A ASSOCIAÇÃO ENTRE A EXPOSIÇÃO AOS AGROTÓXICOS E DESENVOLVIMENTO DE NEOPLASIAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10183083


Adriana Kuhn1
Ingrid Ferreira Costa2
Dayane Kelly Sabec Perreira3
Naiara Stefanello4


Resumo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), alguns agrotóxicos, como o glifosato, podem ser carcinogênicos para os seres humanos. Os estudos sugerem que os trabalhadores rurais que manipulam produtos agrotóxicos têm um risco aumentado de câncer, como linfoma não-Hodgkin, leucemia e câncer de pulmão. Além disso, as pessoas que vivem em áreas rurais onde os agrotóxicos são amplamente utilizados também podem ter um risco aumentado de câncer. Tendo em vista esses dados, o objetivo desse trabalho é delinear a relação entre o uso de agrotóxicos e quais as principais neoplasias desenvolvidas, por trabalhadores do setor agrícola, com base em estudos já publicados. As pesquisas destacam que certos agrotóxicos, principalmente herbicidas, inseticidas e fungicidas, estão mais intimamente ligados ao desenvolvimento de neoplasias. Os grupos químicos frequentemente associados incluem organofosforados, piretroides, organoclorados e tiocarbamatos. Resultados apontam para alterações hematológicas tanto em exposições crônicas quanto agudas, evidenciando a necessidade de um monitoramento mais efetivo. Em suma, a literatura reflete uma preocupação significativa com a relação entre o uso de agrotóxicos e o desenvolvimento de câncer, destacando a necessidade urgente de abordagens mais seguras na agricultura, regulamentações mais rígidas e maior conscientização para proteger a saúde humana e ambiental.

PALAVRAS-CHAVE: Câncer, Agroquímicos, riscos ocupacionais, revisão.

ABSTRACT

According to the World Health Organization (WHO), some pesticides, such as glyphosate, may be carcinogenic to humans. Studies suggest that farmworkers who handle pesticide products have an increased risk of cancers, such as non-Hodgkin’s lymphoma, leukemia and lung cancer. Additionally, people who live in rural areas where pesticides are widely used may also have an increased risk of cancer. Taking these data into account, the objective of this work is to outline the relationship between the use of pesticides and the main neoplasms developed by workers in the agricultural sector, based on previously published studies. Research highlights that certain pesticides, mainly herbicides, insecticides and fungicides, are more closely linked to the development of neoplasms. Frequently associated chemical groups include organophosphates, pyrethroids, organochlorines and thiocarbamates. Results point to hematological changes in both chronic and acute exposures, highlighting the need for more effective monitoring. In summary, the literature reflects significant concern about the relationship between pesticide use and the development of cancer, highlighting the urgent need for safer approaches to agriculture, stricter regulations, and greater awareness to protect human and environmental health.

KEYWORDS: Cancer, Agrochemicals, Agriculture.

1 INTRODUÇÃO

Os produtos agroquímicos são compostos sintéticos, empregados em grande escala na agropecuária, apresentando diferentes utilidades, tais como agrotóxicos, adubos químicos, fertilizantes, produtos veterinários e hormônios sintéticos, utilizados para conter ou eliminar pragas agrícolas, como insetos, fungos, roedores, ervas daninhas, entre outros, sendo definidos com substâncias químicas tóxicas prejudiciais à saúde humana e ambiental (NOGUEIRA; SZWARCWALD; DAMACENA, 2020).

          Dentre os principais insumos químicos utilizados na agricultura têm-se os agrotóxicos, que vem sendo utilizados em grande escala, principalmente pelos setores agrícolas, e assim sendo, a população acaba tendo um contato maior com esse tipo de produto. Ao longo dos anos, estudos demonstraram que possíveis agravos à saúde da população acontecem por meio da exposição aos agrotóxicos, no entanto existem pontos cruciais a serem observados como, o ingrediente ativo, a dose administrativa, via de penetração no organismo, tempo de exposição e a susceptibilidade individual (NOGUEIRA; SZWARCWALD; DAMACENA, 2020).

Atualmente, é sabido que a manipulação de agrotóxicos na lavoura tem se intensificando cada vez mais em consequência da excessiva produção agrícola no país devido à alta demanda de exportação. De acordo com o Ministério da agricultura e pecuária, em 2021 ocorreu a abertura de 69 mercados que começaram a consumir produtos agro brasileiro (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA, 2021). Todo esse desenvolvimento da agricultura desencadeou o crescimento da venda de agrotóxicos obtendo um crescimento de 21,21% em 2018 em comparação com o ano de 2017 (PVASPEA, 2023). Com o avanço da agricultura no Brasil e consequentemente o aumento do uso de agrotóxicos, torna a associação dessa prática com intoxicações agudas e crônicas ocasionadas pela exposição direta e indireta, inevitável, podendo ocorrer através das vias oral, respiratória e dérmica, sendo os agricultores os indivíduos mais afetados, devido ao maior contato e tempo de exposição (INCA, 2021).

Períodos longos de exposição e em quantidades pequenas podem, em longo prazo, acarretar em intoxicações crônicas, podendo causar danos irreversíveis ao sistema endócrino, neurológico, reprodutivo, imunológicos e demais tecidos do corpo. Os efeitos crônicos dos agrotóxicos são resultado de sua capacidade de se acumular no corpo humano ao longo do tempo, aumentando a exposição e os efeitos adversos à medida que o tempo passa. (AMBRÓSIO, 2012).

Os agrotóxicos possuem capacidade genotóxica, podendo interagir e causar danos ao material genético das células, causando mutações e outras alterações que afetam a expressão gênica, a replicação do DNA e outros processos importantes do organismo ocasionando uma série de problemas de saúde, incluindo câncer e outras doenças graves (LOPES, ALBUQUERQUE, 2018).

No entanto, somente os agrotóxicos, não apresentam completa responsabilidade pelo desenvolvimento de câncer, porém a exposição de forma prolongada a esses componentes tem-se o risco do aumento da produção de células cancerígenas, o que torna essas substâncias químicas uma das possíveis causas para o desenvolvimento das neoplasias (KOIFMAN, HATAGIMA; 2003).

Com isso podemos apontar que os trabalhadores agrícolas pertencem ao grupo ocupacional mais expostos aos agrotóxicos. A exposição direta da pele aos agrotóxicos ocorre durante a distribuição desses produtos químicos no ambiente. Além disso, os agricultores também podem entrar em contato com os agrotóxicos durante a formulação nos equipamentos agrícolas, na limpeza desses equipamentos, no trânsito de sementes impregnadas de agrotóxicos e na colheita de plantações previamente tratadas elevando a exposição a esses agentes potencialmente carcinogênico (MORAES, 2019).

Estudos apontam uma relação entre a associação a exposição ocupacional a agrotóxicos (MOURA et al., 2020; CHAGAS et al, 2013) e o aumento do risco de neoplasias pancreáticas. Por exemplo, em estudos nos Estados Unidos, foi encontrada uma maior frequência de controle do gene K-ras em indivíduos com níveis mais elevados de exposição a agrotóxicos organoclorados, como o diclorodifenil-dicloroethileno-DDE (um metabólito indicador da exposição pregressa ao diclorodipenil-tricloroetano-DDT). Outros estudos também relataram um aumento do risco de câncer de pâncreas em trabalhadores expostos a fungicidas e herbicidas (KOIFMAN; HATAGIMA, 2003).

Apesar da existência de uma variedade de tipos de câncer, todos eles têm em comum o início através do crescimento e multiplicação anormal e descontrolada das células, que surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma alteração no DNA da célula, que passa a receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em células normais, bem como em genes supressores de tumores (COSTA; MELLO; FRIEDRICH, 2017).

Inúmeros são os fatores que acabam contribuindo para o surgimento de mutações, incluindo hábitos alimentares, estilo de vida, ansiedade, estresse, imunidade, hormônios e condições ambientais. As condições ambientais, como a exposição a substâncias químicas tóxicas e à radiação, também podem aumentar o risco de câncer de pulmão e outros tipos de câncer (KERSUL, 2014).

A exposição aos agrotóxicos tem sido associada a alterações celulares e a um maior risco de desenvolvimento de diversos tipos de câncer, incluindo neoplasia cerebral, linfoma não-Hodgkin, melanoma cutâneo, câncer no sistema digestivo, sistema genital masculino e feminino, sistema urinário, sistema respiratório, câncer de mama e câncer de esôfago (SILVA, et al; 2016).

Um estudo realizado por Boccolini e colaboradores (2017), investigou a relação entre a exposição aos agrotóxicos e a mortalidade por Linfoma Não-Hodgkin (NHL) e encontrou uma associação positiva entre a mortalidade por Linfoma Não-Hodgkin em agricultores quando comparados ao grupo não exposto. No estudo conduzido por Rigotto e colaboradores (2013), também foi observada uma maior tendência anual de internações e óbitos relacionados a neoplasias, assim como óbitos fetais, em populações agrícolas que fazem uso intensivo de agrotóxicos, em comparação com a população envolvida na agricultura familiar.

Dentre as classes de agroquímicos utilizados no plantio de milho e soja destacam-se a atrazina pertence ao grupo das triazinas. As triazinas são conhecidas por apresentarem ação disruptiva do sistema endócrino, agindo assim nas atividades hormonais dos animais e seres humanos mesmo em doses extremamente baixas. A atrazina possui forte ligação com inflamação da próstata e atraso da puberdade (COSMANN; DRUNKLER; 2012).

Mesmo diante da evidente exposição a doenças relacionadas aos agrotóxicos, estudos revelam que muitos agricultores não têm consciência desse risco e ainda há uma escassez de práticas de segurança e saúde no trabalho. Frequentemente, os trabalhadores armazenam esses produtos químicos em casa, queimando ou enterrando as embalagens vazias dos agrotóxicos. Nesse contexto, é fundamental a realização de estudos que abordem a qualidade de vida dos trabalhadores rurais (LOPES, ALBUQUERQUE; 2018).

2  Materiais e Métodos

Essa é uma revisão integrativa da literatura que se concentra em estudos publicados sobre a relação entre a exposição a agrotóxicos e o desenvolvimento de neoplasias, com ênfase em agricultores, população rural, aplicadores de agrotóxicos e trabalhadores rurais. A pesquisa de artigos foi conduzida usando o banco de dados Medline/PubMed, SciELO, Portal Capes e Google Acadêmico, no período de agosto de 2023 a  outubro de 2023, com um total de 56 artigos encontrados A metodologia adotada foi de natureza qualitativa, caracterizada pela utilização de fundamentos teóricos e pela ausência de ferramentas estatísticas.

Após a realização de buscas com o objetivo de adquirir conhecimento sobre o desenvolvimento de neoplasias associadas ao uso de agrotóxicos, foi adotada uma abordagem de triagem inicial com base nos títulos e resumos dos artigos, a fim de identificar potenciais trabalhos de interesse. Estabeleceram-se critérios de inclusão que abrangiam textos que discutiam a relação entre o uso de agrotóxicos e a incidência de neoplasias. Das 56 publicações, incluindo artigos e dissertações que se referiam a determinados tipos de neoplasias associadas ao uso de agrotóxicos. Realizou-se um processo de refinamento para excluir publicações que não se adequavam aos critérios previamente estipulados. Como resultado desse processo, foram selecionados para este estudo 18 artigos que contribuíram para esta revisão.

3 RESULTADOS

Os agricultores estão expostos a uma variedade de riscos ocupacionais que podem aumentar sua suscetibilidade a certos tipos de câncer. No entanto, é importante observar que a incidência de câncer pode variar dependendo de diversos fatores, incluindo a região geográfica, práticas agrícolas, uso de equipamentos de proteção e outros fatores de estilo de vida e características biológicas individuais. A exposição crônica a agrotóxicos, resultante de uma prolongada exposição a doses baixas desses produtos, pode levar a efeitos adversos a longo prazo, como malformações congênitas, infertilidade e diversos tipos de câncer, incluindo leucemia, linfoma não-Hodgkin, mieloma múltiplo, sarcoma de tecidos moles, melanoma, e tumores de próstata, mama, cérebro e lábio (BOCCOLINI; 2010).

As intoxicações estão correlacionadas com a exposição contínua a agrotóxicos e a gravidade das intoxicações depende de diversos fatores, incluindo a taxa de absorção da substância, a duração da exposição, a toxicidade do agrotóxico e o tempo decorrido entre a intoxicação e a busca por atendimento médico. No contexto brasileiro, onde uma população substancialmente grande de trabalhadores está envolvida em atividades agrícolas, essa problemática não é singular. Contudo, os riscos e o alcance dos danos associados à exposição prolongada ou acumulativa a esses produtos químicos agrícolas nesse grupo de trabalhadores ainda são insuficientemente compreendidos (CARVALHO et al; 2022).

Os resultados dos artigos selecionados encontram-se a seguir:

  • O herbicida glifosato, assim como os inseticidas malationa e diazinona, recebeu a classificação de prováveis carcinógenos para humanos (Grupo 2A). Em uma categoria subsequente, o tetraclorvinfós e a parationa foram classificados como possíveis carcinógenos para humanos (Grupo 2B), fundamentados em evidências convincentes de que esses agentes provocam câncer em animais de laboratório. No caso do inseticida malationa, amplamente utilizado na agricultura e no controle de vetores, tanto no ambiente doméstico quanto por meio da aplicação de Ultrabaixo Volume (fumacê), foram identificadas evidências limitadas de carcinogenicidade em humanos, associadas ao desenvolvimento de Linfoma não Hodgkin (LNH) e câncer de próstata. Além disso, o malationa foi associado a danos cromossômicos, danos ao DNA e desregulação endócrina (SARPA; FRIEDRICH, 2022).
  • Quanto ao inseticida diazinona, foram encontradas evidências limitadas de carcinogenicidade em humanos, relacionadas ao desenvolvimento de LNH e câncer de pulmão, bem como evidências substanciais de danos cromossômicos e ao DNA. Os fatores que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de próstata incluem a idade, predisposição genética, obesidade e a exposição a substâncias como químicas, produtos derivados do petróleo, emissões de escapamento de veículos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, fuligem e dioxinas. Além disso, a exposição a diversos tipos de agrotóxicos também está associada a um aumento no risco de vários tipos de câncer, incluindo o câncer de próstata. No Brasil e nos Estados Unidos, muitos desses agrotóxicos ainda são amplamente utilizados, e as pessoas que lidam com esses produtos ou residem em áreas próximas aos locais de exposição enfrentam um maior risco de desenvolver neoplasias (VASCONCELOS et al., 2021).
  • O estudo realizado por Kucharski (2021) examinou o perfil dos pacientes da Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), situada no município de Santa Rosa, do Rio Grande do Sul, uma área caracterizada pelo elevado uso de agrotóxicos e classificada como a mais crítica do estado nesse aspecto. Entre as descobertas mais significativas, constatou-se que a categoria profissional que apresentou a maior incidência de câncer foi a de trabalhadores rurais do sexo masculino.
  • Em resultados encontrados por Correia (2023) foram coletados dados por meio de questionários, que incluíam descrições das tarefas desempenhadas e exposição a agrotóxicos. Foram consideradas variáveis como: sexo, idade, região, tabagismo e anos-maço de cigarros. Como resultado, concluiu-se que a exposição a herbicidas no cultivo da cana-de-açúcar estava associada a um aumento no risco de desenvolver câncer de pulmão.
  • De acordo com estudos realizados por Minichelli et al. (2023), pacientes com câncer de pulmão, que foram devidamente selecionados por gênero, faixa etária e localidade, preencheram um questionário, abordando informações pessoais e histórico de exposição aos agrotóxicos ao longo dos anos. Os resultados indicaram um aumento do risco de câncer de pulmão, especialmente entre os homens mais expostos, considerando a utilização de agrotóxicos na agricultura sem o uso de equipamentos de proteção individual.
  • O estudo conduzido por Cabréra et. al., (2022) englobou 147 casos de câncer de pulmão e 405 controles. Durante as entrevistas, foram coletados detalhes abrangentes sobre o histórico de tabagismo e ocupação por meio de questionários, os quais incluíram descrições detalhadas das tarefas desempenhadas e a exposição a substâncias específicas. Os resultados indicaram que a exposição a herbicidas durante o cultivo da cana-de-açúcar estava associada a um aumento significativo no risco de desenvolvimento de câncer de pulmão.
  • No estudo realizado por Santana et al. (2020) foram analisadas as relações entre o risco de câncer de bexiga e a exposição a pesticidas em trabalhadores agrícolas do sexo masculino, com uma investigação das possíveis interações entre essas exposições e os polimorfismos genéticos. Os resultados obtidos revelaram uma associação significativa entre os a exposição a agrotóxicos e o desenvolvimento de câncer de bexiga, especificamente entre trabalhadores agrícolas do sexo masculino. Concluindo que o polimorfismo pode estar associado a um aumento no risco de câncer urológico.
  • No estudo conduzido, no México por Polanco et al. (2017), foi realizada uma avaliação da exposição de mulheres a pesticidas persistentes orgânicos, os quais provinham do consumo de água contaminada. O estudo abrangeu 18 municípios com elevadas taxas de mortalidade devido ao câncer do colo do útero, sendo classificados em três categorias distintas: pecuária, agricultura e metropolitana. Em todas as, foram identificados resíduos de agrotóxicos no sangue das mulheres, destacando-se, principalmente, a presença de diferentes princípios ativos. Os resultados do estudo indicaram níveis elevados de agrotóxicos nas mulheres diagnosticadas com câncer do colo do útero, com altas taxas de mortalidade decorrentes dessa doença. Moura et al., (2020) aponta que pesquisas realizadas nos Estados Unidos revelaram uma maior incidência de alterações no gene K-ras em indivíduos com níveis mais elevados de exposição a agrotóxicos organoclorados, como o diclorodifenil-dicloroetileno (DDE), um metabólito que indica exposição prévia ao diclorodifeniltricloroetano (DDT). Além disso, outros estudos também apontaram um aumento no risco de câncer de pâncreas em trabalhadores expostos a fungicidas e herbicidas (MOURA et al., 2020). No que diz respeito ao câncer infantojuvenil, correspondente a um grupo de diferentes doenças que apresentam proliferação descontrolada de células anormais podendo afetar o organismo em diferentes locais, estudos epidemiológicos estabeleceram correlações entre tumores na infância (principalmente leucemia) e fatores ambientais, incluindo a exposição a agrotóxicos e sua potencial ação carcinogênica. Entre os fatores de risco associados ao câncer infantil, destaca-se a residência próxima a áreas de plantações com elevados índices ou em municípios com intensa atividade agrícola, caracterizada pelo uso de agrotóxicos. As neoplasias mais frequentemente observadas compreendem leucemias, tumores do sistema nervoso central e linfomas (DUTRA; 2020).
  • Um estudo conduzido por Eldakroory e colaboradores (2016) envolveu a análise de 70 pacientes com câncer, que foram submetidos a um levantamento de histórico prévio e investigações de rotina. Amostras de tumor e tecido adjacente normal foram coletadas para medir os níveis de composto orgânicos persistentes e realizar análises moleculares, incluindo marcadores oncogênicos e apoptóticos. Os resultados revelaram concentrações significativamente mais elevadas de metoxicloro, dicloro-difenil-tricloroetano (DDT), hexaclorobenzeno (HCB) e clordano em amostras de tecido tumoral em comparação com o tecido normal.
  • Os resultados de uma investigação conduzida por Mattos (2020) apontam para uma possível relação causal entre a exposição a agrotóxicos e o desenvolvimento de câncer do colo do útero. Essa relação foi identificada por meio de uma associação estatisticamente significativa entre mulheres que residiam em proximidade a áreas sujeitas à pulverização de agrotóxicos. Este achado encontra-se em paralelo a literatura global, onde estudos indicam que o Fenvalerato, um pesticida, em uma faixa específica de dosagem, apresenta a capacidade de promover a proliferação celular e estimular a expressão em células de leiomioma uterino benigno e células miometriais, demonstrando efeitos semelhantes aos pesticidas organoclorados.
  • Conforme indicado por Curvo et al. (2013), foi constatado que a média de utilização de agrotóxicos nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande apresentou uma associação estatisticamente significativa tanto com a morbidade (p=0,021) quanto com a mortalidade (p=0,005) relacionadas ao câncer infantojuvenil, correspondente a um grupo de diferentes doenças que apresentam proliferação descontrolada de células anormais podendo afetar o organismo em diferentes locais. Os resultados sugerem que a exposição aos agrotóxicos está correlacionada com a morbimortalidade por câncer na população infantojuvenil.
  • Um estudo adicional, conduzido por Pluth, Zanini e Battisti (2019), teve como objetivo investigar a existencia da relação entre a exposição a agrotóxicos e o desenvolvimento de neoplasias, incluindo agricultores em geral, população rural, aplicadores de agrotóxicos e trabalhadores rurais. Concluiu-se que os agrotóxicos mais associados ao câncer pertencem às categorias de herbicidas, inseticidas e fungicidas. Os grupos químicos mais frequentemente relacionados a neoplasias incluíram organofosforados, piretroides, organoclorados e tiocarbamatos. O estudo indicou um aumento significativo no risco de vários tipos de câncer com a exposição a diversas modalidades de agrotóxicos ainda em uso nos Estados Unidos e no Brasil. Ser agricultor ou residir em proximidade a lavouras ou áreas agrícolas foi associado, no estudo, a um maior risco de câncer de próstata, linfoma não Hodgkin, leucemia, mieloma múltiplo, bexiga e cólon. No entanto, a mesma conclusão não foi estabelecida em relação a neoplasias de testículo, mama, esôfago, rim, tireoide, lábio, cabeça/pescoço e ossos.
  • Após levantamento e resolução dos dados foi possivel observar que a microrregião de Ijuí possui uma prevalência mais elevada de mortalidade por neoplasias em comparação com os índices do Rio Grande do Sul e do Brasil. Na resposta obtida pelos autores Jobim et. al. (2007), os homens registram uma média de mortalidade por câncer superior a mulheres no Brasil. Essa disparidade pode ser atribuída à maior exposição ocupacional dos homens, especialmente no setor agrícola, envolvendo atividades como plantio, aplicação defensiva e adubação.
  • Estudos conduzidos no território brasileiro têm destacado uma correlação entre a incidência e mortalidade do Linfoma não Hodgkin (LNH) e o consumo per capita de agrotóxicos, conforme evidenciado por Boccolini, Boccolini e Chrisman (2017). Em seu estudo, foram identificados 35 ingredientes ativos de agrotóxicos que, quando isolados, foram submetidos à avaliação quanto à sua associação com o risco de desenvolvimento de Linfoma não Hodgkin. Dentre esses, 10 apresentam dados que indicam uma associação positiva com a indução de Linfoma não Hodgkin e já foram categorizados em relação ao seu potencial carcinogênico pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer. Esses 10 ingredientes ativos são classificados como prováveis carcinogênicos para humanos (Grupo 2A), incluindo DDT, diazinona, glifosato e malationa, bem como possivelmente carcinogênicos para humanos (Grupo 2B), tais como 2,4-D, clordano, heptacloro, hexaclorobenzeno, lindano, mirex e pentaclorofenol.
4 DISCUSSÃO

O presente estudo explora a utilização de agrotóxicos e a incidência de cânceres na população rural, destacando-se a relevância do tema. A análise da literatura oferece uma valiosa contribuição para a compreensão dos impactos dos agrotóxicos na saúde humana, ressaltando igualmente a ausência de um monitoramento adequado da exposição a esses agentes, trazendo a necessidade de aumentar a fiscalização em regiões agrícolas.

Os resultados obtidos nos estudos avaliados nesta pesquisa revelam uma associação significativa entre o uso de agrotóxicos e a incidência de diversos tipos de câncer, revelou uma correlação estatisticamente significativa entre a exposição prolongada a agrotóxicos e o aumento da probabilidade de desenvolver cânceres variados.

Dentre os tipos de câncer identificados como sendo particularmente suscetíveis à exposição a agrotóxicos, um dos mais citados na literatura é o câncer de pulmão, com uma relação de risco substancialmente elevada em indivíduos expostos a essas substâncias e os efeitos adversos dos componentes químicos presentes nos agrotóxicos sobre o sistema respiratório CABRÉRA et. al., (2022).

A exposição aos agrotóxicos parece estar associada a alterações genéticas e bioquímicas que podem desencadear o desenvolvimento das mais diversas neoplasias. Essa associação reforça a necessidade de regulamentações mais rigorosas no uso desses produtos, especialmente na agricultura (MOURA et al., 2020; CHAGAS et al, 2013).

É necessário considerar os resultados desta pesquisa ao formular políticas de regulamentação e práticas agrícolas. A implementação de estratégias para reduzir a dependência de agrotóxicos e promover práticas agrícolas mais sustentáveis torna-se crucial não apenas para a saúde ambiental, mas também para a saúde humana, visando mitigar os riscos associados ao desenvolvimento de cânceres diversos relacionados à exposição a agrotóxicos. A associação entre a utilização desses agentes químicos na agricultura e o aumento na incidência de neoplasias, observada em diversas pesquisas, destaca a importância de uma abordagem cautelosa e preventiva na manipulação dessas substâncias (KERSUL, 2014).

Os resultados encontrados na literatura indicam que agricultores expostos a agrotóxicos enfrentam um risco elevado de desenvolver diferentes tipos de câncer, sugerindo a necessidade de estratégias efetivas de monitoramento, regulamentação e alternativas mais seguras na prática agrícola. Além disso, a compreensão dos mecanismos subjacentes a essas associações é fundamental para desenvolver medidas preventivas mais específicas e mitigar os impactos negativos na saúde dos agricultores (VASCONCELOS et al., 2021).

Diante dos resultados encontrados, ressalta-se a urgência de uma abordagem integrada que envolva políticas agrícolas sustentáveis, regulamentações mais rigorosas e conscientização da comunidade agrícola sobre os potenciais riscos dos agrotóxicos. Essa abordagem visa não apenas proteger a saúde dos agricultores, mas também promover práticas agrícolas mais seguras e sustentáveis para o benefício de toda a sociedade.

5 CONCLUSÃO

A revisão bibliográfica revela uma forte ligação entre a incidência de cânceres e o uso de agrotóxicos, destacando casos prevalentes no Brasil. A presença excessiva do princípio ativo desses produtos é associada ao desenvolvimento do câncer. Investir em serviços de saúde e implementar políticas de prevenção para doenças crônicas não transmissíveis, especialmente para agricultores rurais, é crucial.

A revisão ressalta a necessidade de um acompanhamento mais rigoroso dos agricultores, tanto em termos de saúde quanto na fiscalização de suas práticas. A ampliação dos estudos nesse campo é imperativa, dada a importância da atividade agrícola no país e a comprovação dos danos à saúde humana e à qualidade do ar causados pelos agrotóxicos.

O trabalho em análise serve como referência sólida, oferecendo informações essenciais sobre o impacto dos agrotóxicos na cadeia agrícola e na saúde de produtores e consumidores. Com base nessas informações, é possível orientar futuras pesquisas visando mitigar os efeitos adversos do uso de agrotóxicos no território nacional.

6 REFERÊNCIAS

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Adriana Kuhn – Associação de Ensino Pesquisa e Extensão Biopark – Faculdade Biopark, Toledo – PR, 85919-899, Brasil. | Graduação de Farmácia, Centro Universitário União Das Américas – Polo Biopark, Toledo – PR, 85919-899, Brasil1
Ingrid Ferreira Costa – Associação de Ensino Pesquisa e Extensão Biopark – Faculdade Biopark, Toledo – PR, 85919-899, Brasil. | Graduação de Farmácia, Centro Universitário União Das Américas – Polo Biopark, Toledo – PR, 85919-899, Brasil2
Dayane Kelly Sabec Perreira – Associação de Ensino Pesquisa e Extensão Biopark – Faculdade Biopark, Toledo – PR, 85919-899, Brasil3
Naiara Stefanello Associação de Ensino Pesquisa e Extensão Biopark – Faculdade Biopark, Toledo – PR, 85919-899, Brasil4