O USO INDISCRIMINADO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE DA PESSOA IDOSA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

THE INDISCRIMINATE USE OF NON-STEROIDAL ANTI-INFLAMMATORY DRUGS AND THEIR IMPACTS ON THE HEALTH OF THE ELDERLY: A SYSTEMATIC REVIEW OF THE LITERATURE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10204623


Maize Leni Cassote Cavalcante1
Raissa Veiga Diniz2
Yana Pereira Menezes dos Anjos3
Williene de Castro Melo4
Anne Cristine Gomes de Almeida5


RESUMO

Introdução: Utilizado principalmente no tratamento de processos inflamatórios, os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são os medicamentos mais vendidos em todo o mundo e quando associa-se ao uso pela pessoa idosa estima-se que essa classe é a mais comprada e utilizada por pessoas acima dos 60 anos de idade.

Objetivos: Descrever os impactos e efeitos adversos na utilização de AINEs de forma irracional por idosos, investigar os anti-inflamatórios não esteroidais mais prescritos e utilizados por essa população, além de identificar as motivações relacionadas ao seu uso.

Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura baseando-se no método PRISMA, a partir dos bancos de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo), Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line (Medline) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). O período analisado foi entre 2013 a 2023. Após aplicação dos filtros de inclusão e exclusão de artigos, foi possível incluir no estudo 15 artigos.

Resultados: Os impactos na utilização irracional de AINEs pela pessoa idosa estão associados a maiores riscos de complicações hepáticas, renais e cardíacas podendo interferir diretamente na qualidade de vida. Os anti-inflamatórios não esteroidais mais utilizados foram o Diclofenaco e o Ibuprofeno. Dentre as motivações estão a utilização para alívio de dores crônicas, sendo associadas a dificuldade de acesso a serviços de saúde e educacionais.

Conclusão: Conclui-se que os AINEs utilizados de forma irracional ocasionam diversos efeitos colaterais que atingem diversos sistemas do organismo humano, sendo essa problemática um agravante principalmente quando envolve a saúde da pessoa idosa que está mais propensa a interações medicamentosas devido a maior incidência de doenças crônicas.

Palavras-Chave: AINEs; Idosos; irracional; indiscriminado.

ABSTRACT

Introduction: Mainly used in the treatment of inflammatory processes, non-steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) are the most sold medications worldwide and when associated with use by elderly people, it is estimated that this class is the most purchased and used by people over 60 years of age.

Objectives: To describe the impacts and adverse effects of the irrational use of NSAIDs by the elderly, to investigate the non-steroidal anti-inflammatory drugs most prescribed and used by this population, in addition to identifying the motivations related to their use.

Methodology: This is a systematic review of the literature based on the PRISMA method, based on the databases of Scientific Electronic Library Online (Scielo), Medical Literature Analysis and Retrieval System online (Medline) and Virtual Health Library (VHL). The period analyzed was between 2013 until 2023. After applying the article inclusion and exclusion filters, it was possible to incluse 15 articles in the study.

Results:The impacts of the irrational use of NSAIDs by elderly people are associated with greater risks of liver, kidney and heart complications and may directly interfere with quality of life. The most commonly used non-steroidal anti-inflammatory drugs were Diclofenac and Ibuprofen. Among the motivations are the use to relieve chronic pain, associated with difficulty in accessing health and educational services.

Conclusion: It is concluded that NSAIDs used irrationally cause several side effects that affect different systems of the human body, this problem being an aggravating problem especially when it involves the health of elderly people who are more prone to drug interactions due to the higher incidence of diseases chronicles.

Keywords: NSAIDs; Elderly; irrational; indiscriminate.

INTRODUÇÃO

Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são uma classe de medicamentos muito utilizada para o tratamento de processos inflamatórios provenientes de diversas etiologias. Sua ação como um potente analgésico, antipirético e anti-inflamatório fazem com que sua utilização seja cada vez mais frequente, o que a longo prazo e com manejo incorreto pode constituir o aparecimento de efeitos colaterais durante sua administração, trazendo danos ao organismo (Lima; Duarte, 2022; Viletti; Sanches, 2009).

A ação dos AINEs está diretamente ligada à inibição das enzimas denominadas ciclooxigenases (COX 1 e 2), essas enzimas estão inseridas na cascata de formação de compostos lipídicos chamados Prostaglandinas (PGs) que são mediadoras dos processos inflamatórios responsáveis pelos sinais clínicos característicos no organismo humano, sendo elas: dor, edema, calor e rubor. Sua seletividade de inibição é dependente da composição de determinados fármacos e trazem consigo efeitos colaterais que interferem no funcionamento do organismo, com acometimentos nas funções renais, gástricas e hepáticas quando utilizados de forma inadequada, principalmente que, em sua grande maioria, são comercializados sem a necessidade de prescrição médica (Castel-Branco et al., 2013; Santos; Escobar; Rodrigues, 2021).

No Brasil estima-se que a cada ano cerca de 600 mil novos idosos são inseridos nas estimativas populacionais, esse quadro está diretamente ligado aos novos avanços tecnológicos relacionados aos métodos de terapêuticas que auxiliam em uma maior longevidade, no entanto, em decorrência das alterações fisiológicas ligadas ao envelhecimento e o aparecimento cada vez mais frequentes de doenças e condições diversas, a utilização de medicamentos tende aumentar consideravelmente visto a procura de uma melhor qualidade de vida (Silva et al., 2018).

Muito utilizado principalmente no tratamento de processos inflamatórios, os AINEs são os fármacos mais vendidos em todo o mundo e quando associa-se ao uso pela população idosa e estima-se que essa classe é a mais comprada e utilizada por pessoas acima dos 60 anos de idade, essa problemática está diretamente associada à automedicação, nesse cenário cria-se uma maior predisposição a possíveis efeitos colaterais visto as alterações do organismo relacionadas ao envelhecimento e superdosagens pelo uso irracional nessa população em específico (Lima; Duarte, 2022).

Diante da problemática relacionada ao uso inadequado de anti-inflamatórios não esteroidais, principalmente na saúde da população idosa, essa revisão da literatura justifica-se pela necessidade de abordar seu uso irracional e seus impactos na qualidade de vida. Essa pesquisa busca descrever os impactos e efeitos adversos na utilização de AINEs de forma irracional pela pessoa idosa, investigar os anti-inflamatórios não esteroidais mais prescritos e utilizados por essa população, além de identificar as motivações relacionadas ao seu uso.

METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura baseada no método PRISMA. Os bancos de dados utilizados para a realização da busca dos artigos foram a Scientific Electronic Library Online (Scielo), Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line (Medline) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS).

Para as buscas, utilizaram-se os descritores em ciências da saúde (DeCS): “Anti-inflamatórios não esteroidais”, “AINE’s”, “Uso indiscriminado”, “Idosos”, “Toxicidade”, “Efeitos adversos”, “Riscos e AINE’s”. “Non-steroidal anti-inflammatory drugs”, “NSAIDs”, “Indiscriminate use”, “Elderly”, “Toxicity”, “Adverse effects”, “Risks and NSAIDs”, “Antiinflamatorios no esteroideos”, “AINE”, “Uso indiscriminado”, “Ancianos”, “Toxicidad”, “Efectos adversos”, “Riesgos y AINE” além dos cruzamentos dos termos: “Anti-inflamatórios não esteroidais e idosos”, “Uso indiscriminado e Anti-inflamatórios não esteroidais”, “Riscos de Aine’s em idosos”.

Os artigos foram selecionados inicialmente pela leitura do título, resumo e a verificação do ano de publicação (de 2013 a 2023). A triagem ocorreu conforme os seguintes critérios de inclusão e exclusão:

Inclusão: Estudos de Caso, Pesquisa Experimental, Pesquisa com abordagem quanti-qualitativa; Estudos com pacientes com idade superior à 59 anos; Artigos disponíveis gratuitamente.

Exclusão: Artigos publicados em idiomas que não sejam português, inglês e espanhol; Artigos publicados antes de 2013; Artigos duplicados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi possível incluir no estudo 15 artigos após a aplicação dos filtros referentes aos critérios de inclusão e exclusão, referentes aos objetivos propostos nesta pesquisa, conforme mostra a figura 1, acerca das etapas de seleção.

Figura 1 – Fluxograma de seleção de artigos.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Tabela 1 – Apresentação dos resultados encontrados nas pesquisas referentes aos principais aspectos relacionados aos AINEs mais prescritos para idosos, efeitos adversos e motivações para seu uso. Fonte: elaborado pelos autores.

AUTORES/ANOTÍTULO/ARTIGOTIPO DE ESTUDOOBJETIVOSRESULTADOS
(Abdu et al., 2020)Medicamentos Anti-inflamatório Não Esteroidais (AINEs): Uso e co-prescrição com outros medicamentos potencialmente interagentes em idosos: Um estudo transversal.
Estudo transversal analítico.Avaliar a utilização e adequação de uso de AINEs e determinar potenciais efeitos colaterais em idosos.Os resultados mostraram o uso de AINEs sem utilização de protetores gastrointestinais e a duplicação de doses, sendo os mesmos prescritos sem uma avaliação cardíaca e não levando em consideração o risco de complicações. Constatou-se pós avaliação que a utilização de AINEs com a co-prescrição de outros fármacos ocasiona efeitos colaterais que atingem o sistema cardiovascular e surgimento de úlceras gástricas, principalmente quando utilizadas indiscriminadamente.
(Al Khaja et al., 2017)Auditoria de prescrição de AINEs e estratégia gastroprotetora em idosos na atenção primária.
Estudo quantitativo com abordagem descritiva.Realizar uma auditoria em relação a prescrição de AINEs e gastroprotetores intenstinais para idosos segundo a diretrizes de saúde.Dentre os idosos incluídos no estudo, cerca de 50% faziam uso de aspirina enquanto 13% faziam uso de outros AINEs, sendo o diclofenaco o mais utilizado, o Naproxeno foi raramente prescrito sendo o com menor risco de complicações cardiovasculares.
(Silva et al., 2018)Uso indiscriminado e irracional de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) por pacientes idosos em uma rede de farmácias do sudoeste da Bahia.Exploratório, descritivo com abordagem quantitativa.Avaliar os potenciais efeitos colaterais e interações medicamentosas no uso de AINEs na população idosa.Cerca de 80% dos idosos incluídos no estudo faziam uso de AINEs, sendo o diclofenaco o fármaco mais utilizado evidenciando um despreparo na avaliação das orientações e prescrições visto seu grande risco de interações medicamentosas, podendo causar efeitos colaterais como crises diarreicas, dores abdominais e refluxo gastresofágico.
(Bandeira; Dal Pai; Oliveira, 2013)Uso de anti-inflamatórios não esteroides por idosos atendidos em uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família do município de Ijuí (RS).
Estudo Transversal, quantitativo, descritivo.Investigar o uso de AINEs em idosos, sua prescrição e potenciais usos inapropriados em relação aos efeitos colaterais.Foi possível identificar que cerca de 60% dos AINEs utilizados por idosos eram decorrentes de automedicação para controle de dor e em doses elevadas, sendo o ibuprofeno o mais utilizado nessa população, tendo como efeito colateral direto o acometimento do sistema cardiovascular, não sendo recomendado a sua prescrição para tratamento da pessoa idosa.
(Sales; Lacerda, 2017)Utilização de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) por idosos clientes de duas drogarias privadas de municípios de minas gerais.Pesquisa descritiva com abordagem quantitativa.Investigar os possíveis problemas na utilização de AINEs na população idosa.Identificou-se que os idosos incluídos no estudo possuíam pouco ou nenhum conhecimento acerca da utilização de AINES e seus efeitos adversos e complicações, sendo necessário o aumento de educação em saúde nessa população.
(Silva Lima et al., 2015)Uso indiscriminado de diclofenaco de potássio pela população idosa na cidade de Anápolis, no estado de Goiás, Brasil em 2014.
Pesquisa exploratória de caráter descritivo.Evidenciar o uso indiscriminado de diclofenaco na população idosa.Foi possível constatar que os idosos inclusos no estudo faziam uso de diclofenaco devido a sua fácil aquisição e valor abaixo dos demais AINEs podendo trazer riscos a essa população.
(Ely et al., 2015)Uso de anti-inflamatórios e analgésicos por uma população de idosos atendida na Estratégia Saúde da Família.Estudo transversal.Analisa a prevalência do uso de AINEs e analgésicos em uma população idosa.Cerca de 30% dos idosos incluídos no estudo faziam uso de AINEs e analgésicos, salientando-se que entre os participantes, quanto mais complicadas as condições de saúde, maior era o uso de polimedicamentos, em sua maioria relacionados à automedicação.
(Damaso et al., 2022)Uso de anti-inflamatórios não esteroidais em idosos: a função renal importa?Estudo transversal.Investigar a prevalência da taxa de acometimento renal e fatores associados em idosos que fazem uso de AINEs.Foi possível identificar alterações nas taxas de filtração glomerular em 44,7% dos participantes do estudo principalmente em idosos acima de 80 anos. O AINE mais utilizado foi o ibuprofeno, não podendo estimar ligação direta do seu uso à função renal e utilização a longo prazo.
(Matoulkova et al., 2013)Informação e conscientização sobre o ibuprofeno como ingrediente em analgésicos de venda livre: uma pesquisa baseada em questionário com residentes de comunidades de aposentados.
Estudo transversal.Avaliar o conhecimento de idosos sobre a utilização de AINEs e analgésicos de venda livre.Identificou-se que cerca de 64% dos idosos incluídos no estudo faziam uso de Ibuprofeno e apresentavam dor diária. Cerca de 57% afirmaram não saber dos efeitos adversos e 16% que não havia efeitos colaterais, evidenciando uma problemática na distribuição livre desses fármacos.
(Lima et al., 2016)Análise de potenciais interações medicamentosas e reações adversas a anti-inflamatórios não esteroides em idosos.Estudo exploratório com abordagem quantitativa.Analisar as interações medicamentosas e reações adversas no uso de AINEs em idosos.Foi possível identificar que dipirona, nimesulida e cetoprofeno foram os medicamentos mais utilizados e que apresentaram maiores interações medicamentosas podendo causar hemorragias gastrointestinais devido aumento sinérgico de inibição da COX. A reação adversa mais comum identificada foi o desconforto abdominal.
(Togo et al., 2022)Risco de segurança associado ao uso de anti-inflamatórios não esteroides em idosos japoneses em comparação com pacientes mais jovens com osteoartrite e/ou dor lombar crônica: um estudo retrospectivo de banco de dados.Estudo retrospectivo com abordagem descritiva.Avaliar os riscos de segurança associados ao uso de AINEs em pacientes idosos (≥65 anos) em comparação com pacientes mais jovens com osteoartrite e dor crônica.O uso de AINEs de forma injetável apresentou desfechos iguais tanto na população idosa quanto na jovem. Os idosos faziam maior uso devido às suas condições de saúde associadas, apresentando cerca de 30% mais incidências de complicações como insuficiência renal e hemorragia gastrointestinal decorrentes da utilização a longo prazo.
(Chi; Zhu; Zhang, 2018)Fatores de risco associados ao sangramento gastrointestinal induzido por anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) resultante em pessoas com mais de 60 anos de idade em Pequim.Estudo retrospectivo de base hospitalar.Avaliar os riscos de sangramento gastrointestinal associado a AINEs em idosos com mais de 60 anos em um hospital em Pequim.Ao analisar os fatores de risco como histórico de sangramento prévio, infecções bacterianas gastrointestinais, diabetes mellitus, medicações anticoagulantes e uso de AINEs entre 1 a 3 meses podem trazer maiores riscos à saúde do idoso, necessitando sempre de uma pré avaliação para suas prescrições.
(Modig; Elmståhl, 2018)Função renal e uso de anti-inflamatórios não esteroides entre idosos: um estudo transversal sobre riscos potenciais para uma população de risco.
Estudo descritivo com abordagem quantitativa.Avaliar a prevalência de AINEs utilizados pela população idosa e suas implicações na função renal.Dentre os idosos que faziam uso de AINEs, 78% realizam de forma indiscriminada e sem prescrição. Nessa população foi possível identificar que apresentavam uma taxa de filtração glomerular abaixo das esperadas, que pode ser um indicativo de complicações decorrente de seu uso.
(Vega-Morales et al., 2021)Medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais em idosos. Concordância com recomendações de prescrição segura de acordo com riscos cardiovasculares e gastrointestinais.Estudo observacional descritivo.Determinar a tendência de prescrição de AINEs, em relação a riscos gastrointestinais (GI) e cardiovasculares (CV) segundo diretrizes de saúde.Nesse estudo foi possível identificar uma variação na prescrição de fármacos de 5 a 8 medicamentos entre os idosos. Os mesmos não seguiam os protocolos, orientações e dosagens preconizados pelas autoridades de saúde locais, concluindo que idosos tendiam a ter maiores riscos de efeitos colaterais como infarto e úlceras gastrointestinais.
(Schmidt-Mende et al., 2020)As interações medicamentosas-doenças em pacientes idosos suecos da atenção primária foram dominadas por anti-inflamatórios não esteroides e hipertensão – um estudo de registro de base populacional.Estudo transversal de base populacional.Avaliar prevalência de prescrições de AINEs em pacientes idosos na atenção primária e sua relação com incidência de interações medicamentosas.Em 10% dos inclusos no estudo foi observado pelo menos uma interação medicamentosa entre as prescrições, sendo os principais relacionados a medicamentos anti-hipertensivos e para o tratamento de condições cardíacas, evidenciando um maior risco para complicações e agravos.

Impactos e efeitos adversos no uso indiscriminado de AINES.

O uso de AINEs trazem consigo diversos benefícios em relação ao tratamento de doenças principalmente quando relacionadas às complicações voltadas à pessoa idosa, principalmente quando se trata de questões voltadas aos seus efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e antipiréticos. No entanto, o limiar dos benefícios é ultrapassado quando a utilização de forma indiscriminada desses medicamentos em questões de posologia e doses duplicadas culminam em impactos no funcionamento natural do organismo humano (Silva et al, 2018).

A prescrição de AINEs é indicada quando há um maior benefício em comparação aos riscos que podem se desencadear principalmente nos aspectos relacionados à população idosa. Os idosos possuem características que predispõe uma maior chance de causar distúrbios relacionados a complicações gastrointestinais, cardiovasculares e nas funções renais (Jacinto B; Marini D, 2021).

Nessa perspectiva adentra-se um fator associado à facilidade de acesso aos AINEs de venda livre, ou seja, sem prescrição. A automedicação nesse contexto se torna uma problemática a nível global, um fato agravante está relacionado à incidência de interações medicamentosas que podem causar um agravamento no quadro clínico pré-existente da pessoa idosa, além da possibilidade dos efeitos adversos que mesmo com descrições em bulas, uma parte dessa população tende a ter déficits visuais associados à idade, além de aspectos ligados ao nível educacional (Abdu et al., 2020).

Os efeitos colaterais dos AINEs, em uma perspectiva geral apresentam sintomas similares que podem afetar as condições neurológicas como tontura, vertigens, dores de cabeça, condições essas que podem culminar em outros acidentes como risco de quedas e lesões nos casos de adultos e idosos mais suscetíveis em relação às condições de saúde. Nos casos de efeitos colaterais sistêmicos, podem citar as alterações cardiovasculares associadas à hipertensão arterial e retenção de líquidos com raros casos de incidência de infarto do miocárdio. Ainda abordando os efeitos colaterais, cabe-se destacar o uso por pacientes com condições específicas que tendem a ter efeitos mais severos, como por exemplo em pacientes hepáticos que podem evoluir mais rapidamente à insuficiência hepática; e pacientes renais crônicos com o agravamento do quadro e até mesmo a insuficiência renal (Abdu et al., 2020; Vega-Morales et al., 2021).

Uma alternativa para reduzir as chances da ocorrência de efeitos adversos é a utilização de inibidores seletivos da COX-2, uma classe terapêutica de AINEs que não interferem na COX-1, não alterando os funcionamentos gastrointestinais. Essa classe se torna a mais indicada no caso da realização de tratamento para a pessoa idosa, no entanto, seu uso merece atenção em relação ao acompanhamento médico devido as chances de intoxicação (Modig; Elmståhl, 2018).

Neste cenário, outro fator que merece destaque são as interações medicamentosas associadas ao uso de múltiplos medicamentos pela pessoa idosa. Por possuir um diversificado espectro de mecanismos de ação, quando associados podem trazer alteração na sua forma de atuação no organismo humano principalmente associados a anti-hipertensivos, antidiabéticos e fármacos relacionados a moduladores da recaptação de serotonina (SILVA et al., 2018).

No caso da utilização de anti-hipertensivos como o Captopril e Enalapril, dentre outros que atuam modulando os complexos renina-angiotensina, a inclusão dos AINEs culmina em inibir a formação de angiotensina II, causando assim um acúmulo de sódio na corrente sanguínea, consequentemente podendo ter falhas terapêuticas e complicações em outros sistemas (Veloso et al., 2019).

Anti-inflamatórios não esteroidais mais utilizados.

Em relação aos AINEs mais utilizados pela população idosa, foi possível identificar nas pesquisas incluídas no estudo que o Diclofenaco e o Ibuprofeno foram os fármacos mais utilizados conforme o gráfico 1.

Foi possível identificar que o diclofenaco foi o fármaco mais utilizado entre os AINEs pelos idosos, sua utilização pode estar associada a maiores indicativos de efeitos adversos relacionados ao sistema gastrointestinal e cardiovascular visto que o mesmo não é um inibidor seletivo para COX 2 (Santos; Escobar; Rodrigues, 2021).

Gráfico 1 – Principais AINEs, utilizados pela população idosa, segundo 9 artigos utilizados no estudo abordando fármacos mais utilizados pela pessoa idosa.


A utilização de fármacos como o diclofenaco traz consigo diversos problemas, dentre eles o possível aparecimento de úlceras gastrointestinais (USI), um potencial fator de risco que pode estar relacionado a essa problemática é a idade avançada acima dos 65 anos de idade, além da alta taxa de comorbidades nessa população (Al Khaja et al., 2017).

A utilização de ibuprofeno em doses baixas e habituais demostra-se eficaz em relação a eficácia na população em geral em comparação ao uso de diclofenaco, no entanto, a prescrição médica para pessoas com problemas cardiovasculares não é recomendada, visto potenciais interações relacionadas principalmente ao uso de anti-hipertensivos. A avaliação médica é decisiva nessa relação, onde preconiza-se utilizar a menor dose possível dos AINEs durante o tratamento com o mais breve intervalo de tempo possível para evitar complicações, além da utilização de complementos como protetores gastrointestinais (Modig; Elmståhl, 2018; Wedemeyer; Blume, 2014).

Matoulkova et al. (2013) descreve uma prevalência elevada na utilização de dipirona, paracetamol e ibuprofeno em uma casa de repouso para idosos. A utilização se dá a partir de prescrições antigas dadas por médicos para determinadas situações clínicas pontuais, no entanto, seu uso se prolonga a cada novo sintoma que possa surtir efeito, sem avaliação médica que possa avaliar indicação. Envolto nesse problema o conhecimento mínimo acerca dos efeitos adversos e como o fármaco realmente funciona, além das potenciais interações com outros medicamentos, se permeia uma cultura de automedicação com difícil controle.

Borges et al. (2023) em seu estudo acerca da utilização de medicamentos isentos de prescrição (MIPs), destacou a utilização de AINEs pela população idosa principalmente de forma indiscriminada, ou seja, o uso de vários anti-inflamatórios e analgésicos concomitantemente, associando essa utilização a quadro clínicos dos pacientes do estudo, como hepatopatias e diminuição da função renal decorrente da toxicidade associada a altas doses, interações medicamentosas e a tratamentos a longos períodos.

Motivações para utilização de AINEs de forma irracional.

Dentre principais motivos relacionados a este uso irracional pode citar o seu fator analgésico para alívio de dores de doenças crônicas associadas ao envelhecimento. Dentre elas osteoartrite, doenças reumáticas, tendinites, artrites, doenças do trato respiratório dentre outras enfermidades que assolam a população idosa com mais frequência (Lima et al., 2016).

O uso indiscriminado de AINEs por idosos está associado a fatores educacionais, em um cenário geralmente em que populações com maior idade apresentam um grau de escolaridade menor que adultos em idade laboral, ainda envolto a questões sociais principalmente em países subdesenvolvidos (Matoulkova et al., 2013; Togo et al., 2022).

Pereira et al. (2017) descreve que os idosos fazem uso de medicamentos sem prescrições por motivos específicos, estimando em seu estudo que as maiores causas da utilização de fármacos sem prescrição são por influência de terceiros, baixa acessibilidade a serviços e tratamentos prévios para outras doenças. Foi possível identificar também que a maioria das pessoas faziam uso devido às propagandas, que afirmavam ser segura a utilização, além da facilidade de acesso em farmácias populares.

Corroborando com esses achados, Sales e Lacerda (2017) em seu estudo acerca da utilização de AINEs na população idosa, também descreve a automedicação nessa população salientando a dificuldade de acesso a consultas médicas, observando um fator sociodemográfico de disponibilidade de médicos em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, pontuando que nesses cenários, os idosos têm uma taxa de utilização em média de mais de 5 fármacos ao mesmo tempo, além de descrever também altas prevalências de distúrbios gastrointestinais com elevado risco ainda não avaliado de acometimentos hepáticos e renais. Leite et al (2019) e Modig e Elmståhl (2018) enfatizam essa relação identificando que a utilização esporádica com a motivação de alívio da dor, em médio e a longo prazo trouxeram danos irreversíveis às funções renais.

Em relação aos motivos da automedicação pela pessoa idosa também podem estar relacionadas às publicidades distribuídas pelos meios de comunicação, principalmente associados aos MIPs, além de que há um fator bastante comum nesse cenário, os idosos geralmente moram sozinhos e acabam vendo nos medicamentos já utilizados outras vezes a única forma de aliviar dores relacionadas às suas condições, sem possuírem um real acompanhamento que possa discernir o limiar dos benefícios e efeitos colaterais (Secoli et al., 2018).

Ely et al (2015) em sua pesquisa acerca da utilização de AINEs na atenção primária de saúde, enfatiza que os mesmos faziam uso desses fármacos de forma esporádica, quando sentiam dores leves a moderadas e como era realizado acompanhamento geralmente esses fármacos se davam através de prescrição médica diferente de outros achados em outros contextos. Identificou-se também que a utilização dessa classe estava intrinsicamente ligada à autopercepção de saúde dos pacientes, ou seja, quanto maior o nível da dor, maior a posologia e utilização de múltiplos fármacos.

CONCLUSÃO

Os impactos do uso irracional de AINEs na saúde do idoso perpassam diversas problemáticas em associação com comorbidades mais comuns nessa idade. As altas taxas de úlceras gastrointestinais, interações medicamentosas, perda da função renal, toxicidade hepática e distúrbios cardíacos são os principais desfechos relacionados ao seu uso sem prescrição e avaliação médica, além de ter uma interferência direta na qualidade de vida dessa população.

Dentre os AINEs, mais utilizados pela pessoa idosa nesses estudos, são os principais o diclofenaco e o ibuprofeno geralmente associados à dipirona. A utilização desses fármacos necessita de avaliação para mediar os prós e contras, visto que não são seletivos para COX e podem trazer complicações graves para a saúde da pessoa idosa.

As motivações para a utilização de modo irracional permeiam várias dimensões, dentre elas a dificuldade de acesso a atendimento médico e questões educacionais que culminam na automedicação de forma deletéria em grande parte para alívio de dores crônicas, no entanto, essa utilização traz consigo a longo prazo complicações de quadros clínicos já existentes.

REFERÊNCIAS

ABDU, N.; MOSAZGHI, A.; TEWELDEMEDHIN, S.; ASFAHA, L.; TESHALE, M.; KIBREAB, M.; ANAND, I. S.; TESFAMARIAM, E. H.; RUSSOM, M. Non-Steroidal Anti-Inflammatory Drugs (NSAIDs): Usage and co-prescription with other potentially interacting drugs in elderly: A cross-sectional study. PLoS ONE, v. 15, n. 10 October, p. 1–14, 2020. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0238868>.

AL KHAJA, K. A. J.; VEERAMUTHU, S.; ISA, H. A.; SEQUEIRA, R. P. Prescription audit of NSAIDs and gastroprotective strategy in elderly in primary care. International Journal of Risk and Safety in Medicine, v. 29, n. 1–2, p. 57–68, 2017.

BANDEIRA, V. A. C.; DAL PAI, C. T.; OLIVEIRA, K. R. de. Uso de anti-inflamatórios não esteroides por idosos atendidos em uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família do município de Ijuí (RS). Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, v. 10, n. 2, p. 181–192, 2013.

BORGES, E. C. A.; RUIZ, A. C.; PEREIRA, É. R.; CRISPIM, L. F.; ARAÚJO, W. A. F. A automedicação no Brasil e a importância do farmacêutico na orientação do uso racional de medicamentos de venda livre. Brazilian Journal of Development, v. 9, n. 1, p. 4036–4050, 2023.

CASTEL-BRANCO, M.; SANTOS, A.; CARVALHO, R.; CARAMONA, M.; SANTIAGO, L.; FERNANDEZ-LLIMOS, F.; FIGUEIREDO, I. As bases farmacológicas dos cuidados farmacêuticos: o caso dos AINEs. Acta Farmacêutica Portuguesa, v. 2, n. 2, p. 19–27, 2013. Disponível em: <http://www.actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/view/3>.

CHI, T. Y.; ZHU, H. M.; ZHANG, M. Risk factors associated with nonsteroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs)-induced gastrointestinal bleeding resulting on people over 60 years old in Beijing. Medicine (United States), v. 97, n. 18, p. 1–8, 2018.

DAMASO, S. de F. T.; BALDONI, A. D. O.; CARNEIRO, T. P.; PINTO, S. W. L.; MORAIS, F. A.; OTONI, A. Uso de anti-inflamatórios não esteroidais em idosos: a função renal importa? Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, v. 19, n. 2, p. 76–82, 2022.

ELY, L. S.; ENGROFF, P.; GUISELLI, S. R.; CARDOSO, G. C.; MORRONE, F. B.; CARLI, G. A. De. Uso de anti-inflamatórios e analgésicos por uma população de idosos atendida na Estratégia Saúde da Família. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 18, n. 3, p. 475–485, 2015.

JACINTO B; MARINI D. Atenção farmacêutica: Avaliação das interações medicamentosas entre os pacientes idosos pela análise de prescrições. FOCO: caderno de estudos e pesquisas, v. 0, n. 16, p. 6–29, 2021.

LEITE JHS, OLIVEIRA HC, SALOMAO PAV, BOFF SR, SANTOS KF, FUJII MFF, PEREIRA MD. Anti-inflamatório não esteroidais: a prática da automedicação por idosos. Revista Saúde em Foco – Ed. 11, 2019.

LIMA, R. M. de; DUARTE, K. P. Anti-inflamatório não Esteróides (AINEs) e automedicação. Research, Society and Development, v. 11, n. 5, p. e13211527872, 2022.

LIMA, T. A. M. de; FURINI, A. A. da C.; ATIQUE, T. S. C.; DI DONE, P.; MACHADO, R. L. D.; GODOY, M. F. de. Analysis of potential drug interactions and adverse reactions to nonsteroidal anti-inflammatory drugs among the elderly. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 19, n. 3, p. 533–544, 2016.

MATOULKOVA, P.; DOSEDEL, M.; RŮZKOVÁ, B.; KUBENA, A. Information and awareness concerning ibuprofen as an ingredient in over the counter analgesics: A questionnaire-based survey of residents of retirement communities. Acta Poloniae Pharmaceutica – Drug Research, v. 70, n. 2, p. 333–338, 2013.

MODIG, S.; ELMSTÅHL, S. Kidney function and use of nonsteroidal anti-inflammatory drugs among elderly people: a cross-sectional study on potential hazards for an at risk population. International Journal of Clinical Pharmacy, v. 40, n. 4, p. 870–877, 2018. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s11096-018-0598-8>.

OLIVEIRA, M. M. C. de; SILVA, M. M. da; MOREIRA, T. L. M.; COUTO, V. F.; COELHO, Y. N.; NUNES, C. P. O uso crônico de anti-inflamatórios não-esteroidais e seus efeitos adversos. Revista Caderno de Medicina, v. 2, p. 90–100, 2019.

PEREIRA, F. G. F.; ARAÚJO, M. D. J. P.; PEREIRA, C. R.; NASCIMENTO, D. D. S.; GALIZA, F. T. de; BENÍCIO, C. D. A. V. Automedicação em idosos ativos. Revista de Enfermagem UFPE on line, v. 11, n. 12, p. 4919, 2017.

SALES, K. H.; LACERDA, L. H. G. A UTILIZAÇÃO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES (AINEs) POR IDOSOS CLIENTES DE DUAS DROGARIAS PRIVADAS DE MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS. Revista Brasileira de Ciências da Vida, v. 5, n. 1, p. 1–21, 2017. Disponível em: <http://jornal.faculdadecienciasdavida.com.br/index.php/RBCV/article/view/152>.

SANTOS, I. N. C.; ESCOBAR, O. S.; RODRIGUES, J. L. G. Revisão Bibliográfica Do Uso Indiscriminado Dos Anti-Inflamatórios Não Esteroidas (Aines). Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 7, n. 5, p. 330–342, 2021.

SCHMIDT-MENDE, K.; ANDERSEN, M.; WETTERMARK, B.; HASSELSTRÖM, J. Drug–disease interactions in Swedish senior primary care patients were dominated by non-steroid anti-inflammatory drugs and hypertension–a population-based registry study. Scandinavian Journal of Primary Health Care, v. 38, n. 3, p. 330–339, 2020.

SECOLI, S. R.; MARQUESINI, E. A.; FABRETTI, S. de C.; CORONA, L. P.; ROMANO-LIEBER, N. S. Self-medication practice trend among the brazilian elderly between 2006 and 2010: SABE study. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 21, n. Suppl 2, 2018.

SILVA, C.; ALANA, C.; CARVALHO, S.; SANTOS, F. Uso Indiscriminado e Irracional de Antinflamatórios não Esteroidais (AINES) por Pacientes Idosos em uma Rede de Farmácias do Sudoeste da Bahia Indiscriminated and Irrational use of non-Steroid Anti-Inflammatory ( Nsaids ) by Elderly Patients in a. Revista multidisciplinar e de Psicologia, v. 12, n. 40, p. 1051–1064, 2018.

SILVA LIMA, R.; ROCHA RODRIGUES, M. J.; RODRIGUES DA SILVA, T.; NOVAIS, C.; NAVES, P. Uso indiscriminado de diclofenaco de potássio pela população idosa na cidade de Anápolis, no estado de Goiás, Brasil em 2014. Revista Colombiana de Ciencias Químico Farmacéuticas, v. 44, n. 2, p. 179–188, 2015.

TOGO, K.; EBATA, N.; YONEMOTO, N.; ABRAHAM, L. Safety risk associated with use of nonsteroidal anti-inflammatory drugs in Japanese elderly compared with younger patients with osteoarthritis and/or chronic low back pain: A retrospective database study. Pain Practice, v. 22, n. 2, p. 200–209, 2022.

VEGA-MORALES, D.; PÉREZ-LUNA, I. R. M.; AGUIRRE-GARCÍA, V. A.; VÁZQUEZ-FUENTES, B. R. Non-steroidal anti-inflammatory drugs in the elderly. Agreement with safe prescription recommendations according to cardiovascular and gastrointestinal risks. Reumatologia Clinica, v. 17, n. 9, p. 499–503, 2021.

VELOSO, R. C. de S. G.; DE FIGUEREDO, T. P.; BARROSO, S. C. C.; DO NASCIMENTO, M. M. G.; REIS, A. M. M. Factors associated with drug interactions in elderly hospitalized in high complexity hospital. Ciencia e Saude Coletiva, v. 24, n. 1, p. 17–26, 2019.

VILETTI, F.; SANCHES, A. C. C. Uso Indiscriminado E/Ou Irracional De Antiinflamatórios Não Esteroidais (Aines) Observados Em Uma Farmácia De Dispensação. Visão Acadêmica, v. 10, n. 1, p. 69–76, 2009.

WEDEMEYER, R. S.; BLUME, H. Pharmacokinetic drug interaction profiles of proton pump inhibitors: An update. Drug Safety, v. 37, n. 4, p. 201–211, 2014.


1Graduanda do Curso de Farmácia do Centro Universitário FAMETRO.

2Graduanda do Curso de Farmácia do Centro Universitário FAMETRO.

3Graduanda do Curso de Farmácia do Centro Universitário FAMETRO.

4Farmacêutica Coorientadora.

5Farmacêutica – Docente Centro Universitário FAMETRO.