ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO(A) NO CUIDADO À CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

NURSE’S ROLE IN CARE OF CHILDREN WITH AUTISTIC SPECTRUM DISORDER

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10117129


Monalysa do Santos Rodrigues1
Orientador: Manoel Holanda Soares2


RESUMO

Introdução: Este estudo tem por objetivo esclarecer o real papel do enfermeiro frente ao cuidado e o atendimento à pessoa com autismo e também o seu envolvimento com o diagnóstico do paciente, tem função de mostrar a importância do enfermeiro com relação a esse paciente, à sua família e ainda ao seu atendimento ao público que o procura. Metodologia: O presente estudo utilizou como método a revisão integrativa, visto que é o método mais amplo frente aos estudos de revisão bibliográfica, a qual tem como intenção reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o tema investigado foram utilizados artigos de 2014 a 2023. Resultados e discussões: O estudo foca mostrar a importância do diagnóstico precoce do transtorno do espectro autista. A importância de o enfermeiro ser bastante capacitado referente ao conhecimento do TEA. Iniciado o tratamento, o autismo é comumente considerado como sendo um reflexo da conduta reproduzida pelos profissionais da saúde, e de modo especial, até por seu maior envolvimento, ao enfermeiro é dada essa consideração. O estudo requer mostrar que O diagnóstico precoce é uma ferramenta minimizadora de prejuízos, porém, alguns indivíduos são diagnosticados na idade adulta onde o estudo descrever as consequências da incidência do diagnóstico da TEA na fase adulta. Conclusão: A enfermagem é relevante monitoramento dos sinais do TEA durante as consultas de enfermagem, sendo necessário, fomentar discussões específicas da temática no meio científico, há a necessidade deste assunto ser ministrado na graduação, a fim de que sejam produzidos estudos que capacitem os profissionais enfermeiros, proporcionando uma assistência qualificada.

PALAVRAS-CHAVES: Enfermeiro; TEA; espectro autista. 

ABSTRACT

Introduction: This study aims to clarify the real role of nurses in caring for people with autism and also their involvement with the patient’s diagnosis. Its function is to show the importance of nurses in relation to this patient, their family and also his service to the public who seek him out. Methodology: The present study used integrative review as a method, as it is the broadest method compared to bibliographic review studies, which aims to gather and summarize the scientific knowledge already produced on the topic investigated, articles from 2014 to 2023 were used. Results and discussions: The study focuses on showing the importance of early diagnosis of autism spectrum disorder. The importance of nurses being highly trained in the knowledge of ASD. Once treatment has begun, autism is commonly considered to be a reflection of the conduct reproduced by health professionals, and in particular, due to their greater involvement, nurses are given this consideration. The study requires showing that Early diagnosis is a tool to minimize losses, however, some individuals are diagnosed in adulthood where the study describes the consequences of the incidence of ASD diagnosis in adulthood. Conclusion: Nursing is relevant to monitor the signs of ASD during nursing consultations, and it is necessary to encourage specific discussions on the scientific theme, providing qualified assistance.

Keywords: Expressão: Nurse; ASD; autistic spectrum.

1 INTRODUÇÃO

O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades (Ministério da Saúde, 2015). 

O autismo se configura como uma neuropatia que, além das mudanças de comportamento, também surge precocemente por meio do desenvolvimento ou desvio.  Neste aspecto, é fundamental que o profissional avalie criteriosamente o estado de desenvolvimento da criança e os sinais de Alerta que podem indicar autismo na consulta de enfermagem, afim de fazer um diagnóstico de enfermagem precoce (Barbosa, et al,2017). A criança com suspeita para diagnóstico de TEA precisa de auxílio específico e terapias de estimulação precoce, e é através da Atenção de Saúde Básica, uma das principais portas de acesso e o primeiro contato do usuário com o SUS. (SCOETI, et al, 2020)

O estudo é relevante para contribuir aos profissionais que atuam na área da enfermagem tenha consciência da importância do exercício da sua função com o cuidado de crianças com transtorno do espectro autista, em vista do crescente número de diagnóstico de autismo no mundo busquem se atualizar na forma do atendimento específico efetivo e qualitativo das pessoas que procura pelo atendimento. 

Segundo O Conselho Federal de Enfermagem (2021). O enfermeiro pode participar da construção do plano terapêutico junto com a equipe multiprofissional e busca do acompanhamento dos serviços da rede pública de saúde. Na prática, uma forma de inclusão para o paciente com TEA é a explicação lúdica das intervenções de Enfermagem. 

A questão norteadora da pesquisa se configura em uma inquietação: Quais as intervenções do enfermeiro no cuidado de crianças com Transtorno do Espectro Autista? Por conseguinte, o objetivo produzido é transmitir conhecimento no cuidado da criança com transtorno do espectro autista na intervenção da elaboração do plano de cuidado do enfermeiro frente ao paciente e familiares. 

Os estudos científicos oferecem ao enfermeiro mais conhecimento sobre o   TEA, ajudando no desenvolvimento   de   um   olhar   crítico, analítico e humanizado, para portar-se com mais segurança, autonomia e realizar as intervenções junto a uma equipe multiprofissional visando principalmente o diagnóstico precoce, diminuição   tanto   da   manifestação   de   movimentos repetitivos e estereotipados, como das carências relacionadas com a interação social e comunicação (SENA et al., 2015).

Halpin (2016) e Bekhet (2013) colocam ainda os enfermeiros como colaboradores importantes dos pais no incentivo com relação à criação de estratégias de enfrentamento como a resiliência, a cognição positiva e formas de aumentar o bem-estar, de modo a que eles possam experimentar uma melhor saúde e, assim, sentirem-se mais capazes para lidar com os desafios de cuidar de uma criança com autismo

Os Enfermeiro das UBS estão aptos a participar do reconhecimento do TEA Infantil por meio das consultas de puericultura, no acompanhamento das famílias e monitoramento através das ouvidas das observações desta família, encaminhar para o médico e/ou para e acionar outros dispositivos da rede de atenção psicossocial quando necessário. Para isso, é importante conhecer o que compõe, e os dois pontos dentro dela fundamentais para o acompanhamento qualificado. os quais são conhecidos por possuir uma equipe multiprofissional para atuar apoiando os profissionais das Equipes da Saúde da Família (ESF). (Scoeti, et al,2020).

Uma vez que cada indivíduo possui sua singularidade. Segundo O Conselho Federal de Enfermagem, (2021) “além de contribuir para o diagnóstico precoce – com aplicação de instrumentos padronizados –, os enfermeiros dedicados à saúde mental prescrevem cuidados para melhorar o cotidiano e a convivência em todos os ambientes pelos quais circula o paciente.” O paciente, quando diagnosticado com autismo, necessita de um apoio multidisciplinar para seu acompanhamento, não só o paciente, mas sua família também. A enfermagem se faz de extrema importância na prestação desse cuidado, auxiliando na promoção do desenvolvimento da criança, escutando os familiares, facilitando o acesso às informações sobre o transtorno e procurando promover ações que proporcionem o bem-estar do paciente e do seu familiar ligando esses aos serviços de saúde essenciais (EBERT; LORENZINI; SILVA, 2015).

Desta forma, é possível entender o quanto os cuidadores da criança com autismo também precisam da atenção do enfermeiro. É importante que esse profissional considere a opinião dos pais da criança para que se iniciem intervenções, por isso a importância de ouvir a família e de valorizar suas queixas e dificuldades (HALPIN, 2016)

2 REFERENCIAL TEÓRICO 

2.1 O que é transtorno do espectro autismo (TEA)

Segundo as pesquisas realizadas sobre o tema do transtorno de espectro autista por ser um transtorno que não tem aparência física, TEA é pequenas alterações genéticas por ser várias alterações genéticas que sofre a influência do meio, devido a estas alterações existem vários fatores de associação ao diagnóstico. Em 1943, com os estudos de Leo Kanner, o autismo começou a ser entendido como sendo uma condição específica, diferentemente de outras consideradas graves psicoses da infância. Naquela oportunidade Kanner estava desenvolvendo um trabalho de acompanhamento de onze crianças com condutas comportamentais que, de acordo com seu conhecimento, distinguia de qualquer situação até então relatada (Rosenberg, 2011). 

Evidências indicam influência de alterações genéticas com forte herdabilidade, mas trata-se de um distúrbio geneticamente heterogêneo que produz heterogeneidade fenotípica (características físicas e comportamentais diferentes, tanto em manifestação como em gravidade). Apesar de alguns genes e algumas alterações estarem sendo estudadas, vale ressaltar que não há nenhum biomarcador específico para TEA. (Secretaria Da Saúde Estado Do Paraná, 2019).

O transtorno do espectro autismo é uma doença de distúrbio de neurodesenvolvimento, afeta bastante no desenvolvimento das crianças na primeira infância, causando atrasos na fala, no contato visual, déficits na comunicação e na interação social, sendo eles alguns dos sintomas de alerta para a detecção de TEA. As distinções que se evidenciavam podem ser definidas como:  incapacidade em graus distintos, de se relacionar com outras pessoas; os distúrbios considerados como severos de linguagem e a insistência obsessiva na invariância (Salle et al., 2005). 

Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. A prevalência é maior no sexo masculino. A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA e encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais precoce possível, pode levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral. Ressalta-se que o tratamento oportuno com estimulação precoce deve ser preconizado em qualquer caso de suspeita de TEA ou desenvolvimento atípico da criança, independentemente de confirmação diagnóstica. (Ministério da Saúde, 2019). 

Ao decorrer das pesquisas realizada Michael Rutter propôs uma definição do autismo com base em quatro critérios: 1) atraso e desvio sociais não só como função de retardo mental; 2) problemas de comunicação, novamente, não só em função de retardo mental associado; 3) comportamentos incomuns, tais como movimentos estereotipados e maneirismos; e 4) início antes dos 30 meses de idade. (KLIN; 2006, P.4)

Logo após todas as classificações e descoberta sobre o transtorno começou a ganhar nome e diagnóstico, vindo juntamente uma forma de tratamento para o transtorno na qual poderia facilitar a vida dos pacientes e familiares. A definição de Rutter e o crescente corpo de trabalhos sobre o autismo influenciaram a definição desta condição no DSM-III, em 1980, quando o autismo pela primeira vez foi reconhecido e colocado em uma nova classe de transtornos, a saber: os transtornos invasivos do desenvolvimento (TIDs). O termo TID foi escolhido para refletir o fato de que múltiplas áreas de funcionamento são afetadas no autismo e nas condições a ele relacionadas. Na época do DSM-III-R, o termo TID ganhou raízes, levando à sua adoção também na décima revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). 

Nos últimos anos o autismo tem sido motivo de importantes discussões nos meios científicos, especialmente pelo crescimento do número de ocorrências verificadas. a Constituição Federal de 1988 estabelece que ser obrigação da família, da sociedade e do Estado garantir à criança e ao adolescente, por meio de ações especialmente prioritárias o direito à saúde.  Esse direito está garantido no Estatuto da Criança e do Adolescente criado no ano de 1990 (KLIN, 2006, P.6).

2.2 Impactos Do Diagnóstico Tardio De Autismo

Se trata de uma doença que há dificuldade de socializar e comunicar, os sintomas do transtorno sempre aparecem na primeira infância, por ser uma doença crônica a detecção tardia do transtorno pode afetar o desenvolvimento social e cognitivo da criança dificultando mais a aprendizagem da mesma ao decorrer da vida. Existindo inúmeras deficiências e carências que refletem em diagnósticos tardios e em mães desamparadas.

O diagnóstico do TEA ocorre tardiamente, passa despercebido ao olhar dos profissionais da saúde, retardando o tratamento e contribuindo assim com o aumento das angustiadas mães que detectam um padrão diferenciado no comportamento dos filhos (EBERT; LORENZINI; SILVA, 2015). 

Os sintomas do TEA se tratar de muitas formas e tipos de transtorno; variam alguns sinais são como a falta de contato visual, atrasos na fala e na linguagem, entre outros, ainda que esses sintomas não sejam suficientes para o diagnóstico de autismo, a presença desses comportamentos são sinais de alerta. O autismo ainda é pouco conhecido pelos profissionais da Enfermagem, muitos ainda se baseiam no estereótipo do autista que não fala e fica se balançando.  Hoje o TEA tem muitas nuances, do mais severo, com alta dependência e comprometimento ao leve, com altas habilidades e questões sociais e comportamentais que muitas vezes o prejudica no dia a dia O Conselho Regional de Enfermagem (COREN), (2021).

O diagnóstico tardio acontece, pois, os sintomas do TEA são confundidos com as manias da primeira infância por vezes muitos pais e mães acha que é apenas birra, manias que as crianças têm na primeira infância por não tem uma característica física pode se passar despercebido onde por muitas vezes a criança acaba recebendo outros diagnóstico antes do autismo ser detectado onde em sua maioria das vezes é confundido com TDAH por exemplo. 

Segundo Menezes 2020, Os países de baixa ou média renda – como o Brasil – são os mais suscetíveis à ocorrência do diagnóstico tardio por enfrentarem mais barreiras referentes à renda, a questões étnicas, acesso à saúde (por falta de políticas ou da implementação destas) e à informação (para que pais cheguem ao ponto de levar suas preocupações sobre os sintomas iniciais para o pediatra ou de questionar a dispensa errônea de 23 profissionais despreparados, o que os desencoraja na expressão de novos ou recorrentes problemas). 

A criança na primeira infância tem seu próprio tempo para se desenvolver, os médicos deixa em observação como o atraso de fala é considerado a normal a partir dos dois anos de idade da criança, a ausência de contato visual é considerada algo normal em crianças até 24 meses de vida entre outros sintomas na primeira infância é considerado normal. A faixa etária definida para a idade adulta; em que momento o diagnóstico pode ser considerado tardio; os principais motivos que contribuíram para a diagnose ter ocorrido apenas na vida adulta; quais técnicas são utilizadas no levantamento das características do autismo em pessoas adultas; bem como, a importância do tratamento psicológico nesses pacientes diagnosticados tardiamente, além da contribuição do psicólogo neste contexto (Freitas; Revoredo, 2022, p. 3).

A detecção do TEA geral começa a ser observado e quando a criança começa a ter contato com a sociedade, geralmente é na pré-escola onde começa a socializar com as outras crianças da mesma idade, devido ao não diagnóstico a criança nessa fase sofre pois já há dificuldade para ela se socializar. Apesar de o DSM-V (APA, 2013) fornecer os critérios básicos para a determinação do diagnóstico de autismo, em termos práticos, o processo diagnóstico não é tão simples quanto pode parecer. Além da grande diversidade de manifestação dos sintomas autísticos, existe também uma grande variedade em relação ao momento em que a criança começa a exibir cada um dos diferentes sintomas, bem como diferenças individuais no perfil de desenvolvimento de cada criança e das comorbidades que podem estar presentes em diferentes casos.              

Muitos casos ocorrem devido à falta de informação dos pais, por ser uma doença pouco comentada os pais das crianças não têm conhecimento dos sintomas por vezes os sintomas estão presentes são questionados, porém a falta de informação dos pais passa despercebido. Após  a  análise  dos  estudos  foram  identificadas  algumas limitações  do  diagnóstico  precoce,  como  a  falta  de conhecimento  acerca  da  variedade  de  sintomas  presentes  no  transtorno  por  parte  dos  profissionais de  saúde,  a  falta  de informação  e  a  baixa  escolaridade  dos  pais,  a  falta  de  acesso  à  saúde,  por falta  de  políticas  ou  da  implementação destas,  e  a presença  concomitante  de  outros  transtornos  mentais  e  de  função  cognitiva  reduzida  (Menezes, 2020;Shaw, et  al.,  2021). 

Além disso, as diferenças de gênero também têm influência no diagnóstico. As mulheres o recebem em idade mais avançada, aos 26 anos, enquanto os homens recebem aos 22. Tal fato pode ser explicado por comportamentos sociais do gênero feminino, como melhor comunicação, comportamento mais ativo e interesses menos excêntricos (Gesi et al.,2021). 

Ademais, um diagnóstico do transtorno pode ser perdido se os médicos ignorarem os sintomas e não conseguirem diagnosticar um indivíduo ainda na fase infantil.  Outrossim, a identificação também pode ser tardia se houver cautela clínica, quando os profissionais adiam um diagnóstico até avaliação posterior devido, por exemplo, a idade muito jovem e/ou sintomas ambíguos (Avlund et al.,2021).

Assim, a falta do diagnóstico e, em consequência, do tratamento precoce desencadeiam prejuízos na memória operacional, funcionamento executivo, atenção, memória episódica, formação de conceitos, controle inibitório, flexibilidade cognitiva e velocidade de processamento cognitivo (Menezes, 2020).

2.3 A importância da atuação do enfermeiro frente à assistência à família e a criança autista.

Ao falar em transtorno do espectro autista logo se pensa em crianças, com maus comportamentos, com falta de comunicação, sem olhar nos olhos, até mesmo em crianças agressivas, como se sabe TEA é uma doença mental que se divide em vários tipos e níveis para a realização dos diagnostico níveis estes que são divididos em nível 1, nível 2 e nível 3, caracterizado como o nível 1 ou autismo leve, por ter sintomas menos severa acaba passando despercebido o que pode causar o diagnóstico tardio.

A Associação Psiquiátrica Americana (DSM-V, 2014). que tem o objetivo de fornecer critérios precisos na elaboração diagnóstica no campo da saúde mental, entende os níveis de gravidade interação/comunicação social do TEA:Nível 1 Leve: exigindo pouco apoio: Na ausência de apoio, déficits na comunicação social causam prejuízos notáveis. Dificuldade para iniciar interações sociais e exemplos claros de respostas atípicas ou sem sucesso a aberturas sociais dos outros. Pode parecer apresentar interesse reduzido por interações sociais por exemplo, uma pessoa que consegue falar frases completas e envolver se na comunicação, embora apresente falhas na conversação com os outros e cujas tentativas de fazer amizades são estranhas comumente malsucedidas. (DSM-V, 2014).

Caracterizado como nível 2 ou como autismo moderado tem sintomas um pouco mais agravantes no qual a criança tem mais dificuldade na interação social, desenvolvimento muitos ainda conseguem ter alguma independência. Nível 2 exigindo suporte substancial Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal. prejuízos sociais aparentes mesmo na presença de apoio; limitação em dar início a interações sociais e resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem de outros. Por exemplo, uma pessoa que fala frases simples, cuja interação se limita a interesses especiais reduzidos e que apresenta comunicação não verbal acentuadamente estranha (DSM-V, 2014).

Caracterizado como nível 3 ou como autismo severo, no qual passa a ter sintomas bem agravantes gerando graves prejuízos no funcionamento. No qual o paciente necessita de suporte substancial, até mesmo para realizar as tarefas de autocuidado do dia a dia, como higiene pessoal. Nível 3 exigido suporte substancial: Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal causam prejuízos graves de funcionamento, grande limitação em dar início a interações sociais e resposta mínima a aberturas sociais que partem de outros. Por exemplo, uma pessoa com fala inteligível de poucas palavras que raramente inicia as interações e, quando o faz, tem abordagens incomuns apenas para satisfazer as necessidades e reage somente a abordagens sociais muito diretas (DSM-V, 2014).

Baseado no Diagnóstico de Enfermagem e nas características apresentadas pela criança autista, definiram-se os seguintes diagnósticos de enfermagem: a) Risco de Auto mutilação; b) Interação Social Prejudicada, caracterizada pela incapacidade de atuar nos contextos sociais relacionada as alterações no convívio social. c) Comunicação Verbal Prejudicada caracterizado pela incapacidade de modular a fala, pronunciar palavras ou articular frases relacionada as alterações na comunicação. d)Distúrbio da Identidade Pessoal caracterizado por distúrbio do humor ou do afeto relacionado a déficit comportamental. e) para Desenvolvimento Retardado; f) Risco para Estresse (CARNIELL, et al.2011).

Para fazer uma avaliação de enfermagem assertiva e completa, faz-se importante conhecer o desenvolvimento dentro dos parâmetros de normalidade de cada fase etária, e para o que marca o desenvolvimento do TEA na criança. Dessa forma, o cuidado é a essência da enfermagem e de nota a reciprocidade entre o profissional e a pessoa, auxiliando-a assumir o controle e promover as modificações na sua saúde (SCOETI, et al, 2020). 

Contudo, o profissional de enfermagem juntamente a uma equipe de variados profissionais possui a responsabilidade de contribuir com um tratamento qualificado, um diagnóstico precoce e amparar uma família que muitas vezes não aceitam ou não sabem lidar com a personalidade autista do filho. Este profissional servirá de mediador entre a família e outros profissionais da área da saúde, encaminhando-os a uma equipe multiprofissional, conseguindo assim melhor assistência e criando um vínculo de confiança com a família e o autista (Melo et al., 2016). 

Certamente a qualificação de mais profissionais tanto da saúde quanto da educação pode mudar esse cenário e a vida da criança autista lhe proporcionando perspectivas de escolhas e uma vida com mais oportunidades e qualidade (NOGEIRA; MOREIRA; RIO, 2011).

O acolhimento do autista e familiares deve ser constituído de uma equipe multidisciplinar. O papel da equipe de enfermagem inclui a escuta qualificada, onde os pais/indivíduo falarão sobre suas experiências e o enfermeiro lhes dará orientações e soluções. Diante disto é a partir do acolhimento, a realização da consulta de enfermagem e da coleta de dados, o enfermeiro identificará possíveis diagnósticos (Maia et al., 2016).

O papel da família, de acordo com Ebert (2013), fica mais evidente quando se compreende que as intervenções diretas somente ocasionarão o efeito desejado a ser mantido dentro de todos os ambientes em que a criança vive, logo, denominado de generalização. A criança com espectro autista necessita de uma generalização repetida dos comportamentos, para que o indivíduo possa replicar aquele comportamento repetido, trazendo alguma resposta positiva ou compreensiva em seu desenvolvimento. 

Conclui-se que para que isso ocorra de forma satisfatória, e que essa criança apresente avanços, o profissional deve estar preparado para intervir juntamente com a criança e sua família; ele deve adaptar sua abordagem para que ela criança consiga realizar seu autocuidado em todos os âmbitos de sua vida, para obter autonomia no seu dia a dia, conforme seu potencial (SOUSA et al., 2018). 

Assim, a capacitação dos enfermeiros é essencial, para que o cuidado ocorra de forma lúdica e segura. A humanização do enfermeiro é fulcral no acompanhamento dessas crianças, para transmitir segurança aos pais no tratamento e orientando, como, por exemplo, a participar de grupos com outros pais que passam por situações parecidas para compartilhar e conhecer outras experiências (SOUSA et al., 2018).

2.4 O Enfermeiro e o Diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista

O papel do enfermeiro no diagnóstico da TEA é de suma importância pois a enfermagem tem mais contato com o paciente pois o profissional de enfermagem acompanha o crescimento e o desenvolvimento dos pacientes, para evitar influências desfavoráveis e problemas desenvolvidos na infância. É importante que o diagnóstico do autismo seja realizado o mais cedo possível, já que as suas manifestações podem ser perceptíveis de maneira precoce. Para que isso seja possível, torna-se necessariamente importante uma avaliação das manifestações da criança tanto por parte dos pais e familiares como também pela equipe médica e de enfermagem. Afirmando o pensamento da importância do enfermeiro neste processo (Varella, 2009).

 Desde as consultas de puericultura, que acompanha o desenvolvimento dos bebês, o enfermeiro pode ser o primeiro a identificar características relacionadas a TEA. Para que haja um diagnóstico real e precoce, é necessário um cenário de discursão sobre a temática da assistência de enfermagem a pessoas com autismo. Face ao exposto o profissional deve saber sobre as características que a criança autista apresentará, principalmente durante a puericultura, onde o enfermeiro é o principal elo entre a criança, os pais e a equipe multidisciplinar (Oliveira, et al 2018).

O enfermeiro pode participar da construção do plano terapêutico junto com a equipe multiprofissional e busca do acompanhamento dos serviços da rede pública de saúde. Segundo o Coren, (2021) O enfermeiro pode atuar como um capacitador de informação tanto para os pais das crianças quanto as próprias crianças facilitando a convivendo do mesmo em sociedade podendo também atuar realizando consultas de enfermagem observar o desenvolvimento da criança e poder fazer a evolução do mesmo pra analisar se o paciente estar evoluindo ou regredindo. 

A atuação de enfermeiros em consultórios tem respaldo técnico e legal. Realizar consulta de Enfermagem é uma competência do profissional enfermeiro, prevista na Lei 7.498/86, art. 11, inciso I, alínea “i”, pelo Decreto 94.406/87, art. 8º, inciso I, alínea “e”, pelo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, e normatizada pela Resolução Cofen 358/2009. A Resolução 568/2018 regulamenta a atuação dos consultórios, trazendo mais segurança aos profissionais (COREN, 2021).

É também atribuído a esse profissional manter os pais informados a respeito do autismo, avaliando o nível de compreensão dos mesmos com relação à doença, devendo ainda estar preparado até mesmo para um enfrentamento ou revolta deles diante dessa inesperada situação (Cavalcante, 2011). 

É necessário ressaltar, contudo, que uma boa orientação de enfermagem só poderá ser explanada se este profissional possuir conhecimentos suficientes para atuar nesse sentido. Os enfermeiros podem fazer contribuições que possibilitem o diagnóstico e monitoramento no TEA, analisando as crianças e consultando constantemente seu crescimento e desenvolvimento e orientando os pais quanto às possíveis condutas e desafios diários no convívio com o filho (SENA et al., 2015). 

Os estudos demonstram que a descoberta do diagnóstico e o tratamento causam alterações e mudanças na vida da criança e de seus responsáveis. Essas mudanças são descritas como complexas de serem enfrentadas, pois envolvem alterações na dinâmica das relações intrafamiliares e extrafamiliares, com sobrecarga do cuidado a um dos membros, conflitos conjugais e afastamento social (Mapelli et al., 2018).

O diagnóstico do autismo, mesmo se quer uma suspeita, é permeado por um conjunto de sensações e sentimentos diversos, a exemplo de insegurança, culpa, frustração, medo. Com isso, o profissional enfermeiro deve ter conhecimento sobre como irá dizer para os pais sobre a suspeita do autismo na primeira infância (Pinto et al., 2016)

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 

O presente estudo utilizou como método a revisão integrativa, visto que é o método mais amplo frente aos estudos de revisão bibliográfica, a qual tem como intenção reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o tema investigado, ou seja, permite buscar, avaliar e sintetizar os indícios disponíveis para contribuir com o desenvolvimento do conhecimento na temática (Mendes et al., 2008). O levantamento bibliográfico que auxiliará no entendimento da pesquisa e do problema investigado, além da pesquisa integrativa, que ajudará no entendimento e conhecimento do tema, utilizando-se como meio revistas, livros, artigos e outros, na qual foi utilizado os site de pesquisas, google acadêmico; Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), National Library of Medicine National Institutes of Health (pubmed),  Scientific Electronic Library Online (SciELO). 

Dentre os critérios de inclusão foram adotados os artigos publicados nos últimos dez anos, A segunda fase da elaboração do presente trabalho foi a escolha dos critérios de inclusão e exclusão das produções científicas a serem analisadas. Na qual foi imposto os seguintes critérios de inclusão: artigos disponíveis eletronicamente na íntegra e gratuitamente publicados de 2014 a 2023; trabalhos escritos em português; livros eletrônicos e impressos. 

Por fim a terceira fase foi a realização de análise dos artigos pesquisados  para selecionar quais artigos se encaixava na temática elabora no presente trabalho caracterizando os seguintes critérios artigos que pode-se fundamentar o que o autor quer pronunciar na qual seria o déficit de conhecimento no tratamento de crianças com transtorno do espectro autista, na qual dentro da problematização pode-se abordar os seguintes subtítulos o impacto do diagnóstico tardio em pacientes com TEA, o papel do enfermeiro para o diagnóstico, conhecimento sobre os níveis da TEA, sobre a história do TEA; desenvolveu-se a apresentação da revisão propriamente dita, bem como a síntese do conhecimento apresentada nas discussões desse estudo.

Figura 1 – Fluxograma da seleção de busca de artigos nas bases de dados.

 Fonte: Autora

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES  

Para a análise dos artigos foram pesquisados nas plataformas de pesquisas; google acadêmico; LILACS, pubmed e SciELO. Para melhor compreensão dos resultados foi elaborado uma Tabela apresentando a síntese dos estudos levantados, contemplando autor/ano de publicação, título, objetivos, tipo de estudo, e os principais resultados 

Tabela 1- Relação dos artigos selecionados para a amostra de acordo com título do artigo; autor; ano de publicação; objetivo do artigo utilizado. 

TítuloAutorAnoObjetivo do artigo
1A Importância Do Cuidado De Enfermagem Diante Do Paciente Com Espectro AutistaAnna Flávia Figueiredo; Fernandes
Kauany Gonçalves da C. Gallete;
Claudia Denise Garcia.
2018objetivo esclarecer a real atribuição dada ao profissional de enfermagem no atendimento à pessoa com autismo e também o seu envolvimento com relação a esse paciente, à sua família e ainda ao seu atendimento ao público que o procura
2Impactos do diagnóstico tardio do transtorno do espectro autista em adultosLuísa Macedo Nalin; Bruna Alves de Matos; Gabrielly Gonçalves Vieira; Priscila Capelari Orsolin;2022É analisar e compreender os motivos que levam ao diagnóstico tardio do transtorno do espectro autista e quais são os impactos funcionais e psicossociais ocasionados aos pacientes adultos que recebem esse diagnóstico.se o parágrafo como modelo
3Revisão Literária: Diagnóstico Tardio Do Transtorno Do Espectro Autista – TeaCarla Christhina Cavati de Freitas1 Juliana Ribeiro de Souza Revoredo.2022Objetiva-se apresentar uma revisão literária de modo a analisar e descrever as consequências da incidência do diagnóstico deste transtorno na fase adulta, e no tratamento através do relato de alguém que expôs sua história apontando para as dificuldades vivenciadas em seu cotidiano e sua interação com seus familiares e com os profissionais da saúde
4O Diagnóstico Do Transtorno Do Espectro Autista Na Fase AdultaMichelle Zaíra Maciel Menezes2020Abordar o diagnóstico tardio do Transtorno do Espectro Autista, compreender e analisar suas consequências para a vida dos pacientes na fase adulta e como se dá a percepção destes após a designação de um diagnóstico
5o papel do enfermeiro na detecção precoce do Transtorno do Espectro Autista infantilSheila Maria Alves de Carvalho Falcão; Jeorgio Leão Araújo; Antônia Shabrinna Silva Resende; Emanuela Cristhina Morais Santos, et al.2022Verificar as evidências científicas sobre o papel e atuação do Enfermeiro na detecção precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
6O Enfermeiro Nos Cuidados Ao Paciente No Transtorno do espectro Autista Infantil Na Unidade Básica De SaúdeShirlaine Cristina Barbosa; Tarciana Maria de Lima Pereira.2022Identificar os cuidados realizados no atendimento do Enfermeiro da USB ao paciente infantil suspeitas e/ou no TEA
7O Papel Do Enfermeiro Na Assistência À Criança AutistaTatyanne Lima Rocha Ferreira; Laís Carolini Theis2021Objetivou mostrar a importância do papel do enfermeiro na assistência à criança autista
8Transtorno Do Espectro Autista: Caminhos Para O DiagnósticoAna Cláudia Barretto Urquiza Freitas; Beatriz Vilar D´Avis2; Bianca Eduarda Matos Batista.2022A intervenção precoce e eficiente proporcionará ao autista um desenvolvimento comportamental mais efetivo e consequentemente uma melhor qualidade de vida.
Fonte: autora

Foram utilizados ao total 08 artigos, para a construção da revisão integrativa, na qual foi utilizado os artigos que pode mostrar o papel e a importância do enfermeiro, com atendimento à pessoa com autismo e o seu envolvimento com relação a esse paciente, à sua família e ainda ao seu atendimento ao público que o procura. No qual mostrar que o diagnóstico precoce possa vir a ter mais eficácia no tratamento, o autismo é comumente considerado como sendo um reflexo da conduta reproduzida pelos profissionais da saúde, e de modo especial, até por seu maior envolvimento, ao enfermeiro é dada essa consideração.

4.1 A importância do cuidado do enfermeiro frente ao cuidado com os familiares e pacientes com transtorno do espectro autismo

É importante que o diagnóstico do autismo seja realizado o mais cedo possível, já que as suas manifestações podem ser perceptíveis de maneira precoce. Para que isso seja possível, torna-se necessariamente importante uma avaliação das manifestações da criança tanto por parte dos pais e familiares como também pela equipe médica e de enfermagem. Afirmando o pensamento da importância do enfermeiro neste processo (VARELLA, 2009). 

O estudo evidenciou, ainda, que as famílias afirmam desconhecer a atuação do enfermeiro no processo de cuidado às crianças com TEA; destaca, também, que o enfermeiro deve conhecer e ter habilidades para reconhecer os sinais e sintomas, pois, quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de desenvolvimento para a criança (HOFZMANN, 2019).

É também atribuído a esse profissional manter os pais informados a respeito do autismo, avaliando o nível de compreensão dos mesmos com relação à doença, devendo ainda estar preparado até mesmo para um enfrentamento ou revolta deles diante dessa inesperada situação (CAVALCANTE, 2011). É necessário ressaltar, contudo, que uma boa orientação de enfermagem só poderá ser explanada se este profissional possuir conhecimentos suficientes para atuar nesse sentido. 

Para lidar com crianças com TEA é preciso que haja aceitação e compreensão por parte do profissional em relação a essas crianças, ou seja, a criança precisa demonstrar confiança no enfermeiro, já que, só dessa forma, será possível uma abordagem efetiva. Os enfermeiros precisam admitir que nem todas as crianças com autismo podem ser consideradas como iguais. Sendo dessa forma, é preciso ter muita paciência, não havendo necessidade de se avançar etapas; é preciso que o tempo de cada um seja respeitado (FONSECA, 2011).

4.2 O diagnóstico tardio do autismo e suas consequências 

O diagnóstico do TEA ocorre tardiamente, passa despercebido ao olhar dos profissionais da saúde, retardando o tratamento e contribuindo assim com o aumento das angustiadas mães que detectam um padrão diferenciado no comportamento dos filhos (EBERT; LORENZINI; SILVA, 2015). 

Conforme os desafios enfrentados pelos profissionais da saúde para o diagnóstico do TEA em adultos apresentados nos tópicos anteriores, especialmente em casos de grande complexidade, a diagnose desse transtorno perpassa a fase de triagem seguida do diagnóstico fazendo uso de ferramentas direcionadas para os traços elencados em manuais de códigos e diagnósticos (MENEZES, 2020). 

Sabe-se que os testes para serem aplicados devem observar e seguir as precificações de seus idealizadores, ou seja, é preciso se atentar à especificidade do que se pretende medir com a aplicação do teste, no presente caso, o TEA, bem como, 8 a faixa etária, escolaridade, contexto social que o indivíduo está inserido, entre outros. Dentre as ferramentas disponíveis para o diagnóstico de TEA em adultos, tem se o exame do estado mental do autismo utilizado como forma de assertividade na tomada de decisão diagnóstica no contexto da prática clínica (MENEZES, 2020).

4.3 A importância do diagnóstico precoce do transtorno do espectro autismo 

A comunicação é um dos fatores mais relatados, devido a ecolalia, mudismo ou uma aparente audição prejudicada. Nas fases dos 12 aos 18 meses, essas crianças no espectro Autístico, não realizam compartilhamento de atenção, podendo ser considerado um dos fatores indicativo para o diagnóstico de enfermagem, e posteriormente o diagnóstico médico. Ainda nesta fase, a comunicação tem menos expressão facial, com exceção de situação de alegria, raiva, excitação e frustração. Dos 18 aos 24 meses, a criança no TEA pode não seguir o olhar ou olhar a lateralidade. (SENA RCF, et al, 2015).

Como a comunicação não tem uma funcionalidade esperada e os gestos ausentes, ainda no relacionamento, mostra ou oferece algo que precisa em decorrência do objetivo de interesse imediato, e este convertido em uso instrumental de uma pessoa. Dos 24 aos 36 meses, é neste período que estes fatores de fases anteriores começam a ser investigados. As crianças que apresentam traços de autismo têm dificuldades de socialização em distintos níveis de gravidade. De acordo com o Ministério da Saúde, é previsto que haja um programa de educação permanente para em conformidade com a gestão do território, incluir a maior gama de profissionais para a identificação dos problemas locais que necessitem de estratégias educacionais para a melhoria do serviço oferecido na atenção básica. (SENA RCF, et al, 2015). 

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) é um livro editado periodicamente pela Associação Americana de Psiquiatria (APA), utilizado pelos profissionais de saúde nos Estados Unidos – e na maior parte dos países do mundo – como um norteador para o diagnóstico das condições neuropsiquiátricas. No DSM, constam os critérios clínicos, sinais e sintomas necessários para o diagnóstico de cada transtorno mental, sendo um uniformizador de termos e conceitos para os profissionais de saúde ao redor do mundo. Além de sua aplicação na prática clínica diária, o DSM também é importante para que pesquisadores possam compreender, de modo preciso, os termos utilizados em pesquisas clínicas (LIBERALESSO; LACERDA, 2020, p. 16). 

O autismo se configura como uma neuropatia que, além das mudanças de comportamento, também surge precocemente por meio do desenvolvimento ou desvio. Neste aspecto, é fundamental que o profissional avalie criteriosamente o estado de desenvolvimento da criança e os sinais de Alerta que podem indicar autismo na consulta de enfermagem, a fim de fazer um diagnóstico de enfermagem precoce (BARBOSA, et al 2017) Portando, a criança com suspeita para diagnóstico de TEA precisa de auxílio específico e terapias de estimulação precoce, e é através da Atenção de Saúde Básica, uma das principais portas de acesso e o primeiro contato do usuário com o SUS. (SCOETI, et al, 2020).

O enfermeiro é um dos profissionais de saúde responsável pelo acolhimento nas Estratégias Saúde da Família (ESF). A Consulta de Enfermagem é uma atividade desenvolvida para uma melhor assistência à saúde; utiliza componentes do método científico para identificar situações de saúde-doença, prescrever e implementar medidas de enfermagem que contribuam para a proteção, promoção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo (BARBIANI et al., 2016).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observou-se através de pesquisas realizadas que o enfermeiro tem grande importância e qualificação na Atenção Básica para intervir junto à criança com TEA e sua família torna-se indispensável. 

O profissional tem que estar capacitado no cuidado do paciente onde é de suma importância para a realização do tratamento dado ao paciente com espectro autista, o profissional tem que ter uma visão holística diferenciada pois ao decorre do tratamento o profissional estará preparado para realizar adaptação do cuidado, sabendo que cada tratamento é específico para cada paciente com transtorno do espectro autismo, uma vez que cada indivíduo possui sua singularidade. 

O enfermeiro tem que ter um olhar mais articuloso voltado ao desenvolvimento da criança, envolvendo as diversas fontes de apoio é essencial para dar início, o quanto antes, aos cuidados que resultem em qualidade de vida à criança e sua família. Por isso a importância de ter um profissional altamente capacitado para observação dos sinais e sintomas; onde o enfermeiro terá que trabalhar juntamente com os familiares da criança nos quais poderá auxiliar com informação do cotidiano do paciente. 

O estudo é relevante para contribuir aos profissionais que atuam na área da enfermagem tenha consciência da importância do exercício da sua função com o cuidado de crianças com transtorno do espectro autista, em vista do crescente número de diagnóstico de autismo no mundo busquem se atualizar na forma do atendimento específico efetivo e qualitativo das pessoas que procura pelo o atendimento

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1Discente do Curso de Enfermagem – Monalysa.santos97@hotmail.com
2Especialista em Neonatologia e Pediatria, Enfermeiro e Docente da Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar – manoelholanda17@hotmail.com