ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO NA SALA DE PARTO

NURSING CARE FOR NEWBORN IN THE DELIVERY ROOM

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10114090


Glaucia Gomes de Oliveira¹
Jarlene Moreira de Sousa Rosa²
Solange Gonçalves de Sousa³
Bruno Santos de Assis4


RESUMO

Estima-se que no primeiro dia após o nascimento, ocorra entre 25 e 45% das mortes neonatais precoces. Em geral, a assistência de qualidade ao parto e ao nascimento, pode prevenir a ocorrência de óbitos evitáveis. No Brasil, a prematuridade junto com o baixo peso ao nascer representam a principal causa de morte neonatal precoce, na sequência a asfixia, infecções e as anomalias congênitas, com riscos menores de mortes e morbidades onde os cuidados adequados são implementados. Além das iniciativas do governo, é fundamental que os profissionais assumam boas práticas, garantindo à mulher a atenção humanizada na gravidez, no parto e no puerpério, e à criança o nascimento seguro e o desenvolvimento saudável. Objetivo: reconhecer a importância da assistência de enfermagem ao recém-nascido na sala de parto, além de identificar os desafios impostos aos profissionais de enfermagem durante a assistência ao recém nascido da sala de parto, e de descrever os principais pontos de atuação desses profissionais, na primeira hora de vida do recém nascido. Método: trata-se de uma revisão narrativa da literatura, a qual tem o objetivo de resumir e integrar as principais informações acerca de um determinado assunto ou tema, levando em consideração assim vários autores. Resultados: o presente estudo revelou que a assistência de enfermagem desenvolve um importante papel na sala de parto, e a atuação desses profissionais se mostrou amplamente recomendada por órgãos nacionais e internacionais, tendo em vista a humanização da assistência. Apontou ainda desafios que dificultam a atuação desses profissionais na assistência ao recém-nascido na sala de parto, com destaque para a educação permanente em saúde, dificuldades dos gestores e profissionais de saúde na implementação das boas práticas de atenção ao parto e nascimento, além de outras barreiras. Observou-se também, que o principal ponto de atuação dos profissionais de enfermagem na primeira hora de vida do recém-nascido com boa vitalidade, é aplicar as boas práticas para o nascimento recomendadas pela OMS e MS. Conclusão: diante do exposto, observou-se a carência de artigos científicos e a necessidade de produzir mais estudos nacionais para conhecer a realidade dos serviços de saúde brasileiros. Portanto a assistência de enfermagem ao neonato deve ser humanizada e embasada em evidências científicas.

Palavras-chave: Salas de Parto. Assistência de Enfermagem. Recém-Nascido.

ABSTRACT

It is estimated that between 25 and 45% of early neonatal deaths occur on the first day after birth. In general, quality care during labor and birth can prevent the occurrence of avoidable deaths. In Brazil, prematurity together with low birth weight represent the main cause of early neonatal death, following asphyxia, infections and congenital anomalies, with lower risks of deaths and morbidities where adequate care is implemented. In addition to government initiatives, it is essential that professionals adopt good practices, guaranteeing women humanized care during pregnancy, childbirth and the postpartum period, and safe birth and healthy development for children. Objective: recognize the importance of nursing care for newborns in the delivery room, in addition to identifying the challenges imposed on nursing professionals during care for newborns in the delivery room, and describing the main points of action of these professionals, in the first hour of life of the newborn. Method:. Results: the present study revealed that nursing care plays an important role in the delivery room, and the work of these professionals has been widely recommended by national and international bodies, with a view to humanizing care. It also highlighted challenges that make it difficult for these professionals to provide care to newborns in the delivery room, with emphasis on ongoing health education, difficulties faced by managers and health professionals in implementing good practices in labor and birth care, in addition to other barriers. It was also observed that the main point of action for nursing professionals in the first hour of a newborn’s life with good vitality is to apply the good practices for birth recommended by the WHO and MS. Conclusion: given the above, there was a lack of scientific articles and the need to produce more national studies to understand the reality of Brazilian health services. Therefore, nursing care for newborns must be humanized and based on scientific evidence.

Keywords: Delivery Rooms. Nursing Care. Newborn.

INTRODUÇÃO

A mortalidade infantil reflete as condições de vida da sociedade, se tornando um desafio para os serviços de saúde e a sociedade como um todo. O Brasil vem avançando na redução da mortalidade infantil, mas ainda é preciso grande esforço para enfrentar as diferenças regionais e alcançar patamares aceitáveis. A mortalidade neonatal (óbitos de 0 a 27 dias de vida completos), ainda é elevada, correspondendo à aproximadamente 70% das mortes no primeiro ano de vida, representando o principal componente da mortalidade infantil. Diante desse cenário, o cuidado com a saúde do recém-nascido (RN) é fundamental para reduzir os índices de mortalidade infantil no país, assim como a incidência de morbidades graves que ocorrem especialmente nos primeiros dias de vida do RN (BRASIL, 2014).

Estima-se que, no primeiro dia após o nascimento, ocorra entre 25 e 45% das mortes neonatais precoces. As causas perinatais tem uma influência importante sobre a ocorrência de óbitos, sendo a prematuridade a principal delas, destacando a importância dos fatores ligados à gestação, ao parto e ao período neonatal, em geral preveníveis por meio da assistência ao parto e ao nascimento, de qualidade. No Brasil, a prematuridade junto com o baixo peso ao nascer (<2.500g) representam a principal causa, na sequência a asfixia, infecções e as anomalias congênitas, com proporções distintas entre as regiões, com riscos menores de mortes e morbidades onde os cuidados adequados são implementados (BRASIL, 2013; BRASIL, 2014; SBP, 2018).

Ainda nesse sentido, o Ministério da Saúde por meio da Portaria MS/GM n° 1459, de 24 de junho de 2011, instituiu a rede cegonha, uma estratégia que visa a mudança do modelo tecnocrático ainda vigente para um modelo de assistência mais humanizado, qualificando as Redes de Atenção Materno-Infantil em todo o país, assegurando à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, e a criança o direito ao nascimento seguro, ao crescimento e ao desenvolvimento saudável (BRASIL, 2011).

Segundo informações do Ministério da Saúde, o Brasil assumiu compromissos internos e no cenário internacioanal, visando a melhoria da qualidade da atenção à saúde materno-infantil e a redução da mortalidade. A agenda 2030, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), tem como uma de suas metas, acabar completamente com a mortalidade associada as condições evitáveis de recém- nascidos e de crianças até 5 anos de idade, ou seja, aquelas causas que podem ser previníveis e estão relacionadas ao acesso e utilização dos serviços de saúde, além da qualidade da assistência pré-natal, ao parto e ao recém-nascido (BRASIL, 2023).

Segundo Pereira (2018), além das iniciativas do governo, é fundamental que os profissionais se corresponsabilizem e assumam boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento. A fim de garantir à mulher o direito à atenção humanizada na gravidez, no parto e no puerpério, e à criança o direito ao nascimento seguro e o desenvolvimento saudável.

Dentre todos os profissionais de saúde, a figura do enfermeiro tem se destacado no cenário da neonatologia e obstetrícia. Por tanto, para que a assistência de enfermagem na sala de parto seja prestada com qualidade e segurança, o enfermeiro deve apropriar-se de conhecimentos científicos (PEREIRA, 2018). O MS ainda recomenda aos gestores de saúde que inclua a enfermagem obstétrica e obstetrizes na assistência ao parto de baixo risco, por apresentar vantagens como, redução de intervenções desnecessárias e maior satisfação por parte das mulheres (MS, 2016).

Desta forma, o presente estudo justifica-se pela necessidade de se aprofundar o conhecimento acerca das atribuições da enfermagem frente a assistência ao recém- nascido na sala de parto. Visto que os primeiros cuidados prestados ao recém- nascido, ainda na sala de parto, são de extrema importância.

Contudo, esta revisão da literatura tem como objetivo, reconhecer a importância da assistência de enfermagem ao recém-nascido na sala de parto, além de identificar os desafios impostos aos profissionais de enfermagem durante a assistência ao recém-nascido da sala de parto, e de descrever os principais pontos de atuação desses profissionais, na primeira hora de vida do recém-nascido.

1. METODOLOGIA

A presente pesquisa trata-se de uma revisão narrativa da literatura, a qual tem o objetivo de resumir e integrar as principais informações acerca de um determinado assunto ou tema, levando em consideração assim vários autores.

Para a construção desta revisão, foram utilizados os seguintes documentos:

artigos, manuais da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde (MS) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), e Secretaria da Saúde. Para que fossem incluídos neste estudo de revisão narrativa, foram estabelecidos critérios específicos, tais como, a disponibilidade eletrônica dos documentos, publicados em língua portuguesa ou inglesa e abordar o tema proposto nesta pesquisa.

A seleção dos documentos para este estudo considerou um recorte temporal de seis anos e a coleta dos dados foi realizada no segundo semestre de 2023. Inicialmente, os artigos foram selecionados a partir dos títulos e resumos, e, quando o título e/ou resumo se revelaram insuficientes, foi necessário a avaliação através da leitura na íntegra.

As bases de dados utilizadas para a seleção dos artigos foram: Biblioteca Virtual da Saúde (BVS)-(DECS), Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO), Literatura Científica e técnica de Países da América Latina e Caribe (LILACS), Ministério da Saúde (MS) e Secretaria da Saúde do Distrito Federal. Foram utilizados, também, para a produção deste artigo, manuais do Ministério da Saúde com data de publicação anterior a 2017, por conterem forte impacto para o desfecho deste trabalho.

Sendo assim, foram selecionados 9 artigos, e para essa seleção foi construído a estratégia de busca com os seguintes descritores: Assistência de enfermagem AND Sala de parto AND Recém-Nascido.

2. DESENVOLVIMENTO

Para o encontro do objetivo proposto, para esta revisão da literatura, o presente estudo encontra-se sistematizado em 03 eixos do saber, os quais se descrevem a seguir.

2.1. IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM NASCIDO NA SALA DE PARTO

A Portaria Nº 371 de 7 de maio de 2014, que instituiu diretrizes para a organização da atenção integral e humanizada ao RN no Sistema Único de Saúde, recomenda que o recém-nascido deve ser assistido, desde o momento anterior ao nascimento, por profissional capacitado, médico ou enfermeiro, preferencialmente por especialistas, sejam eles pediatra, neonatologista, enfermeiro obstetra ou enfermeiro neonatal (MS, 2014).

A assistência prestada pela enfermagem obstétrica fornece cuidados de qualidade, centrados na mulher e no recém-nascido. Mesmo com as barreira que ainda precisam ser transpostas, a competência das enfermeiras obstetras e obstetrizes para melhorar a qualidade do cuidado é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS). De acordo com indicadores, os serviços de saúde brasileiros que integram estas profissionais na assistência ao parto e nascimento oferecem resultados satisfatórios e melhor custo- efetividade. O trabalho interdisciplinar entre médicos e enfermeiras na assistência ao parto e nascimento, com adoção de práticas de cuidados baseadas em evidências e com centralidade na mulher, é imprescindível para a qualificação da atenção obstétrica brasileira (MS, 2016).

A equipe de enfermagem desempenha um papel de extrema importância na assistência ao RN, garantindo cuidados contínuos e de complexidade adequada as necessidades individuais do neonato. A assistência deve garantir os cuidados necessários imediatamente após o nascimento, facilitando a adaptação do RN a vida extrauterina (OLIVEIRA, 2021).

O preparo para atender o RN na sala de parto deve incluir a anamnese materna, ela deve ser feita pela equipe, considerando que as condições pré-natais e do parto estão associadas ao risco de reanimação neonatal (SBP, 2011; MS 2012; SBP, 2016).

A temperatura da sala de parto deve ser mantida em torno de 26ºC para evitar a perda de calor pelo bebê e complicações associadas a hipotermia. Tal medida é importante para prevenção de hipotermia, e carece da sensibilização dos profissionais de saúde na adesão desse cuidado, (MS, 2014; SBP, 2018). A hipoternia no RN, pode produzir alterações fisiológicas importantes como, o aumento no consumo de oxigênio, acidose metabólica, hipoglicemia, diminuição do débito cardíaco, além de outras alterações. As medidas para a prevenção da hipotermia em RNs incluem, ligar o berço aquecido em 90ºC antes do nascimento do bebê, monitorização contínua da temperatura do RN, mantê-lo seco e aquecido, colocar touca de algodão na cabeça do RN para evitar perda de calor por convecção, postegar o primeiro banho e outras medidas (MS, 2014).

Todos os profissionais de saúde que atuam na sala de parto devem ser treinados em reanimação neonatal e estarem disponíveis antes mesmo do nascimento de qualquer RN. O material para reanimação deve estar preparado, testado e disponível para uso imediato caso houver necessidade (SBP, 2016; MS, 2012). No parto de risco habitual, pelo menos um profissional treinado em reanimação neonatal deve estar presente durante todo o período do parto (MS, 2012).

A maioria dos bebês nascem com boa vitalidade, ou seja, apresentam respiração ou choro, bom tônus muscular e a gestação é a termo, entretanto, manobras de reanimação podem ser necessárias de forma inesperada. A reanimação depende da avaliação simultânea da respiração e da freqüência cardíaca (FC), sendo a FC o principal determinante na indicação das manobras de reanimação. Logo após o nascimento, o RN deve respirar de maneira regular para manter a FC acima de 100 bpm. A avaliação da coloração da pele e mucosas do RN não é mais utilizada para decidir procedimentos na sala de parto, pois a avaliação da cor é subjetiva e não tem relação com a saturação de oxigênio ao nascimento (MS, 2012).

O boletim de Apgar não determina o início da reanimação nem as manobras a serem instituídas no decorrer do procedimento. No entanto, sua aplicação permite avaliar a resposta do RN às manobras realizadas e a eficácia dessas manobras. Recomenda-se realizá-lo no primeiro e no quinto minuto de vida, se o escore for menor que sete no quinto minuto é recomendada a aplicação a cada cinco minutos, até completar 20 minutos de vida. É necessário documentar o escore de Apgar de maneira concomitante à dos procedimentos de reanimação executados (MS, 2012; SES/DF, 2020).

A OMS recomenda as intervenções de saúde que devem ser realizadas em recém-nascidos, baseado na Classificação de Recomendações, Avaliação, Desenvolvimento e Abordagem de avaliação (GRADE). Os cuidados com o RN, imediatamente após o nascimento devem incluir: secagem imediata e estimulação adicional, ao mesmo tempo em que inicia cuidados essenciais simultâneos ao recém- nascido (WHO, 2017a).

Recém-nascido com líquido amniótico claro ou que começa a respirar por conta própria logo após o nascimento, não deve receber aspiração nasal ou oral de rotina. Além disso a aspiração traqueal não deve ser realizada em recém-nascidos em líquido amniótico meconial, que começam a respirar espontaneamente (WHO, 2017a).

A aspiração orofaringeana e nasofaringeana sistemática do RN saudável não é recomendada. Não é recomendo também realizar a passagem sistemática de sonda nasogástrica e nem retal para descartar atresias no RN saudável (SES/DF, 2020).

Para a recepção do RN, devem ser adotadas as precauções-padrão, para evitar o contato do profissional com material biológico do paciente. Logo após o nascimento, o RN deve ser recepcionado em campo cirúrgico aquecido e posicionado o no abdome ou tórax materno, próximo do nível da placenta, para propiciar o contato pele-a-pele pelo menos durante a primeira hora de vida, postergando todos os procedimentos de rotina, como o exame físico, pesagem e outras medidas antropométricas, profilaxia da oftalmia neonatal e vacinação, entre outros procedimentos (SES/DF, 2020).

De acordo com o Guia de Enfermagem na Atenção ao Parto e Nascimento, a frequência cardíaca (FC) deve ser avaliada de maneira contínua, também devem ser observadas a atividade, o tônus muscular e a respiração/choro do RN. Após a aplicação das boas práticas neonatais, os procedimentos de rotina devem ser realizados no RN como a verificação de medidas antropométricas, profilaxia anti hepatite B, administração da profilaxia da oftalmia neonatal, entre outros (SES/DF, 2020).

A administração da vacina contra o vírus da hepatite B, deve ser realizada pela equipe de enfermagem, ainda no Centro Obstétrico ou Centro de Parto Normal. O imunobiológico deve ser conferido quanto à validade, o lote e a temperatura de acondicionamento (que deve estar 2ºC e 8ºC). 0,5 mL do imunobiológico deve ser administrado via intramuscular, na região do vastolateral da coxa direita, de preferência quando o RN estiver em sucção ao seio materno, se não houver contraindicações. Após o procedimento fazer o registro no prontuário e na Caderneta da Criança, agendando a lápis segunda dose a ser administrada na Unidade Básica da Saúde (UBS) (MS, 2014; SES/DF, 2020).

Para a prevenção da oftalmia gonocócica neonatal, instilar uma gota do colírio (Nitrato de prata a 1%) no fundo do saco lacrimal de cada olho; massageando suavemente as pálpebras deslizando-as sobre o globo ocular para fazer com que a solução banhe a conjuntiva, com uma gaze seca remover o excesso que ficar na pele das pálpebras. Caso o RN seja do sexo feminino, instilar 2 gotas do colírio na genitália. O tempo de administração da profilaxia pode ser até 4 horas após nascimento (BRASIL, 2014; SES/DF 2020).

Todos os recém-nascidos devem receber a profilaxia da hemorragia neonatal com vitamina K, devendo ser administrado 1 ml de Fitomenadiona por via intramuscular (IM), na região vastolateral da coxa esquerda do RN. (dose para recém- nascido a termo) (SES/DF, 2020; WHO, 2017a).

Ainda na sala de parto, a equipe de enfermagem deve proceder a verificação de medidas antropométricas no recém-nascido (peso, comprimento, perímetro cefálico, perímetro torácico e abdominal) (SES/DF, 2020).

O primeiro banho do RN é realizado pela equipe de enfermagem, só deve ser realizado imediatamente após o nascimento quando a mãe for portadora de HIV e na presença de fezes maternas. O banho de imersão deve ser dado após a estabilidade clínica do RN e não deve ocorrer antes de 6 horas de vida. O tempo do banho deve ser de 5 a 10 minutos, o procedimento deve ser registrado no prontuário do RN. Durante esse período a precaução padrão deve ser mantida até o primeiro banho, manter o RN aquecido em cueiros, com gorros e controlar a temperatura da pele, evitar friccionar a pele e não remover o vérnix caseoso (SES/DF, 2020).

2.2. DESAFIOS IMPOSTOS AOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DURANTE A ASSISTÊNCIA AO RECÉM NASCIDO NA SALA DE PARTO

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a comunicação entre os profissionais é um dos principais desafios para quem atua na unidadede perinatal, seja entre a equipe multiprofissional ou a população assistida. A comunicação deve ser efetiva, clara, precisa, completa, com a intenção de reduzir erros e melhorar a segurança da criança e da mãe (SBP, 2018).

Para que a humanização do cuidado na gestação e no parto se tornem uma realidade no Brasil muitos desafios precisam ser superados dentro dos sistemas de saúde, sobretudo quanto ao sistema de formação educacional, o qual continua a preparar profissionais de saúde dentro do modelo intervencionista, focado na figura do médico (PEREIRA, 2018).

Amaral (2019) analisou a inserção da enfermeira obstétrica em um hospital de ensino no estado do Rio de Janeiro. O estudo foi feito com nove profissionais de saúde e seis gestores, por meio de entrevistas semiestruturadas. No cenário pesquisado, as enfermeiras obstétricas vivenciaram dificuldades como: insuficiência de enfermeiras especialistas na sala de parto; ausência de espaço para autonomia profissional; influência político-partidária na gestão da saúde; conflito de atuação com médicos obstetras; falta de apoio da equipe, principalmente em relação à capacitação de trabalhadores contratados. Mostrando a necessidade de inserção direta da enfermeira obstétrica no parto e nascimento, sobretudo, valorizando o cuidado humanizado e a autonomia para o exercício profissional.

Um ensaio clínico controlado randomizado com 65 acompanhantes e puérperas avaliou a eficácia de um manual educativo na instrumentalização do acompanhante para prestar apoio à parturiente e verificou a sua influência na satisfação do acompanhante e da mulher com o processo de parto vaginal. Os acompanhantes que usaram o manual educativo realizaram maior número de ações de apoio e tiveram escores mais altos de satisfação com o parto. As puérperas do grupo intervenção também tiveram maior satisfação com o parto. O manual se mostrou eficaz na instrumentalização do acompanhante, por incentivar ações de apoio à parturiente e repercutir na satisfação do acompanhante e da mulher com o processo de parto (TELES, 2017).

A educação permanente em cuidados com o RN, permite ao enfermeiro e equipe multiprofissional a atualização do conhecimento científico e aprimoramento de técnicas. Além disso, ao compartilhar o conhecimento adquirido o enfermeiro pode potencializar o envolvimento dos pais no cuidado do RN. Usando de diferentes estratégias para transmitir conhecimentos e orientações aos pacientes, a equipe de enfermagem desenvolve um trabalho fundamental na prevenção e promoção da saúde neonatal, ao educar os pais sobre os cuidados com o recém-nascido. Para fins de clareza podemos citar, a importância do aleitamento para a mãe e o bebê, higiene, segurança, imunização, além de outros aspectos essenciais para o cuidado com o bebê, preparando a família para a transição de cuidados após o nascimento (XAVIER, 2021).

2.3. ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM NA PRIMEIRA HORA DE VIDA DO RECÉM NASCIDO COM BOA VITALIDADE

A primeira hora de vida do bebê é marcada por mudanças críticas, frente as alterações fisiológicas dos sistemas cardiovascular, respiratório, imunológico e metabólico. Os primeiros 60 minutos de vida, também conhecido como golden hour, hora dourada ou hora de ouro, é fundamental para o crescimento e desenvolvimento saudável da criança, promovendo benefícios imediatos e a longo prazo (KARIMI, 2019).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o clampeamento tardio do cordão umbilical (realizado 1 a 3 minutos após o nascimento) para todo o RN com boa vitalidade ao nascer. Quanto maior o tempo de clampeamento do cordão maior a transfusão placentária para o neonato, o que aumenta o fluxo sanguíneo pulmonar, auxilia na estabilização da pressão arterial, nas adaptações cardiovasculares ao nascimento e melhora os estoques de ferro, contribuindo para a diminuição da deficiência de ferro e anemia ferropriva no lactente (WHO, 2017a; SBP/FEBRASGO, 2022).

Ainda de acordo com a OMS, o clampeamento precoce do cordão umbilical (<1 minuto após o nascimento) não é uma prática recomendada, a menos que o neonato precise de reanimação (WHO, 2017a). Existem poucos estudos sobre clampeamento do cordão umbilical em RN que necessite de reanimação. Não havendo evidências sobre os benefícios do clampeamento tardio, o qual pode atrasar o início da ventilação (SBP/FEBRASGO, 2022).

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) não recomendam a ordenha após o clampeamento do cordão umbilical, pois a segurança dessa prática é desconhecida a longo prazo (SBP/FEBRASGO, 2022).

O RN com boa vitalidade ao nascer deve ser coberto com campo pré-aquecido e ter contato pele a pele com a mãe, imediatamente após o nascimento para prevenir a hipotermia e promover a amamentação. Nesse período é importante postergar os procedimentos de rotina, como, exame físico, pesagem e outras medidas antropométricas, profilaxia da oftalmia neonatal e vacinação, entre outros procedimentos (MS, 2014; WHO, 2017a).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) recomendam que o aleitamento materno (AM) seja iniciado na primeira hora de vida (WHO, 2017b). Todos os recém-nascidos, incluindo os bebês com baixo peso que conseguem mamar, devem ser colocados para mamar logo após o nascimento, quando a mãe e o bebê estiverem clinicamente estáveis e prontos (WHO, 2017a).

Um estudo, com 244 puérperas internadas no Centro Obstétrico e Alojamento Conjunto do Hospital das Clínicas, em Recife, avaliou os fatores associados à prática do aleitamento materno na primeira hora pós-parto. A taxa de amamentação na primeira hora de vida foi de 28,7%, ficando a quem do recomendado pela OMS. Os fatores que conferiram proteção à prática da amamentação na primeira hora foram: a presença do profissional enfermeiro na sala de parto, o peso do RN ser igual ou maior a 3000 gramas e o contato pele a pele entre mãe e filho. (SILVA, 2018).

Outro estudo realizado com 727 gestantes de um hospital Amigo da Criança no nordeste brasileiro, identificou a prevalência e os fatores associados à ocorrência do contato pele a pele e da amamentação na primeira hora de vida. Ausência de acompanhante, se mostrou como um fator interveniente na prevalência de Aleitamento Materno (AM) na primeira hora de vida. Também foi observado que uma maior pontuação do escore de Apgar no quinto minuto aumentou a prevalência de AM na primeira hora de vida (ARAUJO, 2021).

Corroborando com esses achados, um outro estudo com 344 gestantes de Botucatu-SP buscou analisar as variáveis associadas à presença de acompanhante na sala de parto e sua associação com o aleitamento materno (AM) na primeira hora de vida. Ausência de acompanhante, se mostrou como um fator interveniente na prevalência de Aleitamento Materno (AM) na primeira hora de vida. Também foi observado que uma maior pontuação do escore de Apgar no quinto minuto aumentou a prevalência de AM na primeira hora de vida (ARAUJO, 2023).

No Brasil, a lei do Acompanhante determina que os serviços de saúde devem permitir à gestante o direito a acompanhante, da sua escolha, durante o trabalho de parto e pós-parto (BRASIL, 2005; SBP, 2018).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo revelou que a assistência de enfermagem desenvolve um importante papel na sala de parto, e a atuação desses profissionais se mostrou amplamente recomendada por órgãos nacionais e internacionais tendo em vista a humanização da assistência. Nesse cenário, da equipe de enfermagem atuação todas as etapas do parto e nascimento e tem atribuições diversas, desde o preparo da sala de parto para recepcionar o RN, até os cuidados de rotina após o nascimento.

Revelou ainda que existem diversos desafios a serem superados, o que dificulta a atuação desses profissionais na assistência ao recém nascido na sala de parto, com destaque para a educação permanente em saúde neonatal, escassez de enfermeiros especialistas na assistência ao binômio mãe e bebê, conflitos relacionados ao exercício da profissão entre os profissionais médicos obstetras e enfermeiras obstétricas, e também dificuldades dos gestores e profissionais de saúde na implementação das boas práticas de atenção ao parto e a redução das intervenções desnecessárias, devido ao modelo assistencial predominante nos estabelecimentos de saúde.

Assim pode-se observar também, com o presente estudo, que o principal ponto de atuação dos profissionais de enfermagem na primeira hora de vida do recém- nascido com boa vitalidade, é aplicar as boas práticas para o nascimento, cumprindo as recomendações da OMS e MS no que diz respeito a promoção do contato pele-a- pele da mãe com o bebê, clampeamento tardio do cordão umbilical e promoção do aleitamento materno logo após o parto.

Portanto, notou-se a carência de artigos científicos e a necessidade de produzir mais estudos nacionais para conhecer a realidade dos serviços de saúde brasileiros. Portanto a assistência ao neonato é um desafio para os profissionais de enfermagem que assistem o parto e o nascimento, devido as complexidades associadas a gestação, ao parto e o nascimento, que podem interferir na segurança e no cuidado do recém-nascido, que por sua vez, deve ser humanizado e embasado em evidências científicas.

REFERÊNCIAS

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1 Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário LS,
e-mail: glauciaa.gomes.vendas@gmail.com

2 Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário LS,
e-mail: jarllenne21@gmail.com

3 Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário LS,
e-mail: solange.sousa1987@gmail.com

4 Professor orientador Me. Bruno de Assis. Enfermeiro Mestre em Ciência Política com linhas de pesquisa em Direitos Humanos, Cidadania e Estudos sobre a Violência, Professor e Coordenador do Curso Bacharelado em Enfermagem da UNILS, e-mail: bruno.assis@unils.edu.br