instituições sem fins lucrativos. As ações são desenvolvidas em diversos espaços sociais com potencialidade para a educação e promoção da saúde bucal. O texto enfatiza a importância de promover o acesso a práticas odontológicas curativas para evitar o sofrimento ocasionado pela agudização dos transtornos bucais e reduzir os riscos de absenteísmo, como uma redução salarial e até mesmo uma demissão. Problemas odontológicos podem afetar as atividades cotidianas das pessoas, diminuírem as horas de sono, restringir atividades de lazer, afetar a autoestima e levar à perda de dias de trabalho. O texto destaca que historicamente, no Brasil, a odontologia foi excludente, com ações preventivas exclusivamente voltadas para a saúde de escolares, tendo suas ações baseadas em uma prática profissional mutiladora. Até hoje, a população brasileira adulta e idosa pouco se beneficiou das ações de saúde bucal. A perda dentária é um importante marcador de saúde oral, e há uma carência de políticas públicas voltadas para a população adulta, que em grande parte compõe a força de trabalho. A restrição de acesso aos serviços odontológicos é um problema para os adultos, devido à incompatibilidade entre o horário de trabalho e de funcionamento das unidades públicas de saúde. A criação de turnos adicionais no serviço público e a inserção do CD em empresas de maior porte podem ser estratégias capazes de facilitar o acesso aos serviços odontológicos e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. 

Este é um relato de experiência que aborda a demanda por serviços odontológicos na população de trabalhadores civis brasileiros e a importância da atenção preventiva e promocional em saúde bucal. Embora exista regulamentação para a participação do especialista em Odontologia do Trabalho na equipe de Saúde do Trabalhador, sua capacidade de atender à demanda atual ainda é limitada. Nesse sentido, é necessário desenvolver ações educativas e de cuidados continuados em saúde bucal, com ênfase na prevenção de problemas periodontais futuros, cárie e perdas dentárias. Essas atividades educativas podem ser combinadas com experiências de aprendizagem que facilitem mudanças no comportamento individual das pessoas e as capacitem para se tornarem multiplicadoras do conhecimento adquirido. É importante desenvolver múltiplos métodos e recursos motivacionais para atrair a atenção do público-alvo, e essas atividades precisam ser reforçadas regularmente para prevenção contínua e efetiva das doenças bucais ao longo da vida. A saúde ocupacional apresenta grandes benefícios para o trabalhador, para a empresa e para o país, e a atenção preventiva e promocional em saúde bucal é fundamental para a manutenção da saúde e do bem-estar dos trabalhadores civis brasileiros.

3.4.5 ACESSO AOS ATENDIMENTOS ODONTOLÓGICOS

Dias et al. (2021) realizaram através de revisão de leitura científica atual sobre atuação do CD, em ambiente hospitalar, incluindo UTI, para prevenção e tratamento de doenças bucais e agravos sistêmicos em indivíduos idosos. Utilizaram artigos das bases de dados online da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Como resultado, os trabalhos analisados não especificaram informações sobre UTI, mas apontaram a necessidade da inserção do CD na rede de cuidado hospitalar e a importância de outros estudos epidemiológicos no âmbito da odontologia hospitalar, prevenindo assim, agravos a saúde bucal em pacientes hospitalizados, por isso, se faz necessário o CD em ambiente hospitalar, contribuindo assim para uma melhor recuperação do quadro geral do paciente idoso.

Silva et al. (2019) desenvolve suas atividades na região da cidade de Maringá, localizada no estado do Paraná-Brasil. Atualmente integra um grupo de onze acadêmicos do curso de odontologia, três docentes e uma assistente social da universidade Estadual de Maringá. O foco principal é promover saúde bucal em crianças, adolescente e suas famílias, por meio de técnicas de educação em saúde com a utilização de diferentes recursos lúdicos e pedagógicos junto às comunidades e instituições contempladas com esse serviço.  Os resultados foram em 2008, primeiro ano de ação do Projeto, atendidas 290 pessoas, sendo 160 em Maringá e 130 na região noroeste do Paraná. Neste período, 8 alunos da UEM e 1 acadêmico de outra instituição atuaram nas atividades, orientados por 3 docentes e 3 técnicos. Os trabalhos apresentados em amostras e palestras voltadas exclusivamente para a comunidade, atendendo em média um público de 1000 pessoas em cada atividade. No segundo ano do projeto (2009), o número de discentes aumentou para 11, orientados por 2 docentes e contando com o apoio de um agente universitário, uma pedagoga, uma técnica em saúde bucal e uma assistente social. O público atendido neste ano e as atividades realizadas são os mesmos que as do ano anterior. Além disso, o projeto teve trabalhos de níveis acadêmicos apresentados em congressos e publicações em anais. Nos anos de 2010 a 2011, o projeto se manteve com 2 docentes e os mesmos agentes universitários, mas com 20 discentes. O público atendido foi 300 pessoas, sendo 150 em Maringá e 150 na região. Neste período, realizou-se atividades educativas, recreativas sobre educação em saúde bucal com crianças, além de informações aos adultos, sobre câncer bucal, por meio de cartazes e distribuição de folhetos com instruções sobre o autoexame bucal. Efetuadas capacitações para os discentes, a fim de melhor planejamento das atividades e orientações sobre o conteúdo das reuniões didático-pedagógicas a serem realizadas com a comunidade.

Felix et al. (2017) busca avaliar conhecer os hábitos e as diferentes necessidades referentes à saúde bucal de cada interno. Posteriormente, realizou-se a abordagem do grupo de internos, os quais receberam as mesmas palestras abordadas com a equipe de profissionais. Conjuntamente às atividades realizadas foi avaliações individuais por meio de exames clínicos extra e intraoral, proporcionando um levantamento epidemiológico significativo de gênero, cor, estado civil, estado físico de independência, profissões desempenhadas, escolaridade, satisfação com o sorriso, satisfação com a eficiência mastigatória, conhecimento quanto à perda de dentes, frequência de visitas ao cirurgião dentista, razões para visitas ao cirurgião dentista, necessidades de tratamento odontológico, odontograma, necessidades de utilização de próteses dentárias, uso de próteses dentárias, estados das próteses dentárias existentes, conhecimento quanto à utilização e cuidados com próteses dentárias, conhecimento quanto ao câncer bucal e medidas de prevenção, dimensão vertical de oclusão, dimensão vertical de repouso, amplitude de abertura de boca, queilite angular, e testes fonéticos. Por fim, outra atividade desenvolvida objetivou o rastreamento de lesões na cavidade oral.

Neto et al. (2021) evidencia os principais aspectos da visita domiciliar em saúde bucal na atenção primária. A incorporação do atendimento domiciliar aponta para uma reorganização das práticas de saúde além dos muros dos serviços de saúde, deslocando o olhar crítico para um espaço em que o paciente vive sendo enquadrado nesse aspecto, tanto o usuário, quanto a família e a comunidade nos quais as práticas das atenções estão enraizadas, identificando as particularidades, e as famílias que de alguma forma precisam de um maior acesso à porta de entrada SUS.

A visita domiciliar atende aos princípios norteadores das ações especificas nas diretrizes da política nacional de saúde bucal, como os princípios da ética da saúde, o acesso universal para a assistência e o acolhimento, é de suma importância o atendimento com uma equipe multidisciplinar incluindo o Cirurgião Dentista. 

Antes de ser executada uma atividade domiciliar, é necessário um planejamento muito claro do que a equipe de saúde que fazer nas residências, podendo ser desde uma visita só de cotidiano, ou uma visita de planejamento dos quais os profissionais irão estabelecer as condições, para eventuais tratamentos. Existem inúmeras vantagens na visita domiciliar pois, estabelece uma aproximação maior com o território que está sendo cuidado, fica mais fácil de elaborar um plano de tratamento que são centrados nas pessoas que de fato necessitam, e esses cuidados são relatados para os familiares, tendo tendência maior na resolutividade da atenção primária nas questões que envolvem a saúde bucal (Salasmm et al., 2015).

O atendimento domiciliar não é implantado em todos os territórios no sentido das atividades e estratégias de saúde bucal, porém vale ressaltar que o CD deve ser inserido buscando cuidar de maneira integral da cavidade bucal dos pacientes.

3.4.6 PROMOÇÃO DE SAÚDE 

Sako et al. (2022) Discorre sobre as atividades desenvolvidas no projeto sorrir com saúde do departamento de odontologia da universidade Estadual de Maringá-PR, cujo objetivo é promover a saúde bucal por meio de ações intersetoriais em espaços sociais como centro de educação infantil, escolas, centro de convivência, instituição religiosa, localizados no noroeste do Estado do Paraná. 

O foco principal foi à sensibilização das crianças, das famílias e dos cuidadores para a importância dos hábitos saudáveis, valorização do autocuidado e do atendimento clínico preventivo, restaurador e cirúrgico. Sendo realizadas atividades lúdico-educativas com macromodelos de dentes cariados, doenças gengivais, imagens ilustrativas e objetos figurativos.

 Foi alcançado demonstrações no aumento do acesso à atenção odontológica: cerca de 800 crianças participaram de ações de prevenção e promoção de saúde bucal, além dos atendimentos clínicos fora do consultório odontológico. Demonstrou ser uma alternativa viável e necessária para aumentar o acesso à atenção odontológica e para a promoção da saúde bucal em famílias em vulnerabilidade social.

Custódio et al. (2021) caracteriza a promoção da saúde bucal e entretenimento para crianças de comunidades carentes é uma das atividades que podem ser desenvolvidas por meio da extensão universitária. Com a alteração das diretrizes curriculares nacionais, os cursos de odontologia devem proporcionar uma formação humanizada, generalista, crítica e reflexiva, capacitando o acadêmico para atuar em todos os níveis de atenção à saúde. A universidade tem a responsabilidade de elaborar competências para o desenvolvimento de programas que visem o atendimento primário no futuro. A extensão possibilita a relação transformadora entre a universidade e a sociedade, compreendendo as demandas de cada comunidade. Através dela, é viável estabelecer o diálogo e socializar o conhecimento entre o saber popular e científico, modificando a metodologia tradicional de formação do profissional. Dessa forma, discute a importância da extensão universitária na área da odontologia como uma forma de prestar serviços à população e contribuir para o ensino e a pesquisa aplicada. Destaca-se a promoção em saúde como uma estratégia para capacitar a comunidade e melhorar sua qualidade de vida e saúde, através de parcerias e mobilização social. O relato apresenta as experiências dos alunos extensionistas do programa calouros humanos, que desenvolveram ações de transmissão de conhecimentos e práticas de saúde bucal com crianças de comunidades do município de Patos, Paraíba, enfatizando a importância da educação em saúde na transformação da realidade social.

Cruz et al. (2019) discute a importância da abordagem integral ao paciente na área da saúde, especialmente na odontologia, que requer profissionais competentes e sensíveis às necessidades dos pacientes. Para isso, é necessário que a formação acadêmica promova a integração entre teoria e prática, com experiências no serviço de saúde e atividades extramuros que envolvam a comunidade. O serviço público de atenção básica é um campo importante para a formação profissional, muitos recém-formados o desprezam em busca de especializações. A formação de CD generalistas, com sólida formação técnicocientífica, humanística e ética, é um dos objetivos das diretrizes curriculares nacionais. Sendo assim, relata as experiências de graduandos do quinto período do curso de odontologia da universidade Federal de Campina Grande em uma academia da saúde e em uma creche no município de Patos-PB, Brasil, destacando a importância da integração entre a universidade e a comunidade para a promoção da saúde e transformação social. É um relato de experiência de um grupo de sete alunos de odontologia da UFCG, campus Patos/PB, Brasil, realizaram atividades voluntárias de estágio supervisionado em sistema público de saúde I em dois locais: uma academia da saúde vinculada ao Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) e uma creche no município de Patos-PB. O objetivo das atividades foi proporcionar aos alunos o contato com as atividades de atenção à saúde na comunidade, reconhecendo a realidade local, realizar busca ativa de espaços de atores sociais, baseados nos conceitos de clínica ampliada, bem como promover uma reflexão do processo de trabalho em uma comunidade, destacando a contribuição do trabalho em equipe e a intervenção direta na promoção da saúde coletiva. As atividades foram planejadas em colaboração com técnicos administrativos em educação e serviços de saúde do setor público e privado.

4. RESULTADO E DISCUSSÃO

Segundo Alves et al. (2017), o Brasil possui programas de assistência à saúde bucal para atender a população brasileira e resolver suas necessidades, com programas que, na prática não alcançam a população, pois o aumento da população idosa é significativo, indicando que a quantidade de idoso está aumentando mais do que qualquer outra faixa etária, exibindo uma marcante alteração no país, aumentando a possibilidade de risco e desenvolvimento de incapacidades associadas ao envelhecimento, e em consequência um aumento de custo em assistência à saúde. Corroborando com o Autor, através da nossa vivência extramural o projeto social de atendimento odontológico EKKLESIA busca levar o atendimento odontológico a diversas partes da cidade de Manaus e do interior do Estado do Amazonas em bairros ou comunidades ao qual o atendimento de saúde bucal não alcança a todos em sua totalidade devido à dificuldade de localização de tais comunidades do município de Manaus ou até mesmo em ações de atendimento no interior do estado.

As condições socioeconômicas, culturais e individuais afetam essa realidade por Bernardo et al. (2017), apesar do avanço da odontologia, o edentulismo ainda é uma realidade para muitos idosos devido à falta de programas odontológicos adequados. São essenciais que os profissionais de saúde levem em consideração tanto os aspectos físicos quanto emocionais ao cuidar dos pacientes idosos. Estudos populacionais indicam que a quantidade de idosos está crescendo mais rapidamente do que qualquer outra faixa etária, o que evidencia uma marcada alteração na estrutura social do país exemplificado por Galvão et al. (2021). Comparando o exposto pelos Autores e a realidade nos Municípios do Amazonas, o projeto EKKLESIA vem tentando mudar esse cenário levando atendimento odontológico com intuito de reduzir esses números crescentes no Estado ofertando prótese dentária ao público geriátrico.

A saúde bucal é particularmente relevante para a qualidade de vida relatado por Nogueira et al. (2022), pois problemas dentários podem afetar a capacidade de uma pessoa idosa se alimentar adequadamente, levando à redução da ingestão de nutrientes e causando doenças sistêmicas. A saúde bucal da população idosa, institucionalizada ou não, é deficitária devido às práticas odontológicas públicas excludentes do passado. As intervenções para melhorar a saúde bucal e a qualidade de vida geral dos idosos devem ser adaptadas às características culturais e sociais da população idosa. A educação em saúde, principalmente a educação em grupo, é uma ferramenta importante na melhoria da saúde bucal dos idosos. (SANTOS et al., 2022). A perda dentária pode afetar negativamente a qualidade de vida, autoestima e funções dos indivíduos. Em afirmação com os Autores, o projeto EKKLESIA, realiza um trabalho de anamnese, nas ações sociais em abrigos, escolas e comunidades ofertando atendimento odontológico clinico, restaurador, cirúrgico, endodôntico e protético, seguido de palestras, orientações sobre como escovar os dentes e cuidar das escovas e a necessidade da presença do cuidado na orientação, com a ajuda dos voluntários acadêmicos de odontologia, para colocar em prática o conhecimento adquirido durante o curso de odontologia. 

Na opinião de Custódio et al. (2021) a promoção da saúde bucal e entretenimento para crianças de comunidades carentes é uma das atividades que podem ser desenvolvidas por meio da extensão universitária. Com a alteração das diretrizes curriculares nacionais, os cursos de odontologia devem proporcionar uma formação humanizada, generalista, crítica e reflexiva, capacitando o acadêmico para atuar em todos os níveis de atenção à saúde. Já Tenório et al. (2021), o acesso à odontologia nas escolas contribui para uma melhor saúde bucal das crianças e

adolescentes, e consequentemente, impactando positivamente na qualidade de vida destes. Atualmente isso não ocorre em todas as instituições de ensino primárias, sendo elas públicas ou particulares. Em concordância com os autores, o projeto social EKKLESIA proporciona o atendimento inicial com ações preventivas e educacionais orientando com atividades lúdicas, como palestras educativas, doação de escovas dentais e aplicação tópica de flúor na comunidade a ser atendida. 

A importância da atuação voluntária de dentistas em comunidades de baixa renda que não têm acesso aos serviços de saúde bucal tem como objetivo atender a essas comunidades de difícil acesso, levando serviços de odontologia (Domingos et al., 2019). Segundo Pinto et al. (2023), avaliaram a relação que as cáries e as doenças periodontais comuns na odontologia que são evitáveis ou contidas através de hábitos de saúde bucal. Sabendo da importância e cuidados com saúde bucal, o projeto EKKLESIA ao realizar o atendimento na comunidade proporciona aos pacientes atendidos serviços como restaurações, tratamento periodontal, exodontias e reabilitação com prótese total ou parcial, somando profissionais e voluntários acadêmicos, vivenciando  o atendimento fora das clínicas da faculdade. 

Estudo realizado por Fontany et al. (2023), o processo de cuidar e educar em saúde pode ocorrer por meio de instrumentos, dentre eles, as tecnologias educacionais, que favorecem participação dos usuários, contribuem para a cidadania e desenvolvem a autonomia. A transição demográfica gerou mudanças no  perfil populacional mundial. Assim, o envelhecimento é considerado um processo  dinâmico e complexo com mudanças que influem na qualidade de vida do indivíduo. O projeto EKKLESIA corrobora com o autor através do atendimento voluntariado de odontologia, trazendo um olhar humano e social para a necessidade da prevenção de saúde bucal e devolvendo sorrisos, gerando assim uma melhor condição de vida.

Diante disso, a odontologia social é um processo de capacitação de profissionais para atuar em todos os determinantes da saúde (Dias et al., 2021). Para Neto et al. (2021), a incorporação do atendimento domiciliar aponta para uma reorganização das práticas de saúde além dos muros dos serviços de saúde, deslocando o olhar crítico para um espaço em que o paciente vive sendo enquadrado nesse aspecto, tanto o usuário, quanto a família e a comunidade nos quais as práticas das atenções estão enraizadas, identificando as particularidades, e quais seriam aquelas famílias que de alguma forma precisam de um maior acesso à porta de entrada no SUS. Desta forma, o projeto EKKLESIA é possível ter dimensão do quanto o atendimento odontológico se faz necessário nas comunidades na cidade de Manaus e no interior do estado, a princípio, devido o acesso a tais comunidades por estradas ou até mesmo rios dificultando à chegada de equipes de assistência a saúde para dar atendimento, na realização das ações preventivas percebe-se que o hábito de ir ao dentista e realizar tratamento ou até mesmo consultas de rotina não é algo comum no cotidiano das famílias atendidas, pois muitos ao necessitarem realizar um procedimento simples ao viés técnico de atendimento odontológico e tem que escolher se pagam por atendimento ou compram alimento para manter seus sustentos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Projeto Social de Atendimento Odontológico EKKLESIA, possui um grupo de voluntários acadêmicos, cirurgiões dentistas e especialistas em diversas áreas, propondo ao paciente a melhor conduta a ser realizado, o grupo de voluntários acadêmicos, ao qual fizemos parte foram divididos em grupo de três pessoas para que podermos auxiliar os cirurgiões dentistas e especialistas no atendimento e acompanhar em suas funções, os atendimentos oferecidos à comunidade atendida foi: tratamento profilático, restauração em resina composta, restauração com ionômero de vidro, exodontia. Sendo necessário ressaltar que cada acadêmico é acompanhado por um cirurgião dentista responsável pela equipe. Que pudermos abstrair como acadêmicos voluntários, experiências únicas nos atendimentos ao qual nos é proposto no atendimento à população, permitindo colocar em prática nosso conhecimento obtido em sala de aula, em práticas clínicas de nossas faculdades e nas palestras antes de cada ação o atendimento aos que mais necessitam de forma social.

A pesquisa observacional, descritiva onde se utilizou dados secundários e informações obtidas através de artigos científicos do período de 2012 a 2023, mostra que o atendimento voluntário proporciona as comunidades em condições de vulnerabilidade social um atendimento de qualidade, contribuindo para bem-estar da sociedade, devolvendo estética e função, proporcionando ao acadêmico a vivência e experiência em forma de voluntariado no atendimento. 

O resultado destas pesquisas mostra, que mesmo com os programas assistenciais de saúde bucal que o Governo Federal disponibiliza para a população, uma grande parte não é alcançada em sua totalidade, ressaltando as doenças mais predominantes, fatores sociais econômico relacionado à perda dentária. Ressalta a importância das instituições de Ensino Superior e os projetos de extensão, que levam assistência e tratamento odontológico.

6. ANEXOS

ANEXOS

ANEXOS

ANEXOS

7. REFERÊNCIAS 

ALVES, F.; GREGOL, L.; CZLUSNIAK, G.; JIMENEZ, E. Ação integrada em odontologia na comunidade: Uma experiência da integração ensino/extensão. Rev. Conexão VCOG, v 7, n 2, 2011, p. 230 – 239.;

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BRASIL, [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil Brasília, DF: Presidência da República, [2023]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 19 ago.2023;

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde Bucal no Sistema Único de Saúde,

Brasília, DF.  https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/novembro/cariee-uma-das-doencas-cronicas-nao-transmissiveis-mais-prevalentes-no-mundo.

Acesso em: 25 ago. 2023.

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CUSTÓDIO, L.; SALES, G.; PENHA, E.; MEDEIROS, L.; FIGUEREIDO, C. Promovendo saúde bucal e entretenimento a crianças de comunidades carentes através da extensão universitária. Rev. Soc. And Dev. v 10, n 13, p. 1- 8, 2021;

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