AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA DO ÓLEO DE COPAÍBA: REVISÃO SISTEMÁTICA

ANTI-INFLAMMATORY ACTION OF COPAIBA OIL: A SYSTEMATIC REVIEW

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10205039


¹Izabela Sena Pinto
²Pricila Dayani Barbosa Tenorio
³Thaiane Reis Do Vale
4Thayane Victoria Naveca


RESUMO

INTRODUÇÃO: As plantas têm o potencial de produzir efeitos semelhantes ou até mais potentes do que os medicamentos tradicionais e, portanto, são amplamente aceitas, especialmente em países em desenvolvimento. A copaíba é uma das inúmeras espécies vegetais de interesse medicinal.

OBJETIVO: realizar uma revisão sistemática para avaliar a eficácia da ação anti-inflamatória do óleo de copaíba.

MÉTODOS: A pesquisa e caracterizada como uma revisão sistemática da literatura científica de acordo com as recomendações do formulário PRISMA, as coletas de dados serão realizadas nas seguintes bases de dados: BVS, SCIELO; PUBMED.

RESULTADOS: A eficácia do óleo de copaíba no tratamento de inflamações é respaldada por sua rica composição química, que inclui ácidos diterpênicos, sesquiterpenos e outros fitoquímicos. Estudos destacam seus potenciais benefícios anti-inflamatórios, atribuídos principalmente pelos estudos em campos descrito. No entanto, ao considerar a incorporação desse óleo em tratamentos, é crucial reconhecer os possíveis efeitos adversos, como irritações cutâneas, reações alérgicas e distúrbios gastrointestinais. A busca por um equilíbrio entre os benefícios terapêuticos e a cautela em relação aos efeitos adversos é fundamental para uma utilização segura e eficaz do óleo de copaíba.

CONCLUSÃO: O presente estudo possibilitou apresentar informações sobre múltiplos experimentos envolvendo o uso do óleo essencial de copaíba e seus efeitos anti-inflamatórios. Essa informação é necessária por se tratar de um composto muito utilizado pelas pessoas e, além disso, muito utilizado por ter a ação anti-inflamatória para tratamento de diversas condições.

DESCRITORES:  Óleo resina de copaíba, Copaifera, “Eficácia de Tratamento, Anti-inflamatório.

ABSTRACT

INTRODUCTION: Plants have the potential to produce similar or even more potent effects than traditional medicines and are therefore widely accepted, especially in developing countries. Copaiba is one of the numerous plant species of medicinal interest.

OBJECTIVE: Conduct a systematic review to evaluate the effectiveness of the anti-inflammatory action of copaiba oil

METHODS: The research is characterized as a systematic review of the scientific literature according to the recommendations of the PRISMA form, data collection will be carried out in the following databases: VHL, SCIELO; PUBMED.

RESULTS: The efficacy of copaiba oil in the treatment of inflammation is supported by its rich chemical composition, which includes diterpene acids, sesquiterpenes, and other phytochemicals. Studies highlight its potential anti-inflammatory benefits, attributed mainly by studies in described fields. However, when considering incorporating this oil into treatments, it is crucial to recognize the potential adverse effects, such as skin irritations, allergic reactions, and gastrointestinal upset. The search for a balance between therapeutic benefits and caution in relation to adverse effects is essential for a safe and effective use of copaiba oil.

CONCLUSION: The present study made it possible to present information on multiple experiments involving the use of copaiba essential oil and its anti-inflammatory effects. This information is necessary because it is a compound widely used by people and, in addition, widely used in the first world anti-inflammatory for the treatment of various conditions.

KEYWORDS: Copaiba resin oil, Copaifera, “Treatment Efficacy, Anti-inflammatory.

INTRODUÇÃO

A inflamação representa um mecanismo de defesa que o corpo emprega em resposta a lesões ou infecções, mantendo uma estreita relação com o sistema imunológico. Esse processo complexo envolve uma série de eventos coordenados que visam reparar danos e neutralizar agentes agressores. Ao sinalizar a presença de uma ameaça, a inflamação desencadeia uma cascata de respostas imunológicas, contribuindo para a restauração da homeostase do organismo (Ferreira et al., 2018). O sistema imunológico é composto por células e fatores solúveis que medeiam os processos inflamatórios para eliminar os agentes e iniciar os processos de memória imunológica (Barbosa, 2017).

A resposta inflamatória normal é um processo agudo que desaparece quando o estímulo desencadeador é removido. No entanto, a inflamação pode se tornar prejudicial quando uma resposta inflamatória normalmente se desenvolve em inflamação crônica (Antunes, 2019).

Para o tratamento da inflamação aguda, as drogas mais utilizadas são os Anti-Inflamatórios Não Esteroidais (AINEs), que possuem propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e antipiréticas, e seus efeitos farmacológicos decorrem da inibição da síntese de prostaglandinas, mediante a inativação das ciclooxigenases (COX) constitutiva (COX-1) e da induzível em processos inflamatórios (COX-2) (Silva et al., 2014).

Além do uso de AINEs para tratar a inflamação, também é significativo o uso de produtos naturais pela população. Os produtos naturais são de grande importância como fontes de princípios ativos com propriedades farmacológicas, principalmente espécies vegetais (Agollo et al., 2014).

Nessas perspectivas, desde os primórdios da sociedade, o ser humano busca recursos na natureza para melhorar suas condições de vida e aumentar suas chances de sobrevivência, utilizando plantas medicinais em diversas terapias, como no reparo tecidual de lesões cutâneas  e no tratamento tópico de inflamações cutâneas (Anjo, 2020; Pedro, 2017).

Entre as inúmeras espécies vegetais de interesse medicinal, com estas propriedades, está a copaíba, uma planta pertencente à família Leguminosae, sub-família Caesalpinoideae e gênero Copaifera, composta por 30 espécies nas américas e quatro espécies no continente africano. Só no Brasil existem 16 espécies nativas, todas produtoras de um óleo resina, obtido a partir de cortes no tronco (Carvalho, 2021).

No Brasil, as plantas medicinais da flora nativa são consumidas com pouca evidência terapêutica, e as propriedades medicinais empíricas são divulgadas por usuários ou comerciantes. Muitas plantas têm poderes curativos e o Brasil é rico em espécies de plantas medicinais (Silva, 2019).

O estado do Amazonas é o principal produtor do óleo resina de copaíba, onde foram extraídos, no ano de 2017, aproximadamente 84% de todo o óleo resina produzido e comercializado no território nacional. Dada a importância econômica da copaíba na região, a extração de sua madeira foi proibida por decreto nacional, garantindo a extração do óleo resina (Sampaio, 2022).

O óleo resina de copaíba tem uma longa história de uso na medicina alternativa devido às suas comprovadas propriedades anti-inflamatórias, antitumorais e antibacterianas (Dini et al., 2019). Seus efeitos terapêuticos variam de acordo com a espécie de óleo resina, podendo ser usado por via oral e tópica (Quemel et al., 2017).

Nesse contexto, o estudo de doenças e condições inflamatórias continua usando modelos animais para induzir a inflamação da pata, a fim de avaliar a dinâmica do sistema imunológico, a resposta imune a certos antígenos imunogênicos e os danos que esses antígenos causam ao local inflamado (Andrade, 2022).

A revisão sistemática proposta visa consolidar informações sobre o uso da copaíba no tratamento de inflamações, problema de saúde pública que atinge milhares de pessoas há muito tempo. A necessidade de alternativas terapêuticas é crítica para reduzir a dependência de glicocorticóides, proporcionando assim opções mais eficazes e com potencial alternativo (Alvarenga, 2020). Dado o impacto significativo da inflamação na qualidade de vida dos pacientes, esta análise sistemática teve como objetivo reunir evidências para apoiar o uso da Copaíba como uma alternativa viável de tratamento, promover avanços nas abordagens clínicas e ajudar a melhorar esta condição desafiadora. (Barquete et al., 2017).

Dessa forma, o objetivo geral do estudo e realizar uma revisão sistemática para avaliar a eficácia da ação anti-inflamatória do óleo de copaíba. Os objetivos específicos são: apresentar a eficácia do óleo de copaíba no tratamento de inflamações; descrever os princípios ativos presentes no óleo de copaíba e sua descrição química e descrever os possíveis efeitos adversos óleo de copaíba.

METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma revisão sistemática da literatura de acordo com a declaração PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses).

Foram acessadas as seguintes bases de dados descritos: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO); U. S. National Library of Medicine (NLM (PUBMED).

A busca dos dados foi realizada nas bases eletrônicas com os descritores, segundo os Descritores em Ciência da Saúde (Decs), foram: em língua portuguesa, “Óleo resina de copaíba”, “Copaifera”, “Eficácia de Tratamento”, “Anti-inflamatório”. Foram usadas combinações cruzamento dos descritores em língua inglesa: “Copaiba oleoresin”, “Copaifera”, “Treatment Efficacy”, “Anti-inflammatory“, “Copaifera”, “Eficácia de Tratamento”, “Anti-inflamatório”. Para ampliar a pesquisa com as demais línguas e assim reunir uma gama maior de pesquisas, cada descritor foi agrupado através do operador booleano “OR” a seus sinônimos e subcategorias nas três línguas usando o DeCS. Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: a) Artigos na íntegra em língua inglesa, portuguesa e espanhola; b) Artigos de métodos observacional, transversal, estudo de caso, descritivos, prospectivos, retrospectivos, caso clínicos e relato de caso; c) Pesquisas realizadas sem distinção de faixas etárias; d) Artigos com recorte temporal de 2013 a 2023.

Foram utilizados os seguintes critérios de exclusão: a) artigos incompletos; b) artigos com metodologias limitadas; c) revisão bibliográfica, artigos de opinião e revisão sistemática; d) artigos anteriores a 2013; e)         artigos publicados que não sejam em português, espanhol e inglês; f) artigos que não estejam de acordo com o tema do trabalho.

A análise de dados abrangeu uma variedade de estudos dedicados ao exame do óleo de copaíba como agente terapêutico para inflamações. Ao término da busca, foram criteriosamente escolhidos os artigos científicos que preencheram os requisitos de elegibilidade.

Essa seleção rigorosa visa assegurar a confiabilidade e a relevância das informações compiladas, contribuindo para uma abordagem sólida e embasada no tratamento inflamatório.

A diversidade dos estudos analisados proporciona uma visão abrangente do potencial terapêutico da copaíba, consolidando dados que podem orientar futuras intervenções clínicas e ampliar o entendimento sobre seu papel no contexto da saúde inflamatória.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com orientações propostas nos procedimentos metodológicos do presente estudo, a pesquisa de revisão sistemática foi desenvolvida nas seguintes bases de dados. Scielo, PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Para a presente seção foram usados 19 artigos conforme apresentados na figura 1.

Figura 1 – Fluxograma de seleção de artigos.

Fonte: autores, 2023.

O total de artigos consultados para a realização dos objetivos da revisão sistemática foram realizados com 295 estudos identificados, foram selecionados para a revisão 32 estudos. E para amostra de resultados foram elencados 19 artigos publicados a partir do ano 2013 o ano de 2023.

A eficácia do óleo de copaíba no tratamento de inflamações

Os resultados apresentam que o óleo de copaíba tem o potencial no tratamento de inflamações. Tais fitofármacos têm a vantagem de apresentarem a ausência de efeitos colaterais em comparação aos corticoides. Destaca-se que tanto o óleo de copaíba quanto o trans-cariofileno apresentam a vantagem de terem um custo relativamente baixo quando comparados aos imunomoduladores tradicionais. Essa característica torna esses produtos uma opção economicamente mais acessível para aqueles que buscam alternativas no tratamento de condições inflamatórias (Feitosa Junior et al., 2018).

Na pesquisa de Medeiros (2019) com nanoemulsionados do tipo Sistema de Liberação de Fármacos (SNEDDS) desenvolvidos à base de óleo de copaíba, onde foram aplicados em 20 ratos Wistar fêmeas, houve melhora na cicatrização de feridas, especialmente no 14º dia, evidenciado pela contração da ferida, atividade anti-inflamatória neocolagênese e neoangiogênese.

No estudo de Pinto et al., (2023), no que concerne a produtos derivados de plantas, como o óleo de copaíba, oferecem efeitos farmacológicos benéficos, a pesquisa identificou que 90,10% de fração sesquiterpenos como a mais representativa no óleo com 89,57% e ÿ-cariofileno com 53,577%. Dessa maneira, o emprego óleo essencial de copaíba nanoencapsulado para atuar nas propriedades anti-inflamatórias foi 74% mais eficaz.

Na pesquisa de Anjos (2020), com 8 alíquotas do óleo de copaíba da espécie C. multijuga emulsão contendo 10% em 40 camundongos foi capaz de auxiliar na contração da ferida cutâneas na região dorsal no 4º e 12º dia de tratamento, porém o tempo de contração não apresentou diferença significativa, porém, ao final do 12º dia, a epiderme completa regenerada e a derme estavam intactas, enquanto as crostas permaneceram no grupo placebo. A partir do dia 3 do experimento foi observada maior angiogênese e aumento da deposição de fibras colágenas no grupo tratado com esta formulação, o que pode estar intimamente relacionado à melhora na contração da ferida.

No presente estudo de Barh et al. (2018), com óleo-resina de copaíba na terapia aliada ao AromaTouch Hand Technique® (ATHT), com um procedimento que combina um toque de pressão moderada que modula a resposta inflamatória diminuindo em 50% os infiltrados inflamatórios crônico Os constituintes químicos ativos do óleo de copaíba sugerem resultados como o aumento dos benefícios constituintes químicos ativos contidos nestes óleos essenciais, nomeadamente salicilato de metilo e mentol, manifestaram as suas propriedades analgésicas e anti-inflamatórias.

Os resultados do Estudo de Yasojima et al. (2015), revelam que o óleo de copaíba apresentou ações anti-inflamatórias e antioxidantes sistêmicas em ratos. Estes efeitos benéficos, no entanto, foram contrabalançados por modificações deletérias no metabolismo e na morfologia das células hepáticas de ratos saudáveis. Assim, a administração do óleo de copaíba por via oral demonstra grande potencial como alternativa de tratamento às inflamações.

Princípios ativos presentes no óleo de copaíba e sua descrição química

É importante ficar atento para o fato de que cada óleo-resina extraído tem seus atributos peculiares, uma composição rica em princípios ativos, conferindo-lhe propriedades terapêuticas notáveis. Dentre os constituintes principais, destacam-se os ácidos diterpênicos, como o ácido copaínico e o ácido kaurenoico, que desempenham papéis significativos em suas propriedades anti-inflamatórias (Galvão et al., 2020).

O óleo de copaíba possui importantes características, atua alterando as secreções e acelerando o processo de cicatrização devido ao restabelecimento da função das mucosas, graças à presença de sesquiterpenos que representa 40,7%, óxido cariofileno 13,6%, α-copaeno 10,8% e o (E)-α-bergamoteno 8,02% no óleo são responsáveis e potencializam a ação anti-inflamatória, o que torna esta substância uma excelente alternativa aos anti-inflamatórios com formulações cosméticas para acne (Silva, 2019).

No estudo Lima (2022) afirma que a composição química do óleo da copaíba evidencia aproximadamente 72% de sesquiterpenos (hidrocarbonetos) e 28% de diterpenos (ácidos carboxílicos), a maior parte das propriedades terapêuticas é atribuída aos diterpenos, enquanto o aroma é atribuído aos sesquiterpenos.

Na pesquisa de Gonçalves et al (2014), no estudo realizado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, com a espécie da C. multijuga Hayne – Fabaceae, o autor relata sobre os achados no estudo fitoquímica, de (ácido palmítico, ácido oléico, ácido linoleico, ácido aráquico e ácido beênico), sendo composto também por ácido copálico e os sesquiterpenos β-cariofileno e o α-copaeno correspondendo ser os principais componentes.

Por meio do uso da cromatografia em fase gasosa utilizando padrões e através de espectrometria de massas demonstrou a identificação da predominância de ácidos graxos (hexadecanóico, 9-octadecenóico e octadecanóico (majoritários); e decanóico, eicosanóico, docosanóico e tetracosanóico (minoritários), mas também de cumarina, esteróis e hidrocarbonetos, como o esqualeno, o tetradecano e o hexadecano (Lisboa, 2018).

Na pesquisa sobre as propriedades anti-inflamatórias de C reticulata/C langsdorffii, seus principais componentes incluíam β-cariofileno, γ-elemeno, α-humuleno e α-copaeno (Hebert et al., 2017).

Nesta pesquisa de Nogueira et al (2022), de acordo com analise realizada com componentes liberados em cromatografias do óleo de copaíba foram condizentes com os reportados na literatura contendo essencialmente sesquiterpenos e diterpenos. O principal composto de liberação mais rápida do óleo de copaíba é o b-cariofileno, que possui propriedades terapêuticas antissépticas, anti-inflamatórias e cicatrizantes.

Efeitos adversos óleo de copaíba

Os resultados deste estudo de Alvarenga (2020) em modelo animal demonstram a segurança e eficácia da óleo-resina de copaíba (C. reticulata Ducke) no processo de cicatrização de feridas. Embora o óleo-resina de copaíba, extraído da espécie C. reticulata Ducke, seja reconhecido por suas propriedades terapêuticas, é importante considerar possíveis efeitos adversos. A pesquisa indica que o uso inadequado pode resultar em eventos adversos, tais como irritações cutâneas, náuseas, e em alguns casos, reações alérgicas.

Este estudo de Teixeira et al. (2017), o estudo que explorou os efeitos da resina do óleo de copaíba na modulação da inflamação do tecido oral revelou que o uso inadequado do óleo-resina de copaíba pode resultar em efeitos adversos significativos, tais como reações alérgicas e irritação cutânea. Os resultados destacaram que, quando empregado de forma inadequada, este composto pode desencadear efeitos adversos consideráveis.

Segundo Oliveira et al. (2016), A utilização de produtos derivados de plantas, como o óleo de copaíba, em dosagens desreguladas pode potencialmente resultar em efeitos adversos, destacando a importância da moderação e orientação profissional. O consumo excessivo desses produtos naturais pode desencadear irritações gastrointestinais, manifestadas por sintomas como vômitos, náuseas e diarreia. A presença de sialorréia, ou aumento da produção de saliva, também pode ser observada.

De acordo com Miranda et al., 2016), no estudo com a espécie C. multijuga foram identificados diversos eventos adversos associados ao uso inadequado da copaíba. Entre os relatos, incluem-se sintomas como diarreia, pirose, náuseas, disúria, flatulência, mialgia, enxaqueca, dor abdominal, odontalgia, cefaleia, sonolência, mal-estar, gripe e faringite.

A compreensão detalhada desses eventos adversos provenientes da pesquisa contribui para uma utilização mais informada e consciente do óleo de copaíba no contexto das práticas terapêuticas (Jacon et al., 2017).

Em suma, compreende-se que o óleo de copaíba em doses potentes provoca efeitos adversos tal como uma sensação de mal-estar no estômago que vem acompanhada de ânsia de vômito, fortes diarréias com cólicas alternando entre leve e moderada, febre e exantema em diversas partes do corpo (Lisboa, 2018).

Apesar dos numerosos estudos sobre óleo-resina do gênero Copaifera, bem como seus constituintes, ainda existem muitas lacunas importantes a serem abordadas como a necessidade de realizar novas pesquisas sobre terpenos com a finalidade de aprimorar o conhecimento sobre suas ações isoladas (Cardinelli et al., 2023).

CONCLUSÃO

Esta revisão sistemática encontrou informações sobre múltiplos experimentos envolvendo o uso do óleo essencial de copaíba e seus efeitos anti-inflamatórios. Essa informação é necessária por se tratar de um composto muito utilizado pelas pessoas e, além disso, muito utilizado por ter a ação anti-inflamatória para tratamento de diversas condições.

A validação do óleo de copaíba como um tratamento eficaz contra a inflamação pode aliviar os efeitos colaterais prejudiciais dos medicamentos atualmente recomendados pelas autoridades de saúde pública.

E assim, o óleo da copaíba evidencia uma ampla gama de propriedades terapêuticas na ação anti-inflamatória, e pode ser utilizado como fitofármaco para inflamações. Entretanto, embora os resultados sejam promissores, devido ao número limitado de estudos sobre o tema, enfatiza-se a necessidade de estudos futuros, principalmente clínicos, para que tais benefícios possam ser melhor analisados.


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¹Discentes do Curso de Bacharelado em Farmácia do Centro Universitário Fametro
²Docente do Curso de Bacharelado em Farmácia do Centro Universitário Fametro