CISTO ÓSSEO TRAUMÁTICO – REVISÃO DE LITERATURA

TRAUMATIC OSSEOUS CYST- LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10160208


Leonel Robson Alcantara de Oliveira;
Patrícia souza bagestao;
Tairo Teixeira lima;
Otávio Henrique da Silva leal.


Resumo
O cisto ósseo traumático é um pseudocisto de ocorrência rara, normalmente descoberto após uma radiografia de rotina, como a radiografia periapical ou panorâmica, observa-se, na maioria dos casos uma única área radiolúcida. (LAGO, Et al . 2005). É também chamado de cisto ósseo solitário, cisto ósseo hemorrágico, cisto ósseo simples, cisto unicameral ou ainda cavidade óssea traumática. (JESUS,V Et al. 2010). O objetivo desse relato de caso é discorrer sobre os achados clínicos e radiográficos do cisto ósseo traumático.

Abstract
The traumatic bone cyst is a rare occurrence pseudocyst, usually discovered after a routine radiography, such as periapical or panoramic radiography, in most cases, a single radiolucent area is observed.(LAGO,  Et al . 2005). It is also called solitary bone cyst, hemorrhagic bone cyst, unicameral cyst or even traumatic bone cavity. (JESUS,V Et al. 2010). The objective of this case report is to discuss the clinical and radiographic findings of the traumatic bone cyst.

Introdução
O cisto ósseo traumático (COT) é uma lesão de ocorrência rara , em geral diagnosticada em um exame radiográfico odontológico de rotina, na maioria dos casos, observando-se uma área radiolúcida localizada na parte posterior da mandíbula. É também denominado de cisto ósseo solitário, cisto unicameral ,cavidade óssea traumática e cisto ósseo traumático ( JESUS,V Et al. 2010).

A terminologia “cisto” é geralmente aplicada de maneira errônea , tendo em vista que grande parte das lesões são cavidades vazias, contendo não mais que um pequeno fluido seroso ou serosanguinolento, estando o epitélio ausente . Apresenta como sinônimos: cisto ósseo solitário, cisto ósseo traumático, cisto ósseo hemorrágico, cisto ósseo unicameral, cisto hemorrágico
e cavidade óssea idiopática. (RIBEIRO, Et al.2014).

A mandíbula é o osso mais acometido por essa lesão ,  respondendo pela grande maioria dos casos, podendo tal lesão ser encontrada também na maxila, porém com menor freqüência. (LAGO, Et al . 2005).
Aparece com  maior frequência na região de pré-molares e molares mandibulares. (LOPEZ; TEIXEIRA, 2021).
Hemorragia   intra-óssea pós-trauma  é uma   das mais citadas hipóteses   da etiologia desta lesão, seguida   por   anormalidade   no   crescimento   ósseo, bloqueio    na    drenagem    venosa    ou    linfática    e degeneração  tumoral. (FARIAS, Et al, 2020).

Revisão de literatura
Características Radiográficas
Na maioria dos casos o cisto aparece com uma lesão radiolúcida solitária em mandibula, mais comumente em regiões de pré molares e molares, o padrão unilocular é apresentado na maioria dos casos. ( FILHO; Et al , 2012).
Nas radiografias , a lesão se apresenta  como um defeito radiolúcido bem delimitado. Em algumas áreas, as margens do defeito são precisamente definidas e, em outras, as margens são mal definidas. O defeito pode chegar  entre 1 a 10 cm de diâmetro. (RIBEIRO, Et al.2014)

Figura:1
Fonte: (RIBEIRO, Et al.2014)

Exame clínico
À palpação, não é observado abaulamento da cortical óssea nem alteração de consistência. A percussão e os testes de vitalidade pulpar apresenta dentes vitais.( JESUS,V Et al. 2010).

A maioria dos pacientes afetados são jovens e pertence às duas primeiras décadas de vida, não relatava sintomatologia dolorosa, bem como história de trauma na região da lesão. (SANTOS; Et al , 2012).

O diagnóstico de cisto ósseo traumático deve avaliar história clínica, exame físico, achados Radiográficos , exploração cirúrgica e resultados histopatológicos, pois se deve discutir hipóteses diagnósticos , como cisto dentígero, ceratocisto odontogênico, tumor odontogênico adenomatóide, ameloblastoma , granuloma central de células gigantes ou ainda associação com uma outra patologia como a púrpura trombocitopênica. Então, de acordo com a literatura, o tratamento de escolha é o cirúrgico, pois quando a cavidade é aberta, a hemorragia promovida resulta numa rápida obliteração da lesão  e nova formação óssea. (LAGO, Et al . 2005).

Ao exame histopatológico é observado tecido ósseo lamelar, lacunas de Howship, tecido conjuntivo  com  fibras  colágenas,  entremeadas com     fibroblastos     e     vasos     sanguíneos,     com diagnóstico  final  de  Cisto ósseo  Simples. (FARIAS, Et al 2020).           

Fonte: (FARIAS, Et al 2020).   

Figura 2: Fotomicrografia  da  cortical  óssea  suprajacente  a  lesão  onde observa-se  tecido  ósseo  lamelar  com  lacunas  preenchidas  por  osteócitos típicos (→), tecido conjuntivo fibroso frouxo entremeado por fibroblastos (#)  e  vasos  sanguíneos  (*),  cujos  achados  patológicos  são  compatíveis com Cisto Ósseo Simples.

Tratamento
Mesmo que  o tratamento dos cistos ósseos simples dos ossos longos seja regularmente mais agressivo e use injeções de esteróides no cisto ou curetagem cirúrgica cautelosa, a exploração cirúrgica simples para estabelecer o diagnóstico constitui geralmente terapia suficiente para as lesões.  Embora as paredes ósseas da cavidade frequentemente pareçam lisas e brilhantes à exploração cirúrgica, é inteligente curetá-las e submeter a pequena quantidade de tecido obtido ao exame histopatológico para descartar outras patologias . Ocasionalmente, ao exame patológico a lesão considerada como um cisto ósseo simples à exploração cirúrgica se mostrará uma lesão de paredes finas parecendo um ceratocisto odontogênico ou um ameloblastoma cístico. Quando é encontrada uma parede fibromixomatosa consistente, parece prudente executar a curetagem e subordinar esse material ao exame histopatológico. Após a exploração cirúrgica com ou sem curetagem das paredes ósseas, o enchimento do defeito pela formação de novo osso é geralmente rápido. Mesmo defeitos maiores podem mostrar achados radiológicos normais no prazo de 6 meses após a exploração. A recidiva ou persistência da lesão é muito incomum, mas tem sido descrita. Devem ser feitos exames radiográficos periódicos até que tenha sido afirmado à resolução completa; entretanto, o prognóstico é ótimo. (NEVILLE, Et al , 2004).


Conclusão
Conclui-se então que o cisto ósseo simples é uma lesão de acontecimento raro , no qual acomete mais pacientes jovens , de origem incerta , que geralmente é diagnosticado por exames radiográficos , na maioria das vezes se apresenta como uma lesão radiolúcida unilocular em região de molares e pré-molares inferiores .

O cisto ósseo simples geralmente não apresenta sintomas .O tratamento de escolha na grande maioria das vezes é realizado por meio de curetagem , que estimulara uma nova formação óssea no sitio cirúrgico , tendo na maioria das vezes um bom prognóstico, o acompanhamento radiográfico de controle é indicado para ver a involução da lesão.

Referências:

1- FARIAS, ET Al . Aspectos clínicos e histológicos para o diagnóstico do cisto ósseo simples: relato de caso. Arch Health Invest (2020) 9(1):44-48, João Pessoa -PB, Brasil, ano 9(1):44-48, v. 1, n. 1, 18 mar. 2020. 9(1):44-48, p. 1-5.

2- . MARTINS-FILHO, Paulo Ricardo Saquete et al. Traumatic bone cyst of the mandible: a review of 26 cases. Brazilian journal of otorhinolaryngology, v. 78, n. 2, p. 16-21, 2012.

3- LOPEZ, Gregorio et al. Cisto ósseo traumático: Relato de caso clínico. Research, Society and Development, Prefeitura Municipal de Cáceres, Brasil, ano e16210816952, v. 10, n. 8, 10 jul. 2021. 2021, p. 1-8.

4- JESUS, Vinicius et al. Cisto Ósseo Traumático – Relato de Caso. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac, Camaragibe, ano 2010, v. 10, n. 4, p. 27-30, 28 abr. 2010.

5- RIBEIRO, Erika et al. Cisto ósseo simples: relato de casos clínicos. RFO, Passo Fundo, v. 19, n. 3, p. 359-363, 15 dez. 2014.

6- LAGO, Carlos et al. CISTO ÓSSEO TRAUMÁTICO EM MANDÍBULA: RELATO DE CASO. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac, Camaragibe, v. 6, n. 2, p. 23-28, 16 ago. 2005

7- NEVILLE B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.