A FISIOTERAPIA COMO COADJUVANTE NO TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10161478


Emilly Victória Dias de Sousa¹
Ronney Jorge de Souza Raimundo²


RESUMO

INTRODUÇÃO: A endometriose é conhecida como a doença da mulher moderna, uma doença que acomete as mulheres em idade reprodutiva. Consiste no crescimento da parede interna do útero o endométrio, para fora do lugar natural dele, saindo da cavidade uterina indo para a demais partes do corpo, como ovários, bexiga, trompas, intestino. Ela apresenta alguns sinais e sintomas como dores na região pélvica, dor na relação sexual, na micção, dismenorreia, dispareunia e infertilidade. OBJETIVO: O objetivo principal do presente estudo visa mostrar a importância do papel da fisioterapia pélvica para o tratamento das mulheres com endometriose. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão bibliográfica, feita a partir de estudos realizados entre os anos 2019 a 2023. A busca foi feita através das bases de dados National Library of Medicine (PubMed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO). Onde os descritores utilizados foram: Fisioterapia (Physiotherapy) AND Endometriose (Endometriosis). RESULTADOS: Analisando os artigos escolhidos pode perceber vários tratamentos que podem ser utilizados dentro da fisioterapia com o intuito de promover uma qualidade de vida as mulheres com endometriose. Os artigos selecionados apresentam os demais recursos como eletroterapia, laser, terapia manual, cinesioterapia e crioterapia, como parte do tratamento fisioterapêutico. Sendo encontrados 27 artigos, onde 9 compõe o estudo. CONSIDERAÇÃO FINAL: É possível notar a importância da fisioterapia como coadjuvante no tratamento da endometriose, e como ela se encontra benéfica, podendo também ser trabalhada no pré-operatório e pós-operatório, visando uma melhora de dores nas mulheres portadoras dessa doença. Embora a fisioterapia ajude, é possível notar a importância de que mais estudos sejam realizados para a melhora da compreensão clínica.

Palavras-chaves: Endometriose, Fisioterapia, Tratamento, Qualidade de Vida.

ABSTRACT

INTRODUCTION: Endometriosis is known as the disease of modern women, a disease that affects women of reproductive age. It consists of the growth of the internal wall of the uterus, the endometrium, out of its natural place, leaving the uterine cavity and going to other parts of the body, such as ovaries, bladder, tubes, intestine. She presents some signs and symptoms such as pain in the pelvic region, pain during sexual intercourse, urination, dysmenorrhea, dyspaurenia and infertility. OBJECTIVE: The main objective of the present study aims to show the importance of the role of pelvic physiotherapy for the treatment of women with endometriosis. METHODS: This is a bibliographical review, based on studies carried out between 2019 and 2023. The search was carried out through the databases National Library of medicine (PubMed), Latin American and Caribbean Literature in Science of Health (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO). Where the descriptors used were: Physiotherapy (Physiotherapy) AND Endometriosis (Endometriosis). RESULTS: Analyzing the chosen articles, you can see several treatments that can be used within physiotherapy with the aim of promoting a quality of life for women with endometriosis. The selected articles present other resources such as electrotherapy, laser, manual therapy, kinesiotherapy and cryotherapy, as part of the physiotherapeutic treatment. 27 articles were found, 9 of which make up the study. FINAL CONSIDERATION: It is possible to note the importance of physiotherapy as an adjunct in the treatment of endometriosis, and how it is beneficial, and can also be worked on pre-operatively and post- operatively, aiming to improve pain in women with this disease. Although physiotherapy helps, it is possible to note the importance of more studies being carried out to improve clinical understanding.

Keywords: Endometriosis, Physiotherapy, Treatment, Quality of Life.

1. INTRODUÇÂO

A endometriose é uma doença que consiste no crescimento da parede interna do útero o endométrio, conhecida também como a “doença da mulher moderna”. O que leva a um crescimento do tecido fora do lugar natural dele, para outras partes do corpo. O crescimento desse tecido pode ir para outros órgãos da pelve, ovários, bexiga, intestino, trompas, e para a estrutura retal. As lesões podem ocorrer internamente (dentro do útero) e externamente (fora do útero).

No Brasil a endometriose é uma doença que atinge cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, de 25 a 35 anos. (ANVISA,2015). É uma patologia que pode levar anos para ser descoberta. É uma doença que não tem cura, porém tem tratamento e cirurgias, mas, isso não impede novamente o crescimento desse tecido endometrial, e isso irá depender de cada caso, e é possível viver uma vida normal. (Varela, Veneziano.2019)

A endometriose apresenta alguns sinais e sintomas como: dores na região pélvica, dor durante a relação sexual, dor na defecação, dor na micção, dismenorreia, amplitude restringida, alteração na postura e da mobilidade pélvica, infertilidade, dispareunia, e a incapacidade da mulher na hora de realizar suas atividades de vida diárias. Alguns fatores que pode desencadear a endometriose são: o histórico familiar, prematuridade, baixo índice de massa corporal, menarca precoce, menorragia, sardas, estresse, enxaqueca, insônia, doenças autoimunes, ciclos menstruais curtos ou com fluxo prolongado, e dor intensa na menstruação. (Wójcik. et.al. 2022)

Muitas das mulheres não possuem tanto conhecimento sobre essa doença, e isso pode acarretar a um atraso na descoberta, e consequentemente retardando o começo do tratamento. O diagnóstico pode ser feito através da história da mulher, pelo exame físico, exames clínicos e de imagem: como ultrassonografia, ressonância magnética, e exames histológicos como: laparoscopia e laparotomia. Existem opções de tratamentos tanto farmacológicos: como medicamentos, e o procedimento cirúrgico, onde cabe ao médico e irá depender da situação de cada mulher. E o tratamento não farmacológicos: como a fisioterapia. (Varela, Veneziano.2019., Wójcik, et al.2022)

A fisioterapia se encontra muito benéfica no tratamento como coadjuvante da endometriose, pois visa promover redução de dores, e melhora da qualidade de vida dessas mulheres. Ela pode ser trabalhada no Pré-operatório, e pós-operatório, incluindo a terapia cicatricial, eletroterapia, terapias manuais, cinesioterapia, crioterapia, biofeedback, e a hidroterapia. O objetivo desse estudo visa mostrar a importância do papel da fisioterapia pélvica para o tratamento das mulheres com endometriose.

2. METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma revisão da bibliografia, realizando um levantamento bibliográfico das principais informações disponíveis em livros, artigos, e sites sendo feito as buscas nas bases de dados: NationalLibraryofMedicine(PubMed), Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online(SciELO). Utilizando os seguintes descritores: Fisioterapia (Physiotherapy) AND Endometriose (Endometriosis). Os artigos científicos selecionados são artigos publicados entre os anos de 2019 até 2023, nos idiomas português e inglês. Os artigos escolhidos para este estudo apontam como critérios a importância da fisioterapia no tratamento da mulher com endometriose, visando proporcionar uma qualidade de vida a essas mulheres.

3. REVISÃO DA LITERATURA

O endométrio parede interna do útero, tem como função preparar o útero para a implantação do embrião, assegurar a gravidez e, caso não aconteça, dar início ao ciclo menstrual, com a descamação do endométrio. No endométrio, é possível encontrar tipos de células, que incluem células estromais, epiteliais, vasculares e imunológicas. (FRANÇA et.al. 2022). A endometriose é uma doença definida por um crescimento de um tecido endometrial que reveste o útero, onde esse tecido pode crescer para fora da cavidade uterina, e nas demais parte do corpo, como ovários, trompas, intestinos e bexiga.

A endometriose é uma inflamação crônica que afeta as mulheres em idade reprodutiva, cerca de 10% das mulheres nessa fase são afetadas. É também conhecida como a doença da mulher moderna, é uma doença que traz preocupação a mulher, pois prejudica a qualidade de vida. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a doença afeta 176 milhões de mulheres em todo o mundo, sendo mais de sete milhões somente no Brasil. (Secretaria de Estado da Saúde,2023)

Essa doença pode se relacionar a alguns problemas, como de exemplo doenças autoimunes (esclerose múltipla, hipotireoidismo, lúpus sistêmicos), alergias, fibromialgia, asma e a tipos de câncer, como o carcinoma de ovário. Além disso influencia na qualidade de vida das pacientes resultando em prejuízos relações efetivas e interpessoais. Mulheres com endometriose relatam que a dor da doença faz com que elas tenham dificuldades em relações sexuais, depressão, ansiedade e sofrem por verem como é difícil a cura da doença. (Oliveira Flávia,2021)

No Brasil no dia 07 de maio é comemorado o “Dia Internacional de Luta contra à Endometriose”, com o objetivo de conscientizar a população sobre essa determinada doença, visando um diagnóstico e tratamento necessário e absoluto. As mulheres com endometriose precisam de apoio tanto de seus familiares quanto dos amigos, pois a doença traz consequências emocionais, e é de suma importância o respeito e consciência neste momento. (CREFFITO. Uma lei foi estabelecida para que a população compreenda essa doença, a Lei de nº 14.324 institui o Dia Nacional de luta contra á endometriose e a Semana Nacional de Educação preventiva e de Enfrentamento à Endometriose, onde visa divulgar informações sobre o tratamento que é oferecido de forma integral e gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde). (SOUZA INGRID, 2022)

A três tipos de classificação da endometriose: A Endometriose Superficial Peritoneal, onde os focos de lesões irão acometer o peritônio, que também apresenta uma profundidade menor que 5 mm na superfície do endométrio com formas e colorações diferentes. Endometriose Ovariana que ocorrera uma situação onde irá envolver a formação de cistos nos ovários, que são chamados de endometriomas. E a Endometriose Profunda Infiltrativa que apresenta lesões que infiltraram os órgãos com uma profundidade maior que 5 mm, e serão formados nódulos que poderão estar instalados atrás do colo do útero, vagina, ureteres, no intestino, e entre outros órgãos, sendo considerada a mais grave. (Varela, Veneziano,2019; Oliveira Flávia,2021)

O desenvolvimento das lesões da endometriose envolve interações de diversos sistemas, por isso considera-se uma doença multifatorial. A fisiopatologia está ligada a fatores genéticos, fatores hormonais como a resistência a progesterona ou a dependência de estrogênio, processos inflamatórios como o aumento de mediadores inflamatórios, angiogênese, estresse oxidativo ou fatores imunológicos, que podem estar envolvidos no desenvolvimento de uma lesão. (FRANÇA et.al, 2022)

Os sinais e sintomas mais comuns nas mulheres com endometriose é a dor em aproximadamente 50% das mulheres, que pode aumentar durante a ovulação, a dor pode se tornar gradualmente crônica. (Rutkowska Jolanta, et al.,2021). Outros sintomas são dor na região pélvica, infertilidade feminina, dispareunia, dismenorreia, dor na bexiga e na região retal, e cólica intensa durante a menstruação. Pode influenciar na vida sexual, afeta também o psicológico e social dessa paciente, o que necessita de uma avaliação multidisciplinar. (Varela, Veneziano,2019)

Mulheres com endometriose podem apresentar uma redução da prática de atividades físicas e sofrer descondicionamento físico, no entanto, pode levar a complicações musculoesqueléticas. Um ruim estado físico, como menor mobilidade lombo pélvica e aumento da fadiga, foi detectado em mulheres com endometriose quando se compara com mulheres saudáveis, e pode afetar de forma prejudicial suas atividades de vida diária. (Muñoz-Gómez Elena, et al., 2023)

O diagnóstico pode ser baseado na história da paciente, é necessário exames físicos, exames complementares como a ressonância magnética onde permite um diagnóstico mais preciso, ultrassonografia, exames histológicos como a laparoscopia ou laparotomia, e durante o procedimento é possível analisar o útero, apêndices, peritônio, se há presença de aderências, tamanho e quantidade de focos e, assim, analisando o grau da endometriose, a videolaparoscopia é classificada como um padrão ouro. (Rutkowska Jolanta, et al., 2021)

O tratamento da endometriose leva-se em consideração a sintomatologia, gravidade e intensidade da doença, localização, idade da mulher, e pelo interesse de fertilidade. (SOUZA INDRID, 2022). Esse tratamento é feito a partir de intervenção cirúrgica para tratar sintomas mais graves. Uso de medicamentos para aliviar dores pélvicas e de cólica, por meio de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e analgésicos, tratamento hormonal e o tratamento fisioterapêutico. A fisioterapia tem um grande papel no tratamento da endometriose e em se mostrando cada vez, mais relevante nesse caso, onde se faz necessário uma avaliação completa. (Cruz, Carneiro 2023.)

O tratamento hormonal inclui as drogas hormonais que levam à supressão da função ovariana e atrofiamento dos focos endometriais ectópicos. É incluso nas preparações hormonais e é bastante usado o danazol, análogos da gonadoliberina, progestágenos, gastrinoma, inibidores de aromatase e moduladores seletivos do receptor de progesterona. (Wójcik. et al. 2022)

4. RESULTADOS

Foram encontrados 27 artigos, sendo selecionados 9 artigos baseando-se no critério de seleção. Os artigos apresentam que a fisioterapia possui recursos terapêuticos que impactam consideravelmente na qualidade de vida, sendo estes recursos a eletroterapia, laser, terapia manual, cinesioterapia e crioterapia favorecendo a redução da dor e melhora da condição clínica. Ressalta-se que esse tema vem sendo pesquisado nas últimas duas décadas aplicados a fisioterapia, tendo em vista que os artigos encontrados mais antigos são do ano de 2008, com isso, é possível compreender que a atuação da fisioterapia na endometriose requer maiores produções científicas, a fim de compreensão dos mecanismos de atuação, das intervenções fisioterapêuticas adequadas, para então estabelecer o consenso a respeito da melhor intervenção fisioterapêutica para o quadro em estudo.

5. DISCUSSÃO

A fisioterapia pélvica tem ganhado bastante impacto. A fisioterapia na Saúde da mulher é uma especialidade reconhecida pela RESOLUÇÂO Nº. 372/2009 – Reconhece a Saúde da Mulher como especialidade do profissional Fisioterapeuta e dá outras providências. (COFFITO,2009). E segundo o (COFFITO) Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, a uma RESOLUÇÃO N°. 401/2011 – Disciplina a Especialidade Profissional de Fisioterapia na Saúde da Mulher e dá outras providências, que disciplina a atividade do fisioterapeuta no exercício da especialidade de fisioterapia na Saúde da Mulher. (COFFITO,2011).

A fisioterapia do assoalho pélvico é um tratamento um tanto menos invasivo, e é frequente seu uso para tratar as disfunções, pode ser usada para tratar não só a endometriose, mas também a vestibulodinia, prolapso de órgãos da pelve, incontinência urinária, incontinência fecal, disfunção sexual, na defecação obstruída. Com isso, a fisioterapia pélvica pode ser promissora em mulheres com endometriose, trazendo um melhoramento e relaxamento da musculatura do assoalho pélvico. (S. Del forno. et al,2021)

A fisioterapia com os demais recursos que apresentam tem ajudado bastante os pacientes com endometriose onde visa uma retomada da funcionalidade do assoalho pélvico, e traz uma qualidade de vida a mulher. Pois, começa com uma avaliação completa, com anamnese, inspeção e testes funcionais. Até chegar na escolha da terapia, além de um tratamento individualizado e conforme a necessidade de cada paciente. (RONCHI et al, 2012)

A Eletroterapia é umas das áreas da fisioterapia que pode ser trabalhada, como o TENS (estimulação elétrica nervosa transcutânea) que são correntes de baixa intensidade gerando impulsos elétricos em frequências de 0 a 200 HZ por meio dos eletrodos. Tem um efeito analgésico, pois é um recurso terapêutico fundamentado na Teoria das Comportas, promovendo analgesia. O artigo do (Cruz, Carneiro. 2023.) mostra que em frequências que variam de 50 a 100 HZ mostram-se bastante eficazes para alívio de dores decorrentes da endometriose. Recomendando que o par de eletrodos estejam posicionados em regiões paravertebrais, a níveis de T10 e L1, e o outro par de eletrodos posicionados a níveis de S2 e S4.

O laser promove uma aceleração da cicatrização e regeneração dos tecidos, melhora a microcirculação na região da ferida e estimula o crescimento de fibroblastos, colágeno ou fibras nervosas. O laser no tratamento da endometriose vai também se basear no benefício de (luz) de baixo nível no infravermelho distante, esses tratamentos têm como consequência regeneração e restauração da função dos tecidos. Os estudos irão mostrar que o infravermelho profundo promove o aumento da proliferação e habilidade celular funcional do endométrio. O artigo do (Wójcik.et al.2022) diz que o laser foi aplicado pulsado e de alta intensidade três vezes por semana e durante 8 semanas com um comprimento de onda de 1.064 nm, um nível de fluência de 510–1.780 mJ/cm2, uma breve duração de 120–150 ls, uma frequência baixa de 10– 30 Hz, ciclo de trabalho de 0,1 por cento, um diâmetro de sonda de 0,5 cm e um ponto tamanho de 0,2 cm.

A terapia manual pode ser eficaz no alívio da dor na região pélvica, e voltada para a região lombo-pélvica. A terapia manual visceral irá abranger uma dinâmica da biomecânica corporal: a estrutura músculo esquelética, músculo-fascial, tecido conjuntivo e os órgãos, e atividade reflexa no sistema nervoso central e periférico, também a circulação e drenagem de sistemas fluidos. A fisioterapia como tratamento coadjuvante para mulheres com endometriose possui grandes vantagens na redução da dor. A terapia peritoneal manual tem como benefício para disfunções do aparelho reprodutor feminino promovendo movimento, articulação e melhoria do ritmo tecidual. Esse tratamento da disfunção no sistema reprodutivo envolve a avaliação da cavidade abdominal e pélvica, fazendo com que esta cavidade possa conseguir manter o movimento fisiológico, e os órgãos precisam se movimentar entre si. Em modo geral a disfunção do sistema reprodutivo vai envolver a restauração do equilíbrio postural, a respiração a atividade pélvica. (Wójcik. et al. 2022)

O uso das terapias manuais na região pélvica, pode ser através de compressão isquêmica e massagem perineal, onde irá contribuir nos espasmos musculares e na síndrome miofascial. O tratamento será sempre voltado para o alívio da dor e correção musculoesquelética. (Varela, Veneziano. 2019). As técnicas de terapia manual podem incluir a mobilização de tecidos moles, mobilização/manipulação articular, manipulação dos nervos, e técnicas de compressão em tecidos moles, técnicas articulatórias em pacientes com dor pélvica por conta da endometriose. As técnicas articulatórias de tecidos moles aprimoraram a mobilidade lombar, o perfil da endometriose e a condição emocional. (Munoz-Gomez. et al. 2023)

A cinesioterapia é muito utilizada e importante nesse tratamento fisioterapêutico. Pode ser trabalhada com exercícios passivos e ativos, ela irá ajudar no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, como também na amplitude de movimento, assim, resultando de forma positiva principalmente, relacionado a dispareunia. Entretanto, exercícios passados pelo fisioterapeuta auxiliará na melhora da mobilidade pélvica e da percepção corporal, prevenindo a contração muscular com a contribuição da atividade aeróbica na produção de substâncias analgésicas, que não só se restabelecem a resposta imunológica, mas também evidenciam uma grande disposição física, autoestima elevada, própria aceitação e proporcionando uma qualidade de vida. (Varela, Veneziano. 2019)

A cinesioterapia se fundamenta no trabalho do sistema musculoesquelético dos órgãos reprodutivos e na utilização de massagens, que abrange a região pélvica. A cinesioterapia para mulheres com endometriose é um componente muito importante do tratamento que compreende uma apuração de exercícios propícios individualmente. Exercícios propriamente indicados no pós-operatório e durante o tratamento da inflamação têm um efeito benéfico na recuperação e no funcionamento das pacientes. A cinesioterapia pode ser indicada para pacientes onde exclui o tratamento cirúrgico. (Wójcik. et al, 2022.)

Crioterapia é uma técnica bastante utilizada pelo seu baixo custo, além de ser de fácil aplicação, e muito eficiente na redução do edema e da inflamação. Dessa forma, a crioterapia corresponde na aplicação a fim de promover uma redução da temperatura, por exemplo a bolsa de gelo, capaz de ser aplicada por imersão. Essa técnica induz uma vasoconstrição e diminui o hematoma. (Varela, Veneziano. 2019)

6. CONSIDERAÇÃO FINAL

A endometriose é uma patologia de difícil diagnóstico, onde causa danos na vida da mulher, e sintomas indesejáveis é importante que não só as mulheres, mas, que toda a população tenha conhecimento sobre essa doença, e que tenham atenção de todos os profissionais da saúde. Com um diagnóstico tardio é possível que essas mulheres tenham problemas com ansiedade e alto níveis de estresse, gerando uma má qualidade de vida.

Conforme abordada a revisão da literatura percebeu-se que a fisioterapia tem amplos recursos para serem trabalhados em mulheres com endometriose, além de evidências que a fisioterapia se encontra benéfica e pode sim ser um tratamento coadjuvante, promovendo alívio de dores e sintomas, como também o fortalecimento de toda a região do assoalho pélvico.

A fisioterapia no tratamento da endometriose ainda é pouco divulgada. Nesse sentido, percebeu-se a importância de que mais pesquisas precisam serem realizadas, que possuem fundamentos sobre a endometriose, além de um aprofundamento sobre essa doença. A fim de melhor compreensão de melhora clínica, além de mecanismos avaliadores como extensão física na endometriose, sinais e sintomas clínicos, e análise dos impactos na qualidade de vida.

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1 Emilly Victória Dias de Sousa, graduada em Fisioterapia pelas Faculdades Integradas IESGO. ORCID: https://orcid.org/0009-0005-2861-5765. E-mail: millyvictoriasousa@gmail.com

2 Fisioterapeuta Dr. Ronney Jorge de Souza Raimundo. Orientador. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1379- 7595. Lattes: http://lattes.cnpq.br/7523460530618826. E-mail: ronney.jorge@gmail.com. Faculdades Integradas IESGO, Formosa – GO, Brasil