IMPACTO DO TREINAMENTO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO NA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA

IMPACT OF PELVIC FLOOR MUSCLE TRAINING ON QUALITY OF LIFE IN WOMEN WITH URINARY INCONTINENCE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10127802


Lívia Elias Fideles Basilio¹*;
Márcia Cristina Vieira dos Santos²*;
Natalia Fernandes Cunha³*;
Éricles Dias Alves4**.


Resumo: A incontinência urinária é caracterizada pela perda involuntária da urina, podendo ser uma disfunção do assoalho pélvico, que ocorre com predominância no sexo feminino, precedentes que contribuem para essa prevalência são fatores intrínsecos como anatomia da pelve, gestações, partos e diminuição de estrogênio após menopausa. O objetivo dessa revisão é avaliar a eficácia do treinamento dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária e como sua qualidade de vida é afetada. Foram utilizadas como base de pesquisa bibliográfica artigos científicos da plataforma PUBMED e SCIELO, com publicação nos últimos 10 anos. O estudo avaliou o efeito do Treinamento Muscular do Assoalho Pélvico com objetivo de reduzir a incontinência urinária e promover uma melhora da qualidade de vida das mulheres afetadas. Concluímos que a Fisioterapia na saúde da mulher tem um papel de extrema importância para reduzir a sintomatologia da Incontinência urinária, reabilitar a função do Músculo Assoalho Pélvico e consequentemente elevar a qualidade de vida.

Palavras-chave: Incontinência Urinária. Treinamento do Músculo do Assoalho Pélvico. Qualidade de Vida. Fisioterapia.

Abstract: Urinary incontinence is characterized by the involuntary loss of urine and may be a pelvic floor dysfunction, which occurs predominantly in females, and precedents that contribute to this prevalence are intrinsic factors such as pelvic anatomy, pregnancies, childbirth and a decrease in oestrogen after the menopause. The aim of this review is to assess the effectiveness of pelvic floor muscle training in women with urinary incontinence and how their quality of life is affected. Scientific articles from the PUBMED and SCIELO platforms, published in the last 10 years, were used as the basis for the bibliographic research. The study evaluated the effect of pelvic floor muscle training with the aim of reducing urinary incontinence and improving the quality of life of affected women. We conclude that physiotherapy in women’s health plays an extremely important role in reducing the symptoms of urinary incontinence, rehabilitating pelvic floor muscle function and consequently improving quality of life.

Keywords: Urinary Incontinence. Pelvic Floor Muscle Training. Quality of Life. Physiotherapy.

1 INTRODUÇÃO 

O termo incontinência urinária (IU) refere-se à queixa de qualquer perda de urina, podendo ser involuntária, provocada pelo indivíduo ou descrita por um cuidador. Esse escape involuntário pode estar relacionado com esforços: espirros ou tosses, ou alguma atividade física. Afetando diretamente a qualidade de vida (QV), bem-estar físico emocional e social dessa população. (BRASIL,2020).                                                                      

A IU é a perda incontrolada de urina, é predominante no sexo feminino, e a prevalência média em diversos estudos é de 25% da população. Podendo variar de 10% em mulheres jovens a 45% entre idosas. (OLIVEIRA et al., 2017)

Pessoas do sexo feminino tem mais risco de desenvolver as disfunções miccionais por possuir fatores intrínsecos como anatomia da pelve, gestações, partos e diminuição de estrogênio após menopausa. (ASSIS et al, 2021).

Alterações relacionadas ao envelhecimento ocorrem no trato urinário inferior, mesmo na ausência de doença, incluindo diminuição da força de contração do músculo detrusor, capacidade da bexiga e capacidade de controlar a micção. Pode ocorrer contrações involuntárias do músculo vesical, denominado detrusor, aumento do volume residual pós-miccional, envelhecimento tecidual, dentre ouros. Entende – se que problemas urinários não são consequências naturais ou exclusivas do envelhecimento. (KNORTS et al., 2013). 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2013), QV é a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, em relação à cultura, sistemas de valores sociais no qual ele faz parte e aos objetivos, expectativas, padrões e preocupações. QV abrange o estado espiritual, físico, mental, saúde, psicológico, emocional, além de relacionamentos sociais, como família e amigos. 

Disfunção sexual oriunda da incontinência urinária pode ser decorrente de um acúmulo de fatores, que promovem barreiras totais ou parciais na resposta sexual da mulher, relacionadas ao desejo, à excitação e ao orgasmo impactando negativamente na sua QV. (MONTEIRO et al, 2021). 

MADUENHO et al, (2022) A Fisioterapia na saúde da mulher tem grande atuação nas disfunções da musculatura do assoalho pélvico (AP) ela abrange métodos de avaliação e tratamento padronizado, entre eles é possível citar: técnicas de terapia manual, relaxamento e alongamento muscular, utilização de recursos como estimulação elétrica, biofeedback, treinamento vesical e cinesioterapia, utiliza-se questionários específicos para avaliar disfunções e o seu impacto na QV das mulheres. O TMAP guiado é uma das técnicas que melhora significamente a patologia, o mesmo fornece suporte aos órgãos pélvicos e auxilia no fechamento dos músculos do esfíncter uretral, resultando assim em melhora da incontinência urinaria. (ALOUINI et al, 2022).

2 OBJETIVOS 

2.1 OBJETIVO GERAL 

O objetivo desta revisão foi avaliar a eficácia do TMAP em mulheres com IU e como sua QV é influenciada.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Identificar a eficácia do TMAP para tratar a IU;
  • Demonstrar como a Fisioterapia intervém no tratamento da IU.
  • Identificar como a IU interfere na QV das mulheres;

3 MATERIAL (IS) E MÉTODOS 

O presente estudo consiste em uma revisão bibliográfica de artigos científicos, realizada nos meses de Fevereiro a Agosto de 2023, nas bases de dados da literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), PUBMED, Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), em artigos científicos que abordam o tema. Foram selecionados artigos científicos nos idiomas inglês, português e espanhol, todos publicados no período de 2013 a 2023, nas bases, PUBMED e SCIELO. Devido à escassez de publicações no tema, não foram adotados exclusivamente publicações dos últimos cinco anos. Os descritores em português foram “Incontinência urinaria”, “Fisioterapia”, “Qualidade de vida” e “Treinamento do Musculo Assoalho Pélvico”. Foram estabelecidos, como critérios de inclusão, estudos que abordavam TMAP, QV em mulheres que fizeram TMAP e os efeitos dessa técnica no tratamento da IU. Como critério de exclusão foi estabelecido artigos que não tinha resultados com eficácia, temas diferentes do abordado e artigos que tinham mais de dez anos de publicação.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 

A amostra final foi de 10 artigos, relacionados a eficácia do TMAP em mulheres com IU e o seu efeito na QV. Estudos avaliaram o efeito o TMAP com o objetivo de reduzir a IU e promover uma melhora da QV das mulheres afetadas. O quadro 1 apresenta as características e principais achados dos artigos selecionados.

Quadro 1: Estudos publicados entre 2013 a 2023.                                                           

AUTOR(ANO)AMOSTRAMÉTODOSRESULTADOS/CONCLUSÃO
Radzimiyska et al.,(2018)Amostra feita com 2394 mulheres no total de 24 estudos.Foram pesquisados nas seguintes bases de dados: Pub Med, Embase, Cochrane Libray. Artigos apenas inglês entre o ano de 1990 – 2017. Utilizado termos de pesquisa: Incontinência Urinária, Treinamento do assoalho pélvico, exercícios para assoalho pélvico, qualidade de vida.Resultado dessa revisão demonstrou que o TMAP é um tratamento eficaz para mulheres com IU. O TMAP melhora a QV dessas mulheres, oque é um importante determinante da saúde física, mental e social
Wang et al., (2022)Estudo  feito com 78 mulheres dividido em dois grupos, um grupo de 41 e outro de 37 mulhere s.Foram selecionadas pacientes com diagnóstico de incontinência urinária, que procuraram atendimento de 2020 a 2021 no Hospital Província de Jiagsu. Foi utilizado adjuntos clinicamente para melhorar a eficácia do tratamento do assoalho pélvico. Incluindo técnicas de Biofedback Elétromiográfico, Estimulação Elétrica.Ambos os grupos obtiveram ganhos semelhantes na qualidade de vida e na função sexual. Concluíram também que o treinamento do assoalho pélvico é  um tratamento fisioterapêutico recomendado para incontinência urinária. 
Fitz et al.,(2017)Foram selecionados 27 mulheres com incontinência urinária.As mulheres selecionadas apresentavam sintomas de incontinência urinária mista com predomínio de sintomas de bexiga hiperativa. O tratamento consistiu em 24 sessões (2x por semana e TMAP domiciliar).Houve melhora significativa dos sintomas urinários. Concluiu – se que o TMAP melhora a sintomatologia, função do MAP e a qualidade de vida de mulheres com sintomas de incontinência urinária.
Alouini et al.,(2022)Esta revisão foi feita com 15 estudos, com 2441 mulheres não grávidas, com incontinência urinária.Estudos foram pesquisados nas seguintes bases de dados: PubMed, Cocharane Central, Clinical Trialsgar, EV Clinical Trials Register e fontes Nice, FDA, EMA e SMC. Termos pesquisados: Incontinência urinária, treinamento ou exercício musculares do assoalho pélvico, Biofedback, eletroestimulação.Concluiu – se que o TMAP sozinho ou com biofedback ou eletroestimulação foi eficaz na redução da incontinência urinária  e na melhora da contração muscular do assoalho pélvico. O TMAP quando comparado com outras técnicas não apresentou diferenças significativa, mas foi superior ao grupo de controle.
Sigurdardottir et al., (2020)Amostra de estudo realizada com 14 mulheres, que deram a luz no Hospital Universitário Londs Pitali e RuyKyavik.Foi um ensaio clínico randomizado, cego, de grupos paralelos e avaliando os efeitos do treinamento muscular do assoalho pélvico por fisioterapeuta, na taxa de vazamento urinário e/ ou anal. Incômodo relacionado a força e resistência muscular no assoalho pélvico foram desfechos secundários.Concluiu- se que o treinamento do assoalho pélvico pós parto diminui a taxa de incontinência urinária e  diminui incômodos relacionados a 6 meses após o parto e aumenta  a força e resistência muscular.
Knorts et al., (2013)82 mulheres com idade de 55,1±10,9 anos.Trata-se de um estudo quase-experimental do tipo antes e depois, com diagnóstico médico (clínico) de IU (IUE, IUM e IUU). Dividido em três etapas: avaliação inicial, intervenção e avaliação final A intervenção envolveu Cinesioterapia e estimulação elétrica transvaginalForam realizadas, em média, cerca de 13.64 sessões de fisioterapia. Não houve diferença nas medidas perineométricas após a intervenção (40,6±24,1 versus 41,7±25,4, P=0,098), aumento da função muscular e obtenção de continência urinária.
Soave et al, (2019)Esta revisão selecionou 7 estudos.Foi feito uma busca em 5 bases de dados (CENTRAL, PubMed, EMBASE, CINAHL e PEDro). Todos os artigos selecionados abordaram o tema atividade física associado com IU  em mulheres.Conclui- se nessa revisão, que tem poucas, evidências que mostram que a atividade física durante a gravidez ou pós-parto esteja associada a incontinência urinária. Mostrou-se que a atividade física moderada deve ser recomendada para mulheres no período de gravidez e pós-parto.
Saboia et al., (2017)Amostra feita com 556 mulheres maiores de 18 anos, com diagnóstico médico de IU. Dividias em três grupos, de acordo com o diagnóstico médico (IUE, IUU e IUM), aplicação dos questionário O Medical Outcomes Study 36-item Short Form Health Survey,  O International Consultation Incontinence Questionnaire − Short Form (ICIQ-SF),  0 a 21(8). O King’s Health Questionnaire (KHQ e O Pelvic Organ Prolapse Das 556 mulheres participantes todos os tipos de incontinência urinária interferem tanto na qualidade de vida geral como na específica, contudo as mulheres com incontinência urinária mista são as mais afetadas.
Abreu et al., (2017)Estudo feito com 17 mulheres.Ensaio clínico controlado, randomizado, paralelo e cego com delineação longitudinal, selecionou mulheres com queixa de escape urina após esforços.Pacientes com DLS mais exercícios de MAP tiveram resultados semelhantes àqueles que realizaram apenas exercícios de MAP. No entanto, os exercícios DLS mais MAP foram superiores nos resultados de gravidade da incontinência, qualidade de vida e impressão de melhora na avaliação pós-90 dias, mostrando efeito mais duradouro.
Fonte: Elaboração própria (2023)

A IU é caracterizada por um escape ou vazamento involuntário da urina. Os sintomas de IU são extremamente preeminentes entre as mulheres (AIOKI et al, 2017).

De acordo com o estudo de ARBURG et al, (2021) a IU pode levar a uma redução substancial na qualidade de vida dos indivíduos afetados. A gestação e o parto são importantes fatores de risco para o desenvolvimento da IU. Os autores SOAVE et al, (2019), apresentou em seu estudo que durante o período da gravidez e após o parto ocorre a redução da força do Músculo Assoalho Pélvico (MAP), provocando alterações musculoesqueléticas que podem levar à IU.

O diagnóstico correto é indispensável na avaliação e no tratamento de mulheres com escape de urina involuntário, ou seja, com IU, assim como na determinação do efeito negativo na QV da mulher. (SABOIA et al, 2017).

A IU afeta negativamente a QV das mulheres que sofrem com esse diagnóstico, muitas deixam de exercer alguma atividade da vida diária para evitar constrangimentos e não optam por procurar atendimento médico por vergonha ou desentendimento. Podendo vim acompanhados de depressão, ansiedade e estress, com influência na autoestima e na vida social (PEREIRA et al, 2022). O estudo de Wang et al, (2022) contou com uma amostra de 60 mulheres, 91,7% das mulheres relata que houve mudança no estilo de vida e diminuição da vida social, 65% relatou ter sentimento de vergonha com sua condição. Mulheres com IU tendem a perder urina e pode apresentar alteração do odor durante o sexo, algumas pacientes podem ter vaginite e cistite recorrentes, secura e atrofia da vagina, bem como vaginismo e dispareunia durante a relação sexual. Tais sintomas consequentemente têm sido associados à diminuição da frequência do coito e do silêncio sexual, em quase 50% das mulheres com IU. O excesso de urina pode afetar o pH da vagina tornando  ácida, perturba a flora normal e causar patologias ou desconfortos futuros. Ambos autores relatam que a IU tem grande relevância no declínio da QV. 

A fisioterapia pélvica atua na prevenção e no tratamento da IU, com terapias de reeducação da contração voluntária, treinamento para aumentar a força do MAP, sendo essencial no acompanhamento e na reeducação de mulheres junto ao conjunto multiprofissional (PEREIRA et al, 2022). OS autores SOAVE et al, (2019) reforça em seu estudo o TMAP compõe-se na repetição de uma ou mais séries de contrações voluntárias do MAP.  O TMAP eleva o assoalho pélvico e os órgãos pélvicos, fechando o hiato do elevador, reduzindo o comprimento pubo visceral e elevando a posição de repouso da bexiga. Tornando assim o TMAP um tratamento eficaz para IU.

As principais técnicas terapêuticas são as terapias conservadoras, como o tratamento farmacológico e a terapia comportamental. A terapia comportamental tem a associação de diversos recursos, como: programa educativo; mudanças no estilo de vida; treinamento da bexiga e parâmetros de supressão de impulsos; TMAP; eletroestimulação; e micção planejada. (FITZ et al, 2017)

Para FILHO et al, (2013) e MORONI et al, (2016) ambas as revisões  chegam no consenso que, para a IU a primeira escolha de tratamento deve ser o TMAP, em seguidas outras técnicas da fisioterapia como Biofeedback, estimulação elétrica e cones vaginais que devem ser oferecidos para aquelas pacientes com dificuldade de contrair o MAP. MORONI et al, (2016) ainda sugere que a terapia comportamental deve auxiliar nesse tratamento devido suas consequências psicológicas.

MARA et al, (2013) fizeram um estudo experimental utilizando os três tipos de IU, com uma abordagem antes e depois, na qual dividiram o tratamento em 3 etapas avaliação inicial, intervenção e avaliação final, e também utilizaram técnicas da fisioterapia como Cinesioterapia e estimulação elétrica transvaginal, na qual foi observado que as pacientes com Incontinência urinária mista (IUM) relataram estar contentes e uma pequena parte satisfeita, mais uma vez afirmando que esse tipo é a que mais afeta a qualidade de vida. Já os autores SABIOA, et al. (2017), tiveram uma abordagem abrangente sobre os efeitos da incontinência urinária, com aplicação de questionários para tentar mensurar como a IU, interfere diretamente na qualidade de vida, na qual ficou evidente que de todos os tipos de incontinência urinária que afetam a qualidade de vida, a IUM afeta de uma forma mais grave.

 RADZIMIYSKA et al, (2018), FITZ et al, (2017) e ALOUINI et al, (2022) concordam que o TMAP é recomendado como tratamento seguro e de baixo custo, e várias abordagens terapêuticas demonstraram melhorias significativas nos sintomas urinários e nas funções do assoalho pélvico.

ALOUINI et al, (2022) apresentou em seu estudo a eficácia do TMAP com ou sem Biofeedback ou Eletroestimulação na redução da IU e na melhora da contração do MAP em mulheres não grávidas com IU. FITZ et al, (2017) Apresentou em seu estudo bons resultados no tratamento com o TMAP isolado em mulheres diagnosticada com IU e com sintomas predominantes de Bexiga Hiperativa (BH). Ambos constataram que o TMAP melhorou a sintomatologia, a função do MAP e a QV das mulheres com sintomas de IU, especialmente aquelas com IUM com predomínio de sintomas de BH, mostrou que o TMAP, sozinho ou em combinação com Biofeedback ou Eletroestimulação, foi eficaz na redução da IU e na melhora da contração muscular do distúrbio pélvico, sendo superior ao grupo de controle.

SIGURDARDOTTIR et al, (2020) destacou o impacto positivo do TMAP no quadro pélvico no pós-parto. Os resultados indicam que a intervenção diminui a taxa de IU e os incômodos relacionados, ao mesmo tempo em que aumenta a força e a resistência muscular do transtorno pélvico. Isso ressalta a importância do TMAP como parte da reabilitação pós-parto. 

5 CONCLUSÃO 

A presente revisão permitiu compreender que a IU é um fator com prevalência no público feminino, além de ser prejudicial na QV emocional, social, sexual, autoestima e no estilo de vida. A fisioterapia pélvica, tem o papel de extrema importância para reduzir a sintomatologia da IU, reabilitar a função do MAP e consequentemente elevar a QV.

O tratamento com o TMAP é o mais recomendado, além de ser conservador o mesmo tem baixo custo. Essa revisão demostra que há melhoras significativas nas funções da estrutura do assoalho pélvico.

Observa-se que as técnicas mais utilizadas são: Eletroterapia, Cinesioterapia, TMAP. Conclui-se que o TMAP se destaca com uma melhor eficácia de forma isolada, ou combinada com outras técnicas. Enfatiza-se que são necessários mais estudos que abordam o tratamento de IU com as técnicas de Eletroterapia e Cinesioterapia. 

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¹* Acadêmica de Fisioterapia do 10º semestre do Centro Universitário LS. E-mail: liviabasilio.30@lseducacional.com
²* Acadêmica de Fisioterapia do 10º semestre do Centro Universitário LS. E-mail: marcia.santos29@lseducacional.com
³* Acadêmica de Fisioterapia do 10º semestre do Centro Universitário LS. E-mail: natalia.f.cunha@lseducacional.com
4** Professor Orientador Ericles Dias Alves. Especialista em Fisioterapia em Reabilitação do Assoalho Pélvico pelo Centro Universitário de Brasília UNICEUB (2021). Pós-graduando em Sexualidade Humana pelo Centro Universitário Celso Lisboa em parceria com CBI of Miami. Fisioterapeuta pélvico na atenção feminina e masculina nas disfunções do assoalho pélvico, pesquisador na área de cirurgia de redesignação sexual e sexualidade humana.