ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO DE QUEDAS NA POPULAÇÃO IDOSA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

ANALYZE THE RISK FACTORS OF FALLS IN THE ELDERLY POPULATION

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10198634


Ademar dos Santos Lima Júnior1
Armando Chagas Pereira Viana1
Bruna da Silva Fabar1
Poliana Gonçalves dos Santos1
Raynara da Silva Ferreira1
Natalia Gonçalves.2


 Resumo

Introdução: A queda pode ser definida como um deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, sem correção de tempo hábil sendo determinada por circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade do indivíduo, podendo ser considerada um evento que pode ou não resultar em dano. Objetivo: Verificar na literatura os fatores de risco de quedas na população idosa. Materiais e método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. O estudo foi realizado por meio de busca eletrônica, utilizando-se os artigos indexados dos últimos 05 (cinco) anos, (2018 a 2023). A obtenção dos dados ocorreu através de buscas processadas por meio da Biblioteca Virtual em Saúde. Foram excluídos: artigos que não discorriam sobre a temática, prevalência em apenas um gênero e estudos repetitivos em uma ou mais bases de dados. A análise dos dados para esse estudo foi obtida no período de agosto a setembro de 2023. Foram analisados 20 artigos; posteriormente foram excluídos 13 artigos de acordo com os critérios de exclusão, restaram 7 artigos condizentes com a temática do estudo. Resultados: Os resultados dos artigos que compuseram a amostra final deste estudo, foi possível observar que a queda é considerada uma síndrome geriátrica, embora não seja uma consequência inevitável do envelhecimento. Conclusão: Conclui-se que os fatores de riscos de quedas na população idosa são multifatoriais, podendo ser extrínsecos – condições ambientais ou ainda intrínsecos – condições orgânicas.

Palavras-Chave: População Idosa. Acidentes por Queda. Fatores de Risco. Perfil de Saúde.Fisioterapia.

Abstract

Background: A fall can be defined as an unintentional displacement of the body to a level lower than the initial position, without timely correction, being determined by multifactorial circumstances that compromise the individual’s stability, and can be considered an event that may or may not result in damage. Pourpose: To verify the risk factors for falls in the elderly population in the literature. Methods: This is an integrative review of the literature. The study was carried out through an electronic search, using indexed articles from the last 5 (five) years (2018 to 2023). Data were obtained through searches processed through the Virtual Health Library. The following were excluded: articles that did not discuss the topic, prevalence in only one genre and repetitive studies in one or more databases. data. Data analysis for this study was obtained from August to September 2023. 20 articles were analyzed; Subsequently, 13 articles were excluded according to the exclusion criteria, leaving 7 articles consistent with the study theme. Results: The results of the articles that made up the final sample of this study, it was possible to observe that falling is considered a geriatric syndrome, although it is not an inevitable consequence of aging. Conclusion: It is concluded that the risk factors for falls in the elderly population are multifactorial, and may be extrinsic – environmental conditions or intrinsic – organic conditions.

Keywords: elderly population. fall accidents. risk factors. health profile. Physiotherapy.

1 INTRODUÇÃO

A queda pode ser definida como um deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, sem correção de tempo hábil sendo determinada por circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade do indivíduo (Marinho et al., 2020), podendo ser considerada um evento que pode ou não resultar em dano (Siqueira et al., 2023). O aumento da ocorrência de quedas entre idosos pode gerar comprometimento na saúde do idoso e impacto negativo na qualidade de vida, além de receio de novas quedas, o que resultaria em quadros de dependência; isolamento social; perda progressiva da capacidade funcional (Souza et al., 2019). Estima-se que pessoas de idade igual ou superior a 65 anos são propensos à ocorrência de quedas ao ano e, em muitos casos é recorrente (Neiva; Moreira, 2022). 

Segundo Peres (2018), a presença de força muscular diminuída tanto pode ser causa de quedas quanto a ocorrência de uma ou mais quedas e assim podendo limitar os movimentos e consequentemente diminuir os níveis de força muscular. 

Marinho et al. (2020) afirmam que o maior ambiente de quedas em idosos é o próprio domicílio, por ser este o ambiente de maior permanência do idoso, e com o avançar da idade o risco de sofrer uma queda em casa aumenta. 

Portanto, a prevenção é importante e aliada para minimizar os problemas secundários decorrente das quedas, sendo assim, as medidas preventivas são relevantes diante do envelhecimento da população brasileira. Estudos têm mostrado que é possível diminuir a ocorrência de quedas com cuidados simples como: promoção da saúde e prevenção de quedas, modificações no ambiente domiciliar, promoção da segurança no domicílio e fora dele (Aguiar et al., 2021), pois alterações no domicílio o tornem um ambiente mais saudável e seguro, facilitando a deambulação do idoso e desta forma diminuindo o risco de quedas (Marinho et al., 2020). 

Há diversas condutas que podem e devem ser realizadas de modo preventivo com a pessoa idosa para compensar decréscimos em equilíbrio, coordenação e força, incluindo-se em indicar a utilização de dispositivos auxiliares da marcha ou dispositivos de mobilidade adequado (Peres, 2018). 

Com isso, deve-se considerar também a fisioterapia preventiva à terceira idade, pois fornece medidas como atividade física visando a estabilidade postural e ao equilíbrio que influenciam na marcha, como também na questão de orientações aos pacientes e familiares desta forma atenuando e evitando que a limitação funcional do idoso progrida e resulte em queda. (Souza et al., 2019). 

Dessa forma, o presente estudo se justifica por analisar os fatores mais incidentes de risco de quedas em idosos, onde a maioria dos estudos da área indicam que múltiplos fatores ocorrem em conjunto. Nesse contexto, é necessário identificá-los, pois servirá como base para medidas de prevenção com ênfase em intervenções fisioterapêuticas e consequentemente apresentar uma reflexão sobre este, visto que é um evento recorrente e um problema de saúde pública. 

O objetivo geral deste estudo é verificar quais os fatores de risco de quedas na população idosa. Apresentando os seguintes objetivos específicos: descrever o ambiente mais propenso a quedas, identificar intervenções eficazes para prevenção de quedas em idosos e analisar a relevância do uso de dispositivos auxiliares para evitar as quedas.

2 MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. O estudo foi realizado por meio de busca eletrônica, utilizando-se os artigos indexados dos últimos 05 (cinco) anos, (2018 a 2023). A obtenção dos dados ocorreu através de buscas processadas por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo as mais utilizadas as seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library

Online (Scielo), National Library of Medicine (PubMed), Revista de Saúde Pública (RSP), Brazilian Journal of Development (BJD), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Journal of Exercise Rehabilitation (JER). Os critérios de inclusão estabelecidos para a seleção dos artigos foram: ser artigo original, ter sido publicado no período supracitado nos idiomas português e inglês, ter disponibilidade eletrônica na forma de texto completo. Foram excluídos: artigos que não discorriam sobre a temática, ou prevalência em apenas um gênero e estudos repetitivos em uma ou mais bases de dados. A análise dos dados para esse estudo foi obtida no período de agosto a setembro de 2023. Em seguida todos os estudos foram lidos na íntegra. Para a busca dos artigos foram utilizadas cinco palavras-chaves indexadas nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): população idosa, acidentes por queda, fatores de risco, perfil de saúde, fisioterapia, e realizadas todas as possibilidades de cruzamento entre os descritores selecionados. Após a leitura na íntegra de cada um dos artigos, foi preenchido um instrumento, elaborado pelos autores contendo: identificação do artigo, ano, tipo de estudo, objetivo, metodologia empregada e resultados dos estudos.

3 RESULTADOS

A seleção dos artigos que foram utilizados nesta revisão se deu a partir de uma leitura na íntegra conforme o seguinte fluxograma do estudo (Figura 1). Foram analisados 20 artigos sobre o tema de acordo com as bases de dados escolhidas. Posteriormente foram excluídos 13artigos de acordo com os critérios de exclusão adotados no presente trabalho.  Dessa forma, restaram 7 artigos condizentes com a temática do estudo e que cumpriram os parâmetros préestabelecidos para análise e discussão dos resultados, como mostra a Figura 1.

Figura 1 – Fluxograma

Fonte: Autoria Própria

Para analisar os sete artigos selecionados, criou-se um quadro para a coleta e síntese dos dados obtidos, com o objetivo de organizar de forma estruturada as informações coletadas e elaborar um banco de dados. Na Tabela 01, os artigos foram agrupados seguindo um roteiro estruturado, com as seguintes informações: autor/ano, tipo de estudo, objetivo, metodologia e principais resultados. 

Tabela 1: Análise dos estudos de acordo com Autor, Ano, Tipo de Estudo, Objetivo, Metodologia e Resultados.

Fonte: Pesquisa – Fatores associados a quedas em idosos.

AUTOR/ ANOTIPO DE ESTUDOOBJETIVOMETODOLOGIARESULTADOS
Siqueira et al., (2023).Estudo TransversalAvaliar os pacientes hospitalizados quanto ao risco de quedas.Estudo realizado por meio da aplicação de escala de Morse e registros de prontuários. Realizou-se estatísticas descritivas e Teste de Qui-quadrado de PearsonObservou-se um risco moderado a alto para quedas nos pacientes hospitalizados, o que aponta para a necessidade de implementação de políticas de segurança do paciente para garantir a qualidade de assistência.
Neiva e Moreira, (2022).Estudo ObservacionalAveriguar a prevalência de determinados fatores de risco de quedas em idosos da comunidade, acolhidos na APS e sua associação com o alto risco intrínseco.Estudo foi realizado com idoso atendidos na UBS DR. Milton Lopes, Imperatriz/MA. A coleta de dados foi instrumental, utilizando-se a Escala de Downton modificada, associada a um instrumento semiestruturado, as variáveis foram associadas pelo teste de Qui- quadrado de Pearson ou pelo teste exato de Fischer.Os principais fatores elencados neste estudo com forte associação ao alto risco de quedas em idosos, forma a maioria na questão da presença de déficit sensorial, seguido por uso de medicamentos e por fim histórico de quedas.
Duarte et al., (2020).Relato de ExperiênciaRelatar a experiência de acadêmicos de Fisioterapia inseridos no Programa de Educação pelo trabalho para a Saúde (PET – Saúde/Gradua SUS) em uma ação educativa acerca da importância da prevenção de quedas em idosos.Ação realizada com 10 participantes do gênero feminino, que participaram de atividades voltadas ao tema da prevenção de quedas em idososA ação promovida, além do caráter preventivo, visa abordar a construção da identidade dos futuros fisioterapeutas através das ações de extensão, fazendo a ligação entre a academia e o saber consensual da população assistida
Souza et al., (2019).Levantamento BibliográficoIdentificar o fator de envelhecimento na humanidade, os fatores de risco na queda em idosos e considerar informações sobre o papel desempenhado da fisioterapia no tratamento de pacientes sênior que sofreram com lesões causadas por quedas.Utilização das bases de dados Scielo, PubMed e Redalic no período de 2007 a 2017, identificando artigos sobre a atuação e a eficácia do fisioterapeuta na cura das doenças causadas por quedas em idosos.Foi relatado neste estudo que a fisioterapia vem atuando na prevenção, promoção, manutenção e reabilitação de patologias que acometem o idoso, prolongando a independência funcional deste grupo.
Porto et al., (2019).Relato de Experiência  Discorrer sobre os prérequisitos para a prescrição de cada dispositivo (bengala e andador).Experiencia Adquirida do uso da DAM na Área de Fisioterapia em Gerontologia, no Centro de Reabilitação do Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, considerando as evidencias cientificas.Aprimorar a prática de prescrição do DAM e de educação do idoso, de seus familiares e cuidados, a fim de que sejam alcançados os benefícios do uso de um DAM e prevenidos os possíveis eventos adversos, como as quedas.
Ferreira et al., (2019).Estudo LongitudinalDeterminar a incidência e os fatores de risco relacionados a quedas recorrentes em idosos institucionalizados.Foram avaliados indivíduos com 60 anos ou mais residentes em 10 instituições de Longa Permanência para Idosos, que deambulassem a possuíssem capacidade cognitiva preservada.A queda recorrente é comum nas Instituições de Longa Permanência para Idosos e a fadiga representa fator de risco.
Peres, 2018Estudo TransversalAvaliar a percepção dos idosos em relação ao uso da bengala e relacioná-la com nível de atividade física, força de preensão manual e preocupação em cair.Aplicou-se o IPAQ, questionário para avaliação da percepção do uso dos DAM, seguidos pela avaliação antropométrico e da força de preensão manual para verificar a associação das variáveis utilizou-se os testes de Qui- Quadrado e teste de Cochran – Armitage.A maioria dos indivíduos apresentou uma percepção negativa em relação ao uso da bengala e grande preocupação em cair, embora seja elevado o histórico de quedas na população.

Fonte: Autoria Própria

4 DISCUSSÃO

Uma vez realizada a leitura e análise dos resultados dos artigos que compuseram a amostra final deste estudo, foi possível observar que a queda é considerada uma síndrome geriátrica, embora não seja uma consequência inevitável do envelhecimento. Segundo Ferreira et al., (2019) a queda na terceira idade tem causa multifatorial. Estudos ressaltam que a queda pode resultar de uma interação complexa entre fatores intrínsecos e extrínsecos, como afirma Duarte et al., (2020).

No estudo de Neiva e Moreira et al., (2022) entre os principais fatores intrínsecos de quedas, é o próprio histórico de quedas. Porto et al., (2019), corrobora e fala da importância de realizar a avaliação e intervenção domiciliar e educativa do idoso e seus familiares/cuidadores para prevenir acidentes com o dispositivo, é necessário orientar a remoção de obstáculos dentro e fora de casa. 

De acordo com Ferreira et al., (2019) as quedas ocorrem mais frequentemente no quarto, próximo à cama, provavelmente quando o idoso levanta e apresenta algum tipo de desequilíbrio, hipotensão postural ou a falta de estrutura física de muitos destes ambientes, os quais não dispõem de piso antiderrapante, barras de apoio e luz noturna. O autor cita que a incontinência urinária demonstrada como associada neste estudo reflete o número de vezes que o idoso levanta em direção ao banheiro, podendo neste percurso tropeçar e cair, principalmente à noite, quando a luminosidade é mais precária e a visão fica comprometida.

Dentre essas ocorrências, as quedas vêm sendo apontadas por diversos autores como importante iatrogenia, segundo Siqueira et al., (2023) esse incidente em pacientes hospitalizados está entre os principais eventos adversos a serem prevenidos nas instituições, sendo o quarto ou enfermaria o local mais comum para o evento, sendo ambientes de maior permanência do paciente ao longo de todo o período de hospitalização.  

De acordo com Duarte et al., (2020) os fatores são aqueles relacionados a condições modificáveis associado ao ambiente físico onde o indivíduo se encontra exemplo: piso escorregadio, tapetes soltos, objetos em áreas de circulação, ausências de barras de apoio e corrimãos, entre outros.

Segundo Neiva e Moreira (2022), o próprio envelhecimento proporciona

alterações nos diversos sistemas biológicos, acarretando perda de equilíbrio, alterações em massas ósseas e muscular, declínio dos reflexos e da coordenação motora, déficits sensoriais, sedentarismo, tudo isso favorecendo o acontecimento de quedas.  

Segundo Souza et al., (2019), as atividades físicas devem ser realizadas regularmente, visando a estabilidade postural e o equilíbrio que influenciam a marcha. Para prevenir quedas o fisioterapeuta pode realizar atividades de transferência de peso, treino de marcha e circuitos com obstáculos, fortalecimento de membros superiores e tronco. Exercícios terapêuticos na água (hidroterapia) melhora a funcionalidade do idoso gerando mais força, ganho da amplitude de movimento, relaxamento e diminuição do quadro álgico, melhora confiança e da capacidade funcional; prevenção de quedas juntamente com caminhadas na piscina, exercícios de fortalecimento e alongamento muscular e atividades para treinamento do equilíbrio postural. 

Conforme Peres (2018), entre as diversas condutas que podem e devem ser realizadas com os idosos, inclui-se a indicação, de modo preventivo, do uso de um dispositivo de auxílio à marcha adequado. Há evidências de que o uso de dispositivos de mobilidade tem aumentado ao longo das últimas décadas, sendo a bengala o dispositivo mais utilizado, o que pode ser atribuído à facilidade em aprender a usar, ao menor custo e facilidade de transporte. Existe, por outro lado, resistência entre os idosos na adesão ao uso da bengala ou outros dispositivos de marcha. Os idosos muitas vezes associam o uso do dispositivo com imagem da deterioração do estado de saúde e sentimento de vergonha.

  Ainda segundo Peres (2018), o uso da bengala aumenta a independência durante a deambulação, sendo a bengala indicada para melhorar a postura e equilíbrio em indivíduos inseguros e com redução de mobilidade. Porto compara a bengala e o andador, e declara que a bengala não prove um grau de estabilidade para os idosos que apresentam medo de cair, diferente do andador. Porém, o risco de quedas quando se utiliza um andador de forma inadequada é cerca de sete vezes maior quando comparado ao uso inadequado da bengala. Nos resultados da sua pesquisa, em relação ao histórico de quedas, menos da metade dos entrevistados responderam ter caído no último ano, sendo a média de 2 vezes ao ano, a grande maioria estando na rua, casa, calçada e banheiro. Por fim, em relação a fraturas, sendo o braço o local acometido com maior frequência. 

Conforme Porto et al., (2019), a indicação de um dispositivo auxiliar à marcha deve ser realizada de forma sistemática e criteriosa para que os riscos de eventos adversos relacionados a seu uso sejam reduzidos. O que ocorre frequentemente é a utilização indevida de um dispositivo auxiliar à marcha por parte dos idosos, sem orientação (como pegar emprestado com vizinhos ou parentes), sem treino de marcha e acompanhamento. Apesar de políticas voltadas para dispositivos auxiliares à marcha como medida preventiva, o ideal é que o idoso que necessite de um dispositivo auxiliar à marcha, consulte um fisioterapeuta para realizar uma avaliação abrangente a fim de que seja prescrito o melhor dispositivo para cada caso, de acordo com as condições fisiológicas e ambientais do idoso, a qual é necessário promover a adaptação ao ambiente.

4 CONCLUSÃO

Esta revisão de literatura levou à conclusão de que os fatores de riscos de quedas na população idosa são multifatoriais, podendo ser extrínsecos – condições ambientais ou ainda intrínsecos – condições orgânicas. Dentre os fatores de risco ambientais identificados destacamse moradias inadequadas, onde apresentam superfícies escorregadias, tapetes soltos, degraus altos ou estreitos, falta de corrimões e também na questão de roupas e sapatos inadequados. Além disso, foram encontrados na maioria dos artigos os seguintes aspectos de risco patológico: idade avançada, sexo feminino, sedentarismo, alterações cognitivas, hospitalização, alterações no sistema musculoesquelético, uso de fármacos, história prévia de quedas, fatores esses que reduzem a capacidade funcional do idoso e a perda da independência. 

E pelos dados analisados deste estudo a maior parte das quedas ocorre dentro do próprio domicílio, sendo o local de maior prevalência no quarto seguido pelo banheiro. 

Diante do exposto, é de suma importância e de grande valia intervenções não só individuais, mas também comunitárias. Dentre eles podemos destacar a orientação quanto as mudanças necessárias para a saúde e principalmente segurança do idoso em sua residência, a prática de exercício físico de forma adequada e orientada, realizar ações educativas de caráter preventivo tanto para o idoso quanto para os seus familiares. 

Dentre as medidas preventivas sobre o risco de queda incluem a indicação de um dispositivo auxiliar de marcha, e que deve ser realizada de forma criteriosa visando a diminuição dos eventos adversos relacionados a seu uso sejam reduzidos. Entretanto o uso dos dispositivos auxiliares de marcha se mostrou eficiente somente em algumas situações. A primeira situação é relacionada ao seu mau uso ou uso de maneira incorreta ocasionado pela falta de orientação ou prescrição correta do dispositivo por um profissional. Outra situação, é referente à segurança do ambiente em que vive e transita, onde o idoso irá utilizar o dispositivo. Caso não seja feita uma intervenção sobre os riscos de um ambiente favorável à queda com o dispositivo aos familiares e ao próprio idoso, o seu uso acaba sendo prejudicial. Caso as duas situações sejam respeitadas, o uso dos dispositivos é visto de forma benéfica ao idoso.

5 REFERÊNCIAS

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[1] Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.

[2] Orientadora, Especialista em Fisioterapia Neurofuncional, Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE. Endereço: Av. Joaquim Nabuco, 1232, Centro | Manaus | AM | CEP: 69020-030 | (92) 3212-5000.