PREVALÊNCIA DE SINTOMAS ANSIOSOS EM ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM

PREVALENCE OF ANXIOUS SYMPTOMS IN NURSING ACADEMICS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10198879


Aline Mesquita Lemos 1
Beatriz de França Vasconcelos 2


RESUMO

Considerando o alto índice de transtornos mentais no mundo, destaca-se a prevalência desses transtornos como temática deste trabalho. Este estudo teve como objetivo analisar a prevalência de sintomas ansiosos em acadêmicos de Enfermagem. Para a realização desta pesquisa, utilizou-se o método de revisão integrativa. A coleta de dados foi realizada no mês de agosto a outubro de 2020 na Base de dados SciELO e o Banco de dados BvS com os descritores Ansiedade, Saúde Mental e Transtornos Mentais com conectores booleanos ‘’AND’’ e ‘’OR’’. Critérios de inclusão foram os artigos disponíveis de forma eletrônica em qualquer idioma e de exclusão foram as revisões de literatura, integrativas, artigos repetidos e aqueles que não fossem relacionados aos estudantes de Enfermagem com os sintomas abordados. A amostra foi composta por quatro artigos publicados em revistas brasileiras onde demostra claramente a presença de sintomas ansiosos em estudantes de enfermagem. A partir da análise, foi possível ressaltar a importância de discutir a qualidade de vida com foco na saúde mental desses estudantes e a importância de estudos e a poucas produtividade desta temática

Descritores: Ansiedade. Saúde Mental. Transtornos Mentais.

Keywords: Anxiety. Mental health. Mental Disorders.

1. INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade”. Promover educação em saúde mental é necessário para a população a fim de desenvolver a capacidade necessária para executar suas habilidades adquiridas tanto no âmbito profissional como no pessoal, assim possibilitando reajuste necessário para lidar com as emoções positivas e negativas. Investir em estratégias que possibilitem o equilíbrio das funções mentais é indispensável para um convívio social mais saudável (Oms, 2018).

O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é caracterizada por alterações no estado emocional e psíquico com frequente presença de medo e preocupação em excesso, sintomas como irritação, inquietação, dificuldade de concentração, sono, palpitações e geralmente é originada de outras alterações emocionais, assim, podendo chegar ao nível extremo (Oms,1998). A grande maioria dos afetados não buscam tratamento, deixando a população em um estado de alerta com os números de casos de TAG no Brasil, que chega a 18.657.943 correspondendo a 9,3% (Oms, 2017). 

No Ceará, mais precisamente na cidade de Fortaleza, em uma pesquisa realizada pelo Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM) de referência do Estado, todos os dias diversos profissionais da Saúde atendem em média 70 pacientes em sua unidade de emergência. Em 2018, o HSM atendeu 22.889 pacientes e em 2019 correspondeu a 18.434 só na emergência entre os meses de janeiro a setembro (Ceará, 2019).

Um ponto de vista que traz várias modificações na vida de um universitário é a iniciação da vida acadêmica, pois com ela vem grandes responsabilidades, mudanças de hábitos, podendo provocar alguns sentimentos, como impaciência, irritabilidade, preocupações durante a graduação. Estudos feitos mostram que em muitos casos essas trocas de vivências e emoções inesperadas podem acarretar possíveis transtornos mentais, como depressão e ansiedade, manifesta-se alto predomínio de tais transtornos em estudantes em média 30,6% enquanto o restante da população condiz a 9% segundo o estudo (Fernandes et al., 2018). 

Diante do problema de saúde pública, são altos os índices de transtornos mentais na população que muitas vezes se desenvolvem especialmente na graduação, docência e no próprio ambiente acadêmico.

Diante do exposto questiona-se: Qual a prevalência de sintomas ansiosos em acadêmicos de Enfermagem?

Nesse sentido, este estudo teve como objetivo analisar a prevalência de sintomas ansiosos em acadêmicos de Enfermagem.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Transtorno de ansiedade generalizada

Compreende-se a ansiedade como uma sensação comum da experiência das pessoas, existe uma restrição conceitual diante do entendimento sobre a ansiedade normal e patológica, tem como característica um estado de alerta, levando à tensão e ao gasto energético, associada ao entendimento do ambiente aumentada propenso a percepção consciente ou não (Lenhardtk; Calvetti, 2017).

A ansiedade pode ser considerada uma consequência negativa para o indivíduo, porém essencial para a autopreservação. Caso o portador dessa doença o tenha excessivamente e por um período prolongado, não contribuirá para o confronto da situação que causa ansiedade, limitando, dificultando ou impossibilitando a sua capacidade de adaptação (Cordeiro,2016).

Fobia Social (FS) está relacionada ao transtorno de ansiedade generalizada (TAG) que tem como pré-requisito a exclusão de situações sociais pelos indivíduos portadores da doença, pois ficam com medo de sua avaliação ser negativa (Rodrigues et al.,2019).

A atual conjuntura no contexto sociocultural de quem é portador do TAG, se caracteriza pela excessiva relação de ameaça contida nesse contexto. Chamados de fóbicos sociais, os portadores dessa doença constantemente deixam de vivenciar situações sociais temidas ou aguentam com medo ou ansiedade (Peres, 2018).

O TAG influencia negativamente na vida de seus portadores, tanto social quanto educacional e ocupacional. Bagageiros dessa doença tem como resultado, na maioria das vezes, o abandono escolar, consequentemente um maior risco de desemprego, além de maior engajamento em cargos abaixo do nível de qualificação do indivíduo (Peres, 2018).

Geralmente o TAG está acompanhado por outros transtornos psiquiátricos ou patologias de outras áreas médicas, o mesmo está correlacionado com a depressão, aumentando o risco de suicídio dos indivíduos que a possuem (Vasconcelos et al., 2015)

Muitos dos portadores de transtorno de ansiedade não entram em contatos com os serviços de saúde mesmos sabendo que existe tratamentos psicológicos e farmacológicos eficazes, uma grande quantidade dos que procuram esses serviços não são diagnosticados ou tratados de forma correta (Andrade et al., 2019).

2.2. TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA E OS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM

Para que o estudante da área da saúde ou de qualquer curso tenha um desenvolvimento considerado adequado e completo, deve-se rever todo o processo, desde o ingresso na instituição até a proposta no mercado de trabalho, incluindo mudanças em sua formação para que resultem em uma formação onde os estudantes tenham suas necessidades pedagógicas e emocionais solucionadas (Leão et al.,2018).

De modo geral, os estudantes universitários que residem em uma localização considerada longe de sua universidade e necessitam se afastar da essência de suas famílias por tal motivo estão mais propensos a obter distúrbios psicológicos (Vasconcelos et al., 2015)

Focar em lazer, atividades físicas e grupos terapêuticos é considerado uma possibilidade de investimento dentro do contexto universitário, criando projetos que mira o bem-estar dos estudantes (Souza, 2017).

Os futuros profissionais precisam de uma atenção maior em sua formação, pois devem estar do ponto de vista técnico, emocionalmente disposto e com saúde, para dispor o melhor preparo para enfrentar a saúde humana (Leão et al.,2018).

Vistos como profissionais do futuro, é importante apoiar os universitários durante sua formação, desenvolvendo estratégias para que questões emocionais não reflita negativamente em sua formação e como os profissionais das próximas décadas irão investir em promoção de saúde (Souza, 2017).

3. METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa, sendo um importante método que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática (Souza et al., 2010).

A coleta de dados seguiu o passo a passo metodológico referenciado por Pompoe, Rossi e Galvão (2009), a qual é composta por seis etapas: questionamento da revisão integrativa, busca na literatura, categorização dos estudos, avaliação dos estudos incluídos, interpretação dos resultados e síntese do conhecimento evidenciado nos artigos analisados.

A partir da temática do presente estudo, a pergunta norteadora formulada foi: Qual a prevalência de sintomas ansiosos e depressivos em estudantes de Enfermagem?

A coleta de dados foi realizada de agosto a outubro de 2020 na base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BvS) com os descritores Ansiedade, Saúde Mental e Transtornos Mentais com conectores booleanos.

Para maior compreensão da estratégia de busca foi construído uma tabela (Figura 1) ilustrando como se sucedeu a busca desses artigos com os conectores booleanos.

Figura 1: Quadro da busca com os conectores booleanos, Fortaleza, 2020.

Conectores booleanos
Transtorno de ansiedade OR ansiedade AND estudantes OR acadêmicos AND Enfermagem
Saúde mental AND estudantes OR acadêmicos AND Enfermagem

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

A busca correspondeu a 70 produções, 8 artigos envolvendo o tema de ansiedade e 83 de saúde mental do banco de dados da BvS, já na SciELO foram 13 artigos com o tema saúde mental e 5 de ansiedade. Foram incluídos na presente revisão: artigos disponíveis de forma eletrônica, dissertações, teses, que estiverem disponíveis em qualquer idioma. Revisões de literatura, revisões integrativas e publicados de 2015 a 2020. Os artigos repetidos ou aqueles que não relacionassem com enfermagem, depressão, ansiedade, ou saúde mental foram excluídos do presente estudo.

Para maior compreensão da estratégia de busca, foi construído um fluxograma (Figura 2) ilustrando como se sucedeu a escolha dos artigos que compuseram a amostra desta revisão integrativa.

Figura 2: Fluxograma da busca dos artigos nas bases de dados BvS e SciELO, Fortaleza, 2020.

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

A seleção dos artigos se deu em um primeiro momento pela leitura do título e do resumo para descobrir se eles se enquadravam nos critérios de inclusão.

Revisões de literatura, Revisões integrativas, Artigos repetidos e aqueles que não estivessem relacionados aos estudantes de Enfermagem com sintomas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a visualização dos estudos que compuseram a amostra desta revisão integrativa foram elaborados quadros como demostrado a seguir.

Quadro 1 – Caracterização dos artigos quanto ao ano, título, autores, revista e base de dados no período de 2016 a 2020– Fortaleza/CE, Brasil, 2020.

NúmeroAnoTítuloAutoresRevistaBase de dados
12020Qualidade de Vida, Sintomas Depressivos e Psiquiátricos Menores em Estudantes de EnfermagemJéssica Morgana Gediel Pinheiro, Andreia Barcellos Teixeira Macedo, Liliana Antoniolli, Thayane Martins Dornelles, Juliana Petri Tavares, Sonia Beatriz Cocaro de SouzaRevista Brasileira de Enfermagem
BDENF/ LILACS.
22019Lições Extraídas de uma Experimentação Estética sobre a Relação do Estudante de Enfermagem com a Pessoa em Sofrimento Psíquico
Fernandes, Raquel Tavares Brito; Tavares, Claudia Mara de Melo; Almeida, Paulo Cesar Toledo de; Manhães, Letycia Sardinha Peixoto; Muniz, Marcela Pimenta; Polakiewicz, Rafael RodriguesNursing (Säo Paulo)BDENF – Enfermagem / LILACS
32019Manifestações de Ansiedade Vivenciadas por Estudantes de EnfermagemPereira, Fernanda Lourdes Ribeiro; Medeiros, Silvana Possani; Salgado, Rúbia Gabriela Fernandes; Castro, Jacira Naruê Antunes de.Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online
BDENF – Enfermagem / LILACS
42018Prevalência de sintomas ansiosos e depressivos em universitários de uma instituição públicaMárcia Astrês FernandesI , Francisca Emanuelle Rocha VieiraI , Joyce Soares e SilvaI , Fernanda Valéria Silva Dantas AvelinoI , José Diego Marques SantosIRevista Brasileira de Enfermagem
Scielo

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Dos artigo publicados todos foram publicados por revistas brasileiras em versões inglesa e portuguesa. Quanto as revistas 2 artigos pertencem à REBEN, 1 da Nursing, e 1 da Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online.Quanto à base de dados foram encontrados na BvS/BDENF 3 artigos e 1 na SciELO.

Quadro 2 – Caracterização dos artigos quanto ao objetivo, tipo e local do estudo, população/ amostra, instrumento de coleta de dados, organização e análise de dados – Fortaleza/CE, Brasil, 2020.

NúmeroObjetivoTipo de estudoLocal do estudoPopulação/ amostraInstrumento de coleta de dadosOrganização e análise de dados
1Avaliar Qualidade de Vida, Prevalência de Sintomas Depressivos e Psiquiátricos Menores em Estudantes de EnfermagemTransversalUniversidade Federal do Rio Grande do Sul242 acadêmicos de Enfermagem, do 1º ao 8º semestreQualidade de vida, Inventário de Depressão de Beck e Self-Report QuestionnaireStatistical Package for the Social Sciences (Pacote Estatístico para Ciências Sociais)
2Analisar as Emoções do Estudante de Enfermagem Diante da Iminência do Estabelecimento da Relação Terapêutica com o Usuário do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).QualitativaUniversidade Federal Fluminense (UFF)/BR / Universidade de Vassouras/BR21 acadêmicos do 6º período do Curso de Graduação em Enfermagem de uma universidade públicaUtilizou a técnica ‘’A caixa do inesperado’’ Desenvolvido por Fonseca.Relatado verbalmente
3Conhecer as Manifestações de Ansiedade Vivenciadas pelos Estudantes de Enfermagem em uma Universidade do Extremo Sul do País.Qualitativa, exploratória e descritivaUniversidade Federal do Rio Grande do Sul
18 acadêmicos de graduação em EnfermagemEntrevista semiestruturada, com dez perguntas abertas relacionadas aos sentimentos de ansiedade dos acadêmicosTemática
4Identificar a prevalência de sintomas ansiosos e depressivos e suas correlações com características sociodemográficas e ocupacionais em universitários.estudo censitário, transversal e analíticouniversidade pública federal do Nordeste do Brasil205 universitários de todos os períodos do cursoaplicados os inventários de Beck para ansiedade e depressãoOs dados foram processados no software IBM® SPSS®, versão 18.0. Foram calculadas estatísticas descritivas, como médias, desvio padrão, mínimos e máximos


Avaliar, analisar, conhecer e identificar são verbos utilizados nos artigos selecionados, com 2 (50%) de abordagem quantitativa e 2 (60%) de abordagem qualitativa. Quanto aos locais das regiões da coleta 2 na UFFRS, 1 Universidade Federal Fluminense/Universidade de Vassouras, e 1 na Universidade Federal do nordeste do Brasil.

Na coleta de dados foram utilizados o questionário de qualidade de vida, Inventário de Ansiedade de Beck, Self-Report Questionnaire, escala de fatores acadêmicos do tipo Likert, técnica ‘’A caixa do inesperado’’ Desenvolvido por Fonseca, Entrevista semiestruturada, com dez perguntas abertas relacionadas aos sentimentos de ansiedade dos acadêmicos durante o período da graduação e avaliação da saúde mental positiva.

Na organização e análise de dados o software mais utilizado foi o Pacote Estatístico para Ciências Sociais, sendo utilizado em 2 artigos, 1 artigo analisado em Epi Info, 1 como temática e 1 sendo relatado verbalmente.

Quadro 3 – Caracterização dos artigos quanto às considerações finais – Fortaleza/CE, Brasil, 2020.

NúmeroConsiderações finais
1O estudo identificou alta prevalência de sintomas psiquiátricos menores e sintomas depressivos. Verificou-se que 25% dos alunos apresentaram sintomas depressivos graves e 54% dos alunos apresentaram transtornos psiquiátricos menores, com maior prevalência nos primeiros semestres.
2Foram relatadas diversas sensações, entre as quais: felicidade, tristeza, medo, surpresa, raiva e nojo, além de uma ambivalência de sensações. Por vezes, esta ambiguidade se fez patente e foi nítida a dificuldade de relatar e descrever as emoções e sentimentos na forma escrita, aparecendo melhor o que o corpo fala, e se apresenta de maneira marcante para expressar conteúdos velados dentro de si mesmo.
3Foi possível perceber que as que mais tiveram reprovação foram do 1° ao 3° semestres, os estudantes que se mostram mais ansiosos, são do 1° ao 6° semestre, grande maioria tem sentimento negativo frente a relação professor/aluno.
4A prevalência dos sintomas de ansiedade e depressão foi bastante expressiva, respectivamente 62,9% e 30,2%, ocorrendo principalmente em níveis leves


Percebe-se nos resultados dos artigos que a ansiedade é fator prevalente nos estudos selecionados. A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações estressantes, mas quando ela se torna excessiva e persistente, pode se transformar em um transtorno de ansiedade. Estudantes de enfermagem, assim como outros estudantes da área da saúde, muitas vezes podem enfrentar desafios únicos que contribuem para níveis elevados de ansiedade.

Este estudo ajuda a evidenciar a vulnerabilidade dos estudantes de enfermagem às adversidades do mundo acadêmico. Pode-se verificar que a maior tendência ao desenvolvimento de sintomas depressivos surge durante o primeiro semestre da universidade. Ao fazê-lo, destaca uma questão que não recebeu atenção suficiente. Portanto, os resultados apresentados podem contribuir para a implementação de projetos de integração e apoio psicológico aos estudantes universitários, principalmente nos primeiros anos após a formatura (Pinheiro et al, 2020).

Aqui estão alguns sintomas ansiosos comuns e como eles podem se manifestar em estudantes de enfermagem:

Preocupação excessiva: Os estudantes de enfermagem podem ficar constantemente preocupados com seu desempenho acadêmico, o sucesso em projetos clínicos, ou o medo de cometer erros que possam afetar a saúde dos pacientes. Outro sinal é a tensão muscular e fadiga: A ansiedade pode se manifestar fisicamente, causando dores musculares, tensão e fadiga. O estresse constante pode variar com a saúde física dos estudantes.

Problemas de sono: A ansiedade pode interferir no sono, causando insônia ou dificuldade em adormecer. O descanso adequado é essencial para o bom desempenho acadêmico e para a saúde geral. Sintomas gastrointestinais: A ansiedade pode afetar o sistema digestivo, causando desconforto abdominal, náuseas e até mesmo problemas gastrointestinais mais graves.

Dificuldade de concentração: A mente ansiosa pode ter dificuldade em se concentrar nas tarefas acadêmicas ou clínicas, o que pode impactar níveis de aprendizado e desempenho. Irritabilidade: O estresse constante pode tornar os estudantes mais irritáveis ​​e sensíveis, afetando seus relacionamentos interpessoais.

Método de julgamento: Em ambientes clínicos, os estudantes de enfermagem podem se sentir avaliados constantemente, o que pode aumentar a ansiedade sobre seu desempenho e a opinião dos outros.

Fernandes et al (2019) encontrou em seus estudos outra fuga valiosa no seu experimento é a criação de sentimentos de excitação e ansiedade no aluno enquanto aguarda o contato com a caixa, mesclados com sentimentos de alegria. Isso despertou no aluno um sentimento de distinção, como se estivesse diante de um paciente com transtorno psicológico que precisasse incentivá-lo a expressar seus sentimentos.

Contudo, não foram encontradas associações estatisticamente significativas entre classificações dos níveis de ansiedade dos estudantes de enfermagem, em diferentes pontos de corte, e características sociodemográficas e ocupacionais (Fernandes et al ;2018).

5. CONSIDERAÇÕES GERAIS

É importante que os estudantes de enfermagem reconheçam esses sintomas e busquem apoio quando necessário. Isso pode incluir conversar com colegas, professores, ou procurar orientação de profissionais de saúde mental. O autocuidado, como a prática regular de exercícios físicos, a manutenção de uma dieta saudável e a incorporação de técnicas de relaxamento, também são estratégias importantes para lidar com a ansiedade. Além disso, as instituições educacionais e os programas de enfermagem devem estar atentos ao bem-estar dos estudantes e oferecer recursos adequados para apoiar sua saúde mental.

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1 Enfermeira. Especialista em Saúde mental (UECE). e-mail: alinemesquita90@gmail.com

2 Enfermeira. Especialista em atenção Primária com Ênfase na Estratégia Saúde da família (FAHol). e-mail: beatrisvasconcelos123@gmail.com