A MUSICOTERAPIA E SEU EFEITO NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA

MUSIC THERAPY AND ITS EFFECT ON THE TREATMENT OF CHILDREN WITH AUTISM SPECTRUM DISORDER

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10185628


Amanda Estefani Ramos Klaus
Gabriel Dalla Mikhail
Karine Macena de Oliveira
Anne Caroline Dias Neves


RESUMO

A musicoterapia é uma prática de tratamento complementar que tem ajudado a amenizar os sintomas clínico de alguns transtornos, como por exemplo o autismo. Objetivo: Demonstrar a eficácia do tratamento de crianças com transtorno do espectro autista (TEA), através da musicoterapia. Resultados: Nesta pesquisa foram utilizados 19 artigos publicados entre 2013 a 2023, onde demonstram diferentes experiências de crianças portadoras do TEA no tratamento com a musicoterapia. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) norte americano, em 2022, uma em cada trinta e seis crianças de 8 anos são portadoras do TEA (2,8% daquela população), registrando um aumento de 22% em relação ao ano de 2021. No Brasil seriam cerca de 5.095.000 casos. A musicoterapia é uma mistura de arte, saúde e neurociência, que oferece uma forma de comunicação não verbal, ajudando aqueles com dificuldade na expressão verbal a se comunicarem, visto que crianças portadoras do TEA apresentam tais dificuldades. A musicoterapia age no córtex auditivo processando estímulos musicais de forma a desenvolver objetivos essenciais, como a fala, e promovendo o desenvolvimento da linguagem, expressão e habilidades sociais importantes, que ajudará na evolução clínica. Conclusão: Conclui-se que, a musicoterapia vem apresentando melhora significativa nos âmbitos clínicos de crianças portadoras de TEA. Agindo principalmente na comunicação verbal e não-verbal e no crescimento emocional, cognitivo e social desta população.

Palavras-Chave: musicoterapia, transtorno do espectro autista, desenvolvimento.

1. INTRODUÇÃO

A musicoterapia surgiu como uma terapia complementar, cuja abordagem é de forma não invasiva e segura que pode ser facilmente adaptada às necessidades individuais de cada paciente, que tem sido cada vez mais utilizada para diversas patologias, inclusive enfermidades que afetam o sistema nervoso como por exemplo o Transtorno do Espectro Autista (Arruda et al, 2019).

A música abrange vários tipos de reações, onde o corpo responde de forma sensorial, hormonal, fisio motora e psicológica (cf. Bergold; Alvim, 2009, p. 535). Está associada à promoção da harmonia psíquica com a capacidade de proporcionar a própria revelação e conhecimento de si através de processos terapêuticos (cf. Sousa, 2005, p. 121). Então a musicoterapia é considerada um potencializador de cura, onde provoca alterações emocionais e fisiológicas no organismo (cf. Leinig, 1977, p. 19).

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com a edição mais recente do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) da American Psychiatric Association et al (2014), pode ser definido como um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos. Esse transtorno foi classificado como um espectro devido sua forma de apresentação clínica, no qual os sintomas podem variar entre as crianças, com sintomas leves ou até mesmo mais graves, assim como apresentar variações na mesma pessoa só que em períodos de desenvolvimento diferentes (Silva; Moura, 2021. p.2).

Segundo dados publicados pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) “o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) atinge de 1% a 2% da população mundial e, no Brasil, aproximadamente dois milhões de pessoas”. Esse número vem crescendo de forma significativa nos últimos anos, assim como os estudos destinados a compreender o autismo. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo fazer uma revisão na literatura científica e evidenciar os pontos positivos e negativos que a musicoterapia trouxe no tratamento de crianças com transtorno de espectro autista.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3. Musicoterapia

A palavra música tem origem “do grego μουσική τέχνη – musiké téchne, a arte das musas”. É uma junção de sons e silêncio que ordenadamente formam a melodia. Ela apresenta variações e pode ser organizada metodicamente ou aleatoriamente, variando também de acordo com a cultura de cada país no contexto social e histórico de modo individual ou coletivo. A música tem sido utilizada não só como forma de linguagem e expressão, mas também como estratégia de terapia em várias áreas da saúde envolvendo dimensões de cunho reflexivo-afetivo (Wazlawick et al, 2007; Barcellos; Santos, 2021).

A musicoterapia surgiu no século XX após a segunda guerra mundial, onde os músicos da época começaram a tocar instrumentos em hospitais para amenizar a dor e trazer mais tranquilidade aos feridos de guerra. Os médicos e enfermeiros passaram a observar que os soldados feridos, quando em contato com as apresentações musicais em seu leito, apresentavam uma recuperação mais satisfatória. Desde então esta técnica tem sido estudada, aperfeiçoada e cada vez mais utilizada no âmbito de saúde para promover uma melhora na qualidade de vida dos pacientes (Barcellos; Santos, 2021).

Ibiapina et al (2022) relatou em seus estudos que a musicoterapia promoveu o alívio do estresse e da ansiedade causada por transtornos mentais, diminuindo sintomas como insônia, agitação, irritabilidade e tensão muscular resultando no aumento da sensação de bem-estar e melhora na qualidade de vida de idosos. Os sintomas associados ao estresse no qual o sistema nervoso simpático está estimulado, também foi relatado por Magalhães et al (2021) em crianças com o transtorno do espectro autista.

De acordo com a National Association of Music Therapy (NAMT), a musicoterapia começou a ser aplicada como meio de tratamento do transtorno do espectro autista em crianças por volta de 1940. A partir de então, a NAMT passou a apoiar essa técnica como forma de tratamento alternativo, enfatizando que a musicoterapia trabalha com vários sentidos e sistemas ao mesmo tempo e que permite que as crianças que apresentam mais dificuldades de interação social, passe a melhorar a percepção do meio em que está inserida e também desenvolver a socialização ao se auto expressar (Corte, 2009).

Do ponto de vista psicológico, Silva e Moura (2021, p.3) descreve que a musicoterapia tem um papel muito importante na reabilitação neurológica, mostrando evidência de que os componentes da música tais como ritmo, melodia, harmonia, timbre, forma e dinâmica podem estimular os processos cognitivos, afetivos e sensório motores permitindo assim alterações no comportamento de pacientes autistas tais como a melhora na comunicação e na socialização.

Transtorno do Espectro Autista

O transtorno do Espectro Autista foi primeiramente relatado por Leo Kanner em 1943, ao acompanhar um paciente chamado Donald Triplett o qual a partir de dois anos de idade começou a apresentar déficits de desenvolvimento caracterizado pela falta de interesse em pessoas e objetos ao seu redor, apresentou agressividade quando a rotina era alterada ou interrompida, problemas com respostas as tentativas afetivas e crescente isolamento (Bialer; Voltolini, 2022).

Segundo o American Psychiatric Association et al (2014), os principais critérios de diagnósticos do TEA, são: “a inabilidade persistente na comunicação social, manifestada em déficits na reciprocidade emocional e nos comportamentos não verbais de comunicação usuais para a interação social; padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividade, manifestados por movimentos, falas e manipulação de objetos de forma repetitiva e/ou estereotipada, insistência na rotina, rituais verbais ou não verbais, inflexibilidade a mudanças, padrões rígidos de comportamento e pensamento; interesses restritos e fixos com intensidade; hiper ou hipo atividade a estímulos sensoriais” (Silva; Moura, 2021. p.2).

Estudos apontam que uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo autista é conseguir se encaixar na sociedade, devido suas limitações psicossociais no qual o mesmo vive em um mundo mais introspectivo. Dessa forma o comportamento do autista se torna diferente das demais pessoas que não tem o autismo, criando assim uma dificuldade de socialização. Lidar com pessoas autistas se torna um desafio, e aprender a forma como o autista se vê no mundo e proporcionar uma forma como ele consiga se adaptar é o principal objetivo do uso da musicoterapia (Silva; Moura, 2021. p.9).

4. METODOLOGIA

Para a construção desta revisão integrativa, foi utilizada a seguinte estratégia: seleção da hipótese e objetivos da revisão integrativa; estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão do estudo (seleção da amostragem); extração das informações dos artigos selecionados; análise dos resultados; discussão e apresentação dos resultados. As perguntas norteadoras que guiaram essa revisão foram: quais os efeitos da musicoterapia em crianças com transtorno do espectro autismo? Quais seus benefícios?

Para a seleção dos artigos foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados de 2013 a 2023, artigos publicados na íntegra, de acesso completo e gratuito, nos idiomas português ou inglês; artigos que descreveu: os benefícios que a musicoterapia trouxe como tratamento do TEA, como diagnosticar o TEA, qual a diferença entre uma criança com TEA que teve a musicoterapia como tratamento com outra que não teve o contato, os efeitos da musicoterapia improvisacional como tratamento, e seus efeitos na interação social. Visando ampliar o âmbito da pesquisa, e evitar distorções, para obter mais evidências, a busca dos artigos incluiu relato de casos. Quanto aos critérios de exclusão: artigos incompletos, artigos pagos e artigos em duplicidade.

A pesquisa foi realizada com base no Scielo (Scientific Eletronic Library Online), Brazilian Journal of Music Therapy, Health Sciences, Repositório Científico Lusófona, Revista Interdisciplinar do Pensamento Científico, utilizando os descritores em saúde (DeCS) e suas combinações em inglês e português: “A musicoterapia e seus benefícios” (“Music therapy and its benefits”), “Crianças com transtorno do espectro autista (TEA) e a musicoterapia” (“Children with autism spectrum disorder (ASD) and music therapy), “Musicoterapia como tratamento para crianças com TEA” (“Music therapy as a treatment for children with ASD”). A busca foi feita por acesso on-line e obedecendo os critérios de inclusão, previamente estabelecidos para manter a coerência nas informações e evitar possíveis erros de busca de artigos.

Para prover a dinâmica de seleção das informações extraídas de cada artigo, foi criado um instrumento de coleta de dados em planilha de Excel, para a categorização dos artigos de acordo com: nome do artigo, revista, descrição dos resultados, autores e ano de publicação. Após a seleção dos artigos e de acordo com os critérios estabelecidos, foi realizada a leitura exploratória e coletadas as informações supracitadas.

Após a análise exploratória e extração das informações, os resultados e a discussão foi feita de forma descritiva, possibilitando o leitor conhecer mais a respeito dos efeitos da musicoterapia como tratamento em crianças com TEA.

Esta pesquisa não envolve participação direta de seres humanos, pois utiliza dados secundários, artigos publicados em bases de dados, portanto é dispensado da análise pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP).Como não envolve participação direta de seres humanos, não traz riscos de forma direta. Entretanto, podemos citar como risco a divulgação de informações confusas e/ou inverídicas obtidas a partir de conclusões equivocadas dessa pesquisa.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A busca nas bases de dados supracitada resultou no achado total de 52 artigos. Esses 52 artigos passaram por leitura exploratória, sendo selecionados 17 artigos que passaram pelos critérios de inclusão e exclusão. O quadro abaixo, mostra a descrição dos artigos analisados.

ArtigosRevistaDescrição dos resultadosAutoresANO
A Musicoterapia e o Transtorno do Espectro do Autismo: uma abordagem informada pelas neurociências para a prática clínica.Per Musi – Revista Acadêmica de MúsicaO artigo apresentado, mostra uma fundamentação nas neurociências para uma prática clínica com o uso da musicoterapia, buscando o foco na melhora da comunicação não-verbal e da interação social de crianças e adolescentes com TEA.Sampaio, R.T. Loureiro, C.M.V. Gomes, C.M.A.2015
As relações dos efeitos terapêuticos da Musicoterapia Improvisacional e o desenvolvimento musical de crianças com autismoRevista NupeartEste artigo é uma pesquisa realizada com 25 crianças que passaram por tratamento de Musicoterapia Improvisacional, com o intuito de evidenciar a influência do desenvolvimento musical no desenvolvimento global de crianças com autismo. A pesquisa direciona os parâmetros da educação musical especial com a musicoterapia, visando uma melhor qualidade de vida social e na área da saúde.Freire, M.H. Fonseca, M.B.P.2015
Avaliação da sincronia rítmica em crianças com transtorno do espectro do autismo em atendimento musicoterapêuticoRepositório Institucional da Universidade Federal de Minas Gerais
O objetivo desta pesquisa foi o desenvolvimento do Protocolo de Avaliação da Sincronia Rítmica em Musicoterapia (PSic) e a realização de estudos iniciais de confiabilidade, de validade estrutural e de aplicabilidade ao contexto clínico.Sampaio, R. T.2015
Do silêncio ao som: a musicoterapia no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro AutistaUNIJUÍ, universidade regionalO estudo apresentado é uma pesquisa bibliográfica a partir de autores clássicos e contemporâneos, com a intenção de demonstrar de que forma a música pode contribuir no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista, principalmente, relacionada à comunicação.Dornelles, L.L.E.2017
Eficácia da Musicoterapia Improvisacional Músico Centrada no tratamento de crianças pré-escolares no Espectro do Autismo: um estudo controladoBrazilian Journal of Music TherapyEste artigo é uma pesquisa realizada com 45 crianças autistas de 2 a 6 anos. As crianças foram separadas em 3 grupos e avaliadas de acordo com as metodologia aplicada para elas em um determinado período de tempo. Com isso, os resultados do grupo que teve a musicoterapia central e focada, tiveram uma boa melhora no desempenho social e na comunicação.Freire, M. H. André, A.M.B. Sampaio, R.T. Kummer, A. M.2022
Estudo sobre musicoterapia e a interação social de indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo: um olhar sobre a literaturaRevista Brasileira de MusicoterapiaO tratamento do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) considera fatores como diferenças de idade, grau de comprometimento, comorbidades, situação sociofamiliar e saúde. Este estudo abordou as temáticas: TEA e interação social, associando-as à musicoterapia, como uma forma de tratamento a indivíduos com esse diagnóstico.Santos, K. D. Eliamar,A. B. Fleury22017
Intervenção de musicoterapia em crianças com perturbações do espectro do autismoFundação Minerva – Cultura, Ensino e Investigação Científica; Universidades Lusíada.O artigo apresentado descreveu a os resultados da aplicação da musicoterapia em crianças com perturbações do espectro autista, no qual avaliou-se a comunicação não verbal que contribuiu para o desenvolvimento holístico da criança autista.Garcia, F. N.2020
Music therapy intervention in the vital signs of children with autistic spectrum disorder: Pilot studyHealth SciencesO artigo apresentado tem como metodologia a pesquisa de campo voltada para a avaliação dos sinais vitais de crianças com TEA no decorrer da aplicação da musicoterapia, estudo piloto experimental de intervenção musicoterapêutica.
Magalhães, J. M. Batista, P. V. S. Emília, E. A. S.2021
Musicoterapia na interação social de pessoas com TEARevista InCantareEsse estudo abrange a musicoterapia como uma forma de tratamento a indivíduos com diagnóstico de TEA, a fim de oferecer conhecimentos que incentivem o desenvolvimento de estudos sobre o indivíduo autista na fase adulta.Fleury, E.A.B. Santos, K.D.2016
Musicoterapia, autismo e escala de comunicabilidade musical: um estudo de casoBrazilian Journal of Music TherapyEste artigo através da Escala Nordoff Robbins de Comunicabilidade Musical, auxiliou na avaliação do paciente, sendo possível comparar a comunicação musical e não musical, o que permitiu inferir que houve um considerável aumento na expressividade de acordo com a avaliação do domínio de comunicação musical vocal.
André,A.M.B Loureiro, C.M.V
2017
Musicoterapia, Autismo e Son-Rise: um estudo exploratório através de entrevistaRevista InCantareEste estudo descreve que apesar da musicoterapia ser uma terapia lúdica que possui técnicas específicas, não exclui o prazer e a diversão, e aplicada juntamente com o Son-Rise, não gera nenhuma forma de exclusividade em se tratando dos resultados das melhorias observadas nos pacientes que passam por ela.Hanna, E. Monticelli, A.2016
O desenvolvimento musical de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo em Musicoterapia: revisão de literatura e relato de casoDossiê Psicologia da MúsicaO presente artigo de revisão tem a finalidade de compreender o desenvolvimento cognitivo-musical de crianças com TEA, tendo em vista que os ganhos terapêuticos das crianças com TEA que passam por processo musicoterapêutico podem caminhar lado a lado com o desenvolvimento musical da criança.

Estanislau, G. Freire, M. Martelli,J. Parizzi, B.
2018
Efeitos da Musicoterapia Improvisacional no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro do AutismoRepositório Institucional da Universidade Federal de Minas Gerais
O presente trabalho descreve que a musicoterapia improvisacional foi positiva nos pacientes que a utilizaram, tendo ganhos que aparecem tanto nos aspectos da saúde da criança, como na musicoterapêutico. Além disso, a depressão, o estresse parental e a qualidade de vida dos pais começam a se relacionar positivamente com a gravidade de TEA.Freire, M. H.2014
Os benefícios da musicoterapia para o desenvolvimento da criança com Transtorno de Espectro AutistaAprendizagens e políticas de inclusão educacionalO estudo descreve os benefícios da musicoterapia para comunidade autista, não apenas em uma especificidade, mas a necessidade individual de cada um.Lira, M.RN. Nunes, H.P.2021
Musicoterapia no tratamento do autismo: quais são os benefícios?Brazilian Journal of Health ReviewO presente artigo descreve uma revisão de literatura, a qual relata os benefícios da musicoterapia em alguns casos, descrevendo melhora da concentração, na interação e comunicação, fomentando assim as áreas relacionadas à memória, linguagem, emocionalidade e ao comportamento.Almeida, K.L. Carvalho, J.R. Flach, M.R.T.V. Melo, T.G. Memória, J. M. L., Santos, E.R. Santos, J. A.2022
Os efeitos da musicoterapia em pacientes com TEPRevista Interdisciplinar do Pensamento Científico
O presente estudo teve como objetivo avaliar oferecer ganhos nas habilidades de comunicação de pacientes portadores do Transtorno do Espectro Autista.
Carm, C.F. Herdy, A.M.2016
Os efeitos psicofisiológicos da musicoterapia no tratamento de criança com transtorno do espectro autistaCaderno de Graduação – Ciências Biológicas e da Saúde – UNITDe acordo com a pesquisa realizada, a música se apresenta como um eficiente recurso para o tratamento de pessoas de diversas idades e de ambos os sexos, em crianças com TEA percebeu-se que a musicoterapia pode ser considerada um elo entre a criança e o mundo que a cerca, possibilitando que esta desenvolva maior interesse pelo outro.
Brêda, M.M. Fermosel, A. F. O Lima, A. O. Lopes, A. A.
2019

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que não é degenerativa e tem início precoce. Defeitos na interação social, mudanças significativas na comunicação verbal e não verbal e padrões de comportamento limitados ou estereotipados são alguns dos sinais e sintomas que ajudam no processo de diagnóstico que é essencialmente clínico. Além das mudanças na tríade autística clássica (interação, comunicação e comportamento), pelo menos 60 a 70% das pessoas com autismo infantil típico têm déficit intelectual. Além disso, há relatos de deficiências no desenvolvimento motor, nas funções executivas e em partes específicas dos processos de comunicação como por exemplo na fala. Cerca de 71% das pessoas com TEA têm comorbidade com transtorno mental, sendo que cerca de 41% das pessoas com TEA apresentaram dois ou mais transtornos associados como: transtorno depressivo, transtorno de ansiedade, fobias, TDAH, dentre outros (WORLEY, MATSON, 2011).

Sobre a etiologia do TEA, uma variedade de alterações no sistema nervoso central que podem explicar o autismo ou, pelo menos, uma parte das alterações significativas nas interações sociais, comportamento e comunicação. Por exemplo, a análise de comportamentos em pessoas com TEA em comparação com adultos com lesões corticais adquiridas sugeriu que algumas regiões do sistema nervoso, como o giro cíngulo, a área entorrinal, a área perineal, o giro para-hipocampal, as regiões subicular e pré-subicular, podem sofrer alterações fisiológicas ou anatômicas. Já examinando os problemas da teoria da mente em pessoas com TEA, ela sugere que o corpo amigdalóide, os lobos temporais e o córtex órbito-frontal sofrem alterações durante o desenvolvimento. Embora muitas pessoas com TEA apresentam anormalidades neurobiológicas, não significa que tenha-se encontrado a causa propriamente dita (SCHWARTZMAN, J.; ARAÚJO, C., 2011).

O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) geralmente ocorre nos primeiros anos de vida, porém, a Lei Nº 13.438, de 26 de abril de 2017, estabelece a obrigação do Sistema Único de Saúde (SUS) de realizar procedimentos para identificar aspectos de risco para o desenvolvimento psíquico de crianças a partir dos dezoito meses de idade. A lei pressupõe que estimular a criança o mais cedo possível resulta em melhores desdobramentos no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo e socioadaptativo (Sociedade brasileira de pediatria, 2017). Apesar de o autismo ser um transtorno do desenvolvimento tipicamente diagnosticado na infância, é importante ressaltar que as mudanças significativas nos sintomas autísticos ao longo da vida podem ter impactos significativos no indivíduo quando este atinge a idade adulta. (Guerreiro, 2015, p.77).

A música é um fenômeno humano que pode ser encontrado em todas as culturas conhecidas e tem sido utilizada para várias finalidades, incluindo entretenimento, promoção de experiências estéticas, acalmar crianças tensas, promover a coesão social, ajudar na expressão da consciência social e de crenças religiosas, entre outras (GFELLER, 2008; KOELSCH, 2014). Estudos em neurociências mostram que os substratos biológicos inatos do ser humano permitem a percepção da música, isto é, o bebê tem a capacidade desde as primeiras semanas de vida de demonstram uma variedade de habilidades musicais, como uma percepção profunda de padrões rítmicos e alturas, localização da fonte sonora, preferência por consonância à dissonância e correspondência entre som e movimento (TREHUB,2005; ILARI, 2006). É importante destacar que, embora aparentemente exista um substrato neural inato para alguns processos de informações musicais, a própria prática musical modifica o cérebro em termos anatômicos e fisiológicos (TREHUB, 2005; PASCUAL-LEONE, 2009).

A musicoterapia é uma mistura de arte, saúde e neurociência, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das habilidades sociais e emocionais de uma criança com transtorno de espectro autista (TEA). Acredita-se que a música oferece uma forma de comunicação não verbal, ajudando aqueles com dificuldades na expressão verbal a se conectarem com os outros de maneira significativa, desse modo o processo terapêutico tem como foco as áreas da comunicação, expressão, aprendizado e a organização. Além disso, há várias formas de abordagem dentro da musicoterapia, por isso, mesmo o paciente tendo comprometimento de alto grau cognitivo e/ou motor, eles podem se beneficiar da música. (GATTINO, 2015)

Em pessoas com autismo é observado uma forte relação com a música. É considerado que o aspecto não-verbal da música serve como o principal meio de engajamento entre a pessoa com TEA e seu interlocutor, seja com música apenas instrumental ou com texto cantado ou narrado (ALVIN, 1978; BALL, 2004; BROWN, 1994; BROWNELL, 2002; BUDAY, 1995; EDGERTON, 1994; MALLOCH; TREVARTHEN, 2009; OLDFIELD, 2001; ROBARTS, 1996). A música instrumental e as canções são excelentes ferramentas para estudar as emoções, de acordo com muitos estudos de neurociência nas últimas décadas. Isso se deve ao fato de que não apenas são capazes de produzir respostas positiva e negativa, mas também porque essas respostas são consistentes entre diferentes culturas. Foram encontradas reações na região da amígdala, hipocampo, giro hipocampal, ínsula, lobo temporal e no estriado ventral com a música. Regiões essas que são afetadas pelo autismo (BRATTICO et al. 2011; FRITZ et al., 2009; GOSSELIN et al., 2007; GOSSELIN et al., 2011; KOELSCH et al., 2006; KOELSCH, 2011; MITTERSCHIFFTHALER et al., 2007; OMAR et al., 2011, SAMSON; EHRLE; BAULAC, 2001; WONG et al., 2012).

Há nas literaturas específicas da musicoterapia e das neurociências estudos que sugerem que a prática clínica musicoterapêutica pode promover melhora nas condições de saúde de pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (ALVIN (1978), BENENZON (1985), BRANDALISE (2001), CRAVEIRO DE SÁ (2003), FLEURY e PINHEIRO (2013). Dessa forma, quando o musicoterapeuta trabalha com crianças com TEA ou outros distúrbios do desenvolvimento, é comum que o mesmo convide o paciente a participar da experiência musical, criando, desconstruindo e reconstruindo um novo território musical com eles. Em situações como essa, o terapeuta age de maneira mais diretiva, chamando a atenção do paciente para o estímulo sonoro e mostrando-lhe como usá-lo para criar novos meios de comunicação. Quando o paciente responde ao convite para participar ativamente da experiência musical, o musicoterapeuta modifica sua produção musical para incluir o que ele está produzindo, respondendo, imitando, espelhando, enfatizando, desenvolvendo motivos musicais ou utilizando qualquer outra forma viável de reconhecimento, validação e interação musical.

Além do desenvolvimento das relações entre o paciente e o musicoterapeuta, as habilidades musicais e não musicais do paciente também se desenvolvem a partir do momento em que eles começam a coordenar ações musicais de forma consensual. Ao longo de todo o processo clínico do musicoterapeuta, este desenvolvimento ocorre repetidamente com a ajuda ou a indução do terapeuta e do paciente. Como resultado, a complexidade da produção musical entre o musicoterapeuta e o paciente vai aumentando gradualmente vindo a alcançar os objetivos clínicos específicos para cada caso. Dessa forma o musicoterapeuta trabalha pontos cruciais no processo de desenvolvimento cognitivo e social tais como a atenção, os sentimentos, a comunicação e o comportamento por meio de intervenções musicais e não musicais, como gestos e palavras. Um dos objetivos do atendimento a pessoas com TEA é evitar o ritualismo comum que as pessoas com TEA têm ao manipular objetos para promover a atenção compartilhada e promover processos de comunicação e interação social mais eficazes.

Vale ressaltar que para atuar na área da musicoterapia, é fundamental possuir formação em Musicoterapia, um curso de ensino superior que combina elementos da música e da neurociência, ademais outros profissionais já graduados podem buscar uma pós-graduação em musicoterapia, sendo direcionada principalmente a graduados nas áreas de saúde e música.

A musicoterapia possui a capacidade de criar uma ponte entre o silêncio interior muitas vezes experimentado por crianças com TEA e a expressão através do som, promovendo a comunicação, interação social, habilidades cognitivas e emocionais, além de fornecer uma via de auto expressão e descoberta sensorial, que pode ser particularmente benéfica para essa população. Há diferentes formas de abordagens e técnicas da musicoterapia específicas para o tratamento de crianças com TEA, o que enfatiza o seu potencial transformador na jornada de desenvolvimento dessas crianças. (Dornelles, L.L.E. 2017). No que diz respeito às intervenções da musicoterapia no contexto do autismo, há várias abordagens, incluindo a musicoterapia improvisacional, a musicoterapia Orff e o Modelo Campo do Trocar. Além disso, ele explora a musicoterapia neurológica, ressaltando técnicas específicas para melhorar a comunicação, a atenção, a percepção auditiva e a interação social das pessoas com TEA. Lembrando também da relação especial que muitos autistas têm com a música, atribuindo isso à diferença na estrutura cerebral e à afinidade com os padrões rítmicos repetitivos encontrados na música. (Autismoemdia.br 2021).

Sabe-se que o tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é altamente individualizado e varia dependendo de vários fatores, incluindo a idade do paciente, o grau de comprometimento, comorbidades, ambiente familiar, recursos disponíveis e o desenvolvimento da comunidade. O Ministério da Saúde destaca a importância de ampliar as habilidades sociais e de comunicação dos indivíduos com TEA, permitindo sua inserção em contextos diversos. Não existe uma abordagem única para o tratamento, pois ele deve se adaptar às necessidades de cada caso, resultando em uma variedade de abordagens disponíveis, como a Terapia Clínica de Base Psicanalítica, Análise do Comportamento Aplicada, Comunicação Suplementar e Alternativa, Integração Sensorial, entre outras. Além disso, as transformações ao longo da vida de uma pessoa com TEA requerem um acompanhamento contínuo e uma abordagem holística, envolvendo a família e a comunidade (Brasil, 2023 Ministério da Saúde). (Revista InCantare, Curitiba, v. 7, Fleury, E. A. B., Santos, K., D., ).

No que diz respeito às habilidades sociais, a interação social desempenha um papel crucial no desenvolvimento humano. A teoria histórico-cultural sugere que a interação social é fundamental para a compreensão do comportamento humano e para a formação da identidade individual. Diversas abordagens terapêuticas, como a Musicoterapia, são utilizadas para promover o desenvolvimento das habilidades sociais em indivíduos com TEA. A Musicoterapia envolve a improvisação musical e proporciona um meio de expressão e comunicação para pessoas com TEA, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades sociais, redução de comportamentos indesejados e melhora na qualidade de vida. (Revista InCantare, Curitiba, v. 7, Fleury, E. A. B., Santos, K., D., )

As técnicas musicoterapêuticas têm demonstrado um aparente sucesso no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) devido ao fascínio peculiar que a música exerce nessa população. Pesquisas apontam para o notável interesse que as pessoas com TEA têm pela música, podendo até mesmo possuir habilidades excepcionais na área musical, tornando-a uma “janela única” para o mundo do autismo, como sugerido por Molnar-Szakacs & Heaton. Além disso, a música desempenha um papel crucial na promoção da interação social, já que a participação em atividades musicais possibilita o convívio e a interação, contribuindo para o desenvolvimento da linguagem e das habilidades motoras. Essas descobertas sustentam a ideia de que a musicoterapia pode ser uma ferramenta valiosa para abordar desafios relacionados ao TEA.

Segundo Sampaio (2015), há uma forte relação entre crianças portadoras do TEA e a música. A eficácia dessa terapia em pacientes e seu consequente desenvolvimento, principalmente nas áreas de comunicação e interação social já foi bem estabelecida. Quanto ao programa Son-Rise, visa tratar crianças autistas com dificuldades de desenvolvimento similares, em que o relacionamento interpessoal do paciente é priorizado e, para isso, um estilo de interação e relacionamento é estabelecida – entre pais, terapeutas e paciente – para que, assim, torne-se um hábito prazeroso e espontâneo. Ambos, a musicoterapia e o Son-Rise, buscam desenvolver uma melhor qualidade de vida à criança.

A Musicoterapia Improvisacional, amplamente empregada em pesquisas relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), destaca-se como a abordagem mais próxima da prática clínica, por meio da experiência coativa da improvisação musical clínica, os indivíduos com TEA são estimulados a explorar instrumentos musicais e a utilizar a voz, geralmente de maneira lúdica. Esse processo proporciona um terreno fértil para a comunicação e a interação, conforme sugerido por Nordoff & Robbins. Além disso, estudos como os de Gattino, apontam para a melhoria da comunicação não verbal como um dos efeitos marcantes da Musicoterapia Improvisacional, enquanto outros mencionam benefícios adicionais, como o aprimoramento da atenção conjunta, da imitação e a redução de comportamentos indesejáveis, como o choro e as estereotipias vocais (Wigram & Gold, 2006; Kim et al., 2008; Kim et al., 2009). A rigorosidade na pesquisa, como demonstrada pelo protocolo de ensaio clínico desenvolvido por Geretsegger et al. (2012) para avaliar os efeitos da Musicoterapia Improvisacional, é essencial para a busca de evidências sólidas que fundamentam o uso dessa abordagem no tratamento do TEA e possibilitem sua replicação em estudos futuros.

O musicoterapeuta se baseia em quatro metodologias: audição e interpretação de música, execução ou re-criação de música, composição de música e improvisação. O paciente ouve a música durante a audição sonora e musical e responde à experiência de forma silenciosa, verbal ou de outra forma. O paciente executa, transforma e interpreta qualquer parte ou do todo de um modelo musical existente, com ou sem uma audiência, durante a execução ou reprodução. O terapeuta ajuda o paciente a escrever músicas, letras ou peças instrumentais ou produzir produtos musicais, como vídeos com música ou áudios. Por fim, durante a improvisação musical, o paciente canta ou toca, criando uma melodia ou ritmo, uma canção ou uma peça musical improvisada (BRUSCIA, 2000).

Foi observado que o córtex auditivo secundário, que é responsável pelo processamento da fala, é acometido e prejudicado nos indivíduos com autismo (2010 apud GONÇALVES, GARCIA e SAKAI, 2018). Como o córtex auditivo primário é ativado pela música nesses indivíduos, a musicoterapia pode ser usada para processar estímulos musicais de forma a desenvolver objetivos essenciais (como a fala) por outra via no cérebro e trabalhar importantes problemas (como desenvolver comunicação social em muitos casos de autismo), o córtex auditivo primário passa a realizar esse processamento da fala (2010 apud GONÇALVES, GARCIA e SAKAI, 2018). Dessa forma ao participar de atividades musicais em um ambiente terapêutico interacional, os indivíduos autistas terão a oportunidade de desenvolver e aperfeiçoar suas habilidades em conjunto, reprodução, correspondência mútua e substituição de papéis. Todas essas interações têm o potencial de promover o desenvolvimento da linguagem e habilidades que os ajudarão a se integrar em qualquer ambiente. Assim, a musicoterapia para crianças autistas tem sido uma maneira útil, eficaz e significativa de aumentar a qualidade de vida dessas crianças.

A partir da primeira infância , o desenvolvimento auditivo evidencia-se no gradual aprimoramento de localização de fontes sonoras, volume, timbres e intensidade. Nessa fase também, começam a tornar-se aparentes, gostos e preferências musicais. Ambas, música e linguagem, misturam-se na fase inicial da vida e tomam locais diferentes na percepção da criança quando esta passa a diferir o canto da fala. Processos de comunicação e emoção correlacionam-se com a música. Para Gerling e Santos (2015), às emoções breves e intensas se transformam na experiência musical, seja tocando/cantando (experiências ativas), seja ouvindo (experiências receptivas). Kratus (1993) sugere que a interpretação de emoção na música se fortaleça por volta dos seis anos de idade. Esse estudo analisou crianças de ambos os gêneros com idade de seis a doze anos e foi percebido que elas identificam melhor as emoções alegres e tristes, pois a competência de interpretação se deve à atividade rítmica e à métrica da música.(WERNER; VANDENBOS, 1993; apud ILARI, 2006).

Crianças e adolescentes portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA), apresentam limitações significativas no desenvolvimento da comunicação verbal e não-verbal – como contato visual, gestos e linguagem corporal. A música tem sido usada como terapia para facilitar hábitos de comunicação e geral interação social nesses indivíduos. O efeito positivo da musicoterapia em pacientes portadores do TEA em estudos prévios foi atribuída ao aumento da atenção e aperfeiçoamento de seu convívio e interação social.

No contexto educacional, a Musicoterapia desempenha um papel importante no apoio a indivíduos com TEA. Ela pode ser aplicada tanto em instituições de ensino regulares quanto em escolas de educação especial. A Musicoterapia ajuda a desenvolver habilidades cognitivas, motoras, sociais e emocionais, promovendo a integração social e a comunicação. Além disso, é fundamental que a população em geral, os profissionais e as instituições educacionais estejam cientes dos benefícios da Musicoterapia para indivíduos com TEA, pois isso pode promover uma melhor compreensão e aceitação dessas terapias como parte integrante do tratamento e desenvolvimento dessas pessoas. (ARTHUR, M.K, et al.)

6. CONCLUSÃO

Contextualizando percebe-se que a musicoterapia desempenha um papel notável no tratamento do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), contribuindo significativamente para o crescimento emocional, cognitivo e social das crianças autistas, abordando suas necessidades específicas. As crianças com TEA frequentemente enfrentam desafios únicos na forma como se relacionam com o mundo ao seu redor. A musicoterapia oferece um espaço para que essas crianças explorem e expressem suas emoções, ajudando a melhorar a regulação emocional. Além disso, as atividades musicais direcionadas podem estimular o desenvolvimento cognitivo, aprimorando habilidades como a memória, a linguagem e a atenção. No aspecto social, a musicoterapia promove interações positivas, desenvolvendo habilidades de comunicação e interação social, permitindo que as crianças com TEA se conectem mais efetivamente com o mundo ao seu redor. Portanto, a musicoterapia é uma intervenção terapêutica abrangente e personalizada que oferece um espaço valioso para as crianças com TEA explorarem seu potencial e superarem os desafios que enfrentam.

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