EXERCÍCIO FÍSICO COMO FATOR DE QUALIDADE DE VIDA EM DISCENTES DE MEDICINA

PHYSICAL EXERCISE AS A QUALITY-OF-LIFE FACTOR IN MEDICAL 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10064360


Giovana Kadri Castilho1;
Matheus Cavalcante Muricy2;
Celina Lugtenburg3;
Chimene Kuhn Nobre4.


RESUMO

Considera-se medicina um curso com elevado nível de pressão e exigência, o sono irregular é autodeclarado por 70% dos estudantes e a desregulação do ciclo circadiano correlaciona-se com problemas de saúde e baixo rendimento nas atividades estudantis, abrangendo alterações neuropsicológicas. O exercício físico apresenta-se de forma benéfica mediante impactos positivos em aspectos cognitivos, melhorando qualidade de vida, interferência em patologias crônicas e atuando analogamente a medicamentos. Assim, objetiva-se avaliar o nível de atividade física em estudantes de medicina e o impacto da qualidade de vida no desempenho acadêmico. Através de uma revisão bibliográfica sistematizada, foram selecionados 24 artigos dentre eles aplicando os filtros de “ensaios clínicos” e “ensaios clínicos randomizados” na plataforma PubMed foram obtidos 22 resultados, dos quais 9 foram selecionados. Também foram escolhidos 15 trabalhos utilizando plataforma Scielo, empregando os mesmos descritores e dispondo dos últimos cinco anos. Baseado nisso, inclui-se os artigos em idiomas inglês e português, com texto completo e que supriam os interesses do presente estudo. Exclui-se os que divergem do objetivo do trabalho, textos incompletos, teses e dissertações. Dessa maneira, observou-se a correlação entre o desempenho acadêmicos e o índices bioquímicos contidos à qualidade de vida, analisando a eficácia da intervenção por meio do exercício físico, melhoria no desempenho acadêmico e prevenção de doenças crônicas. Além de explorar os impactos ocasionados pela não hierarquização da qualidade de vida e os fatores nisso envolvidos. Logo, pode-se inferir que atualmente estudos sobre o tema são insuficientes, tomando em conta sua relevância e prevalência na sociedade contemporânea.

Palavras-chave: Desempenho acadêmico. Bem-estar. Estudantes de Medicina. Exercício física.

ABSTRACT

Medicine is a highly demanding course where 70% of students self-report irregular sleep. Disrupted circadian rhythms correlate with health issues and academic underperformance, including neuropsychological changes. Physical exercise offers numerous benefits, positively impacting cognitive aspects, enhancing quality of life, mitigating chronic conditions, and resembling the effects of medication. This study aims to evaluate physical activity levels among medical students and its influence on academic performance. A systematic literature review was conducted, filtering for “clinical trials” and “randomized clinical trials” on PubMed, yielding 22 results, with 9 chosen for inclusion. Additionally, 15 relevant papers from the last five years were selected using the Scielo platform, ensuring full texts in English and Portuguese. Articles that did not align with the study’s objectives, lacked completeness, or were theses and dissertations were excluded. The study revealed a correlation between academic performance and biochemical markers related to quality of life. It analyzed the effectiveness of physical exercise as an intervention, improving academic performance and preventing chronic diseases. The research also delved into the consequences of neglecting quality of life, including burnout. In conclusion, the available studies on this topic are inadequate, considering its significant relevance and prevalence in contemporary society.

Keywords: Academic performance. Well-being. Medical students. Physical exercise.

1 INTRODUÇÃO

A constituição da Organização Mundial da Saúde, em 1948, definiu: “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade”. Assim, parte-se do pressuposto que saúde e qualidade de vida são conceitos que se conectam, chama-se promoção da saúde (AGÊNCIA FIOCRUZ DE NOTÍCIAS, 2010). Nesse sentido, o exercício físico visa impactar positivamente na qualidade de vida do acadêmico em aspectos cognitivos como memória e a aprendizagem, interferência em patologias como depressão e ansiedade, e a atividade física moderada como influência do sono (MELLO et al., 2005).

Figueiredo e colaboradores (2009) relatam o cotidiano do acadêmico de medicina durante o período de graduação no qual exerce influência de forma que há um decréscimo de exercício físico. Desse modo, propicia um cenário de risco para as doenças cardiovasculares, diabetes, patologias crônicas e multifatoriais e um resultado de um acréscimo do peso corporal. Ademais, FERREIRA et al., (2017) explicam que por se tratar de um curso integral com certo nível de pressão e exigências o sono irregular seja por distúrbios ou privação do mesmo é autodeclarada por 70% dos estudantes em uma pesquisa feita entre o primeiro e quarto ano de faculdade. Nessa perspectiva, a desregulação do ciclo circadiano se correlaciona com problemas de saúde e o baixo rendimento nas atividades estudantis abrangendo alterações neuropsicológicas como no humor, aumento no nível de estresse, desempenho em provas piorados, ou seja, a qualidade de vida do discente é afetada  (MEDEIROS JUNQUEIRA; ROMA GLENIA; MATOS PEDRO, 2021) 

Compreende-se, portanto, que a alteração no “relógio biológico” sinaliza a hora de dormir/acordar e suas respectivas respostas hormonais, modulando o aumento nos níveis de cortisol noturno, resistência à insulina e a diminuição da leptina, proporcionando uma predisposição à diversos quadros patológicos como obesidade, diabetes e até mesmo ansiedade. (KOBBAZ et al., 2021). Além disso, nota-se um aumento no TSH e ferritina sérica após prova de avaliação acadêmica o que corrobora para sintomas depressivos ou ansiosos por conta do esgotamento do estoque de ferro. Assim, Hettiarachchi e colaboradores (2014) concluíram que acadêmicos com melhores desempenhos na prova obtiveram scores mais elevados no questionário de qualidade de vida proposto pela OMS.

   Paixão e colaboradores (2010) concordam e argumentam que se observa por pessoas da área da saúde uma certa negligência ao hierarquizar ações acadêmicas em detrimento de práticas mínimas saudáveis como alimentação e prática esportiva e exercendo no meio profissional o cuidado com o outro. Com o passar dos anos, ao final da graduação a predominância do sobrepeso aumenta entre os acadêmicos de medicina tornando um obstáculo visto que serão disseminadores de um correto estilo de vida para com seus pacientes. Dessa maneira, o desfecho segundo Amie e colaboradores (2018) para uma possível prescrição de exercício físico, ou seja, a indicação analogamente a um medicamento para prevenção e tratamento de doenças crônicas para pacientes, precisa-se analisar a adequação dos profissionais da área da saúde e alertar para tais práticas contraditórias.

Portanto, o objetivo dessa pesquisa é avaliar o nível de atividade física em estudantes de medicina e o impacto da qualidade de vida no desempenho acadêmico durantes os seis anos de faculdade. 

2 MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo de caráter descritivo através de uma revisão bibliográfica sistematizada. Inicialmente, utilizou-se dos descritores em ciência de saúde (DeCS) para selecionar os mais adequados descritores que foram (Students, Medical) AND (Indicators of Quality of Life).

Nessa perspectiva, foram encontrados 68 artigos no total dos quais aplicando os filtros de “ensaios clínicos” e “ensaios clínicos randomizados” na plataforma PubMed foram obtidos 22 resultados, dos quais 9 foram selecionados e 13 excluídos. Empregando os mesmos descritores na plataforma Scielo e dispondo da análise dos últimos cinco anos, obteve-se 46 resultados, em que 15 foram selecionados e 31 excluídos. Assim, determinou uma seleção de 24 artigos incluídos e 44 excluídos. Foram estabelecidos critérios de inclusão para selecionar artigos pertinentes ao escopo do estudo, focados na relação entre exercício físico e qualidade de vida em estudantes de medicina. Após a seleção inicial com base em títulos e resumos, os estudos escolhidos foram analisados na íntegra, e suas conclusões e achados foram compilados para embasar a discussão deste trabalho. Incluiu-se os artigos em idiomas inglês e português, com texto completo e que supriam os interesses do presente estudo. Excluíram-se os que divergem do objetivo do trabalho, textos incompletos, teses e dissertações. 

Conforme a Resolução 466/12/CNS, por se tratar de uma revisão bibliográfica, em que foram utilizados dados públicos, justifica-se a ausência da necessidade da aprovação do comitê de ética.

3 RESULTADOS

Para realizar a análise dos 24 artigos selecionados (Figura 1), criou-se um quadro para a coleta e síntese dos dados obtidos, com a finalidade de organizar as informações e elaborar um banco de dados. No quadro 1, os artigos foram agrupados seguindo um roteiro estruturado, com as seguintes informações: autor/ano, título, método e objetivo do trabalho.

 Figura 1: Gráfico relacionado a quantidade de artigos selecionados a partir do total.

Fonte: AUTOR, 2023.

Quadro 1: Análise dos estudos de acordo com autor/ano, título, método e objetivo do trabalho.  

AUTOR/ANOTÍTULOMÉTODOOBJETIVO DO TRABALHO
Hettiarachchi  et al., 2014.Como a qualidade de vida e os indicadores bioquímicos subjacentes se correlacionam com o desempenho em exames acadêmicos em um grupo de estudantes de medicina do Sri Lanka?Ensaio clínico randomizado.Nossa suposição é que esses critérios influenciariam o rendimento em avaliações entre estudantes de medicina.
Vibe et al., 2013.

Treinamento de atenção plena para controle do estresse: um estudo controlado randomizado de estudantes de medicina e psicologia.Ensaio clínico randomizado.Analisar os impactos de um programa de sete semanas de Redução do Estresse Baseada em Mindfulness (MBSR) em uma amostra de estudantes de duas universidades da Noruega.
Hellstromet al., 2019.Uma avaliação clássica da teoria do teste do Indicador de Condição do Sono, considerando a natureza ordinal dos dados de resposta do item.Ensaio clínico randomizado.Realizar uma análise psicométrica usando a Teoria Clássica do Teste (CTT) para o SCI em estudantes universitários suecos, considerando a natureza ordinal dos dados a nível de item.
Kählke et al., 2019.Eficácia de uma intervenção de autoajuda não guiada baseada na Internet para transtorno de ansiedade social em estudantes universitários: um estudo controlado randomizado.Ensaio clínico randomizado.Examinou a eficácia de intervenções baseadas na Internet e dispositivos móveis não guiadas (StudiCare SAD) em estudantes universitários com transtorno de ansiedade social (SAD).
Chiu et al., 2017.Benefícios de diferentes intensidades de exercícios aeróbicos na modulação da composição corporal em adultos jovens obesos: um estudo piloto randomizado controlado.Ensaio clínico randomizado.Analisar as diferenças nos impactos da composição corporal em estudantes universitários obesos sedentários em Taiwan, através da comparação de diferentes intensidades de exercícios aeróbicos e gastos energéticos.
Sonu Goel et al., 2016.Desenvolvimento e Validação do Questionário de Motivações para Seleção de Estudo Médico (MSMS) na Índia.Ensaio clínico randomizado.Elaborar e validar um questionário destinado a avaliar a motivação de estudantes de medicina na escolha de seus estudos médicos.
Moir et al., 2016.Um programa de apoio de colegas e atenção plena para melhorar a saúde mental de estudantes de medicina.Ensaio clínico randomizado.Examinar a viabilidade e eficácia de um programa de mindfulness cuidado por pares na melhoria do bem-estar mental e qualidade de vida de estudantes de medicina por 6 meses em uma escola de medicina na Nova Zelândia.
Dias et al., 2014.Efeitos da eletroacupuntura nos sintomas relacionados ao estresse em estudantes de medicina: um estudo randomizado controlado por placebo.Ensaio clínico controlado e aleatório.Analisar como a eletroacupuntura (EA) impacta no alívio de sintomas de estresse, como distúrbio do sono, ansiedade, depressão e esgotamento, em estudantes de medicina.
SHAH et al., 2010Estresse percebido, fontes e gravidade do estresse entre estudantes de medicina em uma escola de medicina do Paquistão.Estudo de corte transversal utilizando questionários.Analisar a percepção de estresse, identificar suas fontes e intensidade, e examinar os fatores que contribuem para casos de elevado estresse.
MEYER et al., 2019.Qualidade de vida de estudantes de medicina e a dificuldade de conciliação do internato com os estudos.Descritivo e transversal para investigar a qualidade de vida, informações sociodemográficas e características do internato entre estudantes do curso de Medicina.Analisar o perfil de qualidade de vida de formandos do curso de Medicina e a sua associação com a dificuldade em conciliar o internato e os estudos.
FAHRENKOPF et al.,2008.Taxas de erros de medicação entre residentes deprimidos e esgotados: estudo de coorte prospectivo.Estudo de coorte prospectivo.Estabelecer a taxa de ocorrência de depressão e esgotamento entre residentes no campo da pediatria, e investigar se existe uma correlação entre essas condições e incidentes de erros de medicação.
Silveira et al., 2021.Os efeitos do mindfulness na percepção dos estudantes de medicina de uma universidade brasileira.Um protocolo de mindfulness já existente foi ajustado para atender às necessidades dos estudantes de graduação. Este estudo qualitativo avaliou os efeitos da meditação no bem-estar dos participantes do programa.Examinar a perspectiva em relação a um programa de prática meditativa disponibilizado a estudantes de Medicina, com foco nas estratégias adquiridas por meio dessa vivência.
PARK et al., 2020.Sedentarismo: Visão Geral das Evidências Atualizadas de Potenciais Riscos à SaúdeRevisão sistemática. Fornecer uma visão panorâmica das evidências recentes acerca dos potenciais riscos à saúde associados ao estilo de vida sedentário.
CHIU et al., 2017.Benefits of different intensity of aerobic exercise in modulating body composition among obese young adults: a pilot randomized controlled trialSeleção aleatória, treinamento e medições em quatro grupos de participantes obesos.Analisar as discrepâncias nos impactos na composição corporal entre universitários obesos e sedentários de Taiwan, resultantes de diversas intensidades de exercício aeróbico e variados níveis de gasto energético.
PAIXÃO; VOLTARELLI; BRUM, 2020.Influência do exercício físico sobre a proteína de estresse oxidativo Hemoxigenase-1Revisão de literatura.Analisar e compreender efeitos da HO-1 em estresse e exercício.
WAS; DULAK; JOZKOWICZ, 2010.Heme oxigenase-1 na biologia e terapia tumoralRevisão de literatura.Explorar como as características da HO-1 afetam proliferação e morte celular em tumores, diferenciação, angiogênese, metástase e resposta inflamatória ligada ao câncer.
HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2015.Radicais Livres em Biologia e Medicina (5ª ed.)Livro.Análise química da utilização do oxigênio tecidual.
ESSIG; BORGER; JACKSON, 1997.Indução de heme oxigenase-1 (HSP32) mRNA no músculo esquelético após contraçõesPesquisa quantitativa aplicada experimental.Averiguar se a quantia de RNA mensageiro (mRNA) para HSP32, uma das proteínas-chave do estresse oxidativo, aumentava nos músculos após repetidas contrações.
ROSALES-RICARDO; FERREIRA, 2022.Efeitos do Exercício Físico na Síndrome de Burnout em Estudantes UniversitáriosTeste controlado e aleatório.Avaliar como o exercício físico é eficaz na diminuição dos níveis de esgotamento em estudantes universitários.
LUAN et al., 2019.Exercício como prescrição para pacientes com várias doençasRevisão de literatura.Explorar os impactos do exercício físico em diversas condições de saúde.
LIANG; HUANG, 2022Estudo experimental de intervenção por prescrição de exercício físico na saúde dos estudantes universitários. Estudo experimental.Investigar os impactos de uma intervenção baseada em exercícios na saúde de estudantes universitários chineses.
NAYANE; VITOR; FÓFANO, 2019.Relação entre desempenho acadêmico e saúde mental em estudantes de medicina: uma revisão de literatura.Revisão de literatura.Analisar a prevalência de transtornos mentais entre estudantes de medicina e investigar sua possível correlação com o desempenho acadêmico.
NOVAES FONSECA MELO; BATISTA BROMOCHENKEL, 2021.Saúde mental e desempenho acadêmico: um estudo com estudantes de Psicologia.Estudo experimental. Conduzir uma análise da saúde mental de estudantes do curso de psicologia, estabelecendo correlações entre os dados obtidos e o desempenho acadêmico por meio da avaliação do histórico acadêmico desses alunos.
NETO; ANTÔNIO; CAMPOS, 2020.Avaliação da influência acadêmica sobre a prática de atividades físicas nos estudantes de medicina em uma faculdade do noroeste do estado de São Paulo. Estudo quantitativo e descritivo transversal.Avaliar o nível de atividade física em estudantes de Medicina e examinar o impacto do currículo médico na rotina de exercícios físicos desses alunos.

Fonte: AUTOR, 2023.

4 DISCUSSÃO

Após concluída a leitura e ponderação dos resultados dos artigos que compuseram a amostra final deste estudo, foi possível destacar a importância da abordagem multidisciplinar para a melhoria da qualidade de vida e do desempenho acadêmico dos estudantes de medicina. Para uma discussão preferível acerca das pesquisas realizadas, os resultados apurados foram organizados por similaridade e divididos em categorias: (a) Desempenho acadêmicos e o índices bioquímicos contidos à qualidade de vida; (b) Efeitos da prática de mindfulness na saúde mental em estudantes; e (c) Eficácia do exercício físico no desempenho do discente.

4.1 Desempenho acadêmicos e o índices bioquímicos contidos à qualidade de vida

Com base na análise dos artigos da amostra, observou-se que o cotidiano do discente de medicina possui fatores que desencadeiam o decréscimo do bem-estar desses indivíduos de forma gradual e mostrado em estudo que no período de internato há uma piora devido a responsabilidade pelo exercício profissional de forma plena como a avaliação para residência médica. O estudo abrangeu 302 discentes com método do questionário de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-BREF)  o qual demonstrou impactos tanto na qualidade de vida geral quanto em domínios psicológico e físico desses estudantes do último ano de medicina (MEYER et al., 2019).

Nessa perspectiva, Hettiarachchi et al. (2014) realizaram um ensaio clinico randomizado com 78 participantes do curso de medicina do quarto ano com análise da qualidade de vida pré e pós prova através também do questionário de qualidade de vida da OMS e marcadores bioquímicos. A média do escore através do WHOQOL-BREF foi menor pré exame comparado após exame. 

Conforme tabela 1, TSH, ferritina sérica, aumentaram após a prova, isto é, o esgotamento de forma relativa dos estoques de ferro pode corroborar para sintomas depressivos ou ansiosos no contexto de pré exame um superavit metabólico do corpo criado pelo aumento dos níveis tireoidianos após exame. Contudo, sem diferenças significantes do nível de cortisol pré e pós exame.  Os autores concluíram que alunos com melhor desempenho e consequentemente melhores notas na prova obtiveram escores mais altos no questionário da OMS.

Tabela 1: Parâmetros bioquímicos dos alunos antes e depois do exame.

ParâmetroAntes do exameDepois do exame
Pontuação de qualidade de vida56,19 (8,1)61,7 (7,1)
TSH sérico0,9 (0,7, 1,4)2,7 (1,9, 3,6)
T4 livre de soro19,48 (0,4)17,43 (0,3)
Cortisol sérico16,51 (0,7)15,88 (0,7)
Ferritina sérica43,15 (23,5, 63,3)72,36 (49,9, 94,9)
Tiroglobulina sérica0,15 (0,08, 0,5)0,15 (0,06, 0,5)

Fonte: Adaptado de “Como a qualidade de vida e os indicadores bioquímicos subjacentes se correlacionam com o desempenho em exames acadêmicos em um grupo de estudantes de medicina do Sri Lanka?”.

Ademais, em uma escola de medicina do Paquistão, analisou o estresse percebido, as fontes e a gravidade do estresse entre os discentes foi relatado como fontes comuns condições psicossociais e acadêmicas dentre elas: a frequência de exames, preocupação com futuro, tornar-se médico, desempenho em exames periódicos foram os reiterados como origem de graves estresses (SHAH et al., 2010)

4.2 Efeitos da prática de mindfulness na saúde mental em estudantes 

Um estudo feito em três hospitais infantis nos Estados Unidos com amostra de residentes de pediatria através de um estudo de coorte prospectivo chegaram a conclusão que residentes deprimidos cometeram mais iatrogenias o que seus pares não deprimidos FAHRENKOPF et al.,(2008). 

Em vista disso, trabalhos como a prática de meditação e atenção plena podem ser um meio para gestão do stress e angústia em estudantes para levarem para vida profissional. Como demonstrado em estudo randomizado em duas universidades norueguesas avaliando o efeito do mindfulness em estudantes de medicina e psicologia. Os autores demonstraram que com curso de sete semanas em treinamento de atenção plena melhorou a qualidade de vida do aluno. E, conforme maior a frequência às aulas e prática em casa houve um acréscimo no efeito da intervenção, principalmente para sofrimento mental, além de aumentar a capacidade das alunas de estarem presentes e não reagirem no automático DE VIBE et al.(2013).

Silveira et., 2021 em um estudo feito no Brasil, na Universidade Federal do Paraná, chegaram à conclusão que pode ser realizada uma abordagem grupal mostrando efeitos positivos relatados pelos estudantes de medicina como uma assistência relevante para combater as dificuldades do cotidiano que encontravam no curso de medicina, além disso, a prática se mostrou com bom custo benefício e de fácil reprodução. Diante do cenário que é uma atividade com vários protocolos bem estudados e conhecidos, pode se transfigurar como uma ferramenta inestimável de apoio à saúde mental dos discentes.

4.3 Eficácia do exercício físico no desempenho do discente 

4.3.1 Fisiologia do exercício

Outra ferramenta que pode auxiliar em melhor desempenho do acadêmico de medicina é o exercício físico (EF). De maneira fisiológica, pode ser dividido em dois padrões distintos. A priori, observa-se as respostas biológicas do corpo a uma sessão de exercício isolada – definida como exercício agudo. Logo, as respostas imediatas e, as vezes, sua recuperação a esses estímulos são denominadas como resposta aguda (KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2013).

Por outro lado, observa-se como o corpo responde ao estresse às contínuas sessões de exercício durante o tempo, definido como adaptação crônica ao exercício, ou efeitos do treinamento. A prática regular ao longo de dias/semanas promove adaptação fisiológicas do corpo a partir da exposição crônica ao treinamento, melhorando a capacidade e eficiência do exercício. Tendo como exemplo o treinamento aeróbico, aumentando a eficiência e resistência cardiopulmonar. Acrescentando-se que tais adaptações tem alta especificidade a partir do treinamento realizado (CHIU et al., 2017).

Figura 2: Espectro da atividade/exercício físico conforme a intensidade.

Fonte: AUTOR, 2023.

Aliado ao que foi exposto acima, pesquisas demonstraram a influência do exercício físico sobre a proteína de estresse oxidativo Hemoxigenase-1 (HO-1), a qual é uma isoforma da Hemoxigenase (HO) cujo papel é de degradação do grupo heme produzindo monóxido de carbono (CO), a biliverdina (BVD) e ferro ferroso (Fe2+) (PAIXÃO; VOLTARELLI; BRUM, 2020). A HO-1, é induzida como resposta ao estresse oxidativo e diversos fatores como óxido nítrico, citocinas inflamatórias, choque térmico. Como consequência, essa enzima possui características protetoras, com comportamento antioxidante, anti-inflamatório, antiapoptótico e antiproliferativo, realizando papel citoprotetor (Figura 3) (WAS; DULAK; JOZKOWICZ, 2010). 

Nesse contexto, um fator comum para indução da HO-1 é o aumento nos níveis de espécies reativas de oxigênio (EROS) e que músculos vermelhos possuem metabolismo prevalente oxidativo, engloba mais mioglobina em comparação a músculos brancos com metabolismo em sua maioria glicolítico (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2015). Logo, conforme o tipo, duração e intensidade do exercício o qual recruta diferentes tipos de fibras musculares modulam a resposta orgânica de acordo com o estímulo afim de propiciar proteção da célula e corroborando para homeostase pós-exercício (Figura 1). Em síntese, sugere-se que o exercício físico aeróbio seja o escolhido se a meta for o aumento da expressão de HO-1 (ESSIG; BORGER; JACKSON, 1997).

Por fim, concordando com Essig, Borger e Jackson, um estudo randomizado em Taiwan comparou dados antropométricos, parâmetros bioquímicos e índices relacionados a aptidão física foram medidos por 3 meses, comparando o início e após as 12 semanas e concluíram que utilizando o exercício aeróbico como intervenção, realizando de forma com maior intensidade, indicadores como o peso corporal, composição de gordura, circunferência da cintura, relação cintura-quadril e cintura-altura obtiveram redução em seu valor enquanto de intensidade menor diminuiu de forma significativa a gordura corporal e o peso CHIU et al., (2017).

Figura 3: Modulação da proteína do estresse oxidativo HO-1 a partir do exercício físico.

Fonte: AUTOR, 2023.

4.3.2 Perspectivas atuais do exercício 

Atualmente, os padrões de vida conduzem a sociedade para uma existência cada vez mais sedentária, que do ponto de vista fisiológico não nos adaptamos adequadamente a esse perfil inativo visto que os seres humanos são “projetados e construídos” para o movimento PARK et al., (2020). Percebe-se, que estudantes podem sofrer transtornos psicológicos relacionados aos estudos na ausência de um programa efetivo de exercício físico, e esse risco aumenta se acompanhado de algum tipo de predisposição (ROSALES-RICARDO; FERREIRA, 2022).

A prática regular de EF tem benefícios e é frequentemente usada como estratégia não farmacológica prevenção de patologias de caráter metabólico, físico e psicológico, além de promoção do bem-estar social (LUAN et al., 2019). Essa auxilia a saúde mental pois a endorfina liberada durante o ato de se exercitar age sobre o cérebro produzindo sensação de bem-estar e relaxamento. Além disso, há sensação leve de sedação e analgesia, por inibir neurotransmissores que transmitem dor. Atenta-se que a prática contínua demonstrou redução no estresse e no esgotamento emocional, que ocasionou uma melhora na qualidade do sono e na qualidade de vida (ROSALES-RICARDO; FERREIRA. 2022). Há, também, auxilio na depressão, ansiedade, estabilização do humor e aumento na cognição (KOBBAZ et al., 2021). Por fim, percebe-se que pode ser usado como intervenção efetiva para reduzir casos de burnout em acadêmicos (ROSALES-RICARDO; FERREIRA. 2022).

4.3.2 Exercício físico como forma de intervenção 

A prescrição de exercícios é uma orientação médica que se manifesta na forma de atividades físicas destinadas a indivíduos com propósitos ou requisitos específicos, tais como a prática de exercícios físicos com fundamentação científica, aprimoramento da saúde física e mental, prevenção ou tratamento de doenças, entre outros. Vale ressaltar que essa prescrição é personalizada, considerando as características individuais de cada pessoa (LIANG; HUANG, 2022). 

Em estudantes universitários de período integral, foi realizado um estudo experimental com seleção aleatória e ênfase na correlação entre a prescrição de exercícios e as alterações nos indicadores de saúde física e mental, e após 8 semanas com exercícios de baixa intensidade, obtiveram resultados como melhora na aptidão física refletindo no alívio e tensão melhorando saúde mental no geral (LIANG; HUANG, 2022).  Uma vez que acadêmicos de medicina apresentam-se ativos, isto é, exercício físico de 3 a 5 dias por semana, observou-se um decréscimo na duração do treino dos estudantes do primeiro em relação ao último período (NETO; ANTÔNIO; CAMPOS, 2020).

Associado a esse fator, NAYANE; VITOR; FÓFANO, (2019) indicam que os estudantes de medicina têm uma prevalência significativamente mais alta de transtornos mentais comuns e sintomas psiquiátricos em comparação com a população em geral. Adicionalmente, foi observada uma correlação entre o desempenho acadêmico e a presença desses transtornos, sugerindo que essas condições podem ter impactos prejudiciais no desenvolvimento profissional e na carreira médica futura. 

Em contrapartida, observou-se que a presença ou ausência de algum tipo de adoecimento psíquico entre os universitários de psicologia não influenciou seu desempenho acadêmico, embora os alunos tenham associado o desenvolvimento de sofrimento mental à experiência da graduação (NOVAES FONSECA MELO; BATISTA BROMOCHENKEL, 2021). 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Destaca-se a importância da abordagem multidisciplinar para a melhoria da qualidade de vida e do desempenho acadêmico dos estudantes de medicina. A análise dos artigos evidencia que o cotidiano exigente do curso impacta o cumprimento do bem-estar dos discentes. Há uma correlação identificada entre a saúde mental e o desempenho acadêmico em estudantes de medicina, embora os resultados nem sempre sejam uniformes. Além disso, é fundamental adaptar essas intervenções às necessidades individuais dos estudantes. Dessa forma, a adoção de estratégias personalizadas, aliada a um ambiente de apoio e suporte, pode contribuir significativamente para uma experiência acadêmica mais saudável e bem-sucedida.

REFERÊNCIAS

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CHIU, C. H. et al. Benefits of different intensity of aerobic exercise in modulating body composition among obese young adults: a pilot randomized controlled trial. Health and Quality of Life Outcomes, [s. l.], v. 15, n. 1, 2017. Available at: https://doi.org/10.1186/S12955-017-0743-4. Acesso em: 17 nov. 2022.

DE VIBE, M. et al. Mindfulness training for stress management: A randomised controlled study of medical and psychology students. BMC Medical Education, [s. l.], v. 13, n. 1, p. 1–11, 2013. Available at: https://doi.org/10.1186/1472-6920-13-107. Acesso em: 16 abr. 2022.

ESSIG, D. A.; BORGER, D. R.; JACKSON, D. A. Induction of heme oxygenase-1 (HSP32) mRNA in skeletal muscle following contractions. The American journal of physiology, [s. l.], v. 272, n. 1 Pt 1, 1997. Available at: https://doi.org/10.1152/AJPCELL.1997.272.1.C59. Acesso em: 6 jun. 2022.

FAHRENKOPF, A. M. et al. Rates of medication errors among depressed and burnt out residents: prospective cohort study. BMJ, [s. l.], v. 336, n. 7642, p. 488–491, 2008. Available at: https://doi.org/10.1136/BMJ.39469.763218.BE. Acesso em: 24 jun. 2023.

HALLIWELL, B.; GUTTERIDGE, J. M. C. Free Radicals in Biology and Medicine. Free Radicals in Biology and Medicine, [s. l.], 2015. Available at: https://doi.org/10.1093/ACPROF:OSO/9780198717478.001.0001

HETTIARACHCHI, M. et al. How does the quality of life and the underlying biochemical indicators correlate with the performance in academic examinations in a group of medical students of Sri Lanka? Medical Education Online, [s. l.], v. 19, n. 1, 2014. Available at: https://doi.org/10.3402/MEO.V19.22772. Acesso em: 23 mar. 2022.

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1Acadêmico de medicina. E-mail: giovanakc99@hotmail.com. Artigo apresentado a Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA), como requisito para obtenção do título de Bacharel em medicina, Porto Velho/RO, 2023;
2Acadêmico de medicina. E-mail: matheusmuricy@hotmail.com. Artigo apresentado a Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA), como requisito para obtenção do título de Bacharel em medicina, Porto Velho/RO, 2023;
3Professor Orientador. Professora dos cursos de biomedicina e farmácia do Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA). E-mail: celina.lugtenburg@hotmail.com;
4Professor Coorientador. Professora Mestre do curso de Medicina do Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA). E-mail: chimenekn@gmail.com.