A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO DE FORÇA PARA IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

THE IMPORTENCE OF STRENGTH TRAINING FOR ELDERLY PEOPLE: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10076558


Thayane Gonçalves Costa1
Thiago Medeiros de Souza Correa²
Ida de Fátima de Castro Amorim³


Resumo

Este artigo busca analisar a relevância do treinamento de força para a população idosa por meio de uma revisão de literatura abrangente. À medida que a expectativa de vida da população aumenta em todo o mundo, a saúde e o bem-estar dos idosos tornam-se uma preocupação crescente. O envelhecimento está associado à perda de massa muscular, força e função, o que pode levar a uma série de problemas de saúde e qualidade de vida reduzida. Neste contexto, o treinamento de força emerge como uma estratégia fundamental para combater a sarcopenia e manter a independência funcional na terceira idade. Foram realizadas buscas nas bases de dados Scielo e Periódicos Capes para obter artigos para análise. Foram encontrados inicialmente 31 artigos que estavam de acordo com a temática proposta. Porém, após a análise dos títulos e resumos desses artigos, foi constatado que 12 deles não atendiam aos critérios de inclusão estabelecidos previamente, restando assim, 19 artigos que foram selecionados e utilizados na elaboração deste trabalho. Foram exploradas as considerações específicas para o planejamento e a implementação de programas de treinamento de força adaptados aos idosos, levando em consideração fatores como a segurança, a intensidade do treinamento, a supervisão adequada e as preferências individuais. Os resultados desta revisão de literatura fornecem uma base sólida para a promoção do treinamento de força como parte integrante do cuidado e do envelhecimento saudável da população idosa. Conclui-se que o treinamento de força desempenha um papel crucial na manutenção da saúde e da funcionalidade dos idosos, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e para o aumento da autonomia nessa fase da vida. Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde, os cuidadores e os próprios idosos reconheçam e valorizem a importância do treinamento de força como parte de um envelhecimento ativo e saudável. 

Palavras-chave: Treinamento, Idoso, Qualidade de vida.

ABSTRACT

This article seeks to analyze the relevance of strength training for the elderly population through a comprehensive literature review. As population life expectancy increases around the world, the health and well-being of older people has become a growing concern. Aging is associated with the loss of muscle mass, strength and function, which can lead to a range of health problems and reduced quality of life. In this context, strength training emerges as a fundamental strategy to combat sarcopenia and maintain functional independence in old age. Through a review of recent and relevant scientific studies, the benefits of strength training for older adults will be examined, including increasing muscle mass, improving muscle strength, preventing falls and injuries, reducing the risk of chronic diseases, such as osteoporosis and type 2 diabetes, and promoting quality of life. In addition, it explores specific considerations for planning and implementing strength training programs tailored to older adults, taking into account factors such as safety, training intensity, adequate supervision, and individual preferences. The results of this literature review provide a solid foundation for promoting strength training as an integral part of the care and healthy aging of the elderly population. It is concluded that strength training plays a crucial role in maintaining the health and functionality of the elderly, contributing to a better quality of life and increased autonomy at this stage of life. Therefore, it is essential that healthcare professionals, caregivers and the elderly themselves recognize and value the importance of strength training as part of active and healthy aging.

Keywords: Training, Elderly, Quality of life.

1 INTRODUÇÃO

No contexto atual, observa-se que a população idosa no Brasil vem crescendo bastante, com isso vem a necessidade de nós, profissionais de Educação Física, cooperarmos para que o envelhecimento aconteça de modo eficiente e saudável. É importante começarmos a cuidar dos idosos desde cedo, pois o envelhecimento traz à tona uma série de consequências como: a perda da densidade óssea, doenças crônicas e diminuição da capacidade funcional (ABDALLA et al, 2022). Todavia, o quanto antes encorajamos nossos idosos a participarem de programas de treinamentos, melhor e com maior qualidade será seu envelhecimento. 

Raso (2017) enfatiza que o envelhecimento é um processo contínuo que envolve a remodelação e a perda progressiva das capacidades fisiológicas. Essas mudanças variam em magnitude e singularidade nos diferentes sistemas do corpo e entre as espécies. O envelhecimento é afetado pela exposição a diversos fatores ambientais ao longo da vida, além da carga genética que contribui para o fim da vida (RASO, 2017). O treinamento de força pode ajudar no aprimoramento da força muscular, na prevenção de fraturas ósseas, na coordenação motora e auxilia na prevenção de quedas, assim, o corpo não irá sentir tanto impacto nesse processo que é natural, além de contribuir para a execução de tarefas simples como: caminhar, subir escadas, calçar o sapato, carregar objetos, enfim, este tipo de treinamento pode ajudar bastante na qualidade de vida dos idosos (MARTINS et al, 2021).

 De acordo com Winter (2017), é importante ressaltar que o treinamento sempre deve respeitar as necessidades e capacidades dos idosos, principalmente para que se sintam acolhidos, motivados e amados. Portanto, acreditamos que cuidar dessa população não é apenas um dever, é uma missão. Nesse contexto, o treinamento de força tem sido cada vez mais reconhecido como uma estratégia eficaz para a promoção da saúde e prevenção de doenças em idosos. 

O presente estudo teve como objetivo geral: analisar a importância do treinamento de força para a qualidade de vida dos idosos por meio de revisão de literatura. Por conseguinte, apresentam-se os seguintes objetivos específicos, que foram: Identificar e selecionar artigos científicos que tenham como temática a relação entre treino de força e qualidade de vida em idosos; analisar e discutir os principais cuidados que devem ser considerados na proposição de um programa de treinamento de força para idosos; promover a revisão sistemática das pesquisas encontradas, com foco nas mais recentes pesquisas científicas relevantes sobre o impacto do treinamento de força na qualidade de vida de idosos; apresentar as evidências científicas que demonstram os benefícios do treinamento de força para a população idosa e discutir quais as principais recomendações e orientações para a prática dessa modalidade de exercício nessa população específica.

O estudo tem como justificativa a base na relação com minha avó, que foi uma pessoa muito importante na minha vida. Desde a sua morte, sinto a necessidade de cuidar dos idosos com amor, carinho e dedicação. Todos desejamos chegar à terceira idade com saúde, mas para isso é preciso tomar alguns cuidados importantes, como praticar exercícios físicos. Entre essas atividades, o treinamento de força se destaca por contribuir muito para a saúde e o desenvolvimento funcional dos idosos. Ao ler este artigo, pude compreender melhor as limitações e características individuais dos idosos, o que contribuiu para o meu desenvolvimento profissional. É importante ressaltar que qualquer atividade física deve ser acompanhada por um profissional de Educação Física.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

2.1 TREINAMENTO DE FORÇA – CONCEITOS E FINALIDADES

O treinamento de força é uma forma de exercício físico que tem como foco a construção de força muscular por meio do uso de resistências externas, como pesos, máquinas ou até mesmo o próprio peso corporal. O propósito é melhorar o desempenho físico, promover a saúde e o bem-estar e atingir metas de condicionamento físico. O treinamento de força possui diferentes conceitos e finalidades. Neste tipo de treino o foco principal é aumentar o tamanho muscular, tornando o corpo mais tonificado e capaz de maior mobilidade física. Esse tipo de treinamento é comum entre os fisiculturistas (CHAGAS; LIMA 2015).

 Além da hipertrofia, o treinamento de força também pode ter como objetivo melhorar a força funcional. A força muscular é uma das principais características do movimento que afeta as limitações das atividades diárias, levando a quedas frequentes e redução da mobilidade em idosos (ALBINO et al. 2012). Nesse caso, o intuito dos exercícios é melhorar a capacidade de realizar tarefas cotidianas, como levantar objetos pesados, subir escadas ou carregar sacolas de compras. A força funcional é importante para melhorar a qualidade de vida e prevenir lesões. 

Todavia, o treinamento de força possui um ponto positivo, que se trata em aumentar a força muscular. A potência explosiva é a capacidade de gerar força rapidamente, o que é crucial em muitas atividades desportivas, como saltar, lançar e correr. O treinamento de força envolve exercícios explosivos e de alta intensidade projetados para melhorar a capacidade de produzir força rapidamente (CORMIE, 2011).

2.2 CARACTERÍSTICAS DA PESSOA IDOSA

Beard et al. (2016) afirmam que a compreensão do envelhecimento saudável para a Organização Mundial da Saúde (2015) é ampla e tem importância para todos os idosos, inclusive para aqueles que vivem com doenças crônicas. A fase da vida compreendida pelo envelhecimento das funções físicas e biológicas. Este é um período de declínio progressivo das funções corporais, declínio das capacidades físicas e cognitivas e aumento da vulnerabilidade da saúde. Os idosos compartilham algumas características comuns que ajudam a compreender esta fase da vida. 

O envelhecimento causa uma variedade de alterações no corpo, como perda muscular, redução da densidade óssea, alterações na visão e na audição, redução da função cardíaca e pulmonar e muito mais. Essas mudanças podem impactar a autonomia e a qualidade de vida dos idosos. À medida que as pessoas envelhecem, elas se tornam mais suscetíveis a doenças, lesões e incapacidades. Freitas (2017) enfatiza acerca da fragilidade física e emocional que são características comuns nesta fase da vida e requerem cuidados e atenção especiais para garantir a segurança e o bem-estar dos idosos. 

Vale ressaltar, que o estudo revela a importância de compreender melhor as condições financeiras e de trabalho das pessoas idosas, a fim de garantir medidas efetivas e adequadas para a promoção de seu bem-estar econômico (OLIVEIRA; SILVA, 2020). Dessa forma, compreende-se que por meio da análise das características físicas da pessoa idosa, é possível avaliar com precisão os desafios e necessidades específicas dessa fase da vida, contribuindo para o desenvolvimento de políticas e práticas voltadas ao envelhecimento saudável e qualidade de vida (SANTOS; ALVES, 2015).

2.3 SARCOPENIA

A sarcopenia foi descrita inicialmente por Irwan Rosenberg em 1989 como uma redução de massa muscular que ocorre ao longo do envelhecimento. O envelhecimento da população global trouxe à tona questões críticas relacionadas à saúde dos idosos. A sarcopenia, caracterizada pela perda progressiva de massa muscular e força, é um dos problemas de saúde comuns enfrentados por essa população (NUNES et al., 2021). Vários fatores, incluindo idade, deficiências nutricionais, alterações hormonais e outros, contribuem para o desenvolvimento da sarcopenia, que pode levar a eventos adversos, como incapacidade física, redução da qualidade de vida e aumento da mortalidade.

Embora a sarcopenia seja uma condição multifatorial complexa, fatores modificáveis, como dieta e estilo de vida, desempenham um papel importante em sua etiologia, destacando a importância da prevenção e do tratamento por meio dessas abordagens (NUNES et al., 2021). No entanto, o entendimento completo da sarcopenia continua sendo um desafio para os profissionais de Geriatria e Gerontologia (‌DEMOLINER; DALTOÉ, 2021).

A melhoria do conhecimento sobre a sarcopenia é fundamental para melhorar a saúde e a qualidade de vida dos idosos, reduzindo as incapacidades físicas. Embora tenham ocorrido avanços nas pesquisas, ainda há falta de definições clínicas claras, métodos de diagnóstico, rastreamento e modalidades de tratamento eficazes (‌DEMOLINER; DALTOÉ, 2021). Portanto, são necessárias pesquisas adicionais para aprofundar nossa compreensão e desenvolver novas abordagens para o diagnóstico e tratamento dessa condição.

3 METODOLOGIA 

Foi realizado um estudo exploratório descritivo com método de revisão de literatura, com recorte temporal limitado a 2018 a 2023. Para obtenção dos artigos para análise, foi realizada uma busca nas bases de dados Scielo e Periódicos Capes. Foram encontrados 31 artigos que se relacionavam com a temática do estudo. Contudo, após a análise dos títulos e resumos desses artigos percebemos que 12 deles não atendiam aos critérios pré-estabelecidos. Portanto, esses 12 artigos foram excluídos e os outros 19 artigos foram selecionados para análise e utilizados na elaboração deste trabalho. Os critérios de inclusão foram: artigos publicados entre 2018 a 2023; artigos publicados em português e artigos encontrados a partir dos descritores: treinamento; idoso; qualidade de vida. Já os critérios de exclusão foram: artigos incompletos; artigos que não correspondem ao objetivo da pesquisa, além de dissertações de mestrado ou teses de doutorado.

Após a busca de diversos artigos, foram selecionados trabalhos encontrados a partir das palavras-chave treinamento, idosos e qualidade de vida, foi utilizado o operador booleano AND para combinar os termos durante as buscas. 

O autor Maldonado aponta que: 

A pesquisa teórica não pode ser reduzida a mera revisão literária para ser editada em resenhas rápidas repetitivas; pelo contrário, exige a problematização constante das ideias e dos raciocínios as questões e os aspectos do problema/objeto em fabricação. (MALDONADO, 2011, p 294- 295).

Conforme a linha de pensamento, este trabalho visa evidenciar a importância do treinamento de força para idosos a partir de uma revisão de literatura. Em concordância com Marconi e Lakatos (2002), a pesquisa científica configura-se em um utensílio primordial, que se constitui em solucionar diversos problemas, desse modo, este estudo se propõe a responder questões inerentes acerca da relevância do treinamento de força para os idosos.

A presente linha de estudo adotou uma abordagem qualitativa, que se baseia na investigação das explicações presentes no universo em questão. Isso significa que, inspirados por anseios, religião e valores, buscamos compreender de forma mais profunda as relações existentes em um ambiente específico. Essa compreensão está relacionada às diferentes etapas dos fenômenos que estão sendo estudados e à forma como as variáveis estão sendo operacionalizadas (MINAYO, 2001).

Após a análise e leitura minuciosa dos artigos selecionados para compor esta revisão de literatura iremos apresentar os resultados encontrados, que se configuram na apresentação da relação entre o treinamento de força e a pessoa idosa. Desta forma, a partir dos artigos analisados, apresentaremos os efeitos do treinamento de força para esta população, assim como os cuidados que devem ser tomados na sua prescrição.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 

4.1 CONSIDERAÇÕES PARA O TREINAMENTO DE FORÇA EM IDOSOS

Há uma crescente relevância do envelhecimento populacional e seu impacto na sociedade, destacando a importância do treinamento de força como uma estratégia fundamental para promover a saúde e o bem-estar dos idosos (MOURA, 2018). Inicialmente, o envelhecimento é um processo que envolve transformações progressivas e irreversíveis em diversos aspectos da vida, incluindo fatores fisiológicos, psicológicos, sociais e culturais. (RODRIGUES et al, 2018). O envelhecimento naturalmente traz consigo diversas alterações, incluindo prejuízos neuromusculares, cardiovasculares e metabólicos, que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças, diminuição da qualidade de vida e aumento do risco de mortalidade (RODRIGUES et al., 2018). 

A perda de massa muscular e força é destacada como um dos principais fatores que contribuem para a deterioração da mobilidade e da capacidade funcional dos idosos (MOURA; LOPES, 2018). Nesse contexto, o treinamento de força, especialmente por meio da musculação, é enfatizado como uma intervenção recomendada para idosos, com o objetivo de preservar e aumentar a força muscular, melhorando o desempenho nas atividades cotidianas (MOURA; LOPES, 2018). A atividade física na terceira idade é reconhecida como um componente crucial de um estilo de vida saudável, trazendo inúmeros benefícios para a saúde física e mental. 

O envelhecimento está associado a várias mudanças no corpo humano, incluindo a perda de massa muscular e força, um fenômeno conhecido como sarcopenia (NUNES et al., 2021). Essa diminuição na força muscular pode levar a uma série de problemas de saúde, como quedas, perda de independência e redução na qualidade de vida. No entanto, o treinamento de força tem emergido como uma estratégia eficaz para combater esses problemas e promover o envelhecimento saudável (RODRIGUES, A. L. Q. et al., 2018).

De acordo com Westcott & Baechle (2001), é importante considerar a progressão do treino ao longo do tempo e aumentar gradualmente a carga, as repetições ou a duração do treino, com base na resistência e no nível de melhoria do idoso. Além disso, os idosos devem fazer atividades de aquecimento antes de iniciar o treinamento de força para evitar lesões musculares e articulares. Os profissionais de saúde qualificados devem estar atentos a quaisquer sinais de desconforto ou dor durante a execução dos exercícios, assim adquirindo uma lesão. Em consonância com o autor Simão (2004), a musculação é a atividade ideal para aprimorar a qualidade de vida dos idosos. Além disso, devem estar preparados para atender às necessidades individuais e de desenvolvimento dos idosos e modificar os exercícios conforme necessário. O treinamento de força deve ser combinado com exercícios aeróbicos (como caminhada, ciclismo ou natação) e exercícios de equilíbrio e flexibilidade (como ioga ou tai chi). A combinação destes diferentes tipos de exercício promoverá melhorias globais na saúde e no bem-estar dos idosos. 

Para garantir a segurança e a eficácia do treinamento de força para idosos, a supervisão por pessoal médico qualificado, programas de treinamento individualizados, uma variedade de exercícios e uma combinação de diferentes tipos de exercícios são essenciais. Dessa forma, os idosos poderão colher os benefícios do treinamento de força, como aumento da força muscular, melhora da capacidade funcional e prevenção de quedas e lesões.

4.2 EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM IDOSOS

Com o envelhecimento, ocorre uma perda gradual de massa muscular, o que pode levar a muitos problemas de saúde, como dificuldade de locomoção e fraqueza. O treinamento de força pode ajudar a reverter essa perda, promovendo o aumento da massa muscular e melhorando a força e a resistência. O treinamento de força é um estímulo para os ossos, ajudando a aumentar a densidade óssea e prevenir doenças como a osteoporose. Isso é especialmente importante para os idosos, que são mais propensos a fraturas ósseas. 

Pereira (2019), compreende que o treinamento de força pode ajudar os idosos a aumentar sua mobilidade, tornando mais fácil realizar atividades diárias, como subir escadas ou levantar objetos pesados. Além disso, a musculação também pode ajudar a melhorar o equilíbrio e a coordenação motora, reduzindo o risco de quedas e lesões. O treinamento de força não beneficia apenas o corpo, mas também a mente.

 A prática regular de exercícios físicos, como a musculação, libera endorfinas, hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar e felicidade. Isso pode ajudar a combater sintomas de depressão e ansiedade, muito comuns em idosos. Com todos esses benefícios combinados, o treinamento de força pode proporcionar uma melhor qualidade de vida para os idosos. Ao se sentir mais fortes, saudáveis e independentes, eles podem desfrutar de uma vida mais ativa e gratificante, participando de atividades sociais, viajando e aproveitando seus hobbies. Matsudo (2001), o treinamento de fortalecimento muscular é importante porque ajuda a aumentar a massa muscular e, portanto, auxilia na prevenção de quedas, além de manter a capacidade funcional e a independência física.

O envelhecimento é um processo inevitável que traz consigo alterações bioquímicas, morfofuncionais e psicológicas, tornando as pessoas menos ativas e mais suscetíveis a doenças crônicas e neurodegenerativas (‌GARCIA, L. et al., 2020). Isso é agravado pelo fato de os idosos frequentemente dependerem de familiares para realizar tarefas do dia a dia. O envelhecimento da população é um fenômeno global causado por mudanças econômicas, epidemiológicas e sociais, incluindo a redução da taxa de fecundidade e mortalidade, resultando em uma maior expectativa de vida (LEONARDO MAJESKI KUSTER et al., 2021). 

A qualidade de vida dos idosos é influenciada por vários fatores, incluindo autoestima, bem-estar pessoal, nível socioeconômico, suporte familiar, estado de saúde, interação social, autocuidado e satisfação com atividades diárias (MARCELO; HENRIQUE, T., 2018). O treinamento de força, também conhecido como treinamento resistido, tem ganhado popularidade como uma maneira eficaz de melhorar o condicionamento físico (‌GARCIA, L. et al., 2020). Ele envolve a realização de exercícios que requerem que os músculos se movam contra uma resistência externa, como pesos (MARCELO; HENRIQUE, T., 2018).

 Para idosos, o treinamento resistido pode trazer diversos benefícios, incluindo aumento da massa muscular, redução da gordura corporal, melhorias no desempenho físico, saúde cardiovascular, pressão arterial, controle de glicose e disposição para atividades diárias (LEONARDO; KUSTER et al., 2021). Os exercícios no treinamento resistido são classificados como multiarticulares (envolvendo vários músculos e articulações) e monoarticulares (focados em uma única articulação) (MARCELO; HENRIQUE, T., 2018). 

Para obter resultados eficazes, é importante seguir os princípios fundamentais de treinamento, como o número de repetições, séries, técnicas de execução e tipos de contração muscular (‌GARCIA, L. et al., 2020). Em resumo, o treinamento resistido emerge como uma estratégia valiosa para melhorar a qualidade de vida dos idosos, promovendo a saúde física e funcional em seu processo de envelhecimento.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O treinamento de força desempenha um papel vital na promoção da saúde e do bem-estar em idosos, com benefícios que vão além do aumento da massa muscular e da força. Além disso, é importante planejar e supervisionar corretamente o programa de treinamento. Investir na saúde e na qualidade de vida dos idosos é fundamental, especialmente tendo em conta o envelhecimento da população. A atividade física regular, incluindo o treinamento de força, é uma estratégia essencial para melhorar a qualidade de vida e reduzir os riscos do sedentarismo em idosos. 

Além disso, os exercícios resistidos desempenham um papel importante na fisioterapia, prevenindo e controlando a sarcopenia e promovendo um envelhecimento saudável. Para garantir a continuidade e a sustentabilidade destas práticas, as políticas públicas de saúde e educação devem ser consistentes e integradas. Nesse contexto, o treinamento de força torna-se uma estratégia eficaz para promover a manutenção e o aumento da massa muscular, além de proporcionar uma série de benefícios à saúde dos idosos. 

Nota-se que esse tipo de treinamento inclui a realização de exercícios que envolvem contração muscular, como levantamento de peso, exercícios resistidos ou mesmo utilização de equipamentos específicos. Portanto, compreender a importância do treinamento de força para idosos através de uma revisão de literatura se torna essencial para orientar profissionais da saúde, além de incentivar os próprios idosos a adotarem um estilo de vida mais ativo e saudável. Nesse sentido, a presente revisão busca reunir evidências científicas que comprovem a eficácia desse tipo de treinamento na promoção da saúde e qualidade de vida na terceira idade.

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1Discente do curso de Educação Física – Bacharel da Universidade Nilton Lins. E-mail: thane243goot@gmail.com
2Docente do curso de Educação Física – Bacharel da Universidade Nilton Lins. E-mail: thiago.correa@uniniltonlins.edu.br
3Colaboradora Prof. Dra. Docente do curso de Educação Física – Licenciatura da Ufam. E-mail: idaamorim@ufam.edu.br