O PROTAGONISMO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO PRONTO SOCORRO

THE NURSE’S PROTAGONISM TOWARDS THE PATIENT WITH ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION IN THE EMERGENCY ROOM

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10202248


Luana Kelly Amorim De Souza Soares¹
Marcelle Cristina Alves Aguiar²
Pamela Cristini Silva Milfont³
MsC. Bruno Santos de Assis4


RESUMO

Introdução: O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma condição grave que afeta o coração, causando a obstrução do fluxo sanguíneo para uma parte do músculo cardíaco devido à ruptura de uma lesão aterosclerótica e à formação de um trombo. Essa obstrução resulta em isquemia, causando sintomas como dor no peito, falta de ar, desconforto no braço e dor epigástrica. O IAM é uma das principais causas de morte no mundo, responsável por 30% de todos os óbitos. Objetivo: Explorar a relevância da assistência de enfermagem ao paciente com diagnóstico de IAM e abordar os principais pontos desse cuidado que podem repercutir de uma forma negativa. Metodologia: A metodologia utilizada foi a revisão narrativa da literatura, o que permitiu uma compreensão mais abrangente do assunto estudado. Resultados: O enfermeiro desempenha um papel fundamental na assistência ao paciente com diagnóstico de IAM como planejando, monitorizando e implementando cuidados, sempre analisando a resposta ao tratamento. Além disso, o enfermeiro desempenha um papel importante na educação do paciente sobre sua saúde e fatores de risco associados ao IAM. A rápida intervenção é crucial para reduzir os riscos do paciente. A formação contínua e a colaboração interdisciplinar são essenciais para fornecer atendimento de alta qualidade. Conclusão: embora tenham sido abordados aspectos relevantes da assistência de enfermagem a pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), ainda existe espaço para futuras pesquisas que possam aprofundar e enriquecer o entendimento desse campo de atuação.

Palavras-chave: Infarto Agudo do Miocárdio. Enfermeiro. Assistência.

SUMMARY

Introduction: Acute Myocardial Infarction (AMI) is a serious condition that affects the heart, causing obstruction of blood flow to a part of the heart muscle due to the rupture of an atherosclerotic lesion and the formation of a thrombus. This obstruction results in ischemia, causing symptoms such as chest pain, shortness of breath, arm discomfort, and epigastric pain. AMI is one of the main causes of death in the world, responsible for 30% of all deaths. Objective: To explore the relevance of nursing care for patients diagnosed with AMI and address the main points of this care that may have a negative impact. Methodology: A methodology used for a narrative review of the literature, which allowed a more comprehensive understanding of the subject studied. Results: The nurse plays a fundamental role in assisting patients diagnosed with AMI as expected, monitoring and implementing care, always analyzing the response to treatment. Furthermore, nurses play an important role in educating patients about their health and risk factors associated with AMI. Rapid intervention is crucial to reduce patient risks. Continuing training and interdisciplinary collaboration are essential to providing high-quality care. Conclusion: although relevant aspects of nursing care for patients with Acute Myocardial Infarction (AMI) were addressed, there is still room for future research that can deepen and enrich the understanding of this field of activity.

Keywords: Acute myocardial infarction. Nurse. Assistance

1. INTRODUÇÃO

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma das Doenças Cardiovasculares (DCV) que mais atinge a população brasileira. As DCV’s podem afetar o coração e os vasos sanguíneos, sendo responsável por 30% de todos os óbitos do mundo (BRASIL, 2022). Sendo que umas das causas fundamentais reside na ruptura de uma lesão aterosclerótica, que desencadeia a formação de um trombo, causando uma redução no fluxo sanguíneo. Esse processo resulta em isquemia do miocárdio, que pode ser de caráter transitório ou persistente. Os sintomas clínicos frequentes incluem dor no peito, falta de ar, dor epigástrica e desconforto no braço (BETT et al., 2022).

Visto que, no Infarto Agudo do Miocárdio a ocorrência de morte ou necrose das fibras cardíacas, é um agravo agudo à saúde que requer diagnóstico e intervenção de forma rápida, para que as consequências possam ser evitadas ou diminuídas, e um dos sinais clínicos mais evidente desta necrose de fibras cardíacas é a dor (SILVA et. al., 2021).

A dor característica do infarto se dá pela diminuição do fluxo de sangue, acarretada pela resistência ou obstrução de uma ou mais artérias coronarianas, impossibilitando a chegada de oxigênio em quantidade necessária para as células cardíacas, esses sintomas podem ser confundidos com alguns sintomas costumeiros como: tensão, dor muscular e má digestão. Apesar da dor precordial se apresentar característica, a avaliação da dor segue como um impasse aos profissionais da saúde nas unidades de urgência e emergência, devido à subjetividade da dificuldade de sua mensuração (SILVA et. al., 2021).

O enfermeiro exerce um papel de extrema importância na assistência aos pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM), como desempenhar o controle da condição e na criação de planos de cuidados individuais. Além disso, o enfermeiro concentra seus esforços na reabilitação do paciente, sempre agindo de maneira compassiva, levando em consideração as crenças e valores pessoais do indivíduo. O cuidado interativo é a base de sua abordagem, colocando o paciente como o elemento central desse processo (SANTANA, 2022).

Analisando o aumento constante de pessoas sofrendo com doenças crônicas não transmissíveis e o consequente aumento do risco de infarto agudo do miocárdio, surge a indagação sobre o papel fundamental do enfermeiro no atendimento a pacientes com essa condição. Essas ações influenciam de maneira significativa a qualidade do cuidado e a recuperação do paciente.

Assim, o presente estudo justifica-se pela importância da temática em que colocamos o enfermeiro como profissional essencial no cuidado ao paciente com Infarto Agudo do Miocárdio, e aprofundar a compreensão da sua relevância na sua assistência por meio de uma análise detalhada das competências técnicas e das abordagens adotada pela equipe de enfermagem.

Dessa forma, por meio desta revisão narrativa da literatura, tem-se como objetivos apresentar a relevância da assistência de enfermagem ao paciente com diagnóstico de IAM, além de abordar os principais pontos desse cuidado que podem repercutir de uma forma negativa.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Esta é uma revisão narrativa da literatura, a qual tem o objetivo de resumir e integrar as principais informações sobre a relevância do enfermeiro no atendimento ao paciente vítima de infarto agudo do miocárdio – IAM levando em consideração assim vários autores.

Para a construção desta revisão, foram utilizados os seguintes documentos: artigos, TCC (Trabalho de conclusão de curso) e manuais do Ministério da Saúde, Sistema de Informações de Agravos e Notificação SINAN, SINASC e Secretaria da Saúde. Para que fossem incluídos neste estudo de revisão narrativa, foram estabelecidos critérios específicos, tais como a disponibilidade eletrônica dos documentos em língua portuguesa, a presença de informações sobre os serviços oferecidos ao público estudado, bem como o funcionamento desses serviços e seus aspectos históricos. A seleção dos documentos para este estudo considerou um recorte temporal de cinco anos e a coleta dos dados foi realizada no segundo semestre de 2023. Inicialmente, os artigos foram selecionados a partir dos títulos e resumos, e, quando o título e/ou resumo se revelaram insuficientes, foi necessário a avaliação através da leitura na íntegra.

As bases de dados utilizadas para a seleção dos artigos foram Biblioteca Virtual da Saúde (BVS)-(DECS), Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO), Literatura Científica e técnica de Países da América Latina e Caribe (LILACS), Ministério da Saúde (MS) e Secretaria da Saúde do Distrito Federal. tendo prioridades os artigos que fornecessem mais informações sobre o infarto agudo do miocárdio e cuidados de enfermagem, também sobre a importância do enfermeiro referente a esse tema. Para seleção dos artigos foi construído a estratégia de busca com os seguintes descritores: Infarto Agudo do Miocárdio AND Enfermeiro AND Assistência.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As pesquisas nas bases de dados resultaram inicialmente em 216 artigos, através dos descritores em saúde: Infarto agudo do miocárdio, Enfermeiro e Assistência. Após os critérios de inclusão e exclusão, foram utilizados 14 artigos pois atendiam a temática do estudo proposto. Para que se assegure o encontro dos objetivos propostos para esta revisão de literatura, a discussão do trabalho encontra-se sistematizada em 02 (dois) eixos, sobre os quais se desenvolvem a seguir.

3.1. A RELEVÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE IAM

Atualmente os serviços em saúde tem um alto pleito no seu atendimento aos pacientes, desde a sua chegada na unidade de saúde até o acolhimento, implicando na sobrecarga no tempo de espera. Nas unidades de urgência e emergência, não seria diferente, contudo, indica-se o acolhimento em conformidade com a gravidade. Ressaltando a importância da classificação de risco e priorização da assistência, que é exercida privativamente pelo enfermeiro, de acordo com a resolução nº 661/2021 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) (MORAES et al., 2023).

Frequentemente, os enfermeiros são os primeiros profissionais a entrar em contato com pacientes nos serviços de saúde. Nesse cenário, eles desempenham um papel crucial na identificação de sinais e sintomas de um infarto agudo do miocárdio e de outras emergências cardiovasculares. Sendo o tempo um fator determinante para um prognóstico preciso dessas condições (SANTOS; FARIAS; SOUZA, 2022).

Por isso, o enfermeiro deve ser capacitado para distinguir os indícios típicos do infarto agudo do miocárdio, após reconhecer os sinais e sintomas, o profissional realiza o eletrocardiograma, como foco o tempo porta-ECG, que de acordo com a American Heart Association (AHA) é preconizado de 10 minutos ou menos. Analisando e interpretando as alterações compatíveis com o infarto, põe em prática as ações necessárias, como realizar o acesso venoso e encaminhar para a sala vermelha. Seguindo sempre os protocolos e condutas como o do sistema de Manchester e classificação de risco, de dor torácica e demais diretrizes e condutas estabelecidos por cada instituição (MORAES et al., 2023).

Sendo na prática clínica, o foco principal é a queixa inicial do paciente, que é a dor no peito, que o leva a buscar atendimento de emergência devido à persistência dessa dor. Neste contexto, é fundamental destacar que os enfermeiros estão preparados para realizar uma série de intervenções de cuidados em pacientes que estão sob investigação de infarto agudo do miocárdio, desde a avaliação de gravidade até a administração de medicamentos (MATHIAS et. al., 2020).

Sendo o IAM precisamente diagnosticado por marcadores voltados para o aumento e/ou queda da necrose miocárdica, com observação dos sinais e sintomas apresentados. Após o diagnóstico, com o objetivo de reduzir o quadro de hipóxia no território isquêmico, o enfermeiro deve aplicar condutas comuns como o aporte de oxigênio e balanço hídrico, como também fazer a utilização de nitratos a fim de reduzir a isquemia através da reversão da obstrução coronariana (SANTANA, 2022). Do mesmo modo, para garantir uma intervenção hábil, deve ser realizado pelo enfermeiro o planejamento e diagnóstico das ações de enfermagem, expondo as suas principais queixas e realizar exames basais que contribuem, de acordo com o estado de saúde do paciente, para uma intervenção e um diagnóstico preciso. Para isso, o enfermeiro deve registrar e anotar cada ação realizada, responsabilizando- se pela tomada de decisões que melhorem as condições de saúde do paciente. Para avaliar a resposta ao tratamento a monitorização dos sinais vitais é um marco importante de resposta ao tratamento, sendo o enfermeiro capaz de distinguir os sinais e sintomas apresentados no IAM das demais categorias patológicas (OLIVEIRA et al., 2019).

Nesse contexto, o enfermeiro desempenha sua função por meio da execução de procedimentos que têm no diagnóstico o ponto de partida para uma assistência eficaz. Isso envolve a identificação de classificações de risco e a aplicação de tratamentos especializados, personalizados de acordo com a condição de cada paciente. Além disso, o enfermeiro também desempenha um papel fundamental na promoção da educação em saúde, destacando a importância do autocuidado e fornecendo informações essenciais ao paciente sobre sua saúde e os principais fatores de risco associados ao IAM (SANTANA, 2022).

O enfermeiro desempenha um papel crucial na assistência a pacientes com suspeita de infarto agudo do miocárdio (IAM). Sua responsabilidade inclui a criação de planos de cuidados personalizados, com foco na recuperação, enquanto mantém um toque humano, respeitando as crenças e valores do paciente. Isso envolve a promoção de um cuidado interativo, onde a pessoa sob seus cuidados é vista como um participante central nesse processo de recuperação (OLIVEIRA ET AL., 2019).

A assistência de enfermagem baseia-se na importância de garantir a satisfação, o respeito e o reconhecimento do paciente como o principal agente na promoção de sua própria saúde, considerando uma pessoa de forma completa e integrada. Isso implica compreender o indivíduo em sua totalidade, atendendo às suas necessidades emocionais, físicas e, quando necessário, aspectos sociais (JACINTO et al., 2022).

Na assistência de enfermagem ao paciente com IAM, é essencial que exista uma equipe com a apresentação de profissionais preparados e qualificados, ou seja, com alto nível de eficiência e conhecimento técnico, para o devido atendimento aos pacientes infartados, colaborando nas orientações ao paciente na retomada da sua rotina com segurança, aconselhando a adoção de hábitos saudáveis e a um novo estilo de vida (ROSADO, Et al. 2020).

É possível também destacar a relação expressiva entre o atraso no atendimento pré-hospitalar e o sucesso da evolução clínica do paciente, tornando essencial a implementação de medidas para reduzir esse atraso. A educação em saúde é uma ferramenta crucial, e os enfermeiros desempenham um papel central na sua promoção. Além disso, o treinamento de pacientes, especialmente aqueles em maior risco, pode direcioná-los a adotar medidas práticas diante de sintomas isquêmicos, incentivando a busca imediata de atendimento e reconhecendo as implicações negativas de demora. Destacando a importância do papel do enfermeiro na redução do tempo de espera para atendimento médico (SANTOS et al., 2023).

Em suma, é possível compreender claramente que os enfermeiros desempenham um papel fundamental no cuidado de pacientes com infarto agudo do miocárdio. Eles fornecem cuidados práticos, assistência com palavras de apoio e gestos acolhedores, bem como apoio emocional (JACINTO et al., 2022).

3.2. PRINCIPAIS PONTOS QUE PODEM REPERCUTIR DE FORMA NEGATIVA NO SUCESSO DO ATENDIMENTO DO PACIENTE VÍTIMA DE IAM

Considerando que o IAM, no Brasil, é um dos maiores causadores de óbito decorrente de doenças coronarianas agudas, os profissionais de saúde que trabalham com o atendimento inicial para essas patologias devem ofertar todo conhecimento e técnica na assistência imediata para um bom tratamento e prognóstico (SANTOS; CESÁRIO, 2019).

De acordo com Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) à elevada taxa de mortalidade em âmbito global e ao considerável número de hospitalizações relacionadas às Síndromes Coronarianas Agudas (SCA), existe uma demanda crescente por atendimentos de pacientes diagnosticados com SCA. Essa demanda gera custos substanciais para o tratamento e coloca uma carga significativa sobre os recursos da assistência de enfermagem.

Na entrada dos serviços de saúde, frequentemente, os enfermeiros enfrentam obstáculos devido a questões físicas e burocráticas no sistema. Isso inclui a falta de leitos disponíveis, escassez de equipamentos para suporte respiratório e monitoramento, e também a falta de educação contínua para aprimorar suas habilidades. Apesar de alguns profissionais possuírem conhecimento adequado, é crucial enfatizar a necessidade de capacitar melhor a equipe de enfermagem, a fim de reduzir as consequências adversas resultantes de casos de infarto (MACHADO, 2023).

No momento inicial, as intervenções cruciais a serem realizadas em pacientes com IAM são, em grande parte, de responsabilidade do enfermeiro. O enfermeiro assume o papel central na busca de informações essenciais para uma identificação rápida da doença, contando com seu conhecimento e experiência na interpretação das manifestações clínicas. Esse quadro coloca uma carga significativa de responsabilidade nas mãos do profissional de enfermagem em relação ao estado clínico do paciente (SANTANA, 2022).

Segundo Rosado et al., 2020, para que a enfermagem forneça uma assistência de qualidade deve aprender a diferenciar os sinais e sintomas de IAM sendo necessário o treinamento de sua equipe para atuar nesse cenário, pois a enfermagem deve prestar os cuidados de forma eficaz desde a suspeita diagnóstica até a sua alta. O enfermeiro deve ter o conhecimento de como elaborar os diagnósticos de enfermagem para facilitar a prescrição dos cuidados.

Para Silva et al., (2020), durante o infarto agudo na sala de emergência os principais cuidados da enfermagem são: monitorização cardíaca contínua com oximetria de pulso, repouso absoluto no leito, acesso venoso, oferta de oxigênio por meio de cateter nasal de 2 a 4 litros por minutos, realização de ECG e solicitação de exame dos marcadores de lesão cardíaca repetindo o exame após 6 ou 9 horas.

Sendo que, as ações imediatas realizadas pela enfermagem no momento da assistência ao paciente são de extrema importância para assegurar o menor número de complicações ou agravos da doença. Tornando-se necessário a importância de uma qualificação adequada, com fins de obter conhecimento sobre os sinais e sintomas do IAM, para proporcionar o diagnóstico e tratamento preciso e assim minimizar riscos (MULLER, 2019).

Uma má sintonia da equipe durante o fornecimento da assistência pode estar relacionada com as jornadas de trabalho exaustivas e instabilidade emocional podendo gerar erros e uma assistência defasada. Sendo de suma importância, ter eficiência, competência e trabalho em equipe para uma assistência de qualidade (SANTANA, 2022).

Foi possível analisar que as dificuldades que interferem na atuação dos enfermeiros perante uma situação de emergência são: a falta de conhecimento, a escassez de recursos, inexperiência, a falta de formação, falta de treino, ineficácia do trabalho em equipe, a comunicação ineficaz, dentre outros. Foi possível verificar que tais situações desencadeiam diversos sentimentos, tais como: stress, impotência, frustração, ansiedade, medo, tristeza e angústia (GOMES, 2019).

A utilização da SAE no tratamento do IAM veio para implementar e padronizar a assistência de enfermagem prestada ao paciente, onde irá identificar e monitorar os problemas de saúde do paciente. Com o processo da sistematização da assistência mostra-se com grande eficácia, pois é possível prestar o cuidado de forma rápida e auxiliar os profissionais sobre quais são os cuidados apropriados, além de atuar na prevenção, promoção, recuperação e reabilitação da saúde do paciente com IAM (ROSADO et al, 2020).

Nota-se que a lentidão na solicitação de socorro, gera o pior prognóstico do paciente, pois cada minuto pode ser vital para a vítima de IAM, e quanto maior perda de tempo no período entre o início dos sintomas até a assistência de enfermagem, a área infartada tende a crescer, e por conseguinte, o risco de óbito do paciente também cresce. O retardo pela busca pelo socorro é tão elevado que, aproximadamente, 20% dos pacientes que apresentam sintomas de IAM chegam à emergência somente duas horas após o início dos sintomas (ROSADO et al, 2020). O IAM é uma condição clínica de extrema gravidade, considerada uma emergência que exige alto nível de atendimento, exercida por profissionais altamente qualificados e preparados para tais protocolos/procedimentos (PASSINHO et al. 2018).

O profissional de enfermagem deve manter o máximo de concentração possível sobre o comportamento do paciente, de forma constante, levando em conta que não há um comportamento padrão entre os pacientes com IAM, fazendo com que o profissional de enfermagem mantenha-se preparado para toda e qualquer ação necessária, de acordo com sinais observado e/ou comunicados pelo paciente (SILVA E PASSOS, 2020).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo revelou que a assistência de enfermagem ao paciente vítima de IAM é de vital importância, visto que é o profissional de saúde que está na linha de frente para identificar os principais sinais e sintomas, prestar o primeiro acolhimento, desempenhando um papel integral na redução de tempo de atendimento e na melhoria dos resultados clínicos.

Revelou também que alguns pontos podem repercutir de forma negativa no atendimento imediato ao paciente no pronto socorro, sendo eles: o grande fluxo na demanda, falta de conhecimento e/ou inexperiência, escassez de recursos, má sintonia da equipe, falta de treino, comunicação ineficaz, dentre outros.

Sendo assim, faz-se necessário conhecimento clínico, habilidades de comunicação e uma abordagem voltada ao melhor prognóstico para o paciente, além de investimento na formação continuada e da atualização constante dos enfermeiros, dada as constantes atualizações das diretrizes de tratamento com objetivo de aprimorar ainda mais o atendimento a pacientes com IAM e proporcionar um atendimento de qualidade para salvar vidas.

5. REFERÊNCIAS

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1 Acadêmica do 8º período do curso de enfermagem do Centro Universitário LS-UNILS: E-mail: luana.soares97@lseducacional.com

2 Acadêmica do 8º período do curso de enfermagem do Centro Universitário LS-UNILS: E-mail: marcelle.alves13aguiar@gmail.com

3 Acadêmica do 8º período do curso de enfermagem do Centro Universitário LS-UNILS: E-mail: pamelamilfont1601@gmail.com

4 Orientador – Enfermeiro Mestre em Ciência Política com linhas de pesquisa em Direitos Humanos, Cidadania e Estudos sobre a Violência, Professor e Coordenador do Curso Bacharelado em Enfermagem da UNILS