A PSICOMOTRICIDADE NO TRATAMENTO NAS DISFUNÇÕES DE CRIANÇAS COM SINDROME DE DOWN: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

PSYCHOMOTRICITY IN THE TREATMENT OF DYSFUNCTIONS IN CHILDREN WITH DOWN SYNDROME: ASYSTEMATIC REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10055399


Maria Ystephani Rodrigues e Silva¹
Wanessa De Sousa Alves¹
Orientadora: Prof. Me. Christiane Lopes Xavier


RESUMO

A Síndrome de Down (SD) é uma anomalia congênita caracterizada pelos indivíduos que são acometidos por essa condição possuírem 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população, possuem pré- disposição para alterações de marcha, equilíbrio e tônus. A psicomotricidade consiste em aprimorar atos motores, enquanto desenvolve o lado interativo e social da criança seja ela portadora ou não da síndrome down, a psicomotricidade é a ciência que engloba um campo transdisciplinar, tendo como foco os estudos sobre as relações recíprocas e sistêmicas entre a motricidade e o psiquismo. O objetivo deste estudo foi investigar como a psicomotricidade ajuda nas disfunções das crianças portadoras de Síndrome de Down. Foi realizado uma pesquisa sistemática de ensaios clínicos randomizados nas bases de dados PubMed, Cochrane e PeDro, avaliando dados que dispõem como a psicomotricidade ajuda nas disfunções das crianças com síndrome de down. Efetuou-se uma análise qualitativa incluindo a qualidade metodológica e uma síntese sistemática dos dados. Foram incluídos na pesquisa 3 ensaios clínicos randomizados que abordaram a temática proposta. O recurso da psicomotricidade comparado com qualquer outro recurso não se destacará, pois terá os mesmos benefícios. O resultado atual não é satisfatório devido à falta de estudos que utilizem a psicomotricidade como tratamento principal, sendo assim futuramente tendo o aprofundamento da técnica em crianças com síndrome de down possamos ter outros resultados e conclusões.

Palavras-chave: Síndrome de Down. Psicomotricidade. Terapia Psicomotora.

SUMMARY

Down Syndrome (DS) is a congenital anomaly characterized by individuals who are affected by this condition having 47 chromosomes in their cells instead of 46, like the majority of the population, having a predisposition to changes in gait, balance and tone. Psychomotricity consists of improving motor acts, while developing the interactive and social side of the child, whether or not they have Down syndrome. Psychomotricity is the science that encompasses a transdisciplinary field, focusing on studies on the reciprocal and systemic relationships between the motricity and psyche. The objective of this study was to investigate how psychomotricity helps with dysfunctions in children with Down Syndrome. A systematic search for randomized clinical trials was carried out in the PubMed, Cochrane and PeDro databases, evaluating data on how psychomotricity helps with dysfunctions in children with DS. A qualitative analysis was carried out including methodological quality and a systematic synthesis of the data. Three randomized clinical trials that addressed the proposed theme were included in the research. The psychomotricity resource will not stand out compared to any other resource, as it will have the same benefits. The current result is not satisfactory due to the lack of studies that use psychomotricity as the main treatment, so in the future, by deepening the technique in children with down syndrome, we may have other results and conclusions.

Keywords: Down Syndrome. Psychomotricity. Psychomotor Therapy.

1. INTRODUÇÃO

A Síndrome de Down (SD) é uma anomalia cromossômica denominada como trissomia do cromossomo 21. Entendendo que no individuo normal cada célula possui 46 cromossomos, sendo divididos em 23 pares, no portador de SD o par de número 21 possui um cromossomo a mais, sendo assim totalizando 47 cromossomos (Proença et al., 2020). Foi descrita pela primeira vez em 1866 por John Langdon Down que pontuou as características da síndrome e descobriu que sua causa era genética, herdada de um de seus pais (Ministério da Saúde, 2013).

A SD pode ser percebida de três diferentes formas, a trissomia do cromossomo 21, a mais simples e comum: o mosaicismo raro, onde apenas algumas células possui a cópia extra no par 21; e translocação, com parte do cromossomo 21 ligado a outro cromossomo (Santos, 2019). Segundo dados dos Ministério da Saúde (2022), foram notificados 1.978 casos de Síndrome de Down de 2020 a 2021. A prevalência geral da doença no Brasil, neste período, foi 4.16 por 10 mil nascidos vivos.

Crianças com SD possuem características físicas especificas como, a braquicefalia que se destaca com um diâmetro fronto-occipital muito pequeno, olhos pequenos e oblíquos, base nasal pequena e achatada, baixa estatura, hipotonia muscular, frouxidão ligamentar, déficits de equilíbrio e controle postural (Ramos; Muller, 2020). Os portadores de SD possuem atualmente uma expectativa de vida entre 60 e 70 anos, que no passado a sobrevida era no máximo até 30 anos. Esse aumento se dá pela maior procura de cuidados precoces e o interesse da família na busca de informações, garantindo assim a qualidade de vida desses indivíduos (Hannum etal.,2018).

A maioria das crianças com síndrome de Down podem apresentar atrasos na realização de marcos motores, apresentando assim uma redução do funcionamento intelectual ocasionando assim limitações na comunicação, na autonomia, nos cuidados pessoais e nas habilidades sociais. A hipotonia eleva o nível de dificuldade para aquisições de alguns marcos motores importantes, como andar, rolar e sentar. Sendo assim, aumentando as alterações posturais e de equilíbrio, sendo assim o portador de SD, necessita de um cuidado multidisciplinar, sendo imprescindível o cuidado fisioterapêutico desde os primeiros anos de vida dessa criança, a fim de reduzir os atrasos que podem ocorrer (Dombroski; Sousa, 2021).

Entre algumas das formas de aprimorar e estimular o desenvolvimento psicomotor de crianças com síndrome de Down, se destaca a psicomotricidade que consiste em aprimorar atos motores, enquanto desenvolve o lado interativo e social da criança seja ela portadora ou não da síndrome down, a psicomotricidade é a ciência que engloba um campo transdisciplinar, tendo como foco os estudos sobre as relações recíprocas e sistêmicas entre a motricidade e o psiquismo (Fernandes; Filho; Rezende, 2019).

A psicomotricidade vai utilizar estratégias lúdicas para conseguir atenção e motivação para executar os movimentos necessários, através das brincadeiras as crianças tendem a obedecer aos comandos necessários e consequentemente ter ganhos psicomotores satisfatórios. A dança segue sendo um recurso da psicomotricidade para auxiliar no ganho de motricidade grossa, equilíbrio e lateralidade, além de ser uma forma de interação, unindo o que prega a psicomotricidade que é a união do cognitivo, motor e psíquico (Benker; Vieceli, 2020).

A psicomotricidade juntamente com as estratégias lúdicas, tem desenvolvido papel de suma importância nos últimos anos, pois fica comprovado cientificamente que seu uso atrelado ao processo de ensino é fundamental para o desenvolvimento intelectual e motor das crianças, favorecendo diferentes formas de trabalho, para assim estimular cada área psicomotora específica (Benker; Vieceli, 2020).

Segundo Silva (2023), através das brincadeiras, a criança aprende a respeitar regras, a ampliar o seu relacionamento social e a respeitar a si mesma e ao outro. Por meio da ludicidade a criança começa a expressar-se com maior facilidade, ouvir, respeitar e discordar de opiniões, exercendo sua liderança, e sendo liderada e compartilhando sua alegria de brincar. Em contrapartida, em um ambiente sério e sem motivações, os educandos acabam evitando expressar seus pensamentos e sentimentos e realizar qualquer outra atitude com medo de serem constrangidos.

Deste modo, o presente estudo tem como objetivo analisar por meio de artigos científicos, como a psicomotricidade ajuda nas disfunções das crianças portadoras de Síndrome de Down. Pois, o assunto é pouco explorado e existindo poucos estudos sobre o tema, embora seja uma técnica relativamente fácil e com enormes benefícios para o desenvolvimento dos portadores de SD.

2. METODOLOGIA

O presente artigo foi registrado na plataforma Prospero com o ID CRD42023432791, para a pesquisa foram utilizado ensaios clínicos randomizados que abordem a temática do artigo em questão e estudos cujo público-alvo sejam crianças com diagnóstico de SD, artigos em português, inglês e espanhol, artigos publicados entre 2018 e 2023. Foi realizado o levantamento de dados desde janeiro até setembro de 2023, de forma independente utilizando as seguintes bases de dados PubMed (U.S. National Library of Medicine), Cochrane Library e Physiotherapy Evidence Database (PEDro), aqueles com pontuação satisfatória segundo a escala de avaliação PEDro. Estudos incompletos, com animais e estudos que focavam a psicomotricidade na educação infantil foram excluídos da presente pesquisa.

De agosto a setembro de 2023 dois revisores independentes selecionaram artigos com os seguintes descritores “psychomotor”, “children”, “Down’s syndrome” juntamente com o operador booleano “AND”. Foram utilizados para cada base de dados, além de organizar estratégias detalhadas e individualizadas para cada um dos seguintes bancos de dados sendo elas, a base de dados Cochrane, PubMed e a PEDro (Tabela 1).

Depois de aplicado os critérios de inclusão, a presente pesquisa utilizou 3 artigos para a revisão. Foi analisado autor, ano, população, protocolo realizado e resultado dos 3 artigos selecionados para comparação e discussão dos resultados.

Quadro 1. Estratégias de busca seguindo os critérios de inclusão utilizados nas bases de dados.

BASES DE DADOSESTRATÉGIA DE BUSCA

PubMed
Psychomotor intervention and children and down. motor and cognitive intervention and children and down.

Cochrane
Children with down syndrome and games. Children with down syndrome and motor dances.


PEDro
Children and down syndrome and psychomotor therapy. psychomotor intervention and children and down. motor and cognitive intervention and children and down. Children and down syndrome and ludic games. Children and down syndrome and motor danças.

Fonte: Elaborada pelos autores, 2023.

Após a estratégia de busca, os artigos encontrados foram avaliados minuciosamente, e foi descartado os duplicados, a seleção dos artigos ocorreu em duas fases onde os revisadores avaliaram os títulos e resumos dos artigos encontrados nas bases de dados citadas, com isso conseguiram excluir artigos que não se encaixavam no tema proposto, e artigos com texto incompleto, logo em seguida na segunda etapa, os revisadores leram os artigos completos, e nos artigos que foram selecionados os revisadores aplicaram a escala PEDro para avaliar o valor científico de cada artigo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente foram identificados 270 artigos dentro dos bancos de dados PubMed e Cochrane que correspondiam com os descritores. Após aplicado os filtros, foram removidos 267 arquivos que eram duplicações e/ou que não se encaixavam nos critérios de inclusão desta revisão, fornecendo assim um total de 3 trabalhos que foram utilizados para a construção deste texto. O percurso metodológico e os resultados são ilustrados pelo Fluxograma 1.

Figura1. Fluxograma de pesquisa.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2023.

Quadro 2. Foram analisados os artigos escolhidos de forma independente através da tabela PEDRo, analisando os 11 pontos incluídos.


ESTUDO
Effects of TraditionalIndian Dance on MotorSkills and Balance inChildren with DownsyndromeDesigned gamesituations enhancefundamentalmovement skills inchildren with DownsyndromeAdapted DanceImprovesMotorAbilitiesandParticipationinChildren With DownSyndrome:APilot Study
1
SIM

SIM

SIM
2
SIM

SIM

NÃO
3
SIM

SIM

NÃO
4
SIM

SIM

SIM
5
NÃO

NÃO

NÃO
6
NÃO

NÃO

NÃO
7
NÃO

SIM

SIM
8
SIM

SIM

SIM
9
SIM

SIM

SIM
10
SIM

SIM

SIM
11
SIM

SIM

SIM

NOTA

8

9

7
1: Os critérios de elegibilidade foram especificados; 2: Os indivíduos foram alocados aleatoriamente em grupos; 3: A alocação foi ocultada; 4: Os grupos eram semelhantes no início do estudo em relação aos indicadores prognósticos mais importantes; 5: Houve cegamento de todos os sujeitos; 6: Houve cegamento de todos os terapeutas que administraram a terapia; 7: Houve cegamento de todos os avaliadores que mediram pelo menos um resultado-chave; 8: Medidas de pelo menos um resultado-chave foram obtidas de mais de 85% dos indivíduos inicialmente alocados aos grupos; 9: Todos os indivíduos para os quais as medidas de resultado estavam disponíveis receberam o tratamento ou a condição de controle conforme alocado ou, quando não foi o caso, os dados para pelo menos um resultado-chave foram analisados por “intenção de tratar”; 10: Os resultados das comparações estatísticas entre grupos são relatados para pelo menos um resultado- chave; 11: O estudo fornece medidas pontuais e medidas de variabilidade para pelo menos um resultado-chave.

Fonte: Elaborada pelos autores, 2023.

Após aplicados os critérios já descritos, 3 artigos foram incluídos para compor a revisão que se segue. Os estudos selecionados e analisados para a construção da pesquisa estão organizados na tabela 3. Dessa forma, foram incluídos na pesquisa 3 ensaios clínicos randomizados que abordaram a temática proposta.

Quadro3. Resultados


AUTOR/ANO

POPULAÇÃO
PROTOCOLO REALIZZADO
RESULTADO


Raghupatia etal., 2021
Crianças com SD de ambos os sexos, com idade entre seis e dez anos, pontuando menos de cinco pontos no teste de hipermobilidade de Beighton indicando um grau relativamente baixo de frouxidão ligamentar e capaz de compreender comandos verbais para imitar e praticar dança. Com um total de 36 crianças, 18 no grupo experimental e 18 no grupo controle.
Para o grupo experimental o procedimento realizado foi a dança estruturada envolvendo os aspectos da Bharatanatyam, Kuchipudi e Kathak. E para o grupo controle o treinamento neuromuscular
A melhora na escala de equilíbrio pediátrico para o grupo de dança foi semelhante ao grupo de treinamento neuromuscular. Não houve comportamento adverso de movimento e desconforto observado durante e após as sessões de dança, salva guardando a viabilidade do regime de dança indiana.

Regaieg etal., 2020
Vinte e oito crianças com SD (caracterizadas por DI leve [Quociente Intelectual; 55–70, determinado pela Escala de Inteligência Wechsler para Crianças-IV (Wechsler 2003)]. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente em grupo controle (GC) composto por 5 meninas e 10 meninos e o grupo experimental (GE) composto por 3 meninas e 10 meninos.O GE e o GC receberam um programa motor baseado no programa APE ao longo de 10 semanas, composto por duas sessões de 60 minutos por semana. O programa motor do GC consistia num programa convencional baseado em futebol, salto em distância e sprint. As crianças do GE seguiram um programa de treinamento elaborado baseado em situações de jogos, incluindo uma ampla gama de atividades lúdicas, cada uma delas praticada por aproximadamente 10 minutos.

McGuire et al., 2019
Seis crianças com SD participaram da pesquisa, 4 meninos e 2 meninas. Três crianças com 4 anos, duas com 7 anos e uma de 13 anos.As seis crianças receberam 20 aulas de balé (1 aula por semana, duração de 1 hora) ministradas por um membro qualificado do corpo docente de balé.Os resultados deixaram claro que um programa de dança adaptado, realizado uma vez por semana durante 20 semanas, melhora as habilidades motoras grossas em crianças com SD. As dimensões D e E do GMFM incluem itens como apoio unipodal, salto e corrida, que eram atividades visadas no programa.

O artigo 1 e 2, utilizaram de grupo controle e grupo experimental, no artigo 1 nos pacientes do grupo controle foi ministrado o treinamento neuromuscular e para o grupo experimental a dança estruturada, nesse artigo chegou-se a conclusão de que não houve grande diferença entre os tratamentos, ambos trouxeram o mesmo benefício para as crianças com SD, não destacando a psicomotricidade e sim a dança como uma alternativa inovadora. No artigo 2, o grupo experimental programa de treinamento elaborado baseado em situações de jogos, incluindo uma ampla gama de atividades lúdicas, cada uma delas praticada por aproximadamente 10 minutos, e no grupo controle consistia num programa convencional baseado em futebol, salto em distância e sprint, ambos os tratamentos se encaixam no que a psicomotricidade prega, porém o grupo experimental revelou uma melhora significativa no GMQ após o programa, já o grupo controle não teve nenhuma melhora significativa no GMQ após o programa, apesar da melhoria nas habilidades locomotoras.

O artigo 3, não teve divisão de grupo, aplicaram a mesma técnica em todas as crianças da pesquisa, as seis crianças receberam 20 aulas de balé (1 aula por semana, duração de 1 hora) ministradas por um membro qualificado do corpo docente de balé, os resultados deixaram claro que um programa de dança adaptado, realizado uma vez por semana durante 20 semanas, melhora as habilidades motoras grossas em crianças com SD.

Por mais que o artigo 3 tenha dado um bom resultado não foi utilizados outra técnica como comparação, e nos artigos que tiveram Grupo controle e grupo experimental, o resultado foi completamente igual, não houve nenhuma diferença que fizesse com que a psicomotricidade se destacasse e se tornasse um meio de tratamento mais eficiente que outros.

No artigo 1, foi utilizado o teste do desenvolvimento motor grosso2 (TGMD2) para avaliar agilidade e coordenação enquanto as crianças executavam os movimentos tanto da dança, quanto do treinamento neuromuscular, e foi utilizado o four square step test (FSST), que é uma medida clínica do equilíbrio dinâmico juntamente com o componente cognitivo do planejamento motor. No artigo 2 também foi utilizado o TGMD2, antes e depois do programa de 10 semanas. No artigo 3 foi utilizado o GMFM.

Após uma análise dos artigos foi encontrado alguns viesses, que podem ter interferido no resultado, no artigo 1 a capacidade de equilíbrio das crianças com SD incluídas na escala de equilíbrio pediátrico foi elevado, portanto, seria difícil interpretar os benefícios da dança, para quem tem problemas de equilíbrio moderados a graves. As crianças da mesma escola interagiram, portanto, permitindo o contágio dos dois protocolos de treino, no entanto foi tentado minimizar o viés potencial, ao entregar os protocolos de treinamento específicos em dias alternados da semana. Não teve acompanhamento pós pesquisa, então não tem como avaliar os benefícios a longo prazo.

No artigo 2, o tamanho da amostra é um fator limitante para generalização da interpretação dos resultados, houve muita dificuldade em recrutar crianças com SD, devido a essa dificuldade foi recrutado crianças de duas cidades diferentes, o que pode diferir em termos socioeconômicos o que pode influenciar os resultados.

No artigo 3, o pequeno tamanho da amostra, os métodos de amostragem por conveniência e a falta de um grupo controle, limitam a generalização dos resultados. Enfim, com base no que foi interpretado na pesquisa, houve muitas limitantes nos estudos analisados. E mesmo assim, com tantos viesses, o resultado não é satisfatório, pois o recurso da psicomotricidade comparado com qualquer outro recurso não se destacará, pois terá os mesmos benefícios.

4. CONCLUSÃO

Por tanto, ao final deste artigo, concluísse que a dança dentro da técnica da psicomotricidade, com atividades lúdicas em crianças com SD de forma geral tem um bom resultado, não há contraindicações, mas em contrapartida nada faz para que a técnica se sobressaía a qualquer outro tratamento empregado a crianças com SD. A psicomotricidade comparada com outro recurso não possui vantagem, pois terá os mesmos benefícios e não terá diferença significativas de outros recursos terapêuticos. Vale salientar que durante a pesquisa houve uma grande escassez de estudo, com isso é necessário que a psicomotricidade seja mais explorada. Durante a pesquisa foi observado que por mais que seja uma técnica relativamente fácil, é pouco usada como tratamento principal, com isso por mais que a técnica una o motor, psíquico e o cognitivo é necessário mais estudos na área afim de comprovar a eficiência da técnica. O resultado atual não é satisfatório devido à falta de estudos que utilizem a psicomotricidade como tratamento principal, sendo assim futuramente tendo o aprofundamento da técnica em crianças com síndrome de down possamos ter outros resultados e conclusões mais positivas.

REFERÊNCIAS

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ANEXOS


¹Bacharel em Fisioterapia.