FUNCTIONAL REHABILITATION OF MOTOR CONTROL IN PATIENTS AFTER ISCHEMIC STROKE
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10096866
Felipe Éden Souza de Oliveira1
Fernanda de Moura Castro2
Eduarda Ribeiro Melo3
Paula Correa Gimas4
Priscila Moura Moreira5
Raquel Yasmin Golvin Soares6
Sidielly Raiany Teixeira de Lima7
Resumo
INTRODUÇÃO: O acidente vascular encefálico (AVE) é decorrente de uma interrupção de fluxo sanguíneo, caracterizado pela morte de células nervosas de uma região cerebral atingida. Há dois tipos de AVE que podem ocorrer, os quais são: AVE isquêmico e AVE hemorrágico. Os sinais mais evidentes que tendem a ser prejudiciais são: alterações sensoriais e motoras súbitas, fraqueza muscular, hemiparesia ou hemiplegia, marcha comprometida. OBJETIVO: Relatar e revisar publicações dos últimos 13 anos sobre a eficácia do método Kabat no controle motor em paciente sequelados no pós acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi). METODOLOGIA: Esta revisão de literatura bibliográfica incluiu estudos publicados na base de dados no período de 2010 à 2023 selecionados através das bases de dados da Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), (PUBMED), e Sistema Online de Busca e Análise de Literaturas Médicas (MEDLINE), revistas, além de livros de fisioterapia motora. Com descritores: Exercícios de Alongamento Muscular, Lateralidade Funcional, Acidente Vascular Encefálico, Capacidade Residual Funcional. CONCLUSÃO: Conclui-se que o método FNP na reabilitação pós Acidente Vascular Encefálico certifica que a conduta fisioterápica objetiva a prevenção, maximização da capacidade funcional, a recuperação de habilidades cognitivas e evitar complicações secundárias.
Palavras Chaves: AVE, FNP, método kabat, tratamento fisioterápico, controle motor, hemiparesia.
Abstracts
INTRODUCTION: Stroke is the result of an interruption of blood flow, characterized by the death of nerve cells in an affected brain region. There are two types of stroke that can occur, which are: ischemic stroke and hemorrhagic stroke. The most obvious signs that tend to be harmful are: sudden sensory and motor changes, muscle weakness, hemiparesis or hemiplegia, impaired gait. OBJECTIVE: To report and review publications from the last 13 years on the effectiveness of the Kabat method in motor control in patients with sequelae after ischemic stroke. METHODOLOGY: This bibliographic literature review includes studies published in the database in the period 2010 to 2023 selected through the databases of Scientific Electronic Library Online (SciELO), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), (PUBMED), and Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), magazines, in addition to motor physiotherapy books. With descriptors: Muscle Stretching Exercises, Functional Laterality, Stroke, Functional Residual Capacity. CONCLUSION: It is concluded that the PNF method in post-stroke rehabilitation certifies that the physiotherapeutic approach aims to prevent, maximize functional capacity, recover cognitive abilities and avoid secondary complications.
KeyWords: AVE, PNF, kabat method, physiotherapeutic treatment, motor control, hemiparesis.
INTRODUÇÃO:
O acidente vascular encefálico (AVE) é decorrente de uma alteração no fluxo sanguíneo, caracterizado pela morte de células nervosas de uma região cerebral atingida. Essa patologia é uma das principais causas de óbitos no mundo, no ano de 2020 no Brasil, dados do SIM- Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério de Saúde foi estimulado mais de 100 mil mortos por ano, no ano de 2022, 87.518 brasileiros (não- especificado como isquêmico ou hemorrágico) causando incapacidades funcionais e motoras para sequelados. Os sinais mais aparentes que podem se destacar são: alterações motoras súbitas, fraqueza muscular, incapacidade motoras como: alterações do controle voluntário do membro, equilíbrio e propriocepção, dificuldade na fala, dores de cabeça constantes, aumento da pressão intracraniana, alterações na visão e alterações do nível de consciência. Os locais mais comumente para acontecimentos de lesões são a origem da artéria carótida comum ou a transição para a artéria cerebral média (em sua bifurcação principal), é a junção das artérias vertebrais com a artéria. A ocorrência do AVE duplica a cada década de vida a partir dos 60 anos, sendo a hemiparesia um déficit Importante decorrente da lesão e sendo a mais comum em indivíduos.1
Os dois tipos de AVE que podem ocorrer são classificados como um comprometimento cerebral, causando assim a impossibilidade das funções encefálicas. O AVE isquêmico ocorre por obstrução de um vaso sanguíneo, na qual impossibilita o fluxo sanguíneo e oxigenação para as células cerebrais. A patologia hemorrágica ocorre devido a uma ruptura de um vaso cerebral, causando assim o sangramento intraparenquimatoso ou subaracnóideo.2
A reabilitação após acidente vascular encefálico certifica a prevenção ou o aumento da amplitude de movimento, força muscular e as habilidades cognitivas. Na maior parte dos casos apresenta incapacidades de atuar nas atividades de vida diária, dificuldades sensitivas, sensório motor e compreensão, afetando a deambulação, mobilização, higiene pessoal, transferência e alimentação de forma ativa.3
A reabilitação durante o estágio agudo pode ser imediato (dentro de 48 horas se o paciente estiver clinicamente estável) e os objetivos dessa reabilitação precoce são a prevenção de deterioração secundária tanto física, como intelectual e emocional, e preparo do paciente e familiares para os desafios à frente.4
Neste sentido, o objetivo deste estudo foi analisar e revisar publicações dos últimos 12 anos sobre a eficácia dos recursos fisioterapêuticos do método kabat evidenciado no tratamento de controle motor em pacientes sequelados no pós acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi). De modo mais específico: Analisar metodologicamente abordagens fisioterápicas utilizadas na reabilitação funcional em pacientes acometidos por AVE isquêmico; revisar formas distintas de tratamentos no pós AVEi para melhora do controle motor; descrever resultados alcançados na pesquisa do método FNP que possibilitam a melhora e evolução neuromotora do paciente com a patologia.
JUSTIFICATIVA:
O Acidente vascular encefálico tem um registro de 16 milhões de mortes por ano e no Brasil cerca de 100 mil óbitos. Mostrando-se um problema de saúde pública devido ao número de acometidos por esse distúrbio, além de apresentar incapacidade funcional devido às sequelas geradas. A partir disso, o estudo justifica-se sobre o processo de conduta fisioterápica objetivando maximizar a capacidade funcional e evitar complicações secundárias, possibilitando ao paciente reassumir todos os aspectos da vida em seu próprio meio, pelo fato do paciente apresentar complicações funcionais como: déficit de equilíbrio, diminuição da amplitude de movimento e a diminuição da deambulação.
O método kabat vista como uma técnica fisioterápica promover o mecanismo neuropsicomotor através de estímulos sensoriais que possibilitam maximizar todos os receptores sensoriais, atuando com maior recrutamento de unidades motoras, reduzindo a rigidez articular e proporcionando melhor capacidade funcional, ajudando o paciente a atingir maiores níveis funcionais.
Com base nisso o objetivo da reabilitação fisioterapeuta focado no método de FNP, é possibilitar o empenho e esforço para aumentar a plena funcionalidade e independência sensorial, motora, cognitiva e respiratória para o indivíduo pós AVE. Para que seja proporcionado a melhora da qualidade de vida e estabilidade corpórea para o convívio social e intelectual. O objetivo deste estudo, foi revisar publicações dos últimos 13 anos sobre a eficácia do método Kabat no controle motor em pacientes sequelados no pós acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi).
OBJETIVOS:
GERAL:
• Relatar e revisar publicações dos últimos 13 anos sobre a eficácia do método Kabat no controle motor em pacientes sequelados no pós acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi).
ESPECÍFICOS:
• Analisar metodologicamente abordagens fisioterápicas do método Kabat utilizadas na reabilitação funcional em pacientes acometidos por AVE isquêmico;
• Revisar formas distintas de tratamentos no pós AVEi para melhora do controle motor;
• Descrever resultados alcançados na pesquisa que possibilitam a melhora e evolução neuromotora do paciente com a patologia.
MÉTODO
O presente estudo procedeu-se de uma revisão bibliográfica sobre a reabilitação funcional no controle motor em pacientes pós ave isquêmico, o estudo foi realizado por meio de pesquisa de dados da Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), (PUBMED), e Sistema Online de Busca e Análise de Literaturas Médicas (MEDLINE), revistas, além de livros de fisioterapia motora, estendendo-se por um período de tempo de janeiro de 2010 a novembro de 2023.
A procura da pesquisa foi realizada com os descritores: Exercícios de Alongamento Muscular, Lateralidade Funcional, Acidente Vascular Encefálico, Capacidade Residual Funcional.
Apesar disso, a estrutura da presente revisão foi obtida com leitura de 70% dos artigos publicados na pesquisa de dados, referente aos tipos de AVE, intervenções, reabilitação funcional, pós do tratamento funcional, método kabat, Facilitação Neuromuscular proprioceptiva (FNP) e capacidade funcional envolvendo adultos nos idiomas inglês e português.
Contudo, foram encontrados 122 títulos sobre o tema, apenas 69 artigos adequam-se aos critérios de estudo de inclusão, sobre o assunto de reabilitação funcional no controle motor em pacientes pós AVE.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
ANATOMIA DO ENCÉFALO
ARTHUR et al., Rangel5 cita que o encéfalo é altamente vascularizado e seu metabolismo é composto por um círculo arterial rico em glicose e oxigênio, responsável pela homeostase das células nervosas. A partir do momento que essas concentrações diminuem, pode ocorrer uma hipóxia ou apóxia (diminuição ou falta de oxigênio) por causa de uma lesão instalada ou trauma. Os neurônios privados desse suprimento têm morte neuronal. Alguns desses neurônios, após a morte, liberam em seus terminais axônios de grande quantidade de glutamato, que é um neurotransmissor excitatório, e altas concentrações causam excitotoxicidade em outros neurônios.
O acidente vascular encefálico pode causar incapacidade, bem como, deficiências motoras e sensoriais dependendo de quais áreas do cérebro são afetadas. Os déficits sensoriais mais comuns estão relacionados à sensibilidade, linguagem e percepção espacial. Para reverter os danos causados pelo derrame, muitos pesquisadores tentaram explorar a capacidade do cérebro de reorganizar e reaprender funções. Isso é concedido pelo que é conhecido como plasticidade neural ou neuroplasticidade.6
O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico, composto por um círculo arterial rico em glicose e oxigênio, responsável pela homeostase das células nervosas, compõe o sistema nervoso e é envolvido por membranas chamadas meninges, tendo função de proteger o encéfalo. A circulação anterior contém a artéria carótida interna, cujos ramos calibrosos se dividem em artéria cerebral anterior, artéria cerebral média, conexão da artéria posterior e ramos distais. No circuito posterior, as artérias vertebrais D e E unem-se para formar a artéria basilar, dando origem às artérias cerebelar anterossuperior, cerebral anterior inferior e cerebral posterior.7
No cérebro, as artérias basilares formam um anel de artérias denominado Círculo de Willis, formado por partes das artérias cerebrais anterior, média e posterior e das artérias cerebrais anterior e posterior. Os ramos corticais das artérias se anastomosam, mas se ocorrer uma oclusão, a circulação pode ser afetada, levando à uma lesão. As áreas corticais que drenam das artérias cerebrais anterior, média e posterior podem sofrer alterações motoras e sensoriais como resultado de certas condições que afetam essas áreas, como o acidente vascular cerebral.8
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Para Alves9 o acidente vascular encefálico (AVE) é uma patologia ocasionada por alterações no fluxo sanguíneo para o cérebro e pode ser de origem hemorrágica, isquêmica ou subaracnóidea, sendo o tipo isquêmico o mais prevalente e o mais incidente.
É considerada a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil, globalmente designa-se como a segunda doença neurológica mais prevalente, apresentando-se como terceira principal causa de morte e invalidez.10
O tipo isquêmico tem predominância maior em indivíduos do sexo masculino com mais de 65 anos de idade, porém, tem ocorrido aumento na incidência de jovens na última década, tendo as condições clínicas mais presentes a hipertenção arterial, diabetes mellitus e displemia.11
O AVEi é definido como déficit neurológico focal perseverante, conveniente de uma circunstância da isquemia seguinte de uma infarto devido a obstrução proximal de uma artéria. Este empecilho pode ocorrer por um trombo, êmbolo ou compreensão por um tumor. Da maneira que a intercadência do aporte de glicose aos neurônios da área afetada, instaura-se o quadro clínico precipitadamente minutos após a isquemia surge o infarto.12
O estudo de Gadelha13 diz que a doença possui duas classificações baseadas em sua causa: o tipo hemorrágico e o tipo isquêmico, no primeiro caso, ocorre o rompimento dos vasos cerebrais com sangramento anormal para territórios extravasculares do encéfalo e aumento das pressões intracranianas, já a forma isquêmica ocorre quando um coágulo bloqueia ou impede o fluxo sanguíneo e priva o cérebro de receber oxigênio e glicose, prejudicando o metabolismo celular. Conhecer os tipos de AVE torna-se importante, pois entre eles existem diferenças em termos de mortalidade, incapacidade e dependência de cuidados.
A patologia tem duas divisões de acordo com sua causa, sendo ela hemorrágica e isquêmica. No primeiro relatou acontecer um rompimento dos vasos cerebrais ocasionando sangramento anormal para territórios extravasculares causando aumento significativo na pressão intracraniana e/ ou ruptura de um vaso. Nesse primeiro caso é menos frequente sendo mais grave e ocasionando maiores complicações neurológicas.14
A forma isquêmico decorre por um bloqueio de fluxo sanguíneo impedindo que o oxigênio e glicose tenham passagem para chegar ao cérebro, causando danos para o metabolismo, originado por uma obstrução de uma artéria por um trombo ou compressão por tumor, podendo ocorrer assim ausência de aporte de glicose para os neurônios.15
Entender e conhecer os tipos de AVE é de suma importância para o direcionamento dos cuidados e tratamento já que entre eles a uma grande diferença nos termos de incapacidade e mortalidade, desta forma, não se deve tratar o AVE como um todo sem antes reconhecer qual o tipo e para que se tenha o domínio dos melhores cuidados.16
SINAIS E SINTOMAS
Para Francisco17 os principais sinais e sintoma de AVC são: cefaleia, alterações da consciência, afasia, defeitos no campo visual, diplopia, vertigem, disartia, perturbações de equilíbrio, hemi ou monoparesia e défices sensoriais.
Os sintomas mais aferentes na patologia é a cefaleia, alterações da consciência que ocorre devido a resultados do entorpecimento do cérebro, afasia causando dificuldade na fala (expressar e compreender), defeitos visuais, diplomia tendo visão de duas imagens com um único objeto ou campo de visão, vertigem (tonturas), disartria, impossibilitando a articulação de algumas palavras, dificuldade de equilíbrio, hemi ou monoparesia, causando paresia parcial em um hemicorpo reduzindo movimentos de um membro e déficits sensoriais.18
Os déficits sensoriais que são evidenciados com alterações na memória, no raciocínio, dificuldade de novas aprendizagens e até mesmo em seu desenvolvimento emocional. Essa patologia é uma das principais causas de óbitos no mundo, no ano de 2020 no Brasil, dados do SIM- Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério de Saúde foi estimulado mais de 100 mil mortos por ano, no ano de 2022, 87.518 brasileiros (não- especificado como isquêmico ou hemorrágico), dificuldade na fala, dores de cabeça constantes e aumento da pressão intracraniana.19
Mostra que na doença os sinais mais evidentes são déficits sensoriais (afasia, disartria, disfonia e disfagia) e déficits motores (astenia, ataxia e bradcinesia).20
ETIOLOGIA
Alves9 aponta que o Acidente Vascular Encefálico isquêmico (AVEi) ocorre por oclusão do lúmen vascular e a extensão da lesão é proporcional à duração, à gravidade da redução do fluxo e ao tipo etiológico do AVEi. A classificação TOAST (Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment) foi elaborada para subdividir o AVEi de acordo com sua etiologia em cinco subtipos. Os quais são: Aterosclerose de Grandes Vasos (ATGV), Cardioembolia, Oclusão de Pequenos Vasos (OPV), Outras Etiologias (OE) e Indefinido.
A etiologia mais comum de AVCi é a obstrução de uma das artérias cerebrais importantes ou de seus ramos perfurantes menores que vão para as partes mais profundas do cérebro. Além do mais, decorre de doenças cardiovasculares, como: arritmias, doença valvar, doenças cardíacas congênitas, infarto do miocárdio. Acidentes vasculares cerebrais do tronco encefálico, sendo causado por patologia nas artérias vertebrais e basilar, são menos comuns.21
A patologia por ATGV (Aterosclerose de grandes vasos) tem indícios devido a acúmulo de gordura na parede vascular, formando estenose ou oclusão de grandes ramos arteriais sanguíneos. Já o AVEi cardioembólico ocorre devido a uma oclusão de vasos cerebrais por êmbolos, motivo do derrame de parte do coração. A patologia
de OE é associada a vasculopatias sem aterosclerose, com a patologia Moyamoya e dissecção arterial, disfunções hematológicas e problemas na coagulação e vascularização, o AVEi de OE pode desenvolver conforme as patologias que causam bloqueios cerebrovascular. Finalizando com etiologias indeterminadas que ainda que uma análise ampla não corresponde as outras divisões citadas.22
Ainda ressalta o AVEI por OPV (oclusão de pequenos vasos) no tálamo ventral que ocorre por infartos lacunares, aproximadamente tendo diâmetro de (1,5 cm) em territórios mais úmidos por artérias perfurantes, repercutindo por síndromes lacunares como a hemiparesia motora pura, causada pela isquêmica no ramo posterior da cápsula interna ou na parte da hemiparesia sensitiva pura, com oclusão nos pequenos vasos no tálamo ventral e hemiparesia atóxica, com obstrução de pequenos vasos na parte ventral da ponte ou da cápsula interna e não desajeitada com oclusão de pequenos vasos na parte ventral da ponte ou da cápsula interna e externa desencade iam déficits motores e sensitivos e acometer pequenos vasos na área cerebrovascular. 23
PROGNÓSTICO
Para Sun B24 o prognóstico funcional em doentes com AVC é um tema de elevado interesse para clínicos e investigadores. O diagnóstico precoce e a identificação da etiologia são de crucial importância na previsão da recuperação dos múltiplos déficits.
O prognóstico na fase aguda da patologia aprova definir um programa adequado de reabilitação, com objetivo principal de individualizar recursos e técnicas mais eficientes que podem também ser baseadas na etologia do AVE, que mostra ser menos eficiente.25
O diagnóstico precoce, em conjunto com prognóstico tem potencial de recuperação, tendo objetivo de a determinar melhor conduta a ser alcançada nos indivíduos com AVE, com intuito de reparar as implicações cognitivas que poderiam ter início no começo da patologia, sendo essencial para efetividade do tratamento.26
O avanço do prognóstico, necessitará de múltiplas variantes, podendo alcançar um método de tratamento a seguir, não sendo capaz de perder o quadro inicial e/ou atual do paciente. As condutas a serem realizadas deverão ser adequadamente avaliadas de acordo com o quadro inicial do paciente, de maneira que seja avaliada pelo profissional capacitado. É fundamental para sobrevida ao paciente, o prognóstico depende em grande parte da natureza, estruturas e áreas envolvidas, tempo de reconhecimento e diagnóstico, tempo de início do tratamento, duração e intensidade da terapia física e ocupacional e a função subjacente.24
FATORES DE RISCO
Os fatores de risco são divididos em modificáveis e não modificáveis. Os fatores modificáveis como principal é a hipertensão arterial sistêmica (HAS), tabagismo, fibrilação atrial, diabetes mellitus (DM), displemia e obesidade. Os não modificáveis são a idade, raça, sexo, história familiar de AVE e/ou infarto do miocárdio.27
Dentre todos temos a hipertensão arterial sistêmica que é um enorme fator de risco para que o AVEi se desenvolva e para acontecer a transformação do AVEi em AVEh. Entretanto com o uso de anti-hipertensivo e diurético, a hipertensão arterial sistêmica e até mesmo suas reverberações podem ser modificadas. Quanto aos demais, obesidade, sedentarismo, consumo de álcool, diabetes mellitus, tabagismo e à dislipidemia devemos influenciar estes pacientes a procurar melhorar seus hábitos de vida, com alimentação saudável, evitando o uso do álcool, encerrar o uso de tabaco e passar a realizar algum tipo de atividade física sendo indicada por pelo menos 3 vezes na semana.28
O que mais destaca-se como fator de risco dentre as doenças cardíacas é a fibrilação atrial pois é com certa facilidade que o tronco se desloca da parede do átrio e por consequência emboliza para as artérias do Sistema Nervoso Central. Enfim compreende-se que realidade de intervenções com o objetivo de combater todos esses fatores de riscos citados são primordialmente essenciais para prevenir grande parte da ocorrência dos AVEi, se forem abordados no âmbito de atenção primária e com uma visão multidisciplinar.29
DIAGNÓSTICO
No estudo de Bertolucci30tendo em vista a estreita janela terapêutica do acidente vascular isquêmico agudo, o diagnóstico precoce é de fundamental importância na abordagem inicial. O diagnóstico baseia-se na associação do exame clínico e dados radiológicos, sendo que, não é possível determinar apenas clinicamente se o AVE é de origem isquêmica ou hemorrágica.
O diagnóstico é realizado através de exames que possibilita distinguir a área do cérebro afetada e o tipo do derrame cerebral que é composta por história e exame físico que detém até 92% da sensibilidade associado a um exame de imagem para diferenciar o AVE isquêmico do AVE hemorrágico.31
Alguns exames como A tomografia computadorizada (TC) sem contraste é ideal para avaliação inicial do AVEi, visto que certifica os sinais precoces de isquemia nas primeiras 3 horas após o início dos sintomas e requer menos tempo/custo para ser realizada. A ressonância magnética (RM) é mais sensível do que a TC na detecção da patologia isquêmica aguda, porém é mais cara, leva mais tempo, têm menores taxas de hospitalização e não pode ser realizada em pessoas com objetos de metal no corpo. Outros exames laboratoriais e de imagem mais específicos podem ser realizados para verificar a etiologia do AVEi e descartar diagnósticos diferenciais como convulsão, hipoglicemia, neoplasia e infecção sistêmica. No entanto, geralmente é realizado enquanto o paciente está no hospital e não na sala de emergência.32
NEUROPLASTICIDADE
A plasticidade neuronal permite que o SNC aprenda novas habilidades, consolide e recupere memórias, reorganize redes neuronais em resposta a estímulos ambientais e se recupere após lesões. A plasticidade neuronal pode ocorrer usando neurogênese, apoptose celular, atividade sináptica dependente e a reorganização de redes neuronais e engloba os seguintes mecanismos: Habituação, Aprendizado e memória e Recuperação celular após lesões.33
Existem 10 principais pontos chaves para uma boa reabilitação:34
1- Use ou perca: O não direcionamento das funções cerebrais ocorrerá perdas funcionais.
2- Use e melhore: A terapia que é direcionada a uma função melhora essa função.
3- Especificidade: A terapia escolhida determina a plasticidade e funções resultantes.
4- Questão de Repetição: Para obter resultados na plasticidade requer repetição.
5- Questão de intensidade: Indução de plasticidade exige intensidade de treino adequada.
6- Questão de tempo: Formas diferentes de plasticidade ocorrem também em momentos diferentes.
7- Questão de prioridade: Uma questão de prioridade.
8- Questão de idade: A plasticidade é mais fácil em um cérebro jovem mas também é possível em um cérebro adulto.
9- Transferência: A neuroplasticidade e a mudança na função que são resultantes de uma terapia podem facilitar a realização de habilidades parecidas.
10-Interferência: A plasticidade em resposta a uma experiência pode sim interferir no recebimento de outras até mesmo novas habilidades.
Para Bortoletto (2010), a neuroplasticidade tem sua variação conforme a idade tendo seu processo plástico maior durante o desenvolvimento ontogenético. Ainda em seu desenvolvimento o autor destaca que existe um período que se denomina crítico que é onde ocorre uma maior plasticidade em que o SN é mais suscetível a transformações provenientes de uma ambiente externo. Ao ultrapassar esse período e atingir a chamada maturidade, a capacidade plástica modifica-se e tem uma diminuição mas não se extingue. Definimos a plasticidade como uma resposta biológica do cérebro a diversos estímulos que sejam veiculados por orientação genética, endócrinas, farmacológicas ou sensoriais. Afirmou que a neuroplasticidade é uma alteração nas propriedades funcionais, químicas e sua estrutura é essencial para promover a recuperação de lesões sistema nervoso central.35
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
De Siqueira et al., Flávio36 o tratamento fisioterapêutico de um paciente que sofreu AVC se faz necessário pelo fato de ele ser portador de inúmeras sequelas como incapacidades físicas e diversas repercussões psicológicas que variam desde tristeza até depressão. Sendo assim, os maiores objetivos da Fisioterapia para esses indivíduos são: alcançar o melhor grau de independência funcional, motivação e aceitação, para que estes interfiram diretamente no sucesso da reabilitação.
As intervenções terapêuticas visam como objetivos principais maximizar a capacidade funcional e evitar possíveis complicações que possibilitam o indivíduo a realizar e reassumir geralmente todos os seus aspectos de vida. Desse modo, o fisioterapeuta é capaz de traçar condutas e avaliar as estratégias e técnicas fisioterápicas apropriadas para o tratamento do paciente.37
Os procedimentos terapêuticos aplicados pelos especialistas integram processos pelos quais o profissional, orienta, guia e ensina de forma adequada a estimular a reorganização neural de forma ideal na tentativa e eficácia de recuperação de função sensoriomotoras.38
Inteiramente, a fisioterapia como um recurso de reabilitação em indivíduos pós AVE é reconhecida como um tratamento eficaz. O acesso aos serviços de reabilitação fisioterapêutica, podem promover ganhos significativos e importantes à funcionalidade, visando melhorar termos de incapacidade e adaptação. No aspecto específico a fisioterapia apresenta como objetivos, melhorar a mobilidade funcional, a força muscular, o equilíbrio e qualidade de vida dos indivíduos avaliando sempre os fatores associados à sua independência, pois é de suma importância na formação do processo de reabilitação.39
De Siqueira et al., Flávio36 é sabido que o AVC gera muitas incapacidades a longo prazo e influencia negativamente a QV dos indivíduos acometidos, ressaltando se assim a importância de que o fisioterapeuta conheça os instrumentos de avaliação e as intervenções adequadas para a reabilitação desses, uma vez que os indivíduos estão cada vez mais propensos a viver com as suas incapacidades residuais e deficiências.
A reabilitação fisioterapêutica pode-se estabelecer algumas propostas de tratamentos embasados na melhoria de incapacidades e oferecendo melhor qualidade de vida para o indivíduo. Atualmente, os recursos terapêuticos da fisioterapia possuem como base de estudos científicos e o aprimoramento dos mesmos tem que sido observado na última década.40
Os pacientes com sequelas da doença, geralmente mantêm uma rotina de intervenção e tratamento conforme sua causa e sua condição, seguindo uma rotina de tratamento desde a intervenção cirúrgica. Seguindo um protocolo de tratamento focado em diminuir as sequelas, persistindo a hemiparesia ou hemiplegia, de acordo com a área atingida, tal como, a proporção do acometimento.41
Os pacientes acometidos tenham um acompanhamento constante as sessões de fisioterapia, prosseguindo um programa de atividades consecutivas, pois geralmente quando o indivíduo volta ao seu ambiente domiciliar, acaba se acomodando e isso causa regresso ao seu tratamento, tornando-se sedentário e possibilitando que ocorra uma nova causa para o AVE.42
Quando mais precoce avançar as intervenções fisioterápicas, melhor será o resultado na recuperação dos pacientes afetados, pois possui vários recursos que possibilitam restabelecimento das capacidades motoras e funcionais dos doentes sequelados com disfunções, em relação a espasticidade provocada pela doença, a fisioterapia tem papel de extrema importância no desempenho pessoal do paciente, portanto quando não houver um tratamento precoce e adequado menor será a qualidade de vida e os resultados do paciente.43
MÉTODO KABAT
Pinheiro et.al. 201244 O método muito utilizado na fisioterapia neurofuncional, o Kabat foi desenvolvido pelo Doutor Herman Kabat na década de 40 na Califórnia, EUA. No qual se fez conhecido popularmente por Método Kabat e denominado de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP). A facilitação faz com que ocorra um meio de trabalho neurofuncional mais fácil para o movimento neuromuscular, de modo em que envolve nervos, músculos e proprioceptiva relacionada à ativação dos receptores sensoriais, como mecanorreceptores, fuso muscular e órgão tendinoso de Golgi.
O método de FNP é um avanço usado por fisioterapeutas como um recurso de tratamento que aplica padrões de movimentos específicos em sentidos diagonais, em conjunto a técnicas exclusivas que proporcionam o aumento de respostas para facilitar maior demanda de força, da função muscular e nervosa de atividades funcionais, possuindo a essência de alcançar o fortalecimento muscular, a flexibilidade e o aumento do controle motor através de movimentos tridimensionais.45
O método é definido em proprioceptivo, pois é associado sobre a relação dos receptores sensoriais que podem ser encontrados nos músculos adjacentes que contribuem com informações sobre movimentos, posições, articulações. Neuromuscular envolvendo nervos e músculos e facilitação visto que, possibilita facilitar o movimento e ativação muscular.46
Pacientes com sequelas motoras do AVE, por meio do método de FNP como tratamento fisioterapêutico, oferece aumento da funcionalidade do paciente por meio de técnicas de movimentos que geram a inibição, facilitação, fortalecimento e relaxamento dos músculos, por meio de contrações excêntricas, concêntricas e isométricas como contribuição da resistência gradual, fornecendo assim, benefícios de modo que, proporcione melhor mobilidade, equilíbrio, força, marcha, padrão postural e habilidades funcionais.47
Para que esta técnica produz bons resultados, devem ser seguidos alguns princípios que variam de acordo com a condição clínica do paciente, incluindo: 1) Resistência máxima ideal, onde os movimentos isotônicos devem ocorrer com facilidade e o paciente deve ser capaz de manter a tensão isométrica, 2) Irradiação e fortalecimento, princípio de administração de excesso de energia para estimular grupos musculares mais fracos através de grupos musculares mais fortes, 3) contato manual, permite aplicar a direção apropriada de aplicação de força, 4) estimulação verbal, 5) feedback visual, facilita os movimentos musculares; 6) tracionar, dá movimento e é utilizado em exercícios contra resistência; 7) Aproximação, proporciona estabilidade e é utilizado em movimentos contra resistência; 8) Reflexos de alongamento e promovem a contração muscular, 9) Sincronia, promovem o desempenho motor normal usando a ordem correta de distal para proximal e 10) Padrões de movimento.48
O método possui incentivos para estimulação de modo geral, objetivando o paciente como um todo e não exclusivamente o segmento afetado, procurando facilitar o movimento aumentando o número de repetições, obtendo resposta positiva e utilizando a capacidade do paciente a alcançar o maior nível funcional.49
Esse procedimento possibilita maior habilidade ao paciente a se locomover, manter estável, direcionar o movimento usando resistências adequadas, possibilitando o aumento de coordenação motora e sincronismo, desenvolvendo a capacidade de resistência do paciente e evitando a fadiga.50
PAPEL DO FISIOTERAPEUTA
Para Silva et al., Alves51 o profissional fisioterapeuta é capacitado e especializado no tratamento das disfunções decorrentes dos distúrbios motores e sensoriais, ocasionados pelo AVE. Cabe a esse profissional realizar a avaliação da força, resistência, amplitude de movimento, alterações da marcha e déficits sensoriais. Cabe ao fisioterapeuta também elaborar um plano de reabilitação individualizado, buscando como objeto promover a recuperação do controle motor, a independência nas tarefas funcionais, otimizar e estimular os aspectos sensoriais, bem como prevenir complicações secundárias, como o encurtamento dos tecidos moles.
O fisioterapeuta é habilitado é especializado no tratamento das disfunções resultantes dos distúrbios motores e sensoriais provocados pela patologia, convém ao fisioterapeuta exercer a avaliação da força, resistência, amplitude de movimento ADM, alterações da marcha e déficits sensoriais. É papel fundamental do fisioterapeuta traçar estratégias de reabilitação individualizadas, obtendo como resultado a recuperação do controle motor, a independência nas tarefas funcionais, potenciar e estimular os aspectos sensoriais.52
Tem objetivo de prevenir e evitar complicações secundárias podendo ser causadas pelo encurtamento dos tecidos moles. As técnicas descritas pelo fisioterapeuta levam a melhor recuperação motora e funcional para o paciente, proporcionando maior expectativa e resultados para o retorno à vida diária. Ao decorrer dos anos programas de reabilitação vem modificando, definindo que os fatores sensoriais, psicológicos e ambientais, podem colaborar para o bem estar e saúde dos indivíduos com a patologia.53
Uma das maneiras de avaliar a saúde ou a falta dela em uma população estende-se a uma alteração na funcionalidade, estabelecida com a relação entre o corpo, o desempenho e a vida em sociedade, possibilitando ao paciente reassumir todos os aspectos da vida em seu próprio meio necessitando eventualmente de reabilitação dinâmica e contínua, progressiva e educativa para atingirem a restauração funcional, reintegração familiar, comunitária e social, além da estabilidade do nível de recuperação e da qualidade de vida.54
CAPACIDADE FUNCIONAL
Batista55 a capacidade funcional do paciente com AVC é distinta da de um indivíduo saudável, isso porque a deficiência da capacidade funcional o impossibilita de realizar atividades do dia a dia, como andar, correr e cuidar de si mesmo. Nesse sentido, após o acidente vascular cerebral, o impacto na capacidade funcional são consequências significativas para os indivíduos e suas famílias, enquanto as consequências funcionais podem começar na admissão hospitalar e persistir por meses após o evento.
A capacidade funcional pode ser entendida como a capacidade de indivíduos de conduzirem suas vidas de forma independente, para realizar suas atividades sem auxílio. O AVE, é um grande causador de incapacidades a longo prazo e resultando em grandes déficits crônicos e sequelas físicas comprometendo a capacidade funcional.56
O impacto na capacidade funcional causado pela patologia impossibilita o paciente em sua autonomia, dificultando o paciente de desenvolver suas atividades como deambular, se vestir, correr e até mesmo transferência, que diz respeito às funções do corpo, podendo ser cognitiva, sensorial e/ou motora, ocasionando déficits na independência, capacidade funcional e geralmente afetando a qualidade de vida.57
Após os indivíduos serem afetados pela patologia, apresentam prejuízos na sua funcionalidade, tendo em vista que a mesma possui uma grande importância para qualidade de vida do indivíduo. Baseado no estudo, o fortalecimento é fundamental para a reabilitação, assim como a prática de repetições de movimentos e outras técnicas para capacitar os indivíduos na melhora da função tanto física, psicológica quanto intelectual. Nesse sentido, o fisioterapeuta exerce um papel de extrema importância no processo de reabilitação de pacientes acometidos, com objetivo de recuperação do controle motor, independência das atividades funcionais e otimizar os aspectos sensoriais.58
CONTROLE MOTOR
Barbosa et al., Magalhães59 cita que uma das alterações mais comuns em indivíduos pós – AVE é o déficit no controle motor, impactando negativamente sobre a independência, aumentando a propensão a quedas. Com a marcha comprometida estes pacientes diminuem a realização de atividade física, o que reflete em maior déficit funcional principalmente em habilidades como sentar, levantar e qualidade da marcha.
O desenvolvimento do controle motor acontece a partir de um complexo grupo de processos neurais, comportamentais e físicos que governam o movimento e a postura. Acreditou-se por um longo período de tempo que lesões cerebrais fossem permanentes com a recuperação limitada e de pouco reparo. Contudo, nos dias atuais esses conceitos seguem sendo atualizados.60
Os pacientes sobreviventes a um episódio de AVE apresentam de forma muito frequente deficiências motoras que trazem consigo limitações em atividades simples e restrições na participação social do indivíduo.61
As limitações da marcha são uma das principais sequelas identificadas no pós AVE. Suas consequências são divididas em cinco: funções motoras, cognitivas, comunicativas, emocionais e sensoriais. A motricidade e funcionalidade também são afetadas, sendo assim, são incontáveis as limitações motoras. Dentre as limitações motoras também destaca-se a fraqueza muscular, gerando incapacidade de força em níveis normais.62
RESULTADOS
Tabela 1. Resultados dos artigos incluídos na revisão de literatura bibliográfica.
Autor/Ano | Objetivo | Tipo de estudo | Título |
Pinheiro et al., (2012) 44 | Avaliar o efeito do método facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF) na estabilidade postural e risco de quedas em pacientes com sequela de AVE. | Estudo piloto | Efeitos da facilitação neuromuscular proprioceptiva na estabilidade postural e risco de quedas em pacientes com sequela de acidente vascular encefálico. |
Lobato A et al., (2013) 45 | Avaliação dos efeitos do FNP combinado com ERB na força muscular respiratória. | Ensaio clínico randomizado. | Efeito da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva da extremidade superior facilitação combinada com faixas elásticas de resistência em força muscular respiratória. |
Silva I et al., (2017)63 | Teve objetivo de avaliar os efeitos da FNP no equilíbrio. | Estudo longitudinal e quantitativo. | Efeito de um protocolo de Facilitação Neuromuscular proprioceptivo (FNP) no equilíbrio postural de idosas. |
Emílio M et al., (2017) 64 | Avaliar o efeito da irradiação do método FNP sobre a ativação muscular no membro superior parético, quadro clínico e funcionalidade de indivíduos pós-AVE. | Estudo piloto | Irradiação como princípio da FNP em pacientes hemiparéticos pós AVE, análise funcional e eletromiografia. |
Santos N et al., (2016) 50 | Avaliar os efeitos da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva na marcha em Pacientes com Acidente Vascular Encefálico. | Estudo de Caso. | Facilitação neuromuscular proprioceptiva na marcha em pacientes com sequelas de acidente vascular encefálico. |
Kim Y., Kim E., Gong W. et al., (2011) 65 | Este estudo foi realizado para investigar os efeitos do exercício de estabilidade do tronco utilizando a técnica de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) na ativação muscular de pacientes com AVC e seus resultados no teste de alcance funcional (FRT). | Estudo de Caso. | Os efeitos do exercício de estabilidade do tronco usando FNP nos testes de alcance funcional e nas atividades musculares de pacientes com AVC. |
Marques P et al., (2011) 68 | Comparar os efeitos do método Kabat com a estimulação elétrica funcional (FES), bem como a associação dos métodos na capacidade funcional de pacientes hemiparéticos. | Estudo de Caso. | Efeitos da eletroestimulação funcional e Kabat na funcionalidade do membro superior de hemiparéticos. |
Silva M. et al., (2016) 69 | Avaliar os efeitos da técnica de irradiação de força contralateral no controle motor para ativação dos músculos extensores de punho em pacientes após AVC. | Estudo de Caso. | Efeitos da irradiação de força contralateral na extensão de punho de pacientes após acidente |
Abreu M et al., (2018) 66 | Avaliar o efeito da irradiação sobre a ativação muscular do membro inferior parético, equilíbrio e marcha de indivíduos na fase subaguda pós-AVE. | Estudo Preliminar. | Efeito do fenômeno da irradiação do método de facilitação neuromuscular proprioceptivo no acidente vascular encefálico sobre o membro inferior. |
Pola H. et al., (2015) 67 | Avaliar o desempenho funcional em hemiparéticos crônicos pós Acidente VaScular Encefálico (AVE) antes e após programa de exercícios bem com Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva. Após o AVE, a fraqueza muscular e a baixa tolerância ao exercício são importantes problemas responsáveis pela redução da funcionalidade em hemiparéticos. Programas de reabilitação sugerem o treinamento ativo-resistido como um importante componente para elevar o desempenho funcional desses indivíduos. | Estudo de Caso. | Desempenho Funcional em Hemiparéticos Crônicos Antes e Após Programa de Exercício com Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva. |
FLUXOGRAMA
Tabela 2. Fluxograma de seleção do estudo bibliográfico.
Fonte: Próprios Autores.
DISCUSSÕES
Na tabela 1, pode-se observar achados importantes para compreender melhor a evolução do controle motor do paciente hemiparético pelo tratamento de FNP, verificou-se uma melhora considerável para o alcance funcional, estabilidade postural, ganhos de força muscular, flexibilidade, equilíbrio, amplitude de movimento, permitindo que haja adequação de tônus muscular, maior função motora e melhora significativa na marcha. Dessa forma, a técnica de FNP apresenta um bom resultado tanto sozinha quanto associada a outra técnica para reabilitação do paciente.
Segundo o estudo de Pinheiro (2012), participaram deste estudo 12 homens hemiparéticos, com idade média de 55 à 75 anos, com duração média do AVE de 9,4±3,1 meses, e suas características são apresentadas. Descrições dos resultados pré e pós-intervenção mostrando diferenças estatisticamente significativas no uso do regime FNP entre pacientes hemiparéticos. Em indivíduos com hemiparesia do lado esquerdo após acidente vascular cerebral, foram observadas melhorias significativas na estabilidade postural e no risco de queda após intervenção com o protocolo FNP. 44
Lobato (2013), os resultados obtidos mais importante neste estudo, foram os aumentos consideráveis na PImáx quanto na PEmáx após um mês de treinamento com FNP combinado com faixas elásticas, foram incluídas 20 mulheres saudáveis, os indivíduos foram randomizado para o grupo do programa de treinamento resistido (GT, n=10) ou para o grupo de controle (GC, n= 10). A pressão expiratória máxima (PEmáx) e a pressão inspiratória (PImáx) foram medidas antes e depois de quatro semanas de um programa. O treinamento trata-se na técnica de FNP de membros superiores combinados com faixa elástica de resistência (FER), com resistência selecionada a partir de uma repetição máxima. FNP combinado com FER mostrou aumentos significativos na PImáx e PEmáx (p<0,05); alcançou diferença entre GT e GC e PImáx (p=0,01) e a PEmáx (p= 0,04). A técnica combinada pode apresentar um impacto positivo na força respiratória e redução em relação à doença cardiopulmonar crônica associada a redução da força muscular respiratória.45
Segundo Silva I (2017), participaram 20 idosas com idade em torno de 65 e 85 anos, submetidas a um protocolo da FNP. Foram coletados dados de baropodométricos em áreas total, antepé e o retropé de modo estático (sem perturbação) e dinâmica (com perturbação), além do teste Timed UP Go (TUG) e do teste de alcance. Não ocorreu diferença nas áreas plantares antes e após o tratamento, apesar da diminuição da área após os exercícios na avaliação estática (retropé antes:150,85 cm2 e depois:147,40 cm2; P= 0,0593) e na avaliação dinâmica (retropé antes: 154,30 cm2 e depois:151,40 cm2; P= 0,0783). Observou-se uma diminuição do tempo do TUG de 10,75s para 8,23s (P< 0,0001) e um aumento da área de deslocamento de 21,07 cm para 31,10 cm (P< 0,0001) no teste de alcance funcional. As idosas mostraram maior ativação dos músculos plantares, com uma diminuição da área de apoio após o protocolo da FNP. Notou-se uma melhora significativa no tempo de marcha e no alcance funcional das idosas, o que está correlacionado a um menor risco de queda após os exercícios.63
Segundo Emilio M (2017), o estudo foi realizado com 6 voluntários, média de 53,33 (± 19, 22) anos, submetidos ao procedimento de irradiação do método FNP no membro superior parético em 3 tarefas distintas. A intervenção durou 8 sessões, duas vezes semanais e a avaliação foi realizada pela escala de Fugl-Meyer, CIF (classificação internacional de funcionalidade) e eletromiografia. A CIF e a Fugl- Meyer apresentaram melhora em alguns dados (p< 0,05), a análise eletromiografia não apresentou alterações significativas (p> 0,05). A intervenção com o uso de irradiação com o método FNP proporcionou ganhos em força e tônus muscular, controle de punho e funções vestibulares e cognitivas.64
Segundo o estudo de Santos (2016), 5 indivíduos hemiparéticos, participaram do estudo, todos possuíam a sequela secundária a AVE e foram encaminhados ao ambulatório de fisioterapia para serem reabilitados. Utilizou-se uma avaliação sociodemográfica, a medida de independência funcional, a escala de equilíbrio de Berg e o índice de marcha dinâmica, para qualificar a marcha, equilíbrio e funcionalidade, a FNP foi utilizada como uma conduta, sendo aplicada em cinco semanas com total de 10 atendimentos. Os 5 indivíduos possuíam tempo médio de 22,2 meses de lesão todos apresentavam uma melhora de 12,38% (mais ou menos 0,99) na funcionalidade geral dos pacientes aproximadamente 30% (mais ou menos 0,48) no dinamismos e marcha e em média 27,14% (mais ou menos 0,07) ao realizar o equilíbrio. Constatou-se que a FNP como conduta em paciente hemiparético é de grande valia, apresenta boa adequação aos pacientes e melhoras significativas em suas habilidades funcionais.50
Kim Y., Kim E., Gong W. (2011), 40 pacientes adultos com hemiparesia foram realocados para dois grupos, um grupo experimental (GE) e um grupo controle (GC). O GE realizou um exercício de estabilidade de tronco utilizando o FNP, enquanto o GC realizou apenas um programa geral de exercícios durante 6 semanas (5 vezes por semana). Após a realização do programa de exercícios terapêuticos, o GE aponta melhorias significativas no Teste de aptidão física (TAF), nas atividades dos músculos quadríceps, isquiotibiais e sóleo no lado afetado e nas atividades dos músculos quadríceps e sóleo no lado não afetado. Do lado afetado, o GC apresentou melhorias significativas apenas nas atividades do quadríceps e dos músculos sóleo. Essas respostas indicam que os exercícios de estabilização do tronco utilizando FNP realizados por pacientes com AVC foram eficazes na melhoria do TAF e nas atividades musculares do sóleo e quadríceps.65
Segundo Marques (2011), participaram do estudo 2 pacientes, o primeiro recebeu tratamento por meio de Estimulação Elétrica Funcional (EEF) e Método Kabat (diagonal D2) e o segundo paciente somente por meio de EEF. Houve melhora na amplitude de movimento passivo, sono, sensação e função motora foram observadas em ambos os pacientes. Nas subescalas coordenação de membros superiores e velocidade de movimento, apenas o paciente 2 (EEF) obteve melhores resultados no escores. O paciente 1 (EEF e Kabat) obteve 7 pontos na primeira avaliação e 11 pontos nas últimas 3 avaliações, indicando que apresentava nível severo de função motora. O paciente 2 (EEF) obteve pontuação 36 na primeira avaliação, indicando nível significativo de função motora; na segunda avaliação obteve 56 pontos e sua função motora de membros superiores foi moderada; a terceira e quarta avaliação obtiveram nota 60, o que também se aplica aos membros superiores. Os dois procedimentos se mostram eficientes para ganho de capacidade funcional. 68
No estudo de Silva M. (2016), incluíram-se 10 participantes de ambos os sexos (62±64 anos), divididos em grupo hemiparético (n=5) e rotação externa no membro não afetado do grupo hemiparético e extensores radiais longo e curto do carpo foram divididos em duas etapas (FNP1 e FNP2). Foram realizadas quatro repetições do padrão, mantidas por 6 segundos. A ativação muscular foi estudada pela Root Mean Square (RMS). Ocorreu aumento na ativação da musculatura extensora do punho por irradiação entre as etapas FNP1 e FNP2 de 7,32% no grupo hemiparético e de 18,62% no grupo saudável, porém sem diferença estatística (p>0,05). A resposta motora foi maior na etapa FNP2, após a repetição das diagonais. Não sucedeu a ativação significativa dos extensores do punho em pacientes hemiparéticos com a técnica de irradiação da FNP. 69
Segundo Abreu (2018), 5 indivíduos, foram avaliados antes e após a intervenção de 12 sessões, envolvendo o padrão extensor da diagonal primitiva (D2) de membro superior bilateralmente, em várias posições, por meio da eletromiografia, da escala Fulg-Meyer (FM) e Índice do Andar Dinâmico (IAM). As avaliações da FM e do IAM não demonstraram diferenças significativas. A nova fatorial revelou que as variáveis independentes tarefa (p=,00000), músculo (p=,0016) e avaliação (p=,01882) retratam diferença significativa entre as avaliações. A irradiação do método FNP não acarretou mudanças significativas no equilíbrio e na marcha, mas mostrou ser eficiente na ativação dos músculos do membro inferior em pacientes hemiparéticos a respeito da recuperação.66
Para Pola M (2015), participaram 4 indivíduos, com média de idade de 55 anos. As respostas consideradas neste estudo após o programa de exercício mostraram aumento do desempenho nos testes VHM, TUG e TC6’ (velocidade) na maior parte dos participantes. A distância percorrida no TC6’ foi decorrido somente pela metade dos participantes, e na velocidade de subida e descida somente um participante evoluiu. Observou-se uma diminuição da FC inicial e final antes e depois do TC6’ em três participantes. Quanto ao esforço, não houve nenhuma diferença significativa, p>0,05. Propuseram que as técnicas de FNP podem ser aplicadas como meio de estimular independência funcional, aptidão para AVDs, resistência física e capacidade funcional em hemiparéticos crônicos. 67
CONCLUSÃO
Nesta revisão, podemos notar que o Acidente Vascular Encefálico é uma das principais causas de incapacidades no Brasil, devido aos fatores de risco relacionados a esse distúrbio, onde causam comprometimentos motores, neurológicos e cognitivos. O fisioterapeuta é fundamental para a reabilitação desses pacientes, sendo necessário para que retorne a suas atividades de vida diárias, restaurando e melhorando a funcionalidade, além de prevenir e atenuar as deformidades. Com base nisso, o profissional dispõe de diversos recursos como por exemplo a facilitação neuromuscular proprioceptiva.
O método de facilitação neuromuscular proprioceptiva para a reabilitação do controle motor no tratamento de sequelas e limitações deixadas pela patologia, com técnicas de fácil aplicabilidade, mostrou-se eficaz, com melhora da estabilização postural, menor risco de quedas e acidentes, aumento significativo de amplitude de movimento, força, equilíbrio e tônus muscular.
Contudo, o método é benéfico no tratamento de pacientes diagnosticados com Acidente Vascular Encefálico isquêmico, aumentando os resultados que sugerem a FNP com recurso de reabilitação motora após o AVE.
CRONOGRAMA
Atividades | Meses | |||||||||
Elaboração do projeto de pesquisa | Fev. | Mar. | Abr. | Mai. | Jun. | Ago. | Set. | Out. | Nov. | Dez. |
Revisão de literatura | X | X | X | |||||||
Análise dos dados | X | X | X | |||||||
Resultados e Discussão | X | X | X | |||||||
Redação das Conclusões | X | |||||||||
Entrega da Pesquisa | X |
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1Fisioterapeuta pelo Centro Universitário Fametro. Especialista em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapias manuais Graduado por Biocurso Pós Graduações; Docente do curso de Fisioterapia (UNIP).
2Fisioterapeuta pelo Centro Universitário Fametro, pós-graduada em Fisioterapia Neurofuncional por Biocursos Pós-Graduações, Docente do curso de Fisioterapia (UNIP).