TRATAMENTO IMUNOLÓGICO OFF LABEL EM MULHERES APÓS ABORTOS DE REPETIÇÃO

OFF LABEL IMMUNE TREATMENT IN WOMEN AFTER REPEATED ABORTIONS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10193266


Alan Carlos Lorenzi¹
Simone Cristina Rodrigues Valcarenghi¹
Carin Pensin 2
Naiara Stefanello 3


RESUMO

O sistema imunológico é um dos mais importantes para a sobrevivência humana, pois é este que impede que agentes infectantes acometam nosso organismo, sendo eles externos ou internos. Porém o organismo feminino, durante a gestação, passa por várias alterações, e o sistema imune precisa passar por várias adaptações, pois a criança a ser gerada carrega 50% de genes paternos, dessa forma, pode ser reconhecido como patógeno pelas células de defesa da mãe. Os abortos e abortos recorrentes, por se tratar de algo comum e atingir várias mulheres, têm se tornado alvo de vários estudos para a compreensão dos mecanismos que podem interferir na gestação. Com base nestas informações, este estudo buscou verificar a possível eficácia do Lipofundin após tratamento medicamentoso para a regulação de algumas células imunes e citocinas, que estão diretamente ligadas a gestação, e assim corroborar com outros estudos e também fornecer conhecimento para a população em geral. Para realização deste trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos referentes ao assunto, sendo estes acessados de forma gratuita, nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa no período de março a novembro de 2023. Além disso, utilizou-se artigos recente e de cunho inovador, sendo estes com menos de dez anos de publicação. Após a realização de toda a revisão bibliográfica, verificou-se a utilização deste tratamento que se mostrou eficaz.

Palavras-chave: emulsão lipídica, supressão de células NK, abortos de repetição

1. INTRODUÇÃO

A gravidez é um processo complexo que envolve adaptações fisiológicas, imunológicas e hormonais. Durante esse período, o sistema imunológico da mulher passa por diversas modificações para evitar a rejeição do feto em desenvolvimento. Estudos mostram que as células Natural Killer (NK) são cruciais para a manutenção da gravidez (MOFFETT & COLUCCI, 2014).

As células NK uterinas são um subconjunto de células NK que estão presentes no endométrio e na decídua. Essas células são consideradas importantes na promoção da tolerância materno-fetal. Estudos recentes também mostram que a presença de células NK uterinas é essencial para a implantação do embrião (HANNA et al., 2006).

Além disso, as células NK uterinas interagem com outras células imunes presentes na decídua, como macrófagos e células dendríticas, regulando a resposta imune local (MOFFETT & COLUCCI, 2014). Essa interação pode ser fundamental para prevenir o aborto espontâneo e outras complicações obstétricas.

Apesar do papel crucial das células NK uterinas na manutenção da gravidez, um desenvolvimento inadequado dessas células pode levar a complicações. 7

Estudos mostram que defeitos nessas células, denominadas dNK, está associada a abortos espontâneos e pré-eclâmpsia (BACHMAYER et al. 2006). Por outro lado, um aumento no número de células NK uterinas pode estar relacionado a condições como endometriose (HANNA et al., 2006).

Como objetivo este trabalho, buscou investigar a eficácia do medicamento Lipofundin, em sua ação off label, no tratamento de mulheres grávidas que sofrem com abortos recorrentes devido a quantidade exacerbada de células NK durante o período gestacional. E como objetivos específicos, descreveu-se o sistema imune na gestação em relação ao aborto, elencou-se os mediadores químicos da inflamação (citocinas) que influenciam na gestação e no aborto relacionados com as células NK e macrófagos, relacionou-se o uso off label do Lipofundin para a ação imune dos mediadores químicos da gestação.

Diante disso, é importante a busca por entender o papel das células NK uterinas durante a gravidez e como sua função pode ser influenciada por diversos fatores. Neste contexto, a revisão bibliográfica apresentada neste artigo visa contribuir para a compreensão das modificações imunológicas durante a gravidez, destacando o papel crucial das células NK uterinas e suas possíveis consequências quando há um desenvolvimento desordenado dessas células.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

Durante a gestação ocorrem mudanças significativas no sistema imunológico da mulher para garantir a tolerância imunológica ao feto em desenvolvimento. Essas mudanças envolvem uma complexa rede de interações entre células imunes maternas e fetais, além de componentes do tecido uterino, como a decídua e o trofoblasto (SARGENT et al., 2006).

A decídua é um tecido especializado do endométrio que envolve o embrião e o feto durante a gestação. É composta por uma camada de células estromais, que secretam citocinas e quimiocinas, e por células imunes, como células NK, células dendríticas, macrófagos e linfócitos T (SARGENT et al., 2006).

Uma característica importante da gravidez é a expressão do antígeno leucocitário humano não clássico HLA-G que se caracteriza pela exposição materna a antígenos de origem paterna. Estudos experimentais revelaram a presença de Ag HLA-G em placenta e em citotrofoblasto extraviloso, em maior intensidade no primeiro trimestre, com decréscimo decrescendo no transcorrer do período gestacional (PANDEY, THAKUR, AGRAWAL, 2004; HUNT et al, 2005; HVIID, 2006).

Os antígenos citados acima são antígenos de membrana que têm a função de promover a interação com diferentes tipos celulares e, consequentemente, determinam e coordenam a modulação do padrão de citocinas e fatores de crescimento produzidos, inibição da atividade lítica de células NK, a apresentação de peptídeos virais para células T e ainda, influenciam o processo de apoptose de células T ativadas. Desta forma, os Ag HLA-G desempenham papel central no desencadeamento e mantimento de tolerância imunológica materno-fetal e na proteção contra infecções (HUNT et al, 2005; HVIID, 2006).

Em contrapartida, intercorrências obstétricas que podem ser desde falhas de implantação, aborto espontâneo de repetição (AER) e até mesmo, pré-eclâmpsia podem estar associados a ausência ou expressão reduzida deste antígeno (HVIID, 2006).

As células NK desempenham um papel fundamental na manutenção da tolerância imunológica materno-fetal, pois são responsáveis por reconhecer e destruir células infectadas por vírus e bactérias, bem como células tumorais e células fetais que não estão se desenvolvendo corretamente. No entanto, durante a gravidez, as células NK também são responsáveis por produzir citocinas e fatores de crescimento que ajudam a promover o crescimento e a diferenciação do trofoblasto e a manter a tolerância imunológica materno-fetal (HANNA et al., 2019).

Existem duas subpopulações de células NK durante a gestação: as células NK periféricas e as células NK uterinas. As células NK periféricas são células NK convencionais presentes na circulação sanguínea, enquanto as células NK uterinas são uma subpopulação de células NK que se diferenciam durante a gravidez e se localizam na decídua. Essas células possuem características distintas das células NK periféricas, incluindo um perfil de citocinas e receptores de superfície celular que as tornam mais propensas a promover a tolerância materno-fetal (HANNA et al., 2019).

As células NK uterinas são ativadas por receptores de citocinas, como o receptor de interleucina-15 (IL-15), presente nas células trofoblásticas, e o receptor de interleucina-12 (IL-12), presente nas células dendríticas da decídua. Essas células NK uterinas produzem citocinas que influenciam a proliferação e diferenciação de células trofoblásticas, como a interleucina-10 (IL-10), que promove a proliferação de células trofoblásticas, e a interleucina-8 (IL-8), que estimula a migração de células trofoblásticas (HANNA et al., 2019).

As células NK uterinas interagem com células dendríticas decíduas, células T reguladoras e macrófagos, promovendo um ambiente imunológico favorável à gestação (Lash et al., 2010).

2.1. PAPEL DAS CÉLULAS NK NA GRAVIDEZ

2.1.1. FECUNDAÇÃO

Os primeiros sinais de resposta imune já podem ser sentidos desde o primeiro contato do espermatozóide com a mucosa vaginal. É feita por meio da comunicação de linfócitos presentes na superfície da mucosa, com outros, encontrados no espaço subepitelial. (DE SOUZA, VOLTARELLI, FERRIANI, 1997). Os linfócitos desta forma se ativam por antígenos proporcionados por macrófagos, no endométrio e endocérvix e células de Langerhans na vagina e ectocérvix (KOBAYASHI et al, 2002).

É no endométrio que está presente grande concentração de macrófagos, regulada por hormônios ovarianos. O aumento em 50% destas células presentes na região funcional próxima à área de implantação é resultado dos fatores de crescimento uterino estimulados pelo estrógeno (IETTA et al, 2002).

Após a implantação, os macrófagos aumentam em número e se redistribuem pela decídua, migrando para outras áreas. O início da quimiotaxia dos macrófagos se dá a resposta inflamatória induzida pela invasão do epitélio uterino pelo blastocisto, pelos níveis elevados de hormônios esteroides femininos e pelo aumento das concentrações de CSF-1, GM-CSF, TNF-α e IL-6. Espontaneamente macrófagos útero – placentários produzem IL-1, TNF- α e fatores imunossupressores como a progesterona (IETTA et al, 2002).

O início do processo de implantação do embrião acontece por volta de seis a sete dias após a fertilização. As citocinas são os mediadores imunológicos que são em parte responsáveis pela interação blastocisto-endométrio. O que parece ser fundamental para a implantação e expressão no endométrio materno, são pelo menos três citocinas: o fator estimulador de colônias (CFS 1), o fator inibidor de leucemia (LIF) e a interleucina 1 (IL1) (SOUZA, VOLTARELLI, FERRIANI, 1997).

2.1.2. CITOCINAS E A GESTAÇÃO

Citocinas provenientes do complexo feto-placenta estão envolvidas em todas as etapas do processo de reprodução. Influenciam o desenvolvimento dos gametas, a implantação, a evolução da gestação e, finalmente, o desencadeamento e o próprio trabalho de parto (CHOUDURY; KNAPP, 2001, PICCINNI, 2007). As citocinas compõem uma rede intrincada e interagem entre si exercendo múltiplos efeitos que dependendo das condições podem favorecer ou prejudicar o desenvolvimento da gestação (DAHER; MATTAR, 2009).

Diversas são as fontes dos mediadores no trato reprodutivo tais como, células de origem materna e fetal, células do sistema imune, células epiteliais uterinas, trofoblásticas e deciduais (DAHER; MATTAR, 2009).

As limitações decorrentes da própria condição dificultam e até impedem a avaliação de mediadores fisiológicos da gestação em humanos. Para contribuírem com pesquisas e descobertas, estudos realizados em modelos animais foram fundamentais para o direcionamento das investigações na área de Imunologia da Reprodução (DAHER; MATTAR, 2009).

A primeira teoria para tentar explicar a participação das citocinas na gestação surgiu a partir de Wegmann e colaboradores (1993). De acordo com os autores, as citocinas de perfil Th1 exercem efeito deletério, induzindo a reação inflamatória e a necrose placentária. Em contrapartida, as citocinas Th2 são benéficas para a gestação, promovendo a proliferação e diferenciação de células trofoblásticas e a placentação, assim como, desempenham um papel protetor sobre a unidade feto- placentária e inibem a produção de citocinas do tipo Th1. Baseando-se nessa teoria, o sucesso gestacional está associado ao desenvolvimento preferencial de perfil Th2.

Segundo Chaouat (2007) dando continuidade às investigações se verificou que esta proposição se mostrou muito restrita, e assim está sendo progressivamente reformulada.

A inclusão de muitas outras citocinas e mediadores na rede de interação materno-fetal é um dos aspectos principais a ser discutido no contexto geral. Entre estes, destaca-se o LIF (Leukemia Inhibitor Factor) fator essencial para a implantação, que modula a formação e diferenciação do blastocisto/trofoblasto (LAIRD et al, 2003; PICCINNI, 2007).

A caracterização do perfil imunológico da relação materno-fetal é outra questão importante. Diversos estudos demonstram que o padrão de citocinas é variável ao longo da gestação e que os efeitos observados dependem da concentração, da dose e do período (DAHER et al, 1999).

O fator de necrose tumoral (TNF) produzido no aparelho reprodutor feminino parece ser importante para a manutenção e diferenciação placentária, para o desenvolvimento embrionário e para a parturição. Em contrapartida, a TNF-α pode promover trombose, impedindo a irrigação necessária para o desenvolvimento fetal e causar até necrose do embrião (PICCINNI, 2007).

Pesquisas demonstram que o Interferon gamma (IFNγ), ainda é um paradigma para a resposta da Th1 é elemento fundamental nas etapas iniciais favorecendo a reação inflamatória viabilizar a nidação (implantação) do blastocisto (CHAOUAT, 2007). Em conjunto com IL-12, IL-15 e IL–18 produzidas por células NK, o IFNγ tem ação determinante sobre a angiogênese e o processo de invasão trofoblástica (ASHKAR et al, 2003).

A ação sinérgica da IL-12 com a IL-18 é crítica para que haja indução de resposta imune de padrão Th1, e a produção equilibrada de ambas deve ser essencial para a evolução da gestação. IL-18 está presente na interface materno-fetal, sendo constitutivamente expressa na decídua e córion humano. Durante a gestação sua produção é aumenta, atingindo valores máximos no momento do parto (CHAOUAT et al, 2003; SAKAI, 2004).

O equilíbrio da resposta imune materna, com controle dos mecanismos inflamatórios depende de IL-10 e do fator de transformação e crescimento (TGF-β).

Encontrado no líquido seminal, TGF-β direciona todo processo de fecundação e implantação, sendo produzido precocemente na interface materno-fetal pelo embrião e pela decídua. É responsável pela adesão das células trofoblásticas à matriz extracelular, influenciando a implantação e o desenvolvimento placentário e fetal. Considera-se que TGF-β é fundamental para indução e manutenção da imunotolerância ao concepto (ROBERTSON et al, 2002).

O papel de TGF-β é ainda mais amplo, incluindo sua atuação na indução de células T reguladoras (CD4+CD25) e Th17. A subpopulação celular Th17, recentemente descrita, caracteriza-se pela produção de IL-6 e IL-17 e por sua participação na mediação da angiogênese e da inflamação (ALUVIHARE; KALLIKOURDIS; BETZ, 2004).

2.1.3. PROGESTERONA – O HORMÔNIO DA GRAVIDEZ

A progesterona tem sido chamada de “hormônio da gravidez”, devido ao seu papel na implantação e no desenvolvimento do endométrio. A progesterona exerce um papel determinante sobre a resposta imune materna, podendo alterar o prognóstico gestacional e ainda possui efeitos sobre a diferenciação e proliferação das células endometriais uterinas (SZEKERES-BARTHO et al, 2005).

A progesterona influencia a resposta imunológica induzindo a ativação preferencial de células Th2. Na presença deste hormônio, os linfócitos periféricos de gestantes saudáveis produzem uma proteína mediadora chamada fator bloqueador induzido pela progesterona (PIBF). Este mediador exerce funções imunomodulatórias, além de favorecer a secreção de citocinas tipo Th2, como IL-3, IL-4 e IL-10, enquanto inibe as citocinas Th1, como o interferon (IFN) (SZEKERES-BARTHO et al, 2005).

2.2. ABORTO E ABORTOS DE REPETIÇÃO

Uma ocorrência frequente na vida reprodutiva dos casais é o aborto. É considerado recorrente o aborto espontâneo de três ou mais perdas espontâneas e sucessivas de gestações até vinte semanas, situação que ocorre em 1% a 2% das mulheres em idade reprodutiva. Dentre os fatores associados à sua causa estão: genéticos, anatômicos, hormonais, infecciosos, imunológicos e outros (CAETANO et al.,2006)

Sempre que se inicia os estudos sobre o aborto, o fator genético é o primeiro a ser investigado. Neste caso investiga-se a genética do casal que pode estar associado a ocorrência do abortamento e sua posterior repetição. As anomalias cromossômicas são as responsáveis por 50% a 60% dos abortos espontâneos nas primeiras 12 semanas gestacionais (primeiro trimestre), sendo as numéricas as mais frequente como exemplo: 50% a 60% trissomias, 20% a 25% de poliploidias e 15% a 25% de monossomias do cromossomo X (GLASS; GOLBUS, 1978).

Segundo Glass e Golbus (1978), quando ocorre um aborto por trissomia no cariótipo do feto há chance aumentada de uma nova trissomia em gravidez próximas, por isso deve ser avaliado o cariótipo anormal no produto do primeiro aborto, devido ser indicativo em 80% de cromossomopatia na próxima gestação, enquanto resultado normal no primeiro aborto esta chance reduz em 50 % em gestação subsequente. Outra sugestão é a realização de amniocentese para diagnóstico pré-natal em gestantes com antecedentes de cariótipo anormal em gestações anteriores.

Nas alterações cromossômicas são as trissomias e as translocações, que também são as uma forma cromossômica forma de defeito do genoma, as mais comumente relacionadas ao aborto. Mas ainda existem outras (VIEIRA; FERRARI, 2011; ROUKOS; BURMAN; MISTELI, 2013).

Atualmente, evidencias substancias sugerem, embora controversa, que antígenos leucocitários humanos (HLA), anticorpos antiespermáticos, integrinas, fator inibidor de leucemia (LIF), citocinas, anticorpos antifosfolípidioes, fatores de adesão endometrial, mucinas (MUC1) e as células uterine Naturalis Killer (uNK) contribuem para a falha reprodutiva isso se corrobora por serem os fatores imunológicos os mais estudados (CAETANO et al.,2006; CHOUDURY; KNAPP, 2001).

Já em contrapartida são poucos os dados que podem comprovar o papel dos anticorpos antitrofoblásticos, anticorpos antiendométrio, células T, células NK periféricas, anticorpos anti-HLA, anticorpos bloqueadores e células supressoras no aborto. Isso se dá devido às pesquisas detalhadas sobre os fatores imunológicos envolvidos na falha reprodutiva terem sido estudados tradicionalmente usando ensaios para anticorpos e/ou antígenos, demonstrarem resultados conflitantes em humanos (CHOUDURY; KNAPP, 2001).

Outra questão relacionada aos abortamentos é que a imunologia materna e fetal também é difícil de investigar em humanos. Por essas razões, os ensaios moleculares podem servir como uma alternativa valiosa para investigar como o sistema imunológico afeta o resultado reprodutivo (CHOUDURY; KNAPP, 2001).

Existem abortos de cunho biológico relacionados à anatomia da mulher que são os casos de úteros didelfo, uma má-formação uterina em que não ocorre a fusão dos ductos Mullerianos. Essa anomalia é caracterizada pela duplicação do útero com dois colos com uma trompa para cada útero (FUKUNAGA et al, 2017).

As portadoras desta anomalia além de sofrerem com desconfortos ginecológicos como: amenorreia, dispareunia e dismenorreia, ainda no período gestacional estão suscetíveis a abortos espontâneos, prematuridade, crescimento intrauterino restrito e maior taxa de partos cesarianas (HEINONEN, 2000; PROPST et al, 2000; KUPESIC, 2001; REZAI et al, 2015).

No âmbito psicológico, quando há interrupção de uma gestação pela perda do bebê, um luto é vivenciado pela mãe e pela família. A morte do feto é vista como a de “um bebê”, “um filho” e está associada também à perda de um projeto de vida, planos feitos pelo casal (DEFEY et al., 1992, apud FREITAS et al. 2017). Além disso, o fato de a gestação ser frequentemente vivida como um momento de plenitude pode aumentar os riscos para efeitos traumáticos quando da ocorrência da perda (IACONELLI, 2007).

Inúmeros são os casos de abortamentos existentes e em muitos deles não se consegue estudar a causa, nestes casos a ajuda psicológica é de extrema importância para estes casais (DEFEY et al., 1992, apud FREITAS et al. 2017, IACONELLI, 2007).

2.3. LIPOFUNDIN

Lipofundin® MCT/LCT 20% (óleo de soja + triglicerídeos de cadeia média). A quantidade de 100 mL da solução contém: óleo de soja (triglicerídeos de cadeia de longa) 10,0 g, triglicerídeos de cadeia média 10,0 g, excipientes (*) q.s.p. 100 mL. (*) Excipientes: lecitina de ovo, glicerol, oleato de sódio, α-tocoferol e água para njetáveis (LIPOFUNDIN, 2020). A administração é por via intravenosa em uma solução de 400 mL de solução salina em aproximadamente de 125 mL/h a 250 mL/h com auxílio da bomba de infusão dependendo da prescrição (LIPOFUNDIN, 2020).

Entretanto o CLA (ácido linoleico conjugado) presente no Lipofundin desempenha atividades anti-inflamatória e imunoreguladora que podem estar diretamente ligadas às células de interesse do nosso trabalho (LOSCHER et al, 2005; REYNOLDS; ROCHE, 2010)

Atuando no fenômeno de implantação do blastocisto, o Fator de Necrose Tumoral (TNF)-α, a Interleucina (IL)- 1β e a IL-6 são algumas das citocinas fundamentais no início da gestação e de maneira adversa, nas perdas de primeiro trimestre (ORSI; TRIBE, 2008; HUA et al, 2013).

Schiessel (2011) demonstrou que o alfa-ácido linolênico (ALA) in vitro aumentou a fagocitose e a produção de ânion superóxido em macrófagos e neutrófilos. Em linfócitos do mesentério menor, o ALA promoveu proliferação celular e aumento da subpopulação de linfócitos CD8+. A produção das citocinas TNF- e IL-6 foram reduzidas com o tratamento do ALA em neutrófilos e macrófagos quando estes foram submetidos ao tratamento com lipopolissacarideo em cultura celular.

2.3.1. ATIVIDADE DO LIPOFUNDIN

Estudos in vitro e in vivo demonstram que a nutrição parenteral 20% (emulsão de gordura i.v.) apresenta capacidade para suprimir atividade citotóxica natural anormal das células Natural Killer periféricas de mulheres com falhas reprodutivas recorrentes (ROUSSEV; NG; COULAM, 2007).

2.4. MEDICAMENTO OFF LABEL

O medicamento para ter seu registro aprovado por um órgão regulador, necessita cumprir com todas as etapas para registro junto a este órgão. Uma das etapas principais seria a comprovação de segurança e eficácia para delimitação de uso e tratamento para a patologia a ser descrita em bula – Label (SILVEIRA, 2019).

Segundo a Anvisa (2005), o uso off label é definido como a indicação de medicamento de maneira distinta daquela autorizada pelo órgão regulador de medicamentos em um país e para os quais não existem bases científicas adequadas.

Contudo quando um profissional médico decide por um tratamento em que a indicação não consta em bula, a esta situação dá-se o nome de uso off label e este é considerado um ato médico (SILVEIRA, 2019).

2.4.1. USO DE MEDICAMENTO OFF LABEL

O uso de medicamento off label está relacionado à indicação terapêutica não descrita em bula em relação à dose, faixa etária, via de administração, contraindicação, e frequência de uso (DA SILVA PAULA et al., 2014).

Prescrever medicamentos off label é legalmente autorizado, contanto que não haja promoção e propaganda pelos laboratórios detentores de registro, a propaganda só pode ocorrer caso a indicação esteja constando na bula (FUGH-BERMAN, 2008)

Por que utilizar uma nutrição parenteral à base de lipídeos para auxiliar pacientes gestantes ou com intenção de engravidar? Um estudo realizado em mulheres com 30 anos de idade ou mais detectou que falha na fase reprodutiva é um sério problema. Essas mulheres quando grávidas perderam seus embriões tanto com gravidez natural quanto com gravidez assistida, devido a uma anormalidade cromossômica (ROUSSEV et al, 2008).

O estudo demonstrou que 78% das mulheres mostraram supressão das NKa (célula Natural Killer periférica) na primeira semana após a administração da suspensão parenteral (ROUSSEV et al, 2008).

Por isso o interesse neste relato de caso e/ou pesquisa bibliográfica despertou tanto interesse principalmente na área farmacêutica, visto que estudos em áreas multidisciplinares despertaram a curiosidade acadêmica para novas descobertas.

3. METODOLOGIA

Este estudo consiste em revisão bibliográfica realizada a partir de consultas em bases de dados eletrônicas, incluindo PubMed, Scopus, Google acadêmico, Scielo e Web of Science.

Serão utilizados os termos de busca “imunologia da gestação”, “abortos de repetição”, “células Natural Killer”, “citocinas Th1 e Th2”, “TNF alfa”, “ácido linoleico conjugado”, “alfa-ácido linoleico”, “emulsão lipídica e supressão de células NK”, “aborto espontâneo de repetição genético”, “sistema imunológico da mulher grávida” aborto espontâneo de repetição imunológico”, aborto espontâneo de repetição psicológico” e “imunidade materna”. A busca foi restrita a artigos publicados em inglês, português e espanhol.

Os artigos selecionados abordaram a imunologia da mulher durante o período pré-gestacional e gestacional, incluindo os aspectos fisiológicos e imunológicos da gestação, as adaptações imunológicas necessárias para manter a tolerância materno-fetal, bem como as alterações na resposta imunológica materna e fetal em diferentes estágios gestacionais.

Estes artigos foram analisados quanto à relevância, originalidade e qualidade, e utilizados para embasar a fundamentação teórica e a discussão dos resultados.

A partir da revisão bibliográfica, foram identificados os principais tópicos relacionados à imunologia da mulher embasando foram apresentados na seção de fundamentação teórica deste estudo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

Esta revisão bibliográfica apresentou resultado satisfatório, pois segundo Roumen et al, 2008, em estudo realizado com 50 mulheres com teste de NKa anormal recebendo infusões intralipídicas conseguiram apresentar o resultado abaixo:

Tabela 1: Resultados da utilização do medicamento em mulheres gestantes

Total (nº)Percentual (%)Resultado
3978supressão de NKa dentro da faixa normal na primeira semana após a infusão
11*22supressão, mas ainda acima do limiar normal

Fonte: Os Autores, 2023
*Estas pacientes receberam a segunda infusão 2–3 semanas depois.

Em 10 pacientes, a atividade de Nka foi normalizada na semana seguinte. Em 04 pacientes foram administradas três infusões intralipídicas em períodos de 2 semanas entre e após a terceira infusão, e todos apresentaram atividade normal de NKa. Em 47 pacientes o efeito supressor da emulsão após a normalização de NKa durou entre 6 e 9 semanas, em 02 pacientes esse benefício durou 5 semanas e em 01 paciente o efeito foi de 4 semanas.

Além disto, Canella et al, 2020, afirmam também que a infusão de emulsão de lipídios, o Lipofundin, é um medicamento promissor para o tratamento de mulheres que sofrem com o aborto recorrente devido a alterações do sistema imunológico. Dizem ainda, que é necessário mais estudos para o esclarecimento do funcionamento do Lipofundin para a normalização da quantidade e funcionalidade das células NK e demais citocinas envolvidas.

5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados positivos apresentados pelos autores nesta revisão bibliográfica, o Liponfundin mostrou-se como mais uma possibilidade de indicação médica para tratamento de maneira off-label na modulação da atividade anormal de células NK em mulheres com falha reprodutiva e aborto recorrente. No entanto, é importante enfatizar que essa descoberta está em fase inicial e, portanto, é fundamental conduzir pesquisas adicionais para validar sua eficácia e segurança nesse contexto específico.

Avançar no entendimento das células NK uterinas, não apenas oferece mais conhecimento referente as causas de complicações gestacionais, mas também abre caminho para o desenvolvimento de abordagens terapêuticas inovadoras. Esse progresso contínuo não apenas beneficia as mães e os bebês diretamente envolvidos, mas também contribui para a evolução da medicina em geral. A pesquisa obstétrica e imunológica está intrinsecamente ligada ao avanço da saúde pública, à medida que procuramos melhorar as taxas de sucesso de gravidez e reduzir as complicações que afetam tantas famílias em todo o mundo. Nesse sentido, o presente estudo se insere em um contexto mais amplo de busca por soluções inovadoras e eficazes para melhorar a saúde materno fetal.

REFERÊNCIAS

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ALUVIHARE, Varuna R.; KALLIKOURDIS, Marinos; BETZ, Alexander G. Regulatory T cells mediate maternal tolerance to the fetus. Nature immunology, v. 5, n. 3, p. 266-271, 2004. Acesso em: 28 mar 2023

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1 Discente do Curso Superior de Farmácia do Centro Universitário da União das Américas – Uniamérica Campus Biopark e-mail: alan.lorenzi89@gmail.com e simonecristina.rodrigues@gmail.com

2 Docente do Curso Superior de Farmácia do Centro Universitário da União das Américas – Uniamérica Campus Biopark Mestre em Farmacologia (UFPR) e-mail: carin.pensin@bpkedu.com.br

3 Docente do Curso Superior de Farmácia da Faculdade Biopark Campus Biopark Doutora em Ciências Biológicas – Bioquímica Toxicológica (UFSM) e-mail: naiarabioquimica@gmail.com