ABORDAGENS MULTIDISCIPLINARES NO TRATAMENTO DE TUMORES NA REGIÃO DE CABEÇA E PESCOÇO: UMA REVISÃO ATUALIZADA

MULTIDISCIPLINARY APPROACHES IN THE TREATMENT OF TUMORS IN THE HEAD AND NECK REGION: AN UPDATED REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10136768


Amanda Pereira Leite Alberto
Aliny Thaisy Araujo Costa
José Carlos Tolentino Arqueros
Geovani Carvalho de Jesus
Beatriz Kely Pereira Gomes
Rafael Gomes Carneiro
Camila Beatriz Silva Nunes
Amaro Lafayette Nobre Formiga Filho
Gabriella Justo
Glennya Ester Da Conceição Santos
Sulamitha Brito de Souza
Sheila Absalão Azevedo
Suzana Barbosa Luz
Adnaleila Silva de Medeiros Brandão
Vanessa Soares Torres


RESUMO 

O carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço que afeta os sítios anatômicos do trato aerodigestivo superior é uma das principais causas de óbito por câncer em todo o mundo. Esta revisão se concentrou nos avanços recentes relacionados às causas, prevenção, tratamento, aspectos clínicos e desfechos do CEC de cabeça e pescoço. Foram utilizados como motores de busca os indexadores SciVerse Scopus, Scientific Eletronic Library Online (Scielo), U.S. National Library of Medicine (PUBMED) e ScienceDirect. Os artigos foram contemplados entre os anos de 2000 a 2023. Este trabalho enfatiza a importância das abordagens multidisciplinares no tratamento de tumores na região de cabeça e pescoço. A colaboração entre especialistas médicos de diversas áreas é essencial para otimizar os resultados clínicos e preservar a função e a qualidade de vida dos pacientes. Apesar dos desafios, a pesquisa e a inovação contínuas no campo prometem aprimorar ainda mais o tratamento dessa condição complexa, proporcionando esperança para aqueles afetados por ela.

Palavras-chave: Cirurgia; Radioterapia; Câncer de Cabeça e Pescoço.

SUMMARY

Squamous cell carcinoma of the head and neck, which affects the anatomical sites of the upper aerodigestive tract, is one of the main causes of death from cancer worldwide. This review focused on recent advances related to the causes, prevention, treatment, clinical aspects, and outcomes of head and neck SCC. The indexers SciVerse Scopus, Scientific Electronic Library Online (Scielo), U.S. National Library of Medicine (PUBMED) and ScienceDirect were used as search engines. The articles were covered between the years 2000 and 2023. This work emphasizes the importance of multidisciplinary approaches in the treatment of tumors in the head and neck region. Collaboration between medical experts from different areas is essential to optimize clinical results and preserve patients’ function and quality of life. Despite the challenges, continued research and innovation in the field promises to further improve treatment of this complex condition, providing hope for those affected by it.

Keywords: Surgery; Radiotherapy; Head and Neck Cancer.

1 INTRODUÇÃO

O carcinoma espinocelular (CEC) de cabeça e pescoço que afeta os sítios anatômicos do trato aerodigestivo superior é uma das principais causas de óbito por câncer em todo o mundo. Estatísticas de 2009 indicaram aproximadamente 47.000 casos de CEC de cabeça e pescoço, com uma estimativa de 11.000 óbitos decorrentes dessa doença (BENOIT et al., 2021). 

Este tipo de câncer, na maioria dos casos, é identificado como carcinoma espinocelular e frequentemente se manifesta na orofaringe, cavidade oral, hipofaringe ou laringe. A sua origem envolve uma complexa interação entre fatores genéticos e ambientais, tornando-o uma condição multifatorial. Notadamente, o tabagismo e o alcoolismo são fatores de risco significativos para o seu desenvolvimento (SIGNOR et al., 2022).

Além dos fatores mencionados, o papilomavírus humano (HPV) tem surgido como um fator de risco em cerca de 25% dos casos de CEC de cabeça e pescoço. A infecção por HPV desempenha um papel importante na carcinogênese da orofaringe, particularmente nos casos de câncer amigdaliano, com forte impacto no prognóstico e na resposta ao tratamento, devido à influência sobre o perfil molecular do câncer (JHAM; DA SILVA FREIRE, 2006).

 No entanto, vale ressaltar que nem todos os fumantes e bebedores desenvolvem CEC de cabeça e pescoço, indicando que a suscetibilidade genética individual desempenha um papel significativo nesse cenário. Embora as infecções por HPV de alto risco pareçam ser clinicamente relevantes na carcinogênese laríngea, a sua importância precisa ser ainda mais investigada, especialmente no contexto da prevenção e tratamento (JHAM et al., 2011).

A expectativa de vida após cinco anos do diagnóstico é de cerca de 50% quando há metástases linfonodais. No entanto, a resposta ao tratamento quimioterápico neoadjuvante tem demonstrado resultados promissores para pacientes com doença avançada. Isso é particularmente relevante, considerando o impacto da intensidade do tratamento em futuros protocolos, visando alcançar altas taxas de cura com menor toxicidade (PATEL; SYKES, 2008). 

Outros avanços incluem técnicas cirúrgicas, como a cirurgia robótica, que reduzem a necessidade de traqueostomia, permitindo uma recuperação mais rápida da função de deglutição oral e internações mais curtas. A radioterapia em combinação com quimioterapia concomitante também demonstrou melhorar as taxas de sobrevivência e preservação da laringe e controle locorregional (BENOIT et al., 2021).

No entanto, a mortalidade e morbidade relacionadas ao CEC de cabeça e pescoço continuam elevadas, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes e aumentando o custo do tratamento. Esta doença pode ter impactos profundos na saúde geral, bem-estar mental, aspectos sociais, vida profissional e familiar, além de causar mudanças no funcionamento do trato aerodigestivo superior, afetando a qualidade de vida (MODY et al., 2021). 

Portanto, compreender os fatores envolvidos no desenvolvimento da doença e suas características é crucial para orientar as escolhas de tratamento, otimizar o cuidado médico e tomar decisões informadas sobre a eficácia do tratamento e os seus efeitos colaterais. Com base nessas considerações, esta revisão se concentrou nos avanços recentes relacionados às causas, prevenção, tratamento, aspectos clínicos e desfechos do CEC de cabeça e pescoço.

2 METODOLOGIA

Refere-se a uma revisão integrativa de literatura, de caráter qualitativo. A revisão de literatura permite a busca aprofundada dentro de diversos autores e referenciais sobre um tema específico (PEREIRA et al., 2018). 

Sendo assim, para a construção do presente artigo, foi estabelecido um roteiro metodológico baseado em seis fases, a fim de nortear a estrutura de uma revisão integrativa, sendo elas: elaboração da pergunta norteadora, organização dos critérios de inclusão e exclusão e a busca na literatura, caracterização dos dados que serão extraídos em cada estudo, análise dos estudos incluídos na pesquisa, interpretação dos resultados e apresentação da revisão. 

Foi utilizada a estratégia PICO para a elaboração da pergunta norteadora, sendo o PICOS (Patient/population/disease; Exposure or issue of interest, Comparison Intervention or issue of interest Outcome), a População (P): Pacientes com tumores na região de cabeça e pescoço; Intervenção (I): Abordagens multidisciplinares no tratamento; Comparador (C): Comparação com abordagens unidisciplinares ou convencionais, quando aplicável; Desfecho (O): Resultados clínicos, qualidade de vida, eficácia terapêutica e quaisquer outros desfechos relevantes.. Diante disso, construiu-se a questão norteadora: “Qual é o impacto das abordagens multidisciplinares em comparação com abordagens unidisciplinares no tratamento de tumores na região de cabeça e pescoço em termos de resultados clínicos, qualidade de vida e eficácia terapêutica?” (Tabela 1).

Tabela 1 – Elementos da estratégia PICOS, Brasil, 2023.

ComponentesDefinição
P – populaçãoPacientes com tumores na região de cabeça e pescoço
I – Intervenção Abordagens multidisciplinares no tratamento.
C – ComparadorComparação com abordagens unidisciplinares ou convencionais, quando aplicável
O – DesfechoResultados clínicos, qualidade de vida, eficácia terapêutica e quaisquer outros desfechos relevantes..

Fonte: Autoria própria, 2023.

Buscas avançadas foram realizadas em estratégias detalhadas e individualizadas em quatro bases de dados: SciVerse Scopus, Scientific Eletronic Library Online – Scielo, U.S. National Library of Medicine (PUBMED) e ScienceDirect. Os artigos foram coletados no mês de julho de 2023 e contemplados entre os anos de 2000 a 2022.  

A estratégia de pesquisa desenvolvida para identificar os artigos incluídos e avaliados para este estudo baseou-se em uma combinação apropriada de termos MeSH (www.nlm.nih.gov/mesh/meshhome.html), nos idiomas português e inglês. 

Considerou-se como critério de inclusão os artigos completos disponíveis na íntegra nas bases de dados citadas, nos idiomas inglês e português e relacionados com o objetivo deste estudo. Os critérios de exclusão foram artigos incompletos, duplicados, resenhas, estudos in vitro e resumos.

A estratégia de pesquisa baseou-se na leitura dos títulos para encontrar estudos que investigassem a temática da pesquisa. Caso atingisse esse primeiro objetivo, posteriormente, os resumos eram lidos e, persistindo na inclusão, era feita a leitura do artigo completo.  Na sequência metodológica foi realizada a busca e leitura na íntegra dos artigos pré-selecionados, os quais foram analisados para inclusão da amostra. 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base na revisão de literatura feita nas bases de dados eletrônicas citadas, foram identificados 2795 artigos científicos, dos quais 324 estavam duplicados com dois ou mais índices. Após a leitura e análise do título e resumos dos demais artigos, outros 2390 foram excluídos. Assim, 81 artigos foram lidos na íntegra e, com base nos critérios de inclusão e exclusão, apenas 22 artigos foram selecionados para compor este estudo. O fluxograma com detalhamento de todas as etapas de seleção está na figura 1.

Figura 1 – Fluxograma de identificação e seleção dos estudos.

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Fonte: os autores, 2023.

A revisão abrangente dos estudos disponíveis revelou diversas descobertas relevantes no que diz respeito ao tratamento de tumores na região de cabeça e pescoço com abordagens multidisciplinares. Primeiramente, observou-se uma variedade de abordagens terapêuticas utilizadas em pacientes com tumores nesta região, incluindo cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapias direcionadas. A combinação dessas modalidades terapêuticas permitiu uma estratégia mais abrangente e adaptável para lidar com a complexidade dos casos (JHAM; DA SILVA FREIRE, 2006).

Além disso, os resultados clínicos destacaram benefícios significativos nas abordagens multidisciplinares em comparação com abordagens unidisciplinares. Os pacientes submetidos a tratamentos multidisciplinares frequentemente apresentaram maiores taxas de resposta ao tratamento, menor taxa de recidiva e melhor qualidade de vida após o tratamento. Essas descobertas destacam a importância da integração de diferentes especialistas médicos no planejamento e execução do tratamento de tumores na região de cabeça e pescoço (JERECZEK-FOSSA; ORECCHIA, 2002).

No entanto, também identificamos complicações e efeitos colaterais associados às diversas modalidades terapêuticas. Complicações cirúrgicas, efeitos colaterais da radioterapia e quimioterapia, bem como desafios no manejo de sintomas e qualidade de vida pós-tratamento, são aspectos que precisam ser abordados com atenção (LALLA et al., 2022).

A análise dos resultados destaca a eficácia das abordagens multidisciplinares no tratamento de tumores na região de cabeça e pescoço. A colaboração entre diferentes especialidades médicas, como cirurgiões, oncologistas, radiologistas e fonoaudiólogos, provou ser fundamental para otimizar os resultados clínicos. A integração desses especialistas resulta em planos de tratamento mais abrangentes e personalizados, levando em consideração não apenas a eliminação do tumor, mas também a preservação da função e da qualidade de vida dos pacientes (JAMAL et al., 2017).

No entanto, não se deve ignorar os desafios e complicações associados a essas abordagens. Compreender esses desafios é crucial para melhorar ainda mais a eficácia do tratamento e minimizar os efeitos colaterais adversos. A pesquisa futura deve se concentrar na identificação de estratégias para mitigar esses desafios e no desenvolvimento de terapias personalizadas que considerem a variabilidade genética dos pacientes (JAMAL et al., 2017).

3.1 Causas do Câncer de cabeça e pescoço 

O carcinoma de células escamosas (CCE) de cabeça e pescoço é uma condição complexa cujas causas podem ser atribuídas a vários fatores inter-relacionados. Entre as principais causas e fatores de risco associados ao CCE de cabeça e pescoço, destaca-se o tabagismo. O consumo de tabaco, seja na forma de cigarros, charutos ou tabaco mascado, é reconhecido como um dos principais impulsionadores do desenvolvimento desse tipo de câncer. A exposição a substâncias químicas tóxicas presentes no tabaco pode causar mutações genéticas nas células do trato aerodigestivo superior, tornando-as mais suscetíveis ao câncer (ELTING et al., 2007).

Além disso, o consumo excessivo de álcool também é um fator de risco significativo para o CCE de cabeça e pescoço. Quando combinado com o tabagismo, o risco aumenta ainda mais. O álcool, quando ingerido em excesso de forma crônica, pode causar lesões e irritações nas células do trato aerodigestivo, tornando-as mais propensas ao desenvolvimento do câncer (ELTING et al., 2007).

Uma associação importante foi estabelecida entre o CCE de cabeça e pescoço e a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), especialmente o HPV tipo 16. Essa infecção é reconhecida como um fator de risco independente, particularmente na orofaringe, e desempenha um papel na carcinogênese (MODY et al., 2021)

Exposições ocupacionais a agentes carcinogênicos, como asbesto e poeira de madeira, bem como exposição a radiações ionizantes, também estão relacionadas a um aumento do risco de câncer de cabeça e pescoço. A exposição a esses agentes pode causar danos ao DNA das células do trato aerodigestivo, predispondo ao desenvolvimento de câncer (MODY et al., 2021)

Uma dieta desequilibrada, pobre em frutas e vegetais ricos em antioxidantes, é outro fator de risco, uma vez que não fornece a proteção necessária contra os danos celulares que podem levar ao câncer. Além disso, a predisposição genética desempenha um papel em alguns casos, com histórico familiar de câncer de cabeça e pescoço aumentando o risco (ELTING et al., 2007).

Outros fatores de estilo de vida, como má higiene bucal, falta de cuidados odontológicos adequados, dieta rica em alimentos processados e exposição ao calor extremo, também podem influenciar o risco de câncer de cabeça e pescoço (ELTING et al., 2007). A conscientização sobre esses fatores de risco e a promoção de hábitos de vida saudáveis são essenciais na prevenção do CCE de cabeça e pescoço, juntamente com exames regulares e diagnóstico precoce para garantir o tratamento eficaz. 

3.2 Modalidades de tratamento 

Os tratamentos para o carcinoma de células escamosas (CCE) de cabeça e pescoço são altamente individualizados e dependem do estágio da doença, da localização do tumor e das características específicas de cada paciente. As opções terapêuticas abrangem várias modalidades, frequentemente empregando abordagens multidisciplinares para garantir a eficácia do tratamento (MODY et al., 2021)

A cirurgia é frequentemente uma opção primária no tratamento do CCE de cabeça e pescoço, especialmente em estágios iniciais, quando o tumor é localizado e passível de ressecção completa. Os procedimentos cirúrgicos podem variar desde a remoção do tumor até a reconstrução de estruturas afetadas, como mandíbula, laringe ou faringe. A cirurgia robótica, uma técnica minimamente invasiva, tem se tornado uma alternativa valiosa, reduzindo a necessidade de traqueostomia e acelerando a recuperação da função de deglutição e fala (BENOIT et al., 2021).

A radioterapia, frequentemente associada à quimioterapia, é uma abordagem importante, especialmente em casos avançados ou quando a cirurgia não é viável. Essa modalidade utiliza radiações ionizantes para destruir as células cancerosas. A quimioterapia, por sua vez, envolve a administração de agentes quimioterápicos para combater as células tumorais, frequentemente em combinação com a radioterapia, em um regime conhecido como quimiorradioterapia concomitante (MODY et al., 2021)

A terapia-alvo e a imunoterapia são opções terapêuticas mais recentes e inovadoras que se concentram em atacar especificamente as células cancerosas, minimizando os danos às células saudáveis. Terapias direcionadas visam a proteínas específicas que impulsionam o crescimento do tumor, enquanto a imunoterapia estimula o sistema imunológico a reconhecer e combater as células cancerosas. Essas abordagens têm se mostrado promissoras em casos de CCE de cabeça e pescoço, especialmente em pacientes com determinadas características genéticas ou imunológicas (BENOIT et al., 2021).

É importante ressaltar que o tratamento do CCE de cabeça e pescoço pode ser desafiador, devido à complexidade anatômica da região e aos possíveis efeitos colaterais. Portanto, a abordagem multidisciplinar é crucial para avaliar cuidadosamente a escolha do tratamento e seu impacto nas funções vitais, como a fala, a deglutição e a respiração. Além disso, a gestão dos efeitos colaterais e o suporte ao paciente, incluindo a reabilitação da função vocal e de deglutição, são partes essenciais do tratamento para melhorar a qualidade de vida (ELTING et al., 2007).

Em resumo, o tratamento do CCE de cabeça e pescoço envolve uma combinação de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapias-alvo e imunoterapia, com a escolha dependendo do estágio da doença e das características individuais do paciente. A abordagem multidisciplinar desempenha um papel crucial na definição do plano de tratamento mais eficaz e na preservação das funções e da qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição complexa (ELTING et al., 2007).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão atualizada sobre abordagens multidisciplinares no tratamento de tumores na região de cabeça e pescoço destaca a importância crucial da colaboração interdisciplinar na gestão bem-sucedida dessa condição complexa. A análise abrangente dos resultados e discussões revela que a integração de diversas modalidades terapêuticas, como cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapias-alvo e imunoterapia, oferece uma abordagem abrangente para lidar com os desafios clínicos que envolvem o CCE de cabeça e pescoço.

Os resultados clínicos demonstram claramente que a aplicação de abordagens multidisciplinares resulta em melhores taxas de resposta ao tratamento, menor recorrência da doença e uma melhoria substancial na qualidade de vida dos pacientes. Isso é particularmente importante, pois o tratamento de tumores na região de cabeça e pescoço frequentemente afeta funções vitais, como fala, deglutição e respiração, que têm um impacto significativo na qualidade de vida.

No entanto, também é evidente que desafios persistentes existem, incluindo complicações cirúrgicas, efeitos colaterais da radioterapia e quimioterapia, bem como questões de qualidade de vida após o tratamento. Portanto, é crucial que a pesquisa futura se concentre na identificação de estratégias para mitigar esses desafios, aprimorando a experiência do paciente e otimizando os resultados clínicos.

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