PERFIL E MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO VOLUNTÁRIO DE ROTARIANOS 

PROFILE AND MOTIVATION FOR ROTARIAN VOLUNTEER WORK

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10146168


Fabiano Rocha Pereira1
Flávia Martão Flório2
 Luciane Zanin de Souza3


RESUMO

Objetivo: Identificar e caracterizar o perfil dos rotarianos de Minas Gerais e conhecer os elementos motivadores para o trabalho voluntário. Métodos: Estudo observacional transversal abordou 1200 rotarianos por meio de um convite enviado a grupos WhatsApp. Foi enviado um questionário estruturado com questões sobre perfil sociodemográfico, motivo para entrada e permanência no trabalho A pesquisa foi realizada entre abril e junho de 2022 e a amostra final foi de 492 rotarianos (TR=41%). Os dados foram analisados por meio de frequências absolutas e relativas para posterior classificação do perfil dos respondentes em Altruísta, Afetivo, Amigável, Ajuizado e Ajustado.  Resultados: A maior frequência dos rotarianos estava na faixa etária de 61 a 70 anos (29,9%). Sexo masculino (66,5%), de cor branca (55,7%), com trabalho remunerado (80,9%), carteira assinada (69,3%) e trabalham todos os dias (64%). Possuem nível superior 68,2%, são casados (45,5%) e com filhos (73%). Questionados sobre os motivos para entrada no trabalho voluntário, a resposta mais frequente foi “Porque quero um mundo melhor” (18,3%). Em relação às expectativas, a resposta foi “Resgatar a dignidade humana” (18,9%) e em relação aos motivos para permanência no trabalho voluntário a resposta mais encontrada foi “Amor ao próximo” (19,3%). O perfil altruísta foi o mais frequente nas classificações pelos motivos de entrada (29,3%), expectativas (32,7%) e permanência (29,5%). Conclusão: Os motivos de ter entrado no  voluntariado, suas expectativas e permanência estavam relacionados ao bem-estar alheio, com ênfase na dignidade humana e no amor ao próximo. O perfil altruísta foi o mais encontrado entre os voluntários.

Palavras-chave: Características da População, Motivação, Voluntário.

ABSTRACT

Objective: This observational study aimed to trace the profile and motivating elements of Rotarians’ volunteer work. A total of 1,200 Rotarians from Minas Gerais were invited. Methods: They answered a structured questionnaire with questions about sociodemographic profile and motivation for volunteer work. The survey was conducted between April and June 2022, and the final sample was 492 Rotarians. The data were analyzed using absolute and relative Results: frequencies and showed that the highest frequency of Rotarians was in the age group of 61 to 70 years old (29.9%). The majority were male (66.5%), white (55.7%), with paid work (80.9%), with a formal contract (69.3%) and working every day (64%). Regarding education, 68,2% had higher education, were married (45.5%) and had children (73%). Asked about the reasons for entering voluntary work, the most frequent answer was “Because I want a better world” (18.3%). In relation to expectations, the answer was “Rescue human dignity” (18.9%) and in relation to the reasons for staying in voluntary work the most frequent answer was “Love for others” (19.3%). The altruistic profile was the most frequent in the classifications for the reasons for entry (29.3%), expectations (32.7%) and permanence (29.5%). Conclusion:  the reasons that led Rotarians to start their activities in volunteer work, their expectations and permanence in volunteer work were related to the well-being of others, with emphasis on human dignity and love for others. The altruistic profile was the most found among volunteers.

Keywords: Population, Characteristics, Motivation, Volunteer.

1 INTRODUÇÃO

O trabalho voluntário é uma forma de atividade realizada de maneira espontânea e não remunerada por indivíduos com o objetivo de auxiliar outras pessoas (FURQUIM et al., 2019). Essa prática altruísta e espontânea oferece assistência a pessoas ou comunidades constituindo-se muitas vezes, em um fator chave na mitigação da vulnerabilidade social e desastres (NAHKUR et al., 2022).

O termo voluntário refere-se a  qualquer atividade realizada de forma gratuita em benefício de outras pessoas ou populações (WILSON, 2000). Para realizar o trabalho voluntário de forma efetiva e com engajamento, é necessário que o indivíduo apresente um perfil que inclua características como solidariedade, comprometimento, empatia e proatividade (FEITOSA, 2020).  

O voluntariado tem se desenvolvido em todo o mundo através de organizações não governamentais e agências de serviços, tornando-se uma atividade popular com o crescimento cultural da solidariedade (SANTOS, 2018).

No Brasil, o trabalho voluntário surgiu no século XVI em resposta à necessidade de auxílio no controle de epidemias que afetavam principalmente a população mais vulnerável. Inicialmente, essa atividade esteve ligada à igreja católica e foram predominantemente desempenhadas por mulheres (SILVA; ARAÚJO; BARBOSA, 2022). O Rotary , teve início no Brasil em 1920, é  considerado uma rede global de líderes comunitários, amigos e vizinhos que veem um mundo onde as pessoas se unem e entram em ação para causar mudanças duradouras em si mesmas, nas suas comunidades ao redor do mundo (ROTARY BRASIL, 2022) Desde então, as organizações se multiplicaram, a atividade foi regulamentada, empresas passaram a promover programas de voluntariado e  hoje as ações ocupam  todos os espaços da nossa sociedade (PESQUISA VOLUNTARIADO NO BRASIL, 2021). 

Os fatores motivacionais para o voluntariado estão relacionados à realização pessoal, participação em atividades socialmente valorizadas e habilidades individuais (VIEGAS; OLIVEIRA; FALCONE, 2019). A motivação para o voluntariado é complexa, social, pessoal e subjetiva, permitindo que as pessoas desenvolvam habilidades, adquiram conhecimentos e se conheçam melhor (PAIVA, 2020).

Os fatores motivacionais para o voluntariado estão relacionados à realização pessoal, participação em atividades socialmente valorizadas e habilidades individuais (VIEGAS; OLIVEIRA; FALCONE, 2019). A motivação para o voluntariado é complexa, social, pessoal e subjetiva, permitindo que as pessoas desenvolvam habilidades, adquiram conhecimentos e se conheçam melhor (PAIVA, 2020).

A motivação para o voluntariado está relacionada à imersão cultural em contextos diferentes, doação de tempo e a possibilidade de contribuir para a sociedade (CAVALCANTE, 2012). Essa motivação pode ser impulsionada por valores como altruísmo, desejo de ajudar, motivações religiosas, sentimento de culpa, obrigação ou responsabilidade e até mesmo interesse pessoal (BROWN; MEER; WILLIAMS, 2019) e podem ser classificadas em s altruístas por  envolver o  desejo de ajudar os outros, compaixão pelos menos privilegiados e contribuição para a justiça social, e por razões  egoístas que estão relacionadas ao interesse pessoal do voluntário, como o desejo de adquirir novas habilidades, socializar e conhecer pessoas diferentes (CAVALCANTE, 2015).

Portanto, é essencial compreender o perfil dos voluntários e os motivos que os levam a se engajar em trabalhos voluntários pois esta compreensão não apenas motiva os voluntários a permanecerem comprometidos com suas atividades, mas também capacita as organizações a direcionar seus esforços de recrutamento para grupos específicos mais propensos a se envolverem e a manterem seu compromisso voluntário. 

Além disso, alinhar as expectativas e interesses dos voluntários com os objetivos da instituição promove uma maior cooperação e engajamento por parte dos voluntários, contribuindo assim para aumentar a eficácia das ações realizadas.

2 MATERIAL E MÉTODO

Este estudo observacional, transversal de natureza quantitativa foi conduzido de acordo com os preceitos determinados pela resolução 466/12 para estudo com seres humanos do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisas da instituição proponente (CAAE: 55721722.0.0000.5374). 

O estudo foi desenvolvido nos municípios de Minas Gerais (Brasil) da Zona da Mata, Quadrilátero Ferrífero e Campos das Vertentes que contam com Rotary clubes. A Zona da Mata Mineira é uma região geográfica na porção sudeste do estado com uma população de mais de 2 milhões de habitantes e próxima à divisa dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (AMARAL, 2021). O Quadrilátero Ferrífero é uma região localizada no centro-sul do estado de Minas Gerais e tem uma população que corresponde a cerca de 22% da população do estado (FERNANDES & MOREIRA, 2022) e a Região do Campo das Vertentes é formada por 36 municípios com uma população de cerca de 600 mil habitantes (SANTOS & PEREIRA, 2018).

Os dados foram coletados de abril a junho de 2022 por meio do envio de um questionário a todos os 1200  sócios ativos nos diversos Rotary Clubes do Distrito 4521 (Fonte: https://rotary4521.org.br/). O questionário foi desenvolvido na  plataforma Google forms e enviado via e-mail e WhatsApp. Cada voluntário tinha a opção de enviar o questionário apenas uma vez e todas as questões eram de respostas obrigatórias. O controle dos respondentes foi realizado a partir do e-mail informado pelo respondente. Os  presidentes dos clubes de Rotary da área do estudo, ficaram responsáveis por incentivar a adesão dos associados e dessa forma incentivá-los a responderem o questionário.

Foram coletados dados relativos ao perfil sociodemográfico (9 questões) envolvendo idade, sexo, cor, se realiza trabalho remunerado, com carteira assinada (vínculo empregatício), quantos dias trabalha por semana, grau de escolaridade, estado civil e se tem ou não filhos. Em seguida, responderam a um questionário preconizado por Cavalcante et al. (2010) para avaliar o motivo para entrada, permanência e expectativas com o trabalho voluntário, composto por 10 questões com respostas do tipo likert cujas respostas variam de “discordo totalmente” a “concordo totalmente”.

 Os respondentes foram classificados de acordo com o modelo de hierarquia de valores pela distinção do valor da ação e por atitudes de sujeitos: Altruísta, Afetivo, Amigável, Ajustado e Ajuizado.  Os voluntários que responderam que concordam totalmente com a questão 1 e 6, foram classificados como Altruísta, ao concordar totalmente com a questão 2 e 7 como afetivo, questões 3 e 8 como amigável, 4 e 9 como ajustado e 5 e 10 como ajuizado, em cada domínio (motivos de entrada, permanência e expectativas). A descrição detalhada de cada perfil está apresentada no Quadro 1.

Quadro 1- Descrição dos perfis do voluntariado.

NíveisDescrição
AltruístaPercepção subjetiva de auto sacrifício por parte do voluntário, envolvendo risco, insalubridade e periculosidade, sob a perspectiva da consciência de espécie ou de questionamento em torno das condições gerais de vida de seres humanos. Nesse caso, há uma consciência societal.
AfetivoReúne motivos relativos ao sentimento de auxílio a sujeitos e comunidades em situações de exceção, via fornecimento de apoio direto aos menos aptos e prósperos tais como idosos, crianças, desabilitados e pacientes em hospitais, estando o voluntário interessado no resgate da cidadania, numa perspectiva local.
AmigávelContempla motivos vinculados à avaliação subjetiva de contribuição para o bem-estar social, e de desafortunados em particular, sob uma perspectiva amistosa, em que o voluntário se sente compartilhando algo próprio com alguém em dado espaço organizacional.
AjustadoReúne motivos de uma forma específica de aprimoramento social não centrada em temas cruciais ou aflitivos, mas que, de alguma forma, transmite ao voluntário a sensação de estar, simultaneamente, promovendo a si próprio e a vida do receptor sob uma interação grupal.
AjuizadoCongrega motivos centrados na sensação de privilégios, de status e de proteção, estando o voluntário interessado na construção e projeção da autoimagem ou na promoção pessoal junto a indivíduos e coletividades. Trata-se de um posicionamento centrado no eu, portanto, egoísta em essência.
Fonte: Cavalcante et al., 2010.

Utilizando, foram realizadas análises descritivas do perfil sociodemográfico, além dos motivos para entrada, expectativas e motivos para a permanência no trabalho voluntário por meio de frequências absolutas e relativas. A seguir os voluntários foram classificados de acordo com Cavalcante et al. (2010), quanto ao perfil do motivo de entrada, expectativa e motivo de permanência. 

3 RESULTADOS

Do total de 1200 questionários enviados 492 responderam representando uma taxa de resposta de 41%.
Na tabela 1 são apresentados os resultados das análises descritivas das variáveis socioeconômicas. Os respondentes com maior frequência estão entre a faixa de 61 a 70 anos de idade com 29,9% (n=147), onde a maioria dos voluntários é do sexo masculino 66,5% (n=327), com 55,7% (n=274) de cor autorreferida branca. Aproximadamente 81% (n=398) possuem atividade remunerada, sendo que 69,3% (n=341) possuem vínculos de carteira assinada e 64% (n=315) trabalham diariamente de segunda-feira a sexta-feira. Na variável em relação à escolaridade 62,8% (n=309) possuem nível superior e em relação a variável situação conjugal 45,5% (n=224) são casados e a maioria tem filhos 73,0% (n=359). 

Tabela 1. Análise descritiva das variáveis de caracterização socioeconômica da amostra de voluntários do Rotary Clube de municípios de Minas Gerais/Brasil (n=492).

Quando questionados sobre os motivos para entrada no trabalho voluntário (Tabela 2) observa-se que as respostas foram variadas, sendo a mais frequente “Porque quero um mundo melhor” com 18,3% (n=90). “Levar conhecimento aos assistidos” com 11% (n=54) e “Fazer algo importante” com 10,8% (n=53).  “Porque me identifico com o trabalho” com 13,8% (n=68), “Para participar de passeios, festas e fazer amizade” 13,2% (n=65), “Conhecer pessoas novas” com 12,0% (n=59), “Para me desenvolver como pessoa com 8,1% (n=40), “Para aprender” com 4,9% (n=24), “Para me sentir bem” com 4,5% (n=22), seguido pelo motivo menos citado para entrada no serviço voluntariado que foi “Curiosidade” 3,5% (n=17).

Expectativas diversas com o trabalho voluntário foram encontradas (Tabela 3), sendo que as mais apontadas foram “Resgatar a dignidade humana” com 18,9% (n=93) e “Recuperar as pessoas” 13,8% (n=68). “Contribuir para que as pessoas tenham mais saúde” com 11,8% (n=58) e “Obter bons resultados para a saúde dos assistidos” com 9,8% (n=48). Outras expectativas citadas pelos voluntários rotarianos incluem: “Fazer amizades” 12,6% (n=62), “obter mais amor e carinho das famílias assistidas” 8,3% (n=41), “ter a sensação de dever cumprido” 6,7% (n=33), “adquirir conhecimentos” 6,3% (n=31), “contribuir para que as pessoas tenham mais saúde” 11,8% (n=58), “obter bons resultados para a saúde dos assistidos” 9,8% (n=48) seguidos por “realização pessoal” 5,9% (n=29) e “Que meu trabalho no voluntariado me ajude a lidar melhor com as pessoas” 5,9% (n=29).

Em relação aos motivos para permanência no trabalho voluntário (Tabela 4) também foram observadas variações nas respostas, sendo citadas “Amor ao próximo” 19,3% (n=95), “Situação das pessoas” 13,4% (n=66), “Para ajudar as famílias” 11,2% (n=55), “Envolvimento com as famílias e com as pessoas” 10,0% (n=49), “Amor que tenho pelas pessoas” 4,7% (n=23), “Transmitir conhecimento para as famílias” 4,1% (n=20). Outras expectativas incluem:  “Força de vontade” 10,4% (n=51), “Gesto de fé” 10,2 (n=50), “Gosto por fazer as coisas” 9,2% (n=45) e “Porque tenho a oportunidade de aprender a lidar com as pessoas” 7,7% (n=38). 

Na Tabela 5 são apresentadas as análises descritivas da classificação do perfil dos voluntários de acordo com Cavalcante et al. (2010). Observa-se que o perfil dos voluntários rotarianos é diversificado, sendo altruísta o mais frequente nas classificações pelo motivo de entrada 29,3% (n=144), expectativa 32,7% (n=161) e permanência 29,5% (n=145). O perfil menos frequente é o ajuizado nas classificações pelo motivo de entrada 9,4% (n=46) e expectativa 11,8% (n=58) e o ajustado na classificação pelos motivos para permanência com um percentual de 8,7% (n=43).

4 DISCUSSÃO

A taxa de resposta no estudo, que foi de 41%, considerada adequada para estudos que utilizam questionários aplicados via aplicativo de mídia social e e-mail, que podem variar de 18% a 50% (FALEIROS et al. 2016).  

 Um dos principais impactos do trabalho voluntário é a contribuição para a sociedade Souza (2022) por meio de projetos e ações sociais, os voluntários são capazes de ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade, como idosos, crianças em situação de rua, pessoas com deficiência e famílias em situação de pobreza, proporcionando-lhes acesso a serviços e recursos básicos e melhorando sua Qualidade de Vida (ERASMUS & MOREY, 2016). Assim, é importante compreender como os diversos motivos e perfis dos voluntários podem influenciar suas ações, bem como motivar seu engajamento e aumentar sua contribuição para a sociedade por meio do trabalho voluntário. 

Nesta pesquisa  observou-se  que o perfil altruísta prevaleceu entre os motivos de entrada, expectativa e permanência. Houve predominância de voluntários acima dos 61 anos de idade, do sexo masculino, casados com filhos, com nível superior de escolaridade. 

Em relação ao perfil da amostra algumas características encontradas diferem da literatura em relação ao sexo, vínculo empregatício e nível de escolaridade de Silva et al. (2020) predominância de mulheres idosas observado nos estudos de  CARVALHO & SOUZA (2007), SELLI, GARRAFA, JUNGES (2008), NOGUEIRA-MARTINS, BERSUSA, SIQUEIRA (2010) E SOUZA, LAUTERT, HILLESHEIN (2011)

 As características do Rotary podem justificar a diferença em relação ao sexo pois por muitos anos a participação de mulheres foi proibida.  O Conselho de Legislação do Rotary International aprovou a admissão de mulheres ao quadro associativo em 1989, mas apesar deste possibilidade, ainda se observa a predominância de homens. 

 Contudo, a predominância de pessoas acima de 61 anos no presente estudo corrobora achados de Silva et al. (2020) em relação à faixa etária dos voluntários, o que pode estar relacionada ao fato de que pessoas acima de 50 anos, em geral já tenham adquirido uma estabilidade financeira e em virtude da mesma, optam pelo trabalho voluntário como forma de obter qualidade de vida (SOUZA; LAUTERT; HILLESHEIN, 2011).  

Além disso, os idosos, ao se aproximarem da fase final de suas vidas, podem ter uma maior conscientização sobre a importância de deixar um legado positivo e contribuir para a sociedade (SILVA,2020). Dessa forma, o trabalho voluntário pode ser uma maneira significativa para os idosos encontrarem propósito e satisfação pessoal, mantendo-se ativos e socialmente conectados (SOUZA, 2011). Assim, a combinação de tempo disponível e o desejo de fazer a diferença pode explicar a maior presença dos idosos no trabalho voluntário, mesmo estando empregado de forma remunerada (WU; TANG; YAN 2005).

Os idosos estão mais ativos no trabalho voluntário devido à sua condição de aposentados e/ou a uma menor quantidade de obrigações profissionais e familiares pois a aposentadoria aumenta as oportunidades de envolvimento em atividades voluntárias, uma vez que os indivíduos têm mais tempo livre para dedicar a essas atividades, além disso, os idosos frequentemente possuem uma vasta experiência de vida e habilidades desenvolvidas ao longo dos anos, o que os tornam valiosos para o trabalho (WILSON E MUSICK, 1997).  Esses  achados evidenciam a importância de considerar os fatores demográficos e socioeconômicos ao desenvolver estratégias de recrutamento e engajamento de voluntários.

Observou-se ainda na amostra que a maioria dos voluntários apresenta emprego remunerado com carteira assinada, sugerindo que a amostra é composta por indivíduos com emprego formal e estabilidade financeira. Além disso, a maioria dos voluntários trabalha todos os dias da semana, indicando uma jornada de trabalho regular. Essas características são consistentes com estudo realizado por Delicado (2014), que investigou o perfil de voluntários e encontrou uma predominância de indivíduos empregados e com uma rotina de trabalho regular. Isso demonstra que ter tempo livre  não se caracteriza mais como primordial para a realização do trabalho voluntário, sendo importante observar que outras características  podem se sobrepor a esta condição. O forte comprometimento com o trabalho voltado à comunidade, o compromisso ético, o profissionalismo e a liderança são características presentes nos membros do Rotary que podem justificar  a dedicação de seus membros mesmo tendo um trabalho formal e remunerado que ocupa grande parte do seu tempo.  

Em relação à escolaridade, observou-se neste estudo que a maioria dos voluntários possui nível superior, demonstrando que a escolaridade é uma das variáveis que influem sobre a propensão para o trabalho voluntário, hipótese corroborada por múltiplos estudos internacionais KELLERHALS (1974), PROUTEAU (1997), GASKIN & DAVIS (1995)). Essa predominância de indivíduos com maior escolaridade pode estar relacionada também, ao método de coleta de dados utilizado na pesquisa, que foi realizado via internet. Estudo anterior, como o de Silva & Silva (2020), mostra que a utilização da internet como meio de coleta de dados pode resultar em uma maior participação de pessoas com maior nível educacional, devido ao acesso a recursos e habilidades tecnológicas mais avançadas.

No que diz respeito ao estado civil e à presença de filhos, constatou-se que a maioria dos voluntários são casados e têm filhos. Essa descoberta está em consonância com estudos anteriores que também relataram uma prevalência de voluntários casados e com filhos Silva et al. (2020), Delicado (2014).  Essa relação entre estado civil, presença de filhos e engajamento em trabalho voluntário sugere que as responsabilidades e valores familiares desempenham um papel significativo na motivação dos voluntários.

As motivações para o trabalho voluntário podem incluir tanto fatores altruístas, como o desejo de contribuir para a sociedade, quanto fatores egoístas, como a busca por reconhecimento social e a satisfação pessoal (Johnson et al. (2020).

Assim, as motivações podem estar relacionadas com o desejo de ajudar os outros (HYDE & KNOWLES, 2013), contribuir para a comunidade (HODGKINSON & WEITZMAN, 2012, Johnson et al. (2020),) e fazer a diferença na vida das pessoas (CAVALCANTE et al., 2010). As motivações sociais emergem devido à necessidade de pertença a um grupo com interesses comuns entre eles, de se relacionar com diferentes pessoas e fazer novas amizades, mas também à carência de reconhecimento social visto que ao participar em atividades voluntárias que são vistas favoravelmente pelos outros significativos obtêm, assim, a sua aprovação (FERREIRA; PROENÇA; PROENÇA, 2008; PROUTEAU & WOLFF, 2008; FINKELSTIEN, 2009). No presente estudo também foram observadas estas características quando se observou que os motivos para o trabalho voluntário também estavam associados a estes aspectos.

Na avaliação da expectativa em relação ao trabalho voluntário verificou predominância de fatores relacionados ao favorecimento ao próximo. Assim como no estudo de Silva et al. (2020) os voluntários demostraram expectativas relacionadas ao engrandecimento social e pessoal. Dados encontrados neste estudo demonstraram que parte dos voluntários almejavam alcançar  algum ganho pessoal na prática do trabalho voluntário. Diferente do que se possa pensar o trabalho voluntário também pode trazer benefícios aos que praticam o voluntariado que pode se beneficiar com o aumento do nível de autoestima, avaliação positiva sobre si mesmo, reconhecimento de habilidades e possibilidades pessoais (RAMOS, 2015; GONÇALVES, 2016; VIEGAS 2019). 

A motivação de trabalhar se caracteriza pela humanidade, compaixão e amor onde o querer o bem e se doar, são contextos que impulsionam as pessoas a praticarem o trabalho voluntário (CAVALCANTE, 2012). Estes achados levam a reflexão de após iniciarem o trabalho voluntário, todas as forças são canalizadas em benefício dos assistidos de forma a fazer a diferença na vida das pessoas pois a empatia e a solidariedade são valores fundamentais que impulsionam esses indivíduos a se envolverem em atividades voluntárias (CLARY, 1998).

Por fim, o interesse pelo envolvimento com as famílias e com as pessoas demonstradas pelos dados deste estudo reflete o desejo de muitos voluntários de se conectar com outras pessoas, formar laços de amizade e solidariedade.

Os rotarianos através de esforços coletivos podem transformar a vida das pessoas por diversas gerações, como no trabalho para proteger bilhões de crianças contra a paralisia infantil. Graças à Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (GPEI), assim como as campanhas de arrecadação e atividades de sensibilização da família Rotary, cerca de 19 milhões de pessoas que poderiam estar paralíticas são capazes de andar e 1,5 milhão de pessoas que poderiam ter morrido estão vivas (ROTARY BRASIL, 2023).

De acordo com o Centro Johns Hopkins de Estudos da Sociedade Civil, os associados do Rotary doam cerca de 47 milhões de horas de trabalho voluntário por ano (estimadas em US$850 milhões) a comunidades do mundo inteiro. As realizações vão além do trabalho contra a pólio. A infraestrutura criada para combater a doença foi usada em ações contra a covid-19 em muitos países vulneráveis e têm um papel contínuo em outras intervenções de saúde, como fornecimento de tratamentos médicos e vacinas adicionais, distribuição de mosquiteiros para prevenir a malária, acesso a água limpa e até mesmo doação de sabonetes para lavagem das mãos. Rotarianos também apoiam a educação, contribuem para o desenvolvimento econômico, protegem mães e filhos, promovem a paz, e viabilizam o acesso à água, saneamento e boas práticas de higiene, além de apoiar atividades em prol do meio ambiente (ROTARY BRASIL, 2023). 

A observação dos cinco perfis de voluntários altruísta, afetivo, amigável, ajustado e ajuizado, na amostra observada evidencia a diversidade de características dos voluntários envolvidos no estudo. No entanto, o perfil altruísta se destacou como o mais frequente nas classificações pelo motivo de entrada, expectativa e permanência, representando uma parcela significativa dos voluntários. Segundo Silva, Araújo e Barbosa (2022) às características dos participantes que manifestam mais a motivação altruísta é de pessoas casadas, empregadas formalmente, com níveis de escolaridade e salarial mais altos, indo de encontro aos achados deste estudo que observou características semelhantes. 

Outros trabalhos da literatura que avaliaram o perfil do voluntariado também observaram o perfil altruísta como o mais frequente Clary (1998), Cavalcante et al. (2010), Cavalcante (2012), Delicado (2014), Cavalcante (2015), Silva et al. (2020), Silva, Araújo e Barbosa (2022).

Considerando que o perfil altruísta se caracteriza por pessoas que possuem uma forte preocupação com o bem-estar e as necessidades dos outros, colocando-os em primeiro plano os voluntários com esse perfil são motivados pelo desejo genuíno de ajudar, sem esperar benefícios pessoais imediatos (SNYDER & OMOTO, 2008).

Além disso pode-se considerar que o trabalho voluntário pode assumir uma função compensatória na vida das pessoas que estão tão satisfeitas e gratas pela sua condição de vida que querem dar algo de volta à sociedade através do trabalho voluntário (GÜNTERT; WEHNER; MIEG 2022). 

A presença do perfil altruísta na amostra estudada é um indicador positivo, pois esse perfil traz consigo valores como empatia, generosidade e responsabilidade social, que são essenciais para promover mudanças positivas e efetivas na sociedade. Ao cultivar e incentivar esse perfil de voluntário, o Rotary Clube pode fortalecer sua atuação e sua missão de construir um mundo melhor por meio do serviço voluntário. De acordo com Vitoreli et al. (2020), esse perfil é importante para a sustentabilidade do trabalho voluntário, pois pessoas que se identificam com esse perfil são mais propensas a continuar atuando em projetos sociais ao longo do tempo e apresentam um nível de felicidade elevado em relação às pessoas que não praticam o trabalho voluntário.

 Os perfis Afetivo e Amigável também mostraram frequências próximas relativas aos motivos, expectativas e permanência no trabalho voluntário.  Isso indica que o desejo de contribuir para o bem-estar social, auxiliar aqueles em situações difíceis e ter uma percepção de auto sacrifício são aspectos centrais para o engajamento e permanência dos voluntários no Rotary Clube. Estes achados estão de acordo com o estudo de Clary (1998) que revelaram a existência de perfis afetivos e amigáveis entre os voluntários, com uma preocupação especial com as emoções dos outros e o desejo de criar laços e fazer amizades por meio do voluntariado. 

Os perfis Ajustados e Ajuizados foram os menos frequentes e representativos na amostra. Estes achados pensando no propósito do trabalho voluntário dentro de Rotary Club são interessantes, pois são aspectos menos desejáveis dentro do trabalho voluntário. O perfil ajustado reúne motivos de uma forma específica de aprimoramento social não centrada em temas cruciais ou aflitivos, mas que, de alguma forma, transmite ao voluntário a sensação de estar, simultaneamente, promovendo a si próprio e a vida do receptor sob uma interação grupal. No perfil Ajuizado, os voluntários têm motivações centradas na sensação de privilégios, status e proteção, buscando a construção e projeção de sua autoimagem e promoção pessoal junto a indivíduos e coletividades. 

As características observadas a partir das análises dos dados dos clubes envolvidos no estudo podem não refletir a realidade e clubes em outras de todos os Rotary Clubes de maneira geral, pois existem diferenças entre as condições culturais e socioeconômicas dos associados que podem interferir nos resultados apresentados. No entanto, os resultados apresentados  fornecem informações essenciais sobre as motivações e perfis dos voluntários que podem  ser considerados pelas organizações para direcionar seus esforços para o desenvolvimento de estratégias eficazes para engajar e reter voluntários nos trabalhos  sociais. Além disso, pode-se sugerir pesquisas futuras para investigar de forma mais aprofundadas as motivações específicas de cada perfil e o impacto social de diferentes tipos de atividades voluntárias realizadas para a sociedade.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma característica importante das organizações como os clubes de serviços é que eles contam com uma grande quantidade de voluntários e atuam prestando serviços para a sociedade menos favorecida, que não consegue receber de maneira satisfatória os serviços do poder público, nem por outro lado contratar os serviços do setor privado.

Os resultados analisados mostram que o perfil altruísta é o mais prevalente entre os voluntários, sendo motivada pelo amor ao próximo, compaixão e busca pelo bem-estar das pessoas. Fica evidente a importância do trabalho voluntário como uma prática que envolve valores pessoais, como altruísmo, solidariedade e gratidão. Essas motivações são fundamentais para a prática do trabalho voluntário e contribuem para a transformação da sociedade. 

Além disso, o trabalho voluntário também traz benefícios significativos para os próprios voluntários, como demonstram os achados neste estudo que evidenciou em algumas das respostas relacionadas ao trabalho voluntário aspectos que remeteram o trabalho voluntário como uma ação realizada para o engrandecimento pessoal do próprio voluntário pois o  envolvimento nessas atividades pode promover o desenvolvimento pessoal, o fortalecimento da identidade, a melhoria da saúde mental e o desenvolvimento de habilidades e competências pessoais e profissionais. Esses aspectos ressaltam a importância do trabalho voluntário como uma oportunidade de crescimento e enriquecimento pessoal.

No entanto, é necessário reconhecer que as motivações e perfis dos voluntários podem variar de acordo com diferentes fatores, como faixa etária, gênero, religião e contexto sociocultural. Dessa forma, é essencial considerar essas variáveis ao desenvolver estratégias de recrutamento e retenção de voluntários, visando atender às suas necessidades e interesses específicos.

É importante ressaltar que os resultados apresentados neste estudo são baseados em estudos específicos e podem não refletir a realidade de todos os contextos e culturas. No entanto, essas informações fornecem informações valiosas sobre as motivações e perfil dos voluntários, contribuindo para o entendimento do trabalho voluntário e para o desenvolvimento de estratégias eficazes para engajar e reter voluntários em projetos sociais.

Portanto, o trabalho voluntário desempenha um papel crucial na construção de sociedades mais justas e inclusivas. Compreender as motivações e perfis dos voluntários é essencial para promover estratégias eficazes de recrutamento e retenção, bem como para proporcionar um ambiente propício ao crescimento e desenvolvimento pessoal dos voluntários. O trabalho voluntário não só beneficia aqueles que são ajudados, mas também traz transformação e enriquecimento para aqueles que se dedicam a essa nobre causa.

REFERÊNCIAS

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1São Leopoldo Mandic, Mestrando – Departamento de Sáude Coletiva, Campinas, SP, Brasil. Rua Teófilo Otoni, 14 – Centro – Mariana-MG, CEP: 35.420-024 https://orcid.org/0000-0002-4001-455X

2Prof Dr São Leopoldo Mandic, Departamento de Sáude Coletiva, Campinas, SP, Brasil. Rua Dr. José Rocha Junqueira, 13, Swift, Campinas-SP, CEP: 13045-755 https://orcid.org/0000-0001-7742-0255

3Prof Dr São Leopoldo Mandic, Departamento de Sáude Coletiva, Campinas, SP, Brasil. Rua Dr. José Rocha Junqueira, 13, Swift, Campinas-SP, CEP: 13045-755 https://orcid.org/0000-0003-0218-9313